27 de fevereiro de 2008

24 de fevereiro de 2008

A primeira certeza que tenho na vida é a de que vou morrer. Essa é uma certeza de todos.

A segunda é que ao longo da minha vida vou errar muito, vou errar cotidianamente, vou errar até mesmo quando estiver ferrenhamente tentando acertar. Porque viver é aprender e quem precisa aprender é porque não sabe, e quem não sabe, geralmente descobre que não sabe justamente quando erra.

A terceira certeza que trago é conseqüência direta da segunda: necessitarei durante minha existência tanto perdoar quanto ser perdoada.

Deve ser muito bom viver acreditando que nunca se vai precisar do perdão alheio, que jamais se cometerá erros tão graves quanto os dos outros. Bom, mas mentiroso. Não tem quem não erre e feio nessa vida, minimamente uma vez e se for só uma vez, já se está no lucro. quer dizer: tem quem não erre, os expoentes da humanidade como Ghandi, Madre Tereza de Calcutá. Porém sejamos realistas e admitamos que não estamos nem perto da sombra do que eles foram. E, no entanto, tem quem ache que seus erros nunca necessitarão de perdão e por isso julgam os outros com toda severidade. Uma coisa é colocar limites, outra é castigar, punir as pessoas como se se fosse isento das mesmas falhas. Arrogância pura. Mas tudo bem, a vida ensina à todos.

23 de fevereiro de 2008

Pessoas que machucam sem bater

Martha Medeiros


É fácil deixar uma pessoa emocionalmente em frangalhos. É só mirar no peito e atirar com palavras.

Um dos maiores dramas femininos é a violência dentro de casa. Milhares de mulheres apanham do marido e do namorado. Não importa se são pobres ou ricas, analfabetas ou cultas: apanham uma, duas, três vezes e, em vez e fazerem a malinha e darem um novo rumo às suas vidas, mantêm-se onde estão, roxas e orgulhosas.

A maioria suporta a situação porque não tem como se sustentar, não tem para onde levar os filhos, elas estão nesse mundo sem pai nem mãe. Mas há outro motivo curioso: muitas mulheres encaram a surra como um contato íntimo. Na falta de um beijo, aceita-se um tapa. Dói, mas ninguém pode dizer que não existe uma relação a dois. É uma maneira masoquista de se fazer notar, de não se sentir ignorada pelo companheiro. Apanho, logo
existo.

Que é medieval, nem se discute. Mas a humanidade convive há séculos com essas armadilhas, com essas cenas em que cada um interpreta como lhe convém. Podemos nos apiedar de quem sofre maus tratos em nome desse amor fora dos padrões, mas a verdade é que apanhamos todas, todos. Diga aí quem nunca machucou, quem nunca foi machucado, mesmo sem trazer marcas visíveis.

Algumas pessoas são experts em não deixar cicatrizar velhas feridas, em fazer dor no ponto frágil. Insinuações doem, acusações injustas doem, desapego dói, indiferença, então. É justamente dentro das relações mais íntimas que se obtêm as melhores armas. A vulnerabilidade é terreno fértil para surras psicológicas. Sabemos como reage nosso cônjuge, o que costuma ferir nosso irmão, onde nossos amigos fraquejam. Basta uma frase, uma ironia, e o abatemos. Deixar uma pessoa emocionalmente em frangalhos não é passível de condenação. Não é crime, não deixa marcas de sangue no tapete. Mira-se no peito, atira-se com palavras, e os estilhaços caem para dentro.

A violência física não tem essa premeditação. Ela caracteriza-se pela falta absoluta de controle. No momento em que se agride alguém com socos e pontapés, atravessa-se a fronteira do racional: vigora a degradação, a selvageria, o fim da civilidade. Por isso, preferimos a agressão verbal, que, apesar de também machucar, ao menos mantém a ordem. O ideal, no entanto, seria escaparmos ilesos de qualquer brutalidade e convivermos apenas com abraços, sorrisos e palavras gentis, coisa que acontece apenas entre quem mal se conhece. A ternura full time só é comum entre pessoas cujas vidas não se misturam, não trazem conseqüências uma para a outra. Já a intimidade permite que a mágoa brote, transformando rancor em munição. Mike Tyson ao menos ganhava bem para bater e levar. Fora do ringue, todo mundo perde.

19 de fevereiro de 2008

Quem "inventou" o mito de matar dragões, quimeras e monstros, sabia o que é lutar para mudar o que se sente...

E não existe nada mais eficaz para isso do que olhar a realidade e as pessoas exatamente como elas são.

O que engrandece as coisas são as fantasias que mesmo inconscientemente depositamos sobre elas.
Eu querta ser nais sensata e racional, deve doer menos.

18 de fevereiro de 2008

Um dia quero que alguém me dê de presente o manual da maturidade afetiva pelo qual algumas pessoas parecem viver. É, quero. Mas suspeito fortemente que o que as pessoas chamam de maturidade é apenas fingimento e omissão de sentimento. Fingir que não está sentindo nada quando na verdade se está desabando por dentro... Como se isso protegesse de algo. Como se o outro não saber te colocasse a salvo do que está acontecendo dentro de você...

E uma das poucas coisas que sei nessa vida acerca das relações humanas, é que o que a gente nunca deve fazer é diminuir o que o outro está sentindo. Até entendo que o objetivo é ajudar, que a fantasia é de que tratando a coisa como algo menor, a razão se aposse da emoção, tome controle da situação e as coisas tomem outro rumo. Porém se a pessoa está dizendo que está doendo muito, é porque está doendo muito e menosprezar esse sentimento é tiro saído pela culatra. Fere muito mais do que cura.

17 de fevereiro de 2008

Faz parte de ser adolescente ter certezas absolutas sobre tudo e qualquer coisa. O adolescente simplesmente sabe e julga o mundo e as pessoas em cima do que sabe. É sim ou não, branco no preto, certo ou errado.

Conforme você vai amadurecendo, perde essas certezas todas sobre tudo e todos, pois com o tempo vai se dando conta que não existe nenhuma regra ou exceção que explique o homem e sua humanidade. Inversamente ao que pensamos quando mais novos, a maturidade não cessa os questionamentos; acentua-os, e lhes altera a qualidade.

Talvez isso aconteça por nos vermos errando ao longo da vida. Cometendo os mesmo erros, e uns completamente novos. Talvez porque aprendermos que saber e sentir são coisas que não necessariamente acontecem em concordância. E que somos tantos ao longo de uma vida, mas tantas e tão diversas partículas que é bobagem tentar definir o que somos ou podemos ser a cada instante... Fato é que nada nessa vida se define.

Às vezes sinto vontade de voltar a ter as certezas de um adolescente. De ter a sensação de segurança que na minha idade se perde, na exata medida em que se vai ganhando, cada vez mais, consciência da vastidão da condição humana, e que na vida não existem nem bandidos e nem mocinhos.
É, eu ainda tenho um blog...

11 de fevereiro de 2008

A improvável arte de ser mulher


Xxxxxx diz (21:13):
A Zzzzzz DISSE QUE QUER CONVERSAR COM VC NO FINAL DE SEMANA... RS
Xxxxxx diz (21:13):
SOBRE JOGOS DE SIMULAÇAO, QUE EU DISSE QUE VC TB GOSTA
Marie diz (21:14):
rs.. então tá né? diga a ela que conversaremos sim, fico esperando!
Marie diz (21:14):
mas eu num tenho nenhum, contei?
Xxxxxx diz (21:14):
não... entao pede prela te explicar o the sims
Marie diz (21:15):
eu num consegui instalar, frustração!
Marie diz (21:15):
sim, eu converso com ela sim! vou adorar!
Xxxxxx diz (21:15):
aki tb ta de rosca... consegui só 1 ou 2...
Marie diz (21:15):
que será né?
Marie diz (21:16):
tem o tal do seconde life on-line, mas nunca me aventurei...
Xxxxxx diz (21:16):
é pobrema de configurção... no micro da menina no 3º andar, que é mais véi que esse, roda tudo
Xxxxxx diz (21:17):
assim que sobrar uma grana, vou chamar o Julio para vir aki ver... to com os mails do fabricante do jogo mas não me atrevi a mexer nas configurações... aí qq coisa te passo
Marie diz (21:18):

Xxxxxx diz (21:19):
qdo entrar no mail vou procurar e te passar o que eles me passaram
Marie diz (21:21):

Xxxxxx diz (21:21):
tá abrindo... me passa o seu mail
Marie diz (21:23):
mariesermoud@terra.com.br
Marie diz (21:39):
chegou, depois tento reinstalar aqui...
Xxxxxx diz (21:39):
acho que tem outro... não lembro... vou ver
Xxxxxx diz (21:46):
se liga no que tá indo agora...
Xxxxxx diz (21:48):
nesse segundo, além de dizer que minha placa novinha é desatualizada, tenho que fazer facul de ciência da computação...
Xxxxxx diz (21:48):
por isso não mexi
Marie diz (21:49):
nem eu me atrevo a mexer em drivres...
Xxxxxx diz (21:49):
nesse segundo o problema é que ao rodar, as imagens saíam em blocos..
Xxxxxx diz (21:49):
pois é... uma bosta esses jogos
Xxxxxx diz (21:49):
mas leia esse segundo
Marie diz (21:50):
tô lendo
Xxxxxx diz (21:50):
eles são tão meigos...
Marie diz (21:51):
eles tão ensinando vc a limpar tudo
Marie diz (21:51):
pq no 98 isso pode atrapalhar mesmo
Marie diz (21:51):
mas tu num tá com um XP agora?
Xxxxxx diz (21:51):
sim
Xxxxxx diz (21:51):
acho que sim
Xxxxxx diz (21:53):
nem me atrevo a mexer nisso tudo... tenho que chamar o tecnico ou mandar esses mails e ver se isso eh viável...
Marie diz (21:53):
rsrsrs como assim: Acho que sim?
Marie diz (21:53):
os procedimentos são corretos Xxx...
Marie diz (21:53):
mas vc tem de saber qual é o seu windowns.. rs
Xxxxxx diz (21:54):
tenho?
Xxxxxx diz (21:54):
acho que é o xp sim...
Marie diz (21:54):
teeeeeeeeeem! juro que tem! rs... até pra reclamar no técnico!
Marie diz (21:55):
vai em iniciar, executar e na telinha que abrir escreve cmd e dá ok
Marie diz (21:55):
vai abrir uma tela preta e ai vc diz o que tá escrito lá: xp ou 98
Xxxxxx diz (21:55):
(carinha de choro)
Marie diz (21:56):
posso colar esse diálogo no blog ocultando seu nome? isso é incrível!!! rs..
Marie diz (21:56):
tô rindo muito aqui!
Xxxxxx diz (21:56):
XP 5.1.2600
Xxxxxx diz (21:56):
pode por o nome
Marie diz (21:56):
viu? sua versão do windowns é XP! então o que tá escrito nesse e-mail num serve procê.. rs
Xxxxxx diz (21:56):
(carinha de choro)
Xxxxxx diz (21:57):
(carinha tímida)
Xxxxxx diz (21:57):
então tenho que mandar outro mail
Marie diz (21:57):
viu como uma simples informação resolve um problema e economiza até o tempo do técnico?
Xxxxxx diz (21:58):
(carinha de envergonhada)
Marie diz (21:58):
sim! dizendo que teu windowns é XP e que não tá instalando! que mandem soluções pro XP e não pro 98!
Xxxxxx diz (21:58):
vou fazser o seguinte: vou mandar esses 2 mails pro tecnico e ele manda de lá um mail pra assistencia pra conve arem de igual pra igual...
Marie diz (21:59):
antes de mandarem vc mexer e atualizar drives, aliás num micro novo né? foi o que pensei quando li: mas o micro dela é novo!
Marie diz (21:59):
vc quem sabe.. rs.. eu acho que vc economizava ter de pagar o técnico depois né? mas............... rs** como riria um amigo meu!

9 de fevereiro de 2008

8 de fevereiro de 2008

Dei uma primeira reorganizada no blog. Tirei os links inativos (e aqui entenda-se por "inativos" aqueles que não me interessam mais por vááários motivos) e adicionei as boas descobertas dos últimos meses.

Tem muita coisa boa ai do lado.

MUITA.

Opiniões que valem a pena se levar em conta para se ter uma visão de mundo mais adequada, e literatura de primeira qualidade à disposição de todos.

6 de fevereiro de 2008

Eu gostava mais quando apenas sonhava te amar.

Nos meus sonhos éramos perfeitos.

Você era perfeito; eu era perfeita.

Ou apenas eram nossos defeitos a se complementarem com perfeição.

A gente insistiu em transgredir o sonho e tornamo-nos realidade.

E toda a onírica perfeição se transformou em concreta solidão.

Isso me traz alívio.

4 de fevereiro de 2008

Das pequenas coisas "incompreensíveis" na humanidade:

(Ainda do Churrasco)

O tema, claro, era baile de Carnaval. A aniversariante comprou máscaras purpurinadas e boás (echarpes de penas) com as quais enfeitou as paredes. Estava lindo. Lá pelas tantas começa o "baile" e ela sai distribuindo máscaras e boás para as pessoas que quis. Eu ganhei um boá laranja. As duas meninas pequenas presentes na festa não ganharam.

Uma das convidadas cedeu o dela - rosa - para a sobrinha da aniversariante que emburrou na hora. Bem mais tarde chega a mãe da outra menina sem e me pede:

- Você me empresta o seu? Só pra ela brincar um pouquinho, pois está de bico.

Emprestei e fiquei pensando que a hora que fosse para devolver, a menina ficaria novamente de bico, e que então aquele boá já era, mesmo sempre tendo sonhado em ter um, coisa de Drag Queen enrrustida. Porém como a mãe usou o termo emprestar, quis ver até aonde aquilo ia.

Foi até o ponto de irem colocar o boá no carro e ninguém falar nada sobre devolver na hora de ir embora. Aliás, nem vi irem embora.
Ontem conheci um marroquino. Mamo. Cantor. Canta que é uma belezura. Fim de festa, pouca gente e finalmente pudemos trocar impressões culturais, algo que gosto muito. Lá pelas tantas, ele me pergunta se sou casada e quando digo que não, responde prontamente:

- Eu te desejo muita boa sorte.

E aquilo, senti, era uma espécie de oração.

- Pra quê? Respondi de olhos arregalados.

- No meu país, quando encontramos uma mulher que ainda não casou, desejamos que ela tenha boa sorte para encontrar um marido, pois toda mulher quer e precisa de um homem para cuidá-la.

E você via no jeito dele que não era a coisa do machismo que atribuímos tão facilmente a essa fala. A sensação era mais como se a mulher fosse uma planta rara que precisa de um guardião para que possa desenvolver-se plenamente...

Não vou discutir aqui aspectos filosóficos ou culturais; o que quero dar nota é da sinceridade e espontaneidade do Mamo quando disse isso.

Aqui no Brasil quando acham que você já deveria ter casado, criticam, cobram ou gozam...
Quinta-feira tomei o maior porre da minha vida, de vinho chileno. Nunca dantes fiquei tão bêbada, o que não implica em muita coisa não, já que não sou de dar vexame nesse estado, só sóbria... rs... Dormi sentada, mandei uns recados estranhos... Ficou no ar apenas a dúvida se a partir dum determinado grau, eu não sofro mesmo de amnésia etílica...

Ontem bebi infinitamente mais do que quinta e fiquei sã. Foi saquê, cachaça(!!!), wisky(!!!!!) e cerveja e ai era de se esperar que pela mistura, eu ficasse bem ruim e com uma ressaca da porra hoje né? Nada! Tô até sem dor de cabeça. Vai entender!

Agora resta saber o que será de amanhã, pois a bebedeira já está tratada. Eita Carnaval etílico esse!

Hoje? Hoje não! Hoje eu "trabaio"... rs..