17 de fevereiro de 2008

Faz parte de ser adolescente ter certezas absolutas sobre tudo e qualquer coisa. O adolescente simplesmente sabe e julga o mundo e as pessoas em cima do que sabe. É sim ou não, branco no preto, certo ou errado.

Conforme você vai amadurecendo, perde essas certezas todas sobre tudo e todos, pois com o tempo vai se dando conta que não existe nenhuma regra ou exceção que explique o homem e sua humanidade. Inversamente ao que pensamos quando mais novos, a maturidade não cessa os questionamentos; acentua-os, e lhes altera a qualidade.

Talvez isso aconteça por nos vermos errando ao longo da vida. Cometendo os mesmo erros, e uns completamente novos. Talvez porque aprendermos que saber e sentir são coisas que não necessariamente acontecem em concordância. E que somos tantos ao longo de uma vida, mas tantas e tão diversas partículas que é bobagem tentar definir o que somos ou podemos ser a cada instante... Fato é que nada nessa vida se define.

Às vezes sinto vontade de voltar a ter as certezas de um adolescente. De ter a sensação de segurança que na minha idade se perde, na exata medida em que se vai ganhando, cada vez mais, consciência da vastidão da condição humana, e que na vida não existem nem bandidos e nem mocinhos.

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