4 de fevereiro de 2008

Ontem conheci um marroquino. Mamo. Cantor. Canta que é uma belezura. Fim de festa, pouca gente e finalmente pudemos trocar impressões culturais, algo que gosto muito. Lá pelas tantas, ele me pergunta se sou casada e quando digo que não, responde prontamente:

- Eu te desejo muita boa sorte.

E aquilo, senti, era uma espécie de oração.

- Pra quê? Respondi de olhos arregalados.

- No meu país, quando encontramos uma mulher que ainda não casou, desejamos que ela tenha boa sorte para encontrar um marido, pois toda mulher quer e precisa de um homem para cuidá-la.

E você via no jeito dele que não era a coisa do machismo que atribuímos tão facilmente a essa fala. A sensação era mais como se a mulher fosse uma planta rara que precisa de um guardião para que possa desenvolver-se plenamente...

Não vou discutir aqui aspectos filosóficos ou culturais; o que quero dar nota é da sinceridade e espontaneidade do Mamo quando disse isso.

Aqui no Brasil quando acham que você já deveria ter casado, criticam, cobram ou gozam...

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