16 de novembro de 2007
Por que quando o amor* acaba, ou simplesmente não acontece como esperamos, tem-se necessidade de encontrar motivos para justificar o fim e estes geralmente recaem sobre o que o outro?
Por que tem de ter motivo para acabar algo que nunca sabemos ao certo como começou?
Não seria mais honesto se olhássemos apenas para nós mesmos e disséssemos: “eu quis, mas não consegui”. “Quero, mas não dou conta”?
Seria mais digno – embora não menos dolorido - se pudéssemos simplesmente dizer: “Eu quis te amar eternamente, mas não consegui. E não é por algo que você seja ou tenha feito, é simplesmente porque em mim o amor não foi assim”.
Ou:
“Quero você, amo mesmo, mas não dou conta. Não dou conta de mim nesse amor, não sei o que fazer do que sinto... Percebo que você tenta, sutilmente me convida, e eu me atrapalho pelo meu caminho... E me sinto péssima por te frustrar, pois ao fazê-lo também me frustro. Mil vezes já me amaldiçoei por não conseguir corresponder, como queria, na hora que devia. Preciso de tempo e paciência para adaptar-me à consciência desse sentimento; a estar com você nesse contexto... Às vezes percebo que minha hesitação não é apenas diante do que me habita, mas também, por não conseguir crer que você me queira. Não é fácil ver que o que a gente sempre julgou impossível se tornou real...
Preciso de paciência, mas perdi o “timer”; percebo nas coisas que vocês diz, mesmo que quase sem querer, que já não tenho mais tempo. Ficou o dito pelo não dito, o sentido pelo ressentido. As palavras que um dia foram doces, tão inesperadamente tornaram-se irritadiças e não deveria ser assim... Ainda não. Ainda deveria ser tempo de descoberta, de enlevo, de investimento e não de cobranças, aspereza, impaciência e desistência... As palavras revelam a perda do interesse, como se aquilo que um dia nos levou a ser tão assertivos, tenha ficado perdido em algum lugar do nosso passado recente. Como se o objetivo fosse apenas o momento do encontro e então tudo o que veio antes ou depois perdeu o sentido e ganhou ares de corrompido. E tudo foi tão rápido! O tempo passou voando por nós ao longo dos anos.
Culpa de quem? Minha. Queria que as coisas fossem mais simples; que ser apenas eu bastasse... E, no entanto não basta. Não que eu não seja alguém bacana, suficientemente boa, alguém que valha a pena. Sou. Mas nesse caso de nada adianta ser. Procurando nos encontrar, nos afastamos e o que deveria ser construção da relação virou cobrança. Tudo tem de ser comprovado, nada pode ser suave e ludicamente revelado. As agressões se travestiram de piadas e a gente ri pelo que na verdade deveria chorar.
*Suspiro*
Triste.
E então, para não perder, mais uma vez, o tempo certo de algo entre nós, hoje eu digo adeus. È, adeus. Adeus antes que o que um dia foi amor se transforme em indiferença”.
* amor, paixão, relação.
Claro que as baladinhas do fim-de-semana também estão todas suspensas e logo agora que eu precisava demais de "um certo" colo e aconchego...
+
Odeio quando algumas coisas acontecem exatamente como eu sabia que iriam acontecer.
12 de novembro de 2007
Meu tipo de personalidade é esquizóide, que se caracteriza principalmente por um distanciamento das emoções. Diz Gerda Boyesen: "... no esquizóide, e também o mesmo para o caráter rígido compulsivo, a energia não parece ter conexão com o canal emocional... ...e assim não ativa a carga emocional no canal do isto ou canal emocional*. Ao contrário, a energia parece ter-se retirado e condensado na base da coluna vertebral, no sacro (a teoria de Wilhelm Reich sobre a acumulação da energia nos ossos esponjosos). ... . Desta maneira, não há dinâmica nervosa, não há pressão dinâmica procurando saída. As pessoas de caráter esquizóide podem falar horas e horas sem emoção e intelectualizando, pois sua energia instintiva não está em contato com o canal emocional. No histérico é completamente diferente: existe uma dinâmica o tempo todo.
Hã? Pegou? Captou? Não vim dotada fisicamente, digamos assim, dos mesmos "aparelhinhos" que conectam as pessoas às suas emoções, tive de "construir" os meus e o fiz trabalhando corporalmente por mais de 15 anos e mesmo assim as emoções para mim não são tão facilmente percebidas quanto o são para outras pessoas. Preciso de tempo para percebê-las e de mais tempo para nomeá-las e de mais tempo para me resolver com elas.
* intestinos
11 de novembro de 2007
O horóscopo dizia que esses iam ser dias de recolhimento. Pois então. Eu e meu edredon, quer maior recolhimento que isso? Nem os pensamentos têm se atrevido muito...
Sonhei muito esta noite com o casamento da amiga que irei no final do mês. Acordo e me deu conta que nele reverei a GRANDE PAIXÃO da minha adolescência que, por acaso, é irmão dela. A última vez que o vi foi na rua: ele parou o carro para me perguntar, bravo, porque eu não tinha ido ao casamento dele, isso há uns 12 anos atrás... Não, eu nem era mais apaixonada por ele. Não fui porque era um momento complicado pós-falência... E não, não tenho nenhuma expectativa afetiva em revê-lo, a não ser ver como o tempo atuou nele. Talvez perceber se continua sendo o tipo de homem que a gente ama quando é dotada de juízo, porque o cabra sempre foi naturalmente o que hoje se denomina "politicamente correto". Sério, acho que ele foi o único "coxinha" pelo qual me apaixonei na vida, e como me apaixonei! Foram anoooooooooooos arrastando as minhas e as asas da vizinhança inteira por ele...
De resto a questão que brinca dentro de mim por esses dias é: "por que, quando gostam, as pessoas querem que o outro deixe de ser justamente aquilo que lhes chamou a atenção"? "O que se ama, é o que se é, ou o que se gostaria que fosse"?
8 de novembro de 2007
Sempre acreditei que se você quiser realmente tirar tudo de uma pessoa, basta roubar dela a capacidade de sonhar, de ter esperança... E existem situações nas quais não nos cabe o sonho, pois a realidade nos é completamente adversa. E mesmo que saibamos disso, mesmo que aceitemos isso, ainda assim é como morrer um tanto, é como morrer em partes... E, no entanto, não viver aquilo que já está em nós é morrer também.
E já que a morte é inevitável...
Queria, por exemplo, falar da minha fidelidade. E falar dela é me dar conta do por quê muitas vezes fujo de admitir que sinto e se sinto até para mim mesma... Sou fiel; sou caninamente fiel. Não ao outro, não ao que penso e nem mesmo a padrões culturais. Não sou fiel porque não ser é pecado ou porque quero ser boazinha. Sou fiel porque o que sinto me inunda e não sobra espaço para mais nada. Sou fiel porque o sentir em mim transborda e me toma, e me transtorna. Sou fiel porque não existe outra possibilidade.
Possibilidade...
Quanto mais distante se torna o horizonte, mais me agarro a necessidade de outras possibilidades. Preciso sentir que sou livre, que tenho escolhas e opções.
Medo...
Medo de me encerrar na espera do talvez.
E é então que não me entrego e me perco de mim mesma. Fico em cima do muro. Entro nesse oceano, e acho que é só para molhar os dedinhos. Coisa que não se parece comigo... Não sou eu! Se me dispus a entrar na água é para correr o risco de morrer afogada. Mas olha: eu sei nadar e MUITO bem. Não tenho medo do mar, de correnteza, de rio bravo e nem de profundeza. Tenho absoluto respeito por forças superiores à minha, e também tenho respeito pela minha própria força. Sei deixar o corpo leve e me deixar levar. Flutuar, submergir e voltar à tona...
E se mesmo assim no final de tudo for a morte por afogamento o que me aguarda, terá valido a pena.
1 de novembro de 2007
Ai você acorda linda e ruiva numa quinta-feira ensolarada e vai passar hidratante nas pernocas, antes de colocar aquele shorts, e num primeiro momento acha que foi devorada por uma legião de pernilongos famintos. Olha mais de perto e percebe que não: as pernas empolaram mesmo. Você tá cheia de pequenas erupções vermelhas, no mesmo caminho da dor. Mais intenso na perna direita do que na perna esquerda, inclusive como a dor...
E as pessoas ainda duvidam da sabedoria do self e da importância do processo psicossomático.
29 de outubro de 2007
E existe uma correlação definitiva entre a dor na testa e a dor nas pernas embora eu não saiba qual. Bastou mexer nela ontem para as pernas voltarem a doer, insuportavelmente, a ponto de me impedirem de dormir profundamente. Segurei sem remédio até onde deu, ou seja, hoje. E embora Gui tenha sugerido que é porque eu também não podia bater as pernas fazendo birra - sim, a ÚNICA vez que fiz isso levei uns bons tabefes - não tenho impressão que seja isso... A carga de energia nas pernas é monstruosa. É como um rio que tivesse sido represado e que agora força os diques para poder fluir e por isso dói.
Eu até fiz o exercício de bater pernas e punho no colchão, mas a dor só fez aumentar. Só aliviou mesmo depois que me masturbei, e só então consegui dormir. Não que a energia contida ali seja puramente sexual - há também - mas sim porque o orgasmo promove uma das mais potentes descargas energéticas das qual nosso corpo pode se utilizar.
Agora é deixar quieto por uns dias - há de amadurecer - e ver onde esse processo vai desembocar.
28 de outubro de 2007
Duas descargas vegetativas poderosas livraram-me do veneno e da contenção interna e agora a pressão - que vivia sobre neurótico controle - desandou a oscilar, para cima. No livro vejo que pressão alta significa problema emocional duradouro não resolvido. Eu sei. A gente passa a vida toda tentando proteger-se... Do quê mesmo? Da dor. Mas qual dor? Já nem sei mais. Com os anos os nossos "jeitinhos" perdem significado e viram vícios, ciclos viciosos. A dor que você tenta evitar se tornou tão velha conhecida que se confunde com pertença. É você, embora não seja e nem precise ser. A letargia que proteger-se causa virou casulo que agora você precisa romper. É preciso deixar as peles, as personas, os personagens. E, no tentanto, acho que é mais fácil fazer isso aos quarenta, pois se tem uma coisa da qual passamos a ter certeza quando chegamos até aqui é que pouca coisa nesse mundo mata. Quase tudo dói, mas quase nada mata. Rejeição dói, mas não mata; perder dói, mas não mata; recomeçar dói, mas não mata. Amar dói, mas não mata; relacionar-se dói, mas não mata. Enfim, você finalmente aprendeu que viver dói e também dá muito prazer.
E o meu corpo fala dessas coisas que doem, mas não matam melhor que eu. Outro dia doíam-me as articulações dos ombros de um jeito que me faziam lamuriar; depois foram as mãos. Ontem foram as articulações dos quadris. O próximo destino há de ser os joelhos ou tornozelos e depois não mais. São as inflamações emocionais que se cristalizadas agora estão sendo desfeitas dando-me algo que há muito eu havia perdido: flexibilidade e liberdade internas.
E ontem mexendo no rosto descobri a testa dolorida como se em feridas. Massageei por muitos minutos e hoje ela ainda está bastante dolorida, requerendo cuidados. É como se eu tivesse passado muito tempo de cenho franzido, e no entanto quem me conhece sabe que isso não é verdade. Nem rugas de expressão na testa tenho. Está explicado porquê. É como se eu franzisse a alma. A pele não registrou, mas a musculatura que a sustenta congelou-se cronicamente e agora no caminho do descongelamento ela dói como um corpo que desperta de uma imobilidade prolongada. É, talvez as rugas apareçam daqui para adiante, mas finalmente né? Mais valem rugas do que botox emocional.
Tudo bem ter chegado aos quarenta sem muitas das coisas que a maioria das pessoas batalham ferrenhamente para ter. Minhas conquistas foram outras e foram muito particulares. Só eu sei o quão importante é olhar para mim mesma e ver que banco estar em relação. Aguento depender e que dependam de mim. Aguento precisar e ser precisada. Isso me faz sentir que embora seja só - quem não o é? - não estou só. Nunca estive. As pessoas sempre estiveram para mim muito mais do que eu para elas, a verdade é essa. E sei que, pela minha incapacidade de pertencer, feri muita gente. Muita gente mesmo... Ao desfilar as imagens na mente, os olhos marejam e vem uma vontade de voltar no tempo e acolher todo o amor que me dedicaram e desprezei, porém é impossível. Quem olha para trás vira estátua de sal e é momento de seguir em frente.
Não, nada de recomeçar. Desse vez estou apenas dando continuidade a um processo.
24 de outubro de 2007
16 de outubro de 2007
Era menina, cerca de oito anos, mas mesmo assim apaixonou-se perdidamente pelo menino de onze anos. Nunca vira nada mais bonito na vida do que aqueles cabelos loiros e aqueles olhos cor de mel complementados por um sorriso amplo e de dentes alvíssimos. Mas descobriu cedo que na vida nada é perfeito: ele estava enamorado de sua prima; aquela tinha a mesma idade que ele.
Aliás, foi na festinha de aniversário dela que o conheceu e descobriu o enamoramento – mútuo - pois ambos não paravam de dançar; juntos. Ao se dar conta disso, pela primeira vez sentiu uma dor aguda no peito que logo se transformou em lágrimas, fazendo com que se isolasse num canto para chorar. Queria quietude para absorver completamente aquele novo conceito que se desenhava: a impossibilidade.
Porém o canto escolhido era na mesma sala e, claro, logo vieram saber o que lhe acontecia. E ela disse. Ainda não sabia que existem coisas que por educação e amor-próprio(?) era melhor serem guardadas para si. Então, como só os adultos sabem fazer, logo providenciaram para que o menino fizesse a gentileza de dançar com ela para que cessasse aquele choro, afinal, não custava nada. Foi assim que descobriu o poder da chantagem emocional e ficou muito feliz com o seu novo super poder.
Numa segunda festa de aniversário da prima, diante das mesmas sensações, lançou mão do mesmo recurso só que agora premeditadamente. O canto foi bem escolhido e as lágrimas cuidadosamente vertidas. O resultado esperado chegou, mas não com o mesmo sabor. Se num primeiro momento ficou contente, isso logo cedeu espaço a certo incômodo, talvez decorrente do fato do menino sequer olhar para a cara dela. Terminada a dança resolveu voltar para o seu estado natural: correndo pela casa com as demais crianças. No entanto, plantara-se nela a suspeita de que forçar a barra não era lá uma coisa muito legal de se fazer...
No entanto era teimosa e houve ainda uma terceira festa de aniversário na qual lançou mão do mesmo recurso. Dessa vez foi a tristeza estampada no rosto da prima, aliada ao fato do rapaz seguir sem olhá-la e dela estar dois anos mais velha, que a fez ter noção absoluta de que tomara o caminho errado. Quis interromper a dança, mas faltou-lhe coragem. Pela primeira vez sentiu vergonha de si mesma. A tortura finalmente terminou, mas dessa vez ela não foi correr. Escolheu um canto afastado do quintal cheio de árvores e sentou para pensar no que acontecia.
Do muito que pensou o que conseguiu concluir do alto dos seus dez anos é que não valia a pena estar com quem não queria estar com ela e muito menos se isso fizesse a infelicidade de alguém; ainda mais se fizesse a infelicidade dos três. Também teve a forte sensação - mas não pela primeira vez - que no mundo não haveria par para ela. Isso doía como só as coisas inevitáveis sabem doer, mas fazer o que? Voltou a correr pela casa com os primos que vieram buscá-la.
11 de outubro de 2007
10 de outubro de 2007
...sobre o filme Tropa de Elite.
Sim, gostei imenso! Muito mesmo e não fosse todo o resto teria gostado por finalmente, como bem disse ele, o Brasil ter aprendido a fazer filmes de ação. E pro inferno com a "reserva de mercado" cultural: se uma das coisas que americano sabe fazer bem é nos emprestar a adrenalina em determinadas cenas, bom que tenhamos sabido de quem copiar!
Quanto ao conteúdo, não vou me ater a discursos sobre se o filme é fascista ou não, mesmo porque me falta gabarito para engendrar uma discussão desse nível. O que posso sim dizer, é que enquanto via o filme pensava no policial honesto finalmente representado num sistema onde, embora sejam em menor número – infelizmente – nem todo mundo é bandido e existem os que honram a farda. E no quanto é difícil carregá-la em detrimento da própria vida muitas vezes. Todos os dias, absolutamente todos os dias, morrem policiais no cumprimento do dever pelo Brasil, mas apenas às vezes essas mortes saem noticiadas nos jornais.
Ao mesmo tempo pensava com alívio que favelados não vão ao cinema, pois a impressão que se fica é que todo morador de favela, foi, é ou será bandido. E isso deve dar muita raiva em quem mora lá e ganha a vida honestamente; a imensa maioria por acaso.
Tai mais um dos discursos que me dá raiva atualmente: a bandidagem quem faz é a desigualdade social. Será? E esse bando de pobres honestos que enchem as nossas fábricas, limpam as nossas casas, varrem as nossas ruas, recolhem os nossos lixos, trabalham nas lavouras, produzem o nosso combustível e a sagrada caninha do fim de semana? Que vendem bugigangas e balas, que catam lixo pelas ruas, que dormem ao relento... Porque não se tornaram bandidos se vieram da mesma miséria? E como explicar o número crescente de jovens da classe média e da classe alta cada vez mais metidos com o mundo do crime? De qual miséria se fala afinal quando se diz que ela forma bandidos?
E não, não nego que existam os que roubem e cometam pequenos delitos por absoluta necessidade. Só quem tem fome sabe o que ela é. Mas esse não é o caso dos traficantes que lotam as nossas favelas e que arrastam para o vício e para o crime as nossas crianças. Não é o caso deles e nem nunca foi.
O x é que a favela é um território esquecido para o qual ninguém quer olhar, pois fala da nossa eterna inaptidão para lidarmos com a diferença. A favela é mais um dos nossos lixos empurrado para debaixo do tapete. Terra de ninguém que todos gostariam que simplesmente deixasse de existir. Justamente por isso os traficantes, transformando em ponto forte a fragilidade das favelas, se apossaram delas. Vantagens demográficas, facilidade de escoamento da produção e mão de obra-barata são requisitos irresistíveis para qualquer “empresário”! Triste descaso que rouba nossa paz.
E um dos questionamentos que o filme levanta e que acho vale a pena insistir e retransmitir é o que quer que o usuário se questione sobre o quanto o seu vício contribui para que cada vez mais crianças sejam aliciadas pelo tráfico. E não querendo me meter no vício alheio penso que a alternativa de quem quer usar deve ser cultivar. Sim viagem, mas afinal não é disso que se trata a droga?
Para finalizar falta dizer que o filme suscita toda uma discussão quanto a se ser um policial honesto implica em matar bandido... Talvez matar não seja a solução, no entanto, enquanto o Brasil não apresentar um sistema carcerário capaz de recuperar(?) o bandido, eu os prefiro mortos do que entrando na minha ou na sua vida.
8 de outubro de 2007

Êxtase
Guilherme ArantesEu nem sonhava
Te amar desse jeito
Hoje nasceu novo sol
No meu peito...
Quero acordar
Te sentindo ao meu lado
Viver o êxtase de ser amado
Espero que a música
Que eu canto agora
Possa expressar
O meu súbito amor...
Com sua ajuda
Tranqüila e serena
Vou aprendendo
Que amar vale a pena...
Que essa amizade
É tão gratificante
Que esse diálogo
É muito importante...
Espero que a música
Que eu canto agora
Possa expressar
O meu súbito amor...
Eu nem sonhava
Te amar desse jeito...
7 de outubro de 2007
Desalento
Eu não ando tanto pelas ruas mais freqüentadas dessa minha cidade porque não quero perder a esperança. Quando o faço, uso fone e ouço músicas pelo mesmo motivo. Ouvir as conversas entre jovens me causa um desalento que me faz pensar que o nosso futuro só pode ser pior do que o nosso presente. Ou na verdade tudo é apenas uma alternância: são os conhecidos (pré)conceitos de roupagem nova. E dói ver que nada mudou de verdade e dificilmente irá.
E nem sei dizer do rombo que isso causa
Na hora eu não chorei. Não! Pela primeira vez tive vontade de ter um revólver na bolsa e de fazer uso dele. Não para atirar e sim para conseguir que prestassem atenção
Porém o politicamente correto também é fruto de algo que produzimos, mas não queremos admitir: nossa fobia à rejeição. Você tem de aceitar tudo e todos para, fantasiosamente, garantir que tudo e todos te aceitem. E na verdade o que queremos - já que gosto é algo que continua a não ser discutível - é só e unicamente assegurar-nos de que possamos nos sentir injustiçados quando for a nossa vez de não sermos gostados. Hipocrisia pura. Ninguém gosta de tudo ou de todos! Se assim fosse, não haveria necessidade de respeito à diversidade, pois esta inexistiria... Seriamos plasticamente feitos de mesmice e chatice.
30 de setembro de 2007

É o calor no meio das minhas pernas que evocam suas presenças...
Dois rostos à minha frente se alternam e se fundem em mosaicos
Nasce em mim um comichão que escorre dos meus olhos até meu sexo.
Pulso.
Seis pares de mãos na ilusão do meu corpo se alternam
Traçando linhas de desejo que as línguas acalentam e transbordam.
Abrem minha pernas e lá se fincam feito posseiros.
Mar revolto sem esperança de calmaria que saciado me entrega às areias da praia.
Há uma foto 3x4 que o sol descortina...
Nela trago no canto da boca, como um cigarro ali esquecido, um sorrido lânguido.
29 de setembro de 2007


A cidade fervilha,
Revoada noturna.
Pássaros travestidos de morcegos.
Inquietude enchendo de agonia os pulmões.
Busca de um "não sei quê" que a noite promete...
E raramente entrega.
Nos corpos suores;
Nas bocas ausência de pudores;
Almas preenchem-se de angústia.
Solidão encaixada em risos desparafusados
Que escorrem goela abaixo.
No retorno o reencontro;
Vazio no espelho que não nos reflete no dia que lá fora renasce.
27 de setembro de 2007

Brilhando na tela em palavras belas
Não quero um amor de rimas
Ouro de tolo em incontidas linhas.
Não quero a ilusão de um amor
Que fere e maltrata a pele
Desnutre e mata de dor
Até que a gente se rebele.
Quero amor de fato
Amor de atos
De possibilidade amplas
Que me segure pelas ancas.
Amor em foto
Amor de porta de geladeira
Amor sem eira-nem-beira
Amor de colo.
Quero amor por inteiro
Feito de palavras, risos e lágrimas
E que preencha as minhas páginas
De Janeiro a Janeiro.
Tenho sentido falta de escrever com mais arte; às vezes isso me faz lamentar ter saído do Recanto das Letras, pois o público pretensamente mais afeito à literatura me obrigava a isso. Primeira conclusão a que chego com esse texto: o público determina o tratamento dado ao conteúdo. Segunda conclusão imediata e nada a ver com literatura: as confusões do Recanto desanimam qualquer ação nesse sentido.
Escrever com mais arte é contar as mesmas estórias de um jeito mais bonito. E isso exige de quem escreve olhar a vida sob um prisma mais belo. Ao escritor é preciso que retire beleza até do fato mais deplorável e essa é a terceira conclusão a que chego nesse texto.
Esse tema mesmo que escrevi abaixo, se fosse trabalhado com mais arte começaria contando que quando da eminente falência da empresa, meu carro foi vendido. E que no primeiro dia em que fui pro trabalho de ônibus, olhava as pessoas me perguntando se um dia eu me riria com(o) elas naquela aparente balbúrdia que se descortinava diante das minhas vistas. Questionava-me sobre como as pessoas poderiam se sentir bem e acharem normal andarem de ônibus, algo tão impossível no meu entender pequeno burguês. Consegui. Quem se utiliza de transporte público incorpora horários e esperas no trajeto. Leva a música no ouvido e a possibilidade de ler ou devanear no olhar. E de sonhar, não há lotação que impeça. Até meio espremida a mente consegue voar.
Pra quem escreve, então, é um prato cheio de tipos e estórias. Como a que ouvi ontem voltando para casa do trabalho sobre uma libanesa de trinta anos, e ainda virgem, que veio ao Brasil passar férias na casa do irmão. Conheceu cá um outro libanês e casou-se em apenas dois meses, vestida de prata e cravejada de brilhantes, levando nos acessórios da lua de mel, o tal paninho branco que deveria ser manchado e mostrado à mãe do noivo para atestar a sua pureza. Isso em pleno século 21! Ou daquela família que no metrô dava pinta daquele ser um passeio atípico dos seus Domingos. Pai, mãe, filho e namorada que, parecendo haver convencido-os a deixarem o carro em casa e irem de metrô para o centro da cidade, estava tão ansiosa que não percebia o desespero do moço para que esta se sentasse ao seu lado e ele lhe segurasse a mão, como se aquela fosse uma fantasia romântica também a ser realizada...
A quarta conclusão que este texto me traz é a do dito popular que diz que “ a oportunidade faz o ladrão”. As pessoas se habituam às suas condições de vida e procuram vivê-las da melhor forma possível, sem que isso seja comodismo. É apenas sobrevivência. Eu mesma, quando penso em passar horas parada no trânsito de São Paulo, sob um sol escaldante, me dou graças de poder ir de ônibus e metrô e chegar mais depressa ao meu destino. E a frota nem anda ruim não. Ao menos não por onde eu ando - e ando um bocado. Em algumas linhas já tem até um novo ônibus cujo espaço interno mais parece um parque de diversão, tantos são os níveis de acentos.
E agora me ocorreu que meu incômodo com o que li sobre o dia sem carro foi ver as pessoas terem dificuldade em admitir que não estão dispostas a abrir mão dos seus costumes e justificarem isso botando a culpa no outro; e nesse caso um outro facilmente culpável: o transporte público deficiente. A penúltima conclusão que tiro deste texto é que em meio à patrulha em se ser sempre politicamente correto e ecologicamente responsável, as pessoas começam a ter dificuldade de serem sinceras consigo mesmas quanto às suas reais motivações.
E é assim e então que chego à última e derradeira conclusão que posso ter com esse texto: para se escrever de forma mais artística basta querer.
26 de setembro de 2007
Assim: como o que para quem não tem carro entra na conta como tempo de espera pelo ônibus, custo, conexão e eles poderem vir cheios e tals, e que para elas entram no abuso e veja: foi um só, um único dia que pediram pra deixar o carro em casa e era Sábado! Um dos melhores dias e que por conta do programa tinha a frota quase toda na rua.
E eu dou risada porque é nessas horas que a gente vê que mesmo que a pessoa seja culta, politizada e antenada, como é difícil conceber a vida sem os seus parâmetros. Empatia é um atributo limitado pelo EU.
23 de setembro de 2007
Minha mãe nunca elogiou um filho para ele mesmo. As poucas vezes em que a ouvi falar bem de mim foi para ou por terceiros e confesso que nas primeiras vezes em que me contaram, custei muito a me convencer de que a pessoa não estava doida ou tinha sonhado. E, no entanto, críticas são com ela mesma. Para apontar o erro e dizer do que acha que está mal feito ela é a primeira da fila. E sabe fazer isso com uma dose de crueldade que a maioria das vezes me assusta. Assusta por que é difícil entender como dois opostos caminham tão bem juntos, já que ela é capaz de tirar a roupa do corpo para ajudar alguém - mesmo que não goste ou conheça esse alguém - e eu já a vi fazer isso; literalmente.
E o engraçado é que conheço mais gente assim; que tenho mais gente assim na minha vida...
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Hoje lembrei do ex-namorado que ao saber que, bêbadazinha, eu havia feito o maior sucesso com os homens no barzinho - rainha da simpatia que sou -, me disse que os amigos presentes disseram-lhe que eu parecia uma vagabunda. Rapaz! Precisei de muita força de vontade para não meter a mão na cara dele naquela hora. Fui tirar satisfação com os tais amigos e descobrir que ele é quem tinha-lhes dito aquilo por ciúmes, ou seja, me agrediu quando na verdade não conseguia admitir que me amava... Mas hoje eu sei disso. Na época levei muito tempo para perdoá-lo e precisei de muita, muita ajuda para isso.
Aliás, o grande problema entre nós, e que me impediram de voltar com ele quando me pediu, foram as coisas que me disse pós término de namoro me deixando insegura. Como você volta a confiar emocionalmente em alguém que diz que terminou com você porque te amava mais que a si mesmo e, de quebra, também diz em outra oportunidade que estava feliz em ter uma namorada magra, pois andava farto de ver gordura? Sim, eu sei que são coisas conversáveis, porém não houve interesse nem em se saber do que eu falava quando disse que ele trazia coisas para a minha vida que eu não queria ter de lidar...
Agora o problema entre nós são as coisas que ele não me diz, mas diz pros outros e eu fico sabendo. E o que me pega não é o fato dele falar de mim e sim ele não falar para mim quando ele sempre teve acesso livre até mim. Podia vir pra me comer, mas para conversar comigo não, sabe como é? Pois. E confesso também me incomoda ser transformada em vilã da vida dele por conta de uma história que, na verdade, não tem bandido e nem mocinho, só o medo como entre meio. Medo de ambos.
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E não sei porque esses dois temas estão interligados para mim, mas estão. Fato é que já aprendi que nem tudo precisa ter uma explicação.
20 de setembro de 2007
Há!
Amei!
18 de setembro de 2007
Carrie Bradshaw me irrita profundamente. Jesus! Será que aquela mulher nunca vai se tocar de que precisa sair da própria mente e comunicar ao outro, de preferência com palavras bem articuladas e sonoras, o que se passa dentro dela? Mas sei que ela me irrita porque me reflete numa determinada época da minha vida, porém eu tive a graça de ter uma terapeuta que me dissesse: "sai da sua mente e vai confirmar suas hipóteses na realidade". E num é que foi melhor mesmo?
Tá, tudo bem que com homem as duas coisas nada funciona muito bem. Se você cala eles não têm como saber e se você fala é porque está em surto, está fazendo drama, é melindrada e mimada.
Não, não é fácil não...
17 de setembro de 2007
O que mais me impressionou no processo foi o administrativo do cemitério, principalmente quando o moço sacou o livro de registro que mostrava-lhe quem está enterrado no jazigo e quando foi o último enterro que aconteceu nele. Eu passei dois dias tentando achar uma forma de explicar o que vi e lamentando estar tão passada que nem lembrei de fazer uma foto com o celular... Pense ai numa pasta de arquivo que tem as folhas pelo menos 5 cm maior que ela nas bordas. Agora imagine todas essas bordas rasgadas, dobradas, enroladas sobre si mesmas como se fosse um babado. E o cara tem de abrir o negócio com todo o cuidado porque as folhas ali são capazes de desintegrar diante dos olhos de quem estiver olhando, literalmente. Computador não é algo conhecido daquele povo, mesmo que haja um ali bem em cima de uma das mesas...
Aliás, ali eles parecem nem ter compreensão do funcionamento da coisa, pois o cara fez com que eu deslocasse minha mãe até lá - o cemitério é longe pra dedéu de onde moramos e ela estava com a pressão alta - para assinar a autorização de sepultamento sem que fosse necessário, mesmo depois de eu perguntar mil vezes e insistir muito em que eu poderia fazê-lo sendo filha. Quando fui preencher a papelada e li lá que eu realmente poderia assinar bastando que depois ela enviasse uma ratificação da autorização fui lá perguntar se ele sabia ler e se entendia o que lia. Com toda a educação do mundo, mas fui. Quando ele respondeu que obedecia ordens, pedi então que dissesse ao chefe dele que ele estava ouvindo reclamações atoa, uma vez que aquele papel era um documento e assim sendo era soberano ao que qualquer pessoa pensasse ou fizesse.
E ai você pensa no quanto se paga pelo sepultamento, mesmo os mais simples, e na estrutura que tem um dos maiores cemitérios de São Paulo e conclui que até na hora de morrer tem gente levando vantagem sobre você.
Ê Brasil!
14 de setembro de 2007
Não sei dizer que tudo vai dar certo quando o caminho se desenha sombrio, mesmo que lá no fundo eu saiba que nunca, nunca fica mais escuro que a meia-noite.
Não sei dizer que não vai doer quando sei que vai, mesmo que saiba que algumas vezes para curar tem de machucar.
Acho melhor ser sincera e oferecer ombro, colo, amparo. Estar ali sempre como um apoio, pois caminhar só se pode com as próprias pernas.
Não sei não sofrer quando vejo alguém que amo sofrer... Pudesse eu e arrancaria com as próprias mãos a dor dos corações que me são caros.
Hoje choro por você Aninha, pela sua dor. A vida levou sua mãe há dois anos e hoje leva seu pai... Sei que nada te consolorá por muito e muito tempo...
Estava ali conversando com a mãe e uma coisa dissemos que há de ser sempre lembrado quando pensarmos nos teus pais: eles te amaram mais do que tudo na vida deles. Enquanto muitos passam pela vida sem conhecerem o amor, você por 25 anos recebeu deles um amor pleno. E é justamente esse amor que te dará forças pra seguir em frente no momento certo.
E eu espero poder estar presente, sempre. Física, mental e afetivamente na sua vida. Como te disse: sei que nem se compara, mas sozinha você não vai ficar.
Te amo não por que você é minha prima, mas por que você é você. E vou ao teu lado enfrentar a vida e te mostrar que sim, ainda existe felicidade possível reservada para você, mesmo que por hora seja impossível você acreditar nisso.
Que Deus guarde seus pais e que de lá eles possam iluminar o seu caminho como sempre fizeram...
Beijo!
11 de setembro de 2007
E embora alguns achem que minha vida não tem lá muita cor, enganam-se. Medem minha vida pela própria necessidade de moviment(ação). Ilusão. Meu ritmo é outro uma vez que todas essas coisas eu já fiz à exaustão. Já passei muitas madrugadas na balada; já amanheci muitos e muitos dias na rua com amigos, com amores. Tanto, mas tanto que o que me retirou disso foi justamente a mesmice. Nada era novo. Nada ainda é novo quando vez por outra me aventuro novamente na noite. É o mesmo desespero fantasiado de ilusão e ânimo de que a noite traga algo ou alguém que justifique a própria existência que se faz insípida justamente por conta da busca insana de algo que se busca fora, no par, mas só se encontra quando, derrotado, conforma-se em ser só. É somente quando estamos conosco que estamos com o outro. Matemática fácil de equação difícil.
A minha cor está justamente nos meus amores. São eles as matizes da minha existência, são eles as dores que eu escolho ter. E prefiro-os nas ruas, praças e matas, nos botecos, nas casas, no MSN, ao telefone... ao invés de na balada. A música que fala e nos cala, os corpos que se esbarram, mesmo que harmonicamente, sem nunca se encontrarem. A bebida que alucina e aproximando mantém distante...
Não. Minha necessidade é verdadeira, meu encontro é de fato. Olho no olho, coração na mão. Minha escolha, minha opção. A aquarela que me enche de prazer nada abstrato, nada fugidio, mas que nem todos são, ainda, capazes de ver.
8 de setembro de 2007
Pois só assim pra eu me decidir radicalizar e optar pela Gastroplastia. Já me inscrevi em Julho, passei pelo primeiro estágio em Agosto e agora tenho de esperar pacientemente pela minha vez, o que não é fácil no meu caso, porque o incômodo é tão grande quanto a ansiedade. Acho que o que realmente me fez tomar pé da situação foram as dores nas pernas, joelhos, pés e na coluna na volta das minhas caminhadas. Pois é, algo que sempre fiz, de repente, começou a doer demais; a doer a ponto de precisar de remédio pra suportar.
É o peso.
E deixei de ser besta sabe? Assumi que sou indisciplinada, que embora não coma muito, como numa quantidade que para mim me faz engordar e que não consigo resistir a algumas coisas que deveria: pão, refrigerante e leite com achocolatado, por exemplo. Então o jeito é cortar o mal pela raiz. Porque se existe uma possibilidade de se morrer em conseqüência da cirurgia, existe uma certeza de fazê-lo em conseqüência da obesidade, e se é pra morrer, eu prefiro morrer lutando. Não, eu não vou morrer.
E é um processo interessante esse de se estar prestes a mudar de corpo, pois embora tenha idéia do corpo que terei, já que uma vez cheguei bem perto de estar magra, sei que minha vaidade vai ter de sumir no processo. A única certeza, à princípio é que - sem roupa - meu corpo será só pelancas e flacidez...
Então é isso pessoas: todo mundo me imaginando fazendo a cirurgia por Universo acelerar meu processo! rs..
6 de setembro de 2007
Eu não disse que meu sentimento mudou, nem o seu; disse que perdemos intimidade e que essa é uma dificuldade minha. Sempre foi assim.(...)
Eu só consigo encontrar a sós pra ficar muito tempo pessoas com quem tenha intimidade, ou esteja muito afim de ter... rs... Sim, eu sei que sou doida. Veja, eu encontro bleblebleblé e bloblobló sozinhos, mas porque temos uma conversa infinda, mesmo que não falemos todos os dias; às vezes nem nos falamos na semana, mas sei lá... Eu sei que eles estão à distância de um click, uma ligação. Que existe toda uma disponibilidade. Se minha mãe passa mal, eu deixo recado no MSN deles antes de sair pro hospital e eles quando vêm me ligam pra saber como ela está, como eu estou. E isso mesmo tendo uma festa na casa deles, eles estando com a namorada que veio de fora... Eu sou "amiga" de todas as demais pessoas(...), mas já com eles não tenho intimidade e então evito encontrar a sós... Só se for algo muito importante e pessoal a ser dito e tiver de ser assim. Até hoje aconteceu uma única vez e com blibliblibli. A outra vez que nos encontramos só os dois foi pra ver xyzxyzxyz e ai estávamos cercados de uma multidão... Onírica e concreta.
Sim, se eu encontro alguém na rua eu abraço, troco palavrinhas, até posso seguir caminhando com a pessoa por duas horas, mas com certeza não falo de mim. Escuto o que ela diz, emito opiniões sobre o que ela diz, mas da minha parte a resposta ao: "e você"? É sempre tudo bem e dou um jeito de devolver o foco da conversa pra pessoa mesmo. O que não é difícil, pois 99% das pessoas adoram falar de si... A vez mais próxima que isso aconteceu foi semana passada que na caminhada encontrei o blublublu... Falamos por duas horas de artes cênicas! Um papo ótimo de verdade!
O flaflaflá mesmo. Todas as vezes que sonho encontrá-lo, fantasio mesmo, os encontros nunca são à sós, mesmo a gente tendo uma puta intimidade "virtual" e eu tendo quase certeza de que ela seja mesmo real. Se depender de mim o encontrarei com, no mínimo, mais uma pessoa ao lado... Que poderá até se transformar num empecilho depois, quando eu ver que "Opa! Rolou! E agora quero ficar sozinha com ele pra gente falar de todas as coisas que não quer falar na frente dos outros".
E com você já não era mais assim... Eu já falava de mim, dos meus sentimentos, da minha percepção das coisas. Com você eu me abria com naturalidade, diria que até maior do que faço com o bliblibli e blobloblo, pois você é uma pessoa, por incrível que pareça, isento de critica quando a coisa é o outro ser humano e seu universo interior. E provavelmente eu não serei mais assim, mesmo que você não perceba. Na verdade acho que só eu percebo que faço isso com as pessoas... E só quis ser honesta com você. Opa! Acho que acabei sendo íntima também né? Progresso! rsrsrs...
E a questão nem é você ser arcaico. É eu não entender mesmo como algumas a-m-i-z-a-d-e-s se dão com um intervalo de tempo suficiente pra vida do outro virar do avesso e a gente não ficar sabendo e nem participar. Com colegas, que muitas vezes chamamos de amigos para dar a ilusão de serem mais íntimos do que realmente são, eu entendo que role isso. Mas AMIZADES, amizades mesmo? Não. Não entendo.
(...)
Mais desnuda que isso impossível! Sim, eu tenho problemas com falta de intimidade.
3 de setembro de 2007
Eu: "Não é porque eu estou numa segunda-feira de dita que vocês vão se acostumar não. Meu expediente é limitado e acabou de acabar"!
Todo mundo riu.
E pensar que esse é o dia-a-dia de inúmeras mulheres...
1 de setembro de 2007
Trecho de uma discussão com um amigo:
Entendo seu ponto de vista. Porém, para mim um escritor de qualidade tem de alcançar a maior parte das pessoas com a sua obra, o resto é blábláblá de quem escreve direitinho, mas sem abrangência.
A arte tem a função de traduzir e transcender o universo humano e, na minha opinião, a escrita é o que o faz com maior propriedade.
Mesmo que você se referencie num universo particular - o seu - num mundo de bilhões de pessoas, certamente você estará "conversando" com milhares, se não milhões, de almas que se identificam com a sua... Só isso faria do seu livro um tremendo sucesso!
Ai vamos entrar na eterna discussão sobre a qualidade do leitor... rs... Mas ai eu acho, apenas acho, do verbo bem achado, que é o escritor quem verdadeiramente educa um povo. Eu aprendi a escrever lendo e não na escola. Você idem né? Somos crias dos livros.
E não acho ruim não que a mídia desloque o foco pra lugares nunca antes navegados. Através dos livros a gente descobre universos e realidades que nos escapam em documentários. Acho pobre que a coisa fique apenas no eixo ocidental, porém também acho pobre que o motivo deste deslocamento de eixo sejam as guerras e o terrorismo.
Não li nenhum dos livros do Orhan Pamuk então não posso criticá-lo. No entanto, sobre "O caçador de pipas" - que eu, com essa minha característica de não guardar nomes, pra variar, transformei em "o empinador" rsrsrs... - o que fez dele um grande livro para mim, foi me deixar sentir o que provavelmente aquelas pessoas sentiram em algum momento da história daquele país. Eu me transformei naqueles personagens, assim como me transformei nos “da menina que roubava livros” essa semana... Um livro bom, um texto bom, é aquele que me faz sair de mim mesma e me transformar em outra. Que invade minha percepção sensorial subjetiva e, conseqüentemente, transforma minha visão de mundo.
Chorei de soluçar com esse livro, porque mesmo sem ter nascido, vivi a Segunda Guerra Mundial essa semana sob os olhos da morte; uma mãe ríspida feito fel e com um coração de mel; um pai adotivo que tinha prata nos olhos e ouro no coração; um judeu foragido que tinha o dom de esmurrar os outros com socos e palavras - essas às vezes suaves; um garoto que queria ser negro e veloz numa Alemanha nazista e sonhava com um beijo; e de uma menina que tinha pesadelos, coragem e roubava livros. E entendi ainda mais profundamente que a guerra, a pior delas, é a que travamos conosco mesmos quando nos obrigam, ou querem nos obrigar, a sermos alguém que não somos. No meu caso entendi que é preferível morrer a viver vendo quem eu amo morrer sem fazer nada, sem ao menos lutar...
Me diz: um livro que faça isso não merece ser um best seller? Não é um grande livro? Ao mesmo tempo: não é essa uma das grandes questões da atualidade? O que somos versus o que determinam que sejamos? Como a mídia, se for feita com honestidade, pode deixar de lado um livro assim? Acho que, no fundo, temos de ter cuidado para ao se ser do contra, deixarmos passar coisas bacanas.
E não fale mal de “O meu pé de Laranja Lima!” O primeiro livro que li e amei! rsrsrs Foi ele quem me ensinou a amar livros; ele quem começou a me moldar no que sou. Tô explicada né? [:p] Matamos a charada da minha existência dramática!
Mas ai, agora fiquei com uma curiosidade Tavinho: o que é um grande livro para você? Um livro que merece honras e ser lido por todos... Não, não quero citações, quero descrições...
Beijo!
E você, o que faz um livro ser considerado um grande livro pra você?
31 de agosto de 2007
É verdade.
O tom da imensa maioria dos livros é mesmo triste né? O que interessa a maior parte das pessoas é o amor ou o drama. Ai me ocorreu um motivo: é que a tristeza, ao contrário da alegria, é um veneno que precisa ser posto para fora nem que seja sob a forma de palavras. Se fica em nós nos envenena; com o tempo mata.
Já a alegria nos cura e sai de nós naturalmente, pois irradia. Não é preciso nenhum ato nesse sentido.
Conheço muita gente que quando está absolutamente feliz não consegue nem escrever no blog, mas nas tristezas é o primeiro recurso que lhe ocorre para começar a elaborá-la...
E por falar em livro triste terminei de ler "A menina que roubava livros" ontem e chorei de soluçar por muitos e muitos minutos... Lindo, lindo, lindo, mas triste...
E tão sincrônico...
30 de agosto de 2007
Rapaz! Eu tenho uma dificuldade enorme com isso. Ou melhor: tinha. Como bem diz o Gui bastavam dois ou três dias de sumiço que já ia atrás de saber o que aconteceu. Entenda-se por sumiço, minimamente, eu não ver on-line, porque posso não falar, mas só de ver a pessoa ali, já deduzo que está tudo mais ou menos normal e fico sossegada.
Hoje não mais. E não é vingança não. Nem cansaço. É que tem de ser sabe? Um dia a gente tem de crescer e entender que na nossa vida a única constante somos nós mesmos. Os demais, todos os outros, são sempre transitórios e efêmeros. Alguns podem duram mais, porém todos temos uma data marcada para partir, ou para serem partidos.
Entendi que todos os amores são eternos, mas dizer "eu te amo" não.
Entendi até a efemeridade do amor virtual e como se dá o processo da separação: quem ama alguém que nunca viu e que um dia deixa de aparecer, ama como que a um software único que um dia deixou de funcionar, levando consigo todos os arquivos. Não é um programa capaz de ser recuperado, porém deixa no seu lugar um programa que jamais poderá ser desinstalado: a saudade.
A vida urge e eu preciso dizer adeus. Adeus a mim mesma. Adeus ao meu jeito apegado de amar. Hoje está sendo meu último dia. Amanhã eu acordo outra e ao mesmo tempo eu mesma, apenas com uma cicatriz a mais. Hoje com certeza dói. Amanhã talvez doa, mas é a tal dor nova que traz possibilidade de felicidade no bojo, sabe?
Tô precisada de felicidade maiores.
29 de agosto de 2007
Alguém disse que é impossível recuperar um amor que se estilhaçou. Foi um choque ouvir isso. Ainda é um choque pensar que realmente seja impossível recuperar um amor que quebrou o pé no meio dos seus tropeços. Desconheço amor que não tropece, embora nem todo tropeço acabe em fratura...
28 de agosto de 2007
Na festa perfeita, uma das convidadas não tomou vinho porque o garçom não passou por ela. “Ela deve ter passado a festa inteira no banheiro então”, disse eu quando a aniversariante me contou, pois o serviço foi impecável e a comida e bebida absolutamente fartos. Depois pensando sobre o assunto me ocorreu que é pior né? A pessoa consegue ver o garçom ali, a alguns passos de onde está, e simplesmente não ir atrás do que deseja. Comodismo e fazer-se de vítima, geralmente se traduzem em ações simples assim.
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No P.S., mais precisamente no setor da radiografia, enquanto todos aguardavam, um fulano reclamava incessantemente da demora (que nem era tanta assim) utilizando-se, inclusive, de palavrões, na frente de crianças pequena. Precisei rezar uma hora para não o mandar calar a boca, pois é incrível como as pessoas se acham no direito de usarem o espaço comum para serem desagradáveis. Quando chamaram para entregar-lhe a radiografia, ele foi tirando aquele sarro desagradável e recebeu foi ordem de entrar novamente na sala e ficar quieto na hora de baterem a mesma, pois a sua radiografia não saiu. Há! Adivinha se ele não ficou quietinho esperando dessa vez.
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Não existe nada mais triste do que ver que alguém se tornou amargurada. Cheguei em casa e antes de dormir, rezei pedindo que Deus me permita passar pelos desabores da vida sem jamais perder a consciência de que o milagre faz parte dela. Que do mesmo jeito que tudo se desarruma de uma hora pra outra, também volta ao lugar do mesmo jeito.
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Tem gente que passa pela vida levando, sem aprender as lições necessárias, mesmo que a vida bata insistentemente na mesma tecla, de várias formas.
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A cada dia mais me convenço de que você determina a forma como a vida se mostra a você através da maneira como você se mostra a ela.
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Cadeiras estofadas para um P.S. não é algo legal, embora seja confortável. Voltei para casa cheia de sangue na roupa e não faço idéia de onde ele veio. Dedução lógica: das cadeiras que azul marinho da sala de espera do P.S. do Hospital do Mandaqui. Mas isso é um perigo: imagina se eu estou com alguma ferida aberta, ou mesmo com um corte e esperando socorro sento na cadeira que alguém também ferido sentou-se antes, mas que seja portador de alguma doença infecto-contagiosa... Sacou? Amanhã mesmo vou falar com a minha coordenadora para que ela fale com o pessoal do hospital de cima.
25 de agosto de 2007
Sol na casa 2, lua na casa 7
25/08 (hoje) às 13h01 a 28/08 às 3h52
Eis que a Lua torna-se quase cheia, transitando pela sétima casa do seu mapa astrológico, entre os dias 25/08 (hoje) às 13h01 e 28/08 às 3h52. Estes serão dias em que você, Marie, perceberá que suas questões práticas, sejam elas financeiras ou que envolvam a materialização de objetivos, dependerão mais dos outros. A Lua na sétima casa sugere que você estará emocionalmente dependente da ajuda de terceiros, que poderão facilitar as coisas para você. Ou dificultar, se você deixar que orgulhos tolos lhe impeçam de aceitar ajuda. Como o Sol e a Lua estão quase formando uma oposição, o ajuste necessário envolverá o dilema "o que eu quero e estabeleço enquanto prioridade" versus "o que o outro deseja e necessita neste momento".
24 de agosto de 2007
Acordo e não consigo abrir completamente o olho direito. Penso: "danou-se!" Corro pro espelho e vejo lá que o rosto que tinha começado a desinchar ontem com a medicação anti-inflamatória dobrou de tamanho. Ligo para a dentista e ela pede pra eu estar lá na hora do almoço dela.
Preciso antes passar no banco para sacar uma grana, pois dei todos os meus trocados para a minha irmã ontem. Um amigo do meu irmão que aqui estava me deixa lá evitando que eu ande embaixo do sol forte. No caixa descubro que nenhum dos dois depósitos que deveriam ter entrado ontem na conta, foram feitos. Meu saldo não dá nem pra sacar R$10,00. Saio de lá e vou até o ponto de táxi do qual sempre me sirvo e peço a um dos motoristas que me ajude fazendo a gentileza de me levar até o dentista, mas permitindo que eu pague a corrida na semana que vem. Freguesa freqüente e antiga, ele topa.
No consultório, a menina que brinca no chão da recepção quando chego e sento na sala de espera, não consegue desgrudar os olhos do meu rosto. É, sei que estou meio impressionante.
Logo é minha vez e eu já sento na cadeira chorando. Estresse. A dentista avalia a situação, chama a assistente para que lhe prepare duas injeções e pede para que ela a ajude com o sugador. Eu penso: "Lá vem chumbo grosso"! Sinto a picada da anestesia ao mesmo tempo em que vou me dizendo: "fica calma, fica calma, você confia e acredita plenamente nela como profissional". Mas quando sinto a lancetada na bochecha qualquer possibilidade de auto-controle se esvai. Enquanto sinto apertarem a minha face, ao mesmo tempo que ouço o sugador fazendo um ruído semelhante ao de quem chupa o fundo de um copo de milkshake, as lágrimas correm aos grotões e minha respiração começa a acelerar. Sinal irrefutável que ela chegou: uma crise de ansiedade como há muito eu não fazia.
Começo a fazer sinal de que preciso sentar para respirar, mas ninguém consegue me entender até que começo a escorregar para baixo na cadeira fugindo de tudo. Elas param e eu sento-me. Minha respiração está a milhão, eu sei que vou hiper-ventilar, mas não consigo simplesmente respirar mais calmamente. Minha dentista me faz perguntas que me escuto respondendo claramente, mas nem ela e nem a assistente conseguem entender o que digo. Meu rosto começa a formigar e sei que se não conseguir parar de respirar o próximo ato vai ser desmaiar ali mesmo. Sinto a mão da minha dentista no meu ombro em movimentos circulares e escuto a sua voz dizendo: "calma, fica calma". Vejo a cara de espanto da assistente. Preciso parar com aquela hiper-ventilação a tempo e é então que tampo o nariz e a boca com as duas mãos e fico assim até que respirar se torne imperativo novamente.
Pronto. Consegui debelar a crise. Ainda choro, recebo um copo de água com açúcar, me recosto na cadeira e começo a pedir desculpas para a dentista que me explica que tinha de fazer isso, pois caso contrário eu faria um cisto que acabaria drenando pelo lado de fora, o do rosto. Eu sei, não é a primeira vez que me acontece isso tratando um dente, mas o pânico de dentista está sempre ali me sondando. "É a loucura da pessoa; é porque eu sou louca que faço isso, não por falta de confiança. E eu não quero fazer, eu tento não fazer, mas eu faço sabe? Loucura pura!" São as únicas coisas que consigo repetir. Volto a deitar para ela continuar drenando minha bochecha, mas agora as coisas correm mais tranqüilas. Depois dessa descarga adrenérgica sempre fico meio abobada...
Terminamos e ela me trás em casa, pois não confia que eu consiga sequer chamar o táxi. Eu agradeço.
Passei a tarde terminando de drenar meu rosto, com bochecho de Malvona e apertando mesmo e agora sei que saiu tudo e então vou começar a melhorar.
Mas eu agradeço sabe? Do fundo do meu coração agradeço que esse dia que tinha tudo pra dar errado tenha dado certo e eu esteja aqui em recuperação. Agradeço ao amigo do meu irmão que me deu carona; ao taxista que foi tão generoso; à minha dentista e a sua assistente pela competência e generosidade. À minha irmã que comprou meu remédio, à minha mãe que fez sopinha para me esperar e a Deus, porque tudo poderia ter dado errado, mas não deu. Agradeço também às duas pessoas que não cumpriram o que combinaram comigo, pois assim pude ter uma prova concreta que nesse mundo, o que mais vale é a generosidade.
23 de agosto de 2007
Ai parei para buscar na memória e me toquei que não, os dois a que vou: um mais longe pra cortar e uma mais perto pra uma escova basicazinha em dia de festa, são mesmo uma muvuca de mulheres e etc... Mas eu e minha capacidade de me isolar da realidade circundante quando me convém nos mantemos imbatíveis!
Ou seja, só registro o que me interessa.
22 de agosto de 2007
E a coisa é tão arraigada que mesmo quem não tem religião, vai professando essas máximas de um jeito ou de outro. Mesmo quem tem a vida boa e garantida por trabalhar num empresa de rico que paga seus salários direitinho, dá uma série de benefícios e o trata com decência você vê agindo assim.
Mas a coisa é pior né? Porque é um preconceito engessante, que impede o crescimento, o aprimoramento moral, mas ninguém se toca disso. Qualquer tentativa de mudança é rechaçada. Rico não pode reclamar quando a água chega-lhe ao nariz, uma vez que vive num mundo de privilégios. Numa tomada de consciência, o Rico não pode nunca se doer porque a água chega nos narizes alheios também, pois quem tem privilégios não pode incomodar-se simplesmente, com nada! Tem de sempre ver a miséria e torcer o nariz, no máximo fazer doações ou, na sublimação suprema, ser politicamente correto e fazer trabalho voluntário. Ir pra ruas fazer passeata em seus carrões, celulares e roupas de marca? Não! Jamais! Vira piada.
Rico não tem consciência política, social e moral e nem chances de desenvolvê-la se depender do pobre. Simplesmente por que não. Ou porque o pobre não terá mais a quem culpar pela própria miséria, não terá de quem se sentir expropriado. Mesmo que ainda reste a classe dos políticos, no caso do Brasil...
Marx morreu; o comunismo naufragou no mundo; o socialismo resiste em alguns poucos países, e no entanto o pequeno comuna dentro de nós continua impávido agitando a bandeira da intolerância e preconceito. Rico para ter respeito tem de travestir-se de pobre, mesmo o pobre querendo ter tudo o que o rico tem... Não é hipocrisia demais?
Afff... Como me cansa isso de gente que cospe discurso sem nunca parar pra pensar nas coisas de verdade, ali com seus próprios botões até conseguir ver que está sendo tão vaquinha de presépio atendendo ao sistema, quanto aqueles que faz questão de criticar.
Se a elite não sabe se manifestar, porque não ensinar? Porque não fazer uso da força de indignação deles - e porque não dos recursos que eles podem disponibilizar - que ainda não está entorpecida como a dos demais e num impulso unir forças e chegarmos mais longe? Não, é simplesmente mais cômodo rir e criticar, assim a gente inconscientemente garante que tudo continue como está.
21 de agosto de 2007
"O pior cego é aquele que não quer ver"; a si mesmo principalmente, completaria eu...
20 de agosto de 2007
E ai hoje encontrei uma das minhas "borboletas" por lá e ela andou comigo um tempo, mas com tanto medo dos freqüentadores - sim, rola uns maconheiros por lá e um pequeno tráfico - que acabou me deixando pensativa sobre se ela aproveita realmente o lugar e o estar ali, mesmo que diga que sim.
Depois que nos separamos comecei a prestar mais atenção nos freqüentadores e acabei concluindo que, ao menos dos que vi, as pessoas andam e correm por ali indiferentes à natureza a sua volta. Geralmente estão com expressão de quem está perdido em si mesmo e querendo aperfeiçoar o corpo. Porém a verdade não é que é só lá que as pessoas têm essa expressão, é em qualquer lugar. Apesar de andarem, de se moverem, acho que muito pouca gente é capaz de dizer se no seu trajeto tem uma casa com jardim e ainda se nesse jardim tem uma roseira dando flores.
Foi assim que a expressão passar pela vida ganhou um significado concreto hoje. E então reafirmei uma coisa que já decidi há um tempo atrás: eu quero viver, estar realmente em contato comigo e com o universo a minha volta. Prestar atenção nas coisas, pessoas, ver as sensações que elas me trazem... Não quero passar pela vida apenas; isso é muito triste.
E é um aprendizado. Eu até me assusto com algumas coisas. Por exemplo: hoje estava lá caminhando e agradecendo pelo meu corpo, por ele ser perfeito, mesmo tendo sobre-peso e por me possibilitar tanto. Lembro que estava especificamente agradecendo pelas minhas mãos e o que elas produzem de bom para mim e para os outros, que estava mexendo numa com a outra. Porém não faço idéia de como estava a minha expressão, embora soubesse que estava sorrindo, uma vez que estava me sentindo muitíssimo bem. Foi ai que cruzei com um homem que ao olhar pra minha cara estancou e sorriu, mas de um jeito diferente sabe? Como se aquilo que eu estivesse sentido tivesse atingido em cheio o seu campo energético o obrigando a parar. Pareceu que ele ia falar comigo, mas como demonstrei que me assustei, ele nada disse e eu segui em frente.
E isso me fez pensar no quão poderosa é a energia da gratidão. É claro que ainda vou precisar experimentar isso de outras formas, mas o primeiro capítulo da lição ficou registrado...
19 de agosto de 2007
Chegou para a namorada e disse que ela era feia. Levou um tapa na cara.
Chegou para a primeira amante e disse que tinha outra. Levou outro tapa na cara.
Chegou para a seguinte e também disse que tinha outra. Levou mais um tapa na cara.
Chegou para a quarta e mais uma vez confessou ter outra. Adivinha se mais um vez não levou um tapaço.. Na cara é claro!
Mas ele estava determinado a seguir sendo sincero e pela quinta vez confessou ter outra. Batata! levou o quinto tapa na cara.
Era a vez da sexta e última da lista. Abriu a caixinha da sinceridade de novo e confessou ter outra. Só que dessa vez não levou nenhum tapa na cara! Disse que finalmente ficou esperto e agachou na hora H.
Hahahahahahahahahahahahahaha...
Só podia ser um homem da minha família!!!
Me questiono sobre isso por que não me parece que o certo devesse causar conseqüências negativas na sua vida. Não, não dá pra viver pensando que tudo poderia ser pior, que talvez aquela decisão tenha amenizado as coisas pro seu lado num nível mais cósmico, digamos.
No fim das contas vai-se criando um certo ressentimento e você chega à conclusão que é sempre errado evitar que alguém cometa uma burrada, mesmo que a pessoa te peça ajuda. Mas sei que na verdade o que falta é colocar limite na ajuda que se está oferecendo. Por que tem gente que simplesmente não tem parâmetros. Não sabe o que é uso e o que é abuso.
O ruim é que eu sou meio radical nessas coisas e dificilmente me vejo caindo noutra dessas sabe? Mais fácil me ver fazer ouvidos de mercador se houver uma próxima vez (toc,toc,toc, batendo na madeira três vezes!!!), simplesmente por que acredito que tem coisas ligadas à boa educação e noção temporo-espacial que as pessoas deveriam saber e ponto.
Tudo na vida tem um fim. Tudo. E esse não pode estar muito longe agora, mesmo que as pessoas ajam como se as situações fossem eternas.
17 de agosto de 2007
Paul Potts singing Opera
E eu queria tanto ver essa versão do American idol britânico, será que a Sony já passou?
Pra quem não entende inglês: esse é um candidato na seletiva que vai para cantar ópera e que por conta da aparência é um tanto desacreditado pelos juízes, mas quando abre a boca e canta...
Ele foi o vencedor do programa!
16 de agosto de 2007
Sei que sou.
E sou por que posso me estressar no meio da tarde e decidir ir dar uma volta no Horto Florestal para sair da vibração negativa e lá dar muito abraço em árvores e descobrir que no inverno algumas florescem, e que as flores são de tudo delicadas.
E mais: encontrar um amigo querido que por sorte teve uma vaga não programada na agenda e resolveu dar uma escapidinha para se purificar na fonte que tem lá, e terminamos a tarde caminhando por entre árvores e batendo um papo delicioso.
É eu sou grata por esses momentos inesperados e maravilhosos da minha vida!
"Eles passarão. Eu passarinho..."
(Mário Quintana)
Há alguns dias no saguão do Teatro dos Arcos em São Paulo, enquanto esperava um amigo que faz parte do elenco da peça “Aroma do Tempo” - excelente por sinal, fica aqui a dica cultural - que acabara de ver para poder abraçá-lo e beijá-lo pelo excelente trabalho que está realizando, ouvi alguém mencionar essa fala do Mário Quintana. Ele a usou em cada uma das três vezes em que foi “recusado” pela Academia Brasileira de Letras.
De lá para cá, essa frase não me sai da cabeça. A cada dificuldade, a cada contrariedade, a cada revés que sobre mim se abate me pego repetindo mesmo que em silêncio: “eles passarão, eu passarinho.”
Quem me vê, ou comigo fala, geralmente não imagina os vulcões que me habitam. Não têm noção das erupções que assolam minha alma e que a coisa que menos tenho nessa vida é tranqüilidade. E não sou falsa na minha aparência zen; também tenho em mim serenidade uma vez que convivo pacificamente com as minhas erupções sem permitir que minhas larvas atinjam outras pessoas. Se não falo sobre eles a quase ninguém é apenas por ter consciência de que vulcões são extremamente íntimos e difíceis de serem compartilhados. Não vou sair por ai enchendo a paciência alheia com os meus questionamentos, pois entre as coisas que aprendi na vida está saber que a maioria das pessoas prefere viver comodamente, o que implica em se manter num grau bom de ignorância em relação à quase tudo e, principalmente, a si mesmo.
Sou de natureza inquieta, revolucionária e contestadora. Porém odeio revoluções burras e odeio ainda mais fazer muito barulho por nada. Tem gente que vive alardeando todos os pareceres que têm sobre o mundo e todo mundo. Têm opinião formada sobre absolutamente tudo e as saem contando mesmo quando ninguém perguntou nada sobre aquilo. Muitas delas têm blog ou sites na Internet e fazem bem a linha: penso, logo publico. Opiniões e mais opiniões que num primeiro momento até parecem fruto de alguma reflexão, mas não são. São apenas discursos que têm a função primeira e única de fazer de conta, para si e para o mundo, de que estão fazendo um esforço tremendo e evoluindo.
Isso por que se tornou corrente hoje em dia acreditarem, piamente, que ser revolucionário e contestador, um subversivo “de ponta”, é ser triste, melancólico, depressivo e critico, desde que se entenda crítica como falar mal de tudo e de todos. Nada presta, nada funciona, a humanidade podia, e vai, explodir o planeta e implodir-se junto. E eu, leitora voraz até de bula de remédio, vou transitando entre esses universos observando e me questionando.
Que revolução existe em ser melancólico e triste, num mundo onde as doenças predominantes e desencadeantes de outros males, inclusive físicos, são a depressão e a síndrome do pânico? Que diferença faz no mundo a sua opinião se você é apenas mais um entre bilhões a criticarem eternamente o que está sendo feito, porém sem nunca tentar fazer a sua parte de uma forma diferente da que te ensinaram - e para os outros também - e que leva o nosso planeta para um mesmo destino catastrófico? Olhe à sua volta cara pálida! De quantas dessas pessoas que você passa o dia criticando você pode realmente se dizer diferente?? Mas quero aquela análise que você faz e não tem coragem de publicar; aquela que até na terapia é difícil de contar. E não precisa me dizer qual é não, a mim basta que você reconheça sua verdade.
Eu reconheci a minha há algum tempo. Não posso dizer que bebi de todas as dores do mundo, mas já bebi de quase todas. De sofrimentos eu entendo e de superar dificuldades também. Entendo de ter fé e de levar tanta lambada no couro que até se deixa de crer... E mesmo assim seguir adiante. A coisa foi tão brutal que ser alguém correta e voltada para o bem não passa mais por uma questão de religiosidade, embora hoje eu acredite novamente em Deus e me alie a Ele nos momentos difíceis que tenho, e ainda terei, na vida. Sou do bem porque sei que a tranqüilidade de deitar a cabeça no travesseiro e dormir, sem culpas ou remorsos, é o maior bem que podemos ter nessa vida. Errei, sim, errei muito. E erro. Feri, sim, feri muito e ainda firo. Mas hoje sei que enganos são pertinentes à ignorância e que esta é parte de se ser um humano em evolução. Aprendi a me perdoar e a aceitar minha falibilidade e quando fiz isso, aprendi a me amar. E em me amando aprendi a perdoar e a amar ao próximo como a mim mesma. Nem sempre é fácil. Escorrego, mas levanto e sigo em frente. Sempre.
E é atendendo à minha essência revolucionária e contestadora que decidi ousar fazer diferente daqui pra frente. Vou ser feliz. Vou tratar bem as pessoas, vou ajudá-las nem que seja apenas dando-lhes um sorriso sincero. Não vou dar voz à minha raiva, à minha sombra e nem à amargura, porque disso o mundo está cheio e vejam só no que deu. Não vou fazer o que acham que me faria feliz por que foi exatamente assim que o mundo chegou onde está: com as pessoas outorgando a terceiros as escolhas que deveriam ser delas. Vou acreditar em todos os sonhos que guardei no baú porque alguém um dia os rotulou de "difíceis" ou "impossíveis" e eu, burramente, acreditei.
Minha vida não vai ser um mar de rosas, por que dificuldades e sofrimentos fazem parte; vou conquistar e vou perder, vou amar e vou perder pessoas que amo, nem que seja para a morte. Problemas todo mundo tem, acontecem comigo, com você e com o João da esquina também. Ninguém é especial a ponto de não os ter nesse mundo. Fazem parte da vida e chorar de tristeza todo mundo vai. Mas rir também. E se eu posso escolher o que ter em maior quantidade na minha vida - e eu posso - escolho então que seja alegria, prosperidade, amor e fraternidade. Quero o riso e quero o gozo no sentido mais amplo que eles possam ter, e só porque essa é a verdadeira contestação que leva à única revolução da qual o mundo está precisando.
Ser triste e deprimido e morrer de medo de tudo e de todos, todo mundo pode e consegue. Quero ver é as pessoas terem peito de serem felizes, pois isso sim é ser verdadeiramente diferente nos tempos atuais. O resto é só ser mais do mesmo.
E é por isso, e só por isso, que plagiando mais uma vez o poeta digo:
“Eles passarão. Eu passarinho.”
15 de agosto de 2007
Estou conversando com a Luíza (sobrinha de 6 anos) para "secar-lhe" as lágrimas causadas pelos "absurdos que o Gustavo me falou" - um puxão de orelhas verbal e sensato do irmão mais velho - e pergunto como está a escola, se ela tem muitos amigos lá e ela responde que não. Nesse momento o Gustavo entra na cozinha e cochicha no meu ouvido que ela não tem amigos, pois está com dificuldade de relacionamento e simplesmente não consegue fazer amigos.
Estranho. A Luíza é absolutamente comunicativa e encanta qualquer um em minutos...
Começo então pesquisar o que está acontecendo e descubro a verdade: ela até tem uma amiguinha, mas que vai muito pouco à escola; a verdade é que ela, Luíza, não quer fazer amigos não, pois quem tem amigos lá se distrai na aula, leva bronca da professora e aprende menos e ela quer muito aprender bastante coisa na escola. Por isso prefere não fazer amigos. A ela bastam os que já tem fora de lá.
Então tá então. A Família já tem sua primeira CDF por excelência!
13 de agosto de 2007
Acho que descobri o problema do brasileiro. Descobri quando, antes mesmo de ver a Campanha “Cansei”, vi a reação de algumas pessoas a ela. Claro que a maioria negativa. Aí fiquei matutando, querendo entender porque nenhuma campanha, nenhuma manifestação nesse país, desde os caras-pintadas no impeachment do Presidente Collor, emplacou novamente, mesmo que o que se tenha feito depois dele tenha sido pior e mais sério. Fiquei relembrando as pessoas nas ruas, aquela movimentação toda que ganhou espaço absoluto nas mídias do Brasil e do mundo e foi então que se fez a luz.
A culpa é da “turma do deixa disso”. Daquele grupinho de pessoas que nunca quer confusão, mesmo que a confusão seja em benefício próprio. Por que essa turma só acha que vale a pena se mover se for pra ser notícia. E se resultar em fotografias pra se colar num álbum, ou aparições na telinha que depois possam vir a ser mostradas e comentadas com amigos e parentes, melhor. Para eles só vale se envolverem se a coisa for um verdadeiro espetáculo. Caso contrário – e se ainda por cima for um minuto de silêncio - é melhor que tudo aconteça à sua revelia e, de preferência, se algo realmente acontecer, que eles possam ver pela TV.
Quando essa turma vê algo como a Campanha “Cansei”, imediatamente começa a se dizer: “isso não vai dar em nada, não vai levar a nada, melhor nem pagar o mico”. Começam também a dizerem isso para as pessoas à sua volta e como brasileiro odeia pagar mico – pois depõe contra a sua auto-imagem de “esperto” - se existia uma vontadezinha de participar, ela acabou de escorrer pelo ralo.
É a mania de grandeza que estraga o brasileiro. Essa vontade quase inata de ser o melhor em tudo e que, por não ser, acaba se traduzindo geralmente nuns exageros descabidos ou nessa apatia mórbida de quem não consegue ver que são os pequenos gestos cotidianos que mudam a nossa realidade...
Para os céticos de plantão eu digo: concordo! Parar um minuto na sexta-feira, dia 17, às 13 horas não vai fazer com que políticos ou cidadãos criem caráter e passem a tratar com respeito e dignidade os interesses dessa nação, fazendo deste um país mais justo e melhor. Não! Realmente não vai! E não vai porque inexiste mágica. Não existe “show” ou impeachment capazes de tal façanha. Porém, quando você olhar pro lado e ver que, como você, outros brasileiros também estão dispostos a realizar pequenas, mas efetivas ações visando à transformação da história futura desse país; quando vir o olho do outro refletindo o seu na crença de que merecemos mais e melhor, talvez isso comece a fazer toda a diferença.
Porque talvez, e apenas talvez, seja esse o gesto simples capaz de recriar em nós uma identidade há muito perdida. Talvez, e apenas talvez, depois desse um minuto voltemos a perceber que não devemos esperar nada dos outros, do governo e tomemos plena ciência de que quem constrói o nosso país somos nós. E que o fazemos justamente através de pequenas ações que levam muitas vezes apenas um minuto para serem efetuadas, porém cujos efeitos podem durar por muito tempo.
Então, programe seu despertador, seja no relógio ou no celular, para tocar às 12:59 h. do dia 17 de Agosto e desperte você. Vamos nesse um minuto nos comprometer conosco mesmos a levarmos adiante aquilo que nasceu antes desse minuto, quando você decidiu participar e mais: incentivou outras pessoas a fazerem o mesmo.
Vamos parar, mas que isso seja para que efetivamente voltemos a caminhar.
Marie Jeanne Sermoud
http://blog.cansei.com.br
8 de Agosto de 2007
Roteiro:
Pelo Brasil, vamos fazer 1 minuto de silêncio.
Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros - um movimento a favor do Brasil!
DIA 17 DE AGOSTO ÀS 13:00.
São Paulo: Catedral da Sé, Praça da Sé - Centro
Porto Alegre: Aeroporto Salgado Filho
Veja aqui o Roteiro dos atos cívicos
12:00 - Chegada
12:30 - Ato ecumênico
13:00 - Minuto de silêncio
13:01 - Hino Nacional e encerramento
12 de agosto de 2007
Acabei metida numa discussão chatinha aqui em casa por algo que escrevi e apesar de ter dito algumas coisas, passei longe de dizer o que queria. Logo em seguida alguém veio me encher o saco na internet e não fosse uma amiga on-line (obrigada Yva!)eu teria explodido com uma pessoa o que queria ter explodido com a outra. O x é que só consegui ir dormir às 04:00 da manhã por conta de ficar pensando obsessivamente na primeira situação. E mesmo dormindo, ela ainda me perseguiu por horas durante os sonhos...
E por ai a gente vê o quão é difícil mudar padrões habituais de pensamentos. Sempre fui extremamente crítica comigo mesma, exigente. Eu usei n argumentações comigo mesma, analisei, pensei, repensei, e consegui pegar no sono com elas, mas bastou o ego relaxar e o superego veio à tona de chicotinho na mão.
8 de agosto de 2007
Taxitramas: Um taxista de Prto Alegre conta as aventuras e desventuras ocorridas a bordo do seu Taxi. Já virou livro é é crônica semanal do jornal Zero Hora.
A Lei da Atração: A Patrícia me indicou no blog dela por conta do pequeno texto que fiz sobre o assunto. Fui lá e adorei tudo o que li. Se você está a fim de se aprofundar mais no assunto não perca a chance de conhecer os pontos de vista dela. Tem dicas valiosas!
Fiapo de Jaca: texto bons escritos pelo Tuca Hernandes que também dá excelentes dicas de leitura de outros blogs.
Papelpop.com: A visão divertida e ácida do Phelipe Cruz sobre o mundo dos artistas e celebridades mundiais.
Vejam só: estou hoje na fila de um caixa no supermercado que sempre frequento e que é ultramegahiperblaster movimentado. Estou em um caixa com um carrinho cheio; ao meu lado está, no outro caixa, um rapaz com uns 4 ou 5 itens; atrás dele tem uma mulher também com 3 itens e na frente de ambos um homem com carrinho monstro já sendo descarregado. O caixa imediatamente ao lado deles está fechado. Eu olhei e pensei que quando o carrinho na frente do meu passasse, caso o caixa deles ainda estivesse ocupado, cederia a vez para ambos, afinal, alguns minutos a mais na fila não iam me prejudicar em nada.
Passados alguns minutos no qual atrás deles parou uma mulher com um carrinho pequeno mas relativamente cheio, o caixa que estava fechado começa a abrir e então o rapaz se encaminha para ele. Lá atrás vem uma mulher com uma adolescente e uma menina, empurrando carrinhos pequenos e bem cheios. Quando o moço se dirigiu ao outro caixa, a moça que estava atrás dele também ia, mas como havia posto uma caixa de cervejas em lata no chão, abaixou-se para pegá-lo. Foi ai que a louca da mulher que lá vinha com os carrinhos, aproveitou-se para sair correndo literalmente e roubou o lugar da outra na fila.
Rapaz! Eu fiquei de boca aberta vendo aquela cena deprimente. A mulher usurpada olhou para mim completamente sem jeito e a de trás dela também me olhou tão espantada quanto eu. Ai não deu pra segurar né? Diante da cara de vitoriosa da fulana fui obrigada a dizer: "Pior é que a pessoa não tem a menor noção da sua falta de educação e acha que é o máximo, que é esperta né? Nem sente a menor envergonha de ser tão pequena". Ambas sorriram amarelo; talvez com tanta vergonha alheia quanto eu sentia. Porém a doidivanas mesmo não deu sinal de ter me ouvido. Uma pena!
Mas bacana mesmo foi ver a justiça ser feita espontâneamente. O mocinho que estava atento ao caixa em processo de abertura, não viu nada; porém quando voltou-se para ver a moça atrás de si e adivinhou a situação - acho que pela cara de contente da louca e a nossa completamente envergonhada - fez questão de passar a mulher na frente das suas próprias compras. Quase que eu aplaudo!!! A outra nem foi louca de reclamar, acho que disfarçadamente atenta às nossas caras alertas.
Não é de foder que as pessoas ainda tenham esse tipo de atitude? Me digam o que aquela imbecil achou que estava ganhando em roubar o lugar da outra na fila? Que vantagem existe em ser "esperta" quando é em detrimento do bem alheio? E para finalizar, me digam se não é exatamente esse tipo de esperteza que move 99% dos nossos políticos hoje em dia?
E eu aqui fico pensando em qual seria uma solução efetiva para esse país mudar. Algo que nos fizesse antes acordar, pois hoje desacredito piamente que seja a educação. Não, esperar as crianças serem educadas para crescerem e mudarem o país não dá, principalmente com a educação das nossas crianças sendo feito como está sendo feita, tanto em casa quanto nas escolas... Algo tem de acontecer e rápido para esse bando inerte, que é o povo brasileiro, cair em si quanto a babaquice que nos assola, como bem disse o Jabor!
Mas o quê?
6 de agosto de 2007
Então toquemos esse barco que um dia essa coisa se resolve, não é mesmo? Já até escrevi pro Blogger, mas até agora não recebi nenhuma resposta. E como é difícil achar um e-mail no qual você possa relatar seu problema! Você precisa revirar o site até achar algo que sirva e que na maioria das vezes não é bem o que você estava precisando. Embora saiba que eles evitam por ter muita gente que usa de maneira incorreta, não acho que dificultar o "fale conosco" seja a solução. Quem quer manter um serviço tem de arcar com o quantun de ônus que este acarreta...