6 de setembro de 2007

Trecho de um e-mail que acabo de enviar:

Eu não disse que meu sentimento mudou, nem o seu; disse que perdemos intimidade e que essa é uma dificuldade minha. Sempre foi assim.(...)

Eu só consigo encontrar a sós pra ficar muito tempo pessoas com quem tenha intimidade, ou esteja muito afim de ter... rs... Sim, eu sei que sou doida. Veja, eu encontro bleblebleblé e bloblobló sozinhos, mas porque temos uma conversa infinda, mesmo que não falemos todos os dias; às vezes nem nos falamos na semana, mas sei lá... Eu sei que eles estão à distância de um click, uma ligação. Que existe toda uma disponibilidade. Se minha mãe passa mal, eu deixo recado no MSN deles antes de sair pro hospital e eles quando vêm me ligam pra saber como ela está, como eu estou. E isso mesmo tendo uma festa na casa deles, eles estando com a namorada que veio de fora... Eu sou "amiga" de todas as demais pessoas(...), mas já com eles não tenho intimidade e então evito encontrar a sós... Só se for algo muito importante e pessoal a ser dito e tiver de ser assim. Até hoje aconteceu uma única vez e com blibliblibli. A outra vez que nos encontramos só os dois foi pra ver xyzxyzxyz e ai estávamos cercados de uma multidão... Onírica e concreta.

Sim, se eu encontro alguém na rua eu abraço, troco palavrinhas, até posso seguir caminhando com a pessoa por duas horas, mas com certeza não falo de mim. Escuto o que ela diz, emito opiniões sobre o que ela diz, mas da minha parte a resposta ao: "e você"? É sempre tudo bem e dou um jeito de devolver o foco da conversa pra pessoa mesmo. O que não é difícil, pois 99% das pessoas adoram falar de si... A vez mais próxima que isso aconteceu foi semana passada que na caminhada encontrei o blublublu... Falamos por duas horas de artes cênicas! Um papo ótimo de verdade!

O flaflaflá mesmo. Todas as vezes que sonho encontrá-lo, fantasio mesmo, os encontros nunca são à sós, mesmo a gente tendo uma puta intimidade "virtual" e eu tendo quase certeza de que ela seja mesmo real. Se depender de mim o encontrarei com, no mínimo, mais uma pessoa ao lado... Que poderá até se transformar num empecilho depois, quando eu ver que "Opa! Rolou! E agora quero ficar sozinha com ele pra gente falar de todas as coisas que não quer falar na frente dos outros".

E com você já não era mais assim... Eu já falava de mim, dos meus sentimentos, da minha percepção das coisas. Com você eu me abria com naturalidade, diria que até maior do que faço com o bliblibli e blobloblo, pois você é uma pessoa, por incrível que pareça, isento de critica quando a coisa é o outro ser humano e seu universo interior. E provavelmente eu não serei mais assim, mesmo que você não perceba. Na verdade acho que só eu percebo que faço isso com as pessoas... E só quis ser honesta com você. Opa! Acho que acabei sendo íntima também né? Progresso! rsrsrs...

E a questão nem é você ser arcaico. É eu não entender mesmo como algumas a-m-i-z-a-d-e-s se dão com um intervalo de tempo suficiente pra vida do outro virar do avesso e a gente não ficar sabendo e nem participar. Com colegas, que muitas vezes chamamos de amigos para dar a ilusão de serem mais íntimos do que realmente são, eu entendo que role isso. Mas AMIZADES, amizades mesmo? Não. Não entendo.

(...)


Mais desnuda que isso impossível! Sim, eu tenho problemas com falta de intimidade.

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