8 de julho de 2007




E pro Festival das Estrelas eu fui com duas das mais queridas estrelas da minha constelação: Fran e Gui.



Festival das estrelas

"TANABATA MATSURI"


Há cerca de 4.000 anos, as estrelas Vega e Altair foram a fonte de inspiração para o surgimento de uma estória na China.

Uma certa princesa Orihime e o seu amado, o pastor Kengyu, assim conhecido pelos japoneses, ao se conhecerem dedicaram-se apenas às paixões, esquecendo-se completamente das suas obrigações. Por esse motivo, foram transformados em duas estrelas e separados pela Via Láctea, mas foi permitido a ambos, um encontro anual, no mês de Julho. Ansiosos por este dia, eles passaram a se dedicar ao trabalho com mais afinco do que antes.

Baseado nessa lenda, surgiu o Festival das Estrelas que foi introduzido no Japão há aproximadamente 1.300 anos e em São Paulo desde 1979. Nos dias de TANABATA MATSURI, as pessoas costumam escrever os seus desejos em pequenos papéis chamados TANZAKU e pendurá-los em ramos de bambus enfeitados (SASSA DAKE). Segundo a crença, os pedidos feitos aos deuses do fundo do coração, serão atendidos como forma de gratidão pela dádiva recebida."


Ai estão os meus pedidos, só por garantia fotografados, pra que depois ninguém venha me dizer que "extraviaram-se"!

3 de julho de 2007

O Projeto “Conversas e Memórias” – que é um grupo de conversação formado por mais de 45 idosos, acima de 60 anos - é uma das melhores coisas que acontece na minha vida, atualmente. E isso porque lá paramos para pensar na vida de uma forma que muitas vezes não fazemos aqui fora e chegamos a umas conclusões bem interessantes...

Hoje foi dia de projeto e o grupo quis conversar sobre o caso dos adolescentes que bateram na empregada doméstica no Rio de Janeiro. Não quis com eles (e não quero aqui) repetir o absurdo todo dessa situação e nem as causas macro-cósmicas – sociais – que acabam incidindo sobre o indivíduo e fazendo com que fatos dessa estirpe acabem acontecendo com mais freqüência do que seria aceitável, uma vez que acho meio que inevitável que coisas como essas aconteçam em agrupamentos humanos, devido à plasticidade da condição humana. O ser humano não é naturalmente bom. Ele é bom e é ruim, ali tudo junto, agrupadinho na mesma pessoa...

O que quis discutir com eles é o micro-cosmo – família – que acontece antes do social e que me parece ser a primeira grande causadora dessa inversão de valores que resulta nessa enorme bagunça que hoje observamos acontecendo mais amiúde na nossa sociedade.

Algumas questões interessantes foram levantadas e transponho-as aqui, não para encerrar o assunto, mas para que olhemos para o que acontece com outros olhos, pois o que aconteceu no Rio é, muitas vezes, reflexo do que está acontecendo nas nossas casas, porém não queremos ver.

A primeira grande conclusão que chegamos lá é que muito hoje é permitido em nome de que os pais se sintam amados pelos filhos. Muita bronca é evitada em nome dessa necessidade de sentir-se amado; desse amor que tem de acontecer a qualquer custo e ser completamente isento daquelas raivas tão saudáveis que a gente sempre tem de quem põe limites na nossa liberdade afim de que esta não se transforme em libertinagem.

Parece que não se diz “não” ao filho, por que não se agüenta sequer pensar que ele possa sentir raiva dos pais. E isso vem associado, ao meu ver, ao mito da felicidade que só é felicidade se isenta de problemas, conflitos e enfrentamentos. Hoje vivemos numa cultura que tem baixíssima tolerância a essas coisas e muito menos tolerância ainda à tristeza delas decorrente. Basta se manter em um estado mais melancólico e/ou depressivo por mais de 5 dias, mesmo que o mundo tenha desabado sobre a sua cabeça e você logo escuta de alguém: “vá ao psiquiatra e tome um remédio”.

Mas não é só essa a causa. Também parece que estas coisas vêm acontecendo por que a mulher saiu de casa para trabalhar e não tem mais tempo de olhar por esses filhos como antigamente. Verdade? Nem sempre. A mulher, mesmo quando ficava em casa, vivia tão absorvida por cuidar da casa - limpar, cozinhar, lavar, passar, compras - cuidar dos filhos: dar banho, trocar, dar comida, acompanhar tarefas escolares, levar a médicos – e cuidar do marido: receber seus amigos, acompanhá-lo em eventos sociais, manter uma “família de comercial de margarina” pra que ele pudesse se orgulhar - que poucas vezes também tinha tempo para dedicar-se verdadeiramente aos filhos. O diálogo era quase tão inexistente quanto é hoje.

Porém hoje, a maioria das mulheres que trabalha fora se culpa por não “estar junto” – como se isso resolvesse alguma coisa - e acaba querendo suprir a sua ausência com uma permissividade e um dar coisas – “veja, é por isso que mamãe precisa sair de casa todos os dias” - que provavelmente se voltará contra ela no futuro.

Por seu lado a maioria dos homens quer comodamente seguir na sua posição de provedor sem ter de envolver-se profundamente com o processo de educar os filhos.

Todo mundo quer e precisa de tempo para cuidar de si e das suas próprias necessidades e ambições. Filhos implicam em disponibilidade de tempo e investimento emocional, relações também. E ninguém anda muito afim disso, há tanto a se fazer e a se aprender ainda...

No fundo acho que se espera que também exista algum remedinho que vá transformar as más tendências das nossas crianças em virtudes. Que a educação que me nego a dar hoje seja corrigida magicamente amanhã. Mas como alguém precisa realizar a tarefa de olhar pela criança, se paga por isso. Babás são contratadas com esse objetivo; empregadas; escolas também.

Como bem concluiu o José Carlos Gulielmino hoje lá no grupo: “numa cultura onde tudo é terceirizado, terceirizou-se também a relação com os filhos”.

Só que esse fenômeno tem dois preços: um que você paga em dinheiro no ato em que transfere o cuidado a terceiros e um outro, afetivo, que você começa a pagar nesse momento, porém cuja noção da extensão da conta só terá mais tarde, quando descobrir que seu filho é um completo estranho para você.

Não, nem quando criamos um filho aquele em quem ele se torna é alguém que conheçamos profundamente. É incrível como as vivências são capazes de diferenciar as pessoas ao longo dos anos, e muitas vezes na convivência diária, nos damos conta de que aquela pessoa que cresceu sob nossas vistas se transformou em alguém absolutamente diversa do que imaginamos um dia.

Só aprende a ter consideração para com o outro quem um dia sentiu que houve consideração para consigo mesmo, e isso é o que as nossas crianças e os nossos adolescentes menos sentem, uma vez que são tratados como um fardo a ser transferido, um problema a ser solucionado, já que impedem o pleno desenvolvimento pessoal e profissional.

Com isso dá pra começar a perceber que o único caminho de transformação possível é aquele nos quais as pessoas começam a se comprometerem verdadeiramente nas relações, a se permitirem o trabalho que elas dão, pois se são trabalhosas são também prazerosas, principalmente quando são pautadas em amor e respeito verdadeiros.

29 de junho de 2007

E num ataque mulherzinha comprei um curvador de cílios...

Já apertei meus pobrezinhos do olho esquerdo aqui umas três vezes com esse troço aflitivo e não vi nenhuma diferença para com os do lado direito.

Alguém ai que entenda disso pode me explicar se tem algo a se fazer antes, durante ou depois para ter algum efeito real??

Eu tô é achando que cai num conto do vigário...


Há! E quem diz que fiz 40 anos? Olha só a patotinha que acabo de trazer para morar aqui comigo!!! Nâo ninguém ainda tem nome, p-o-r e-n-q-u-a-n-t-o, mas são quatro novos companheiros fazendo com que eu mesma adira a campanha do "beija sapo". sabe o que é não? Eu explico:

Li em algum lugar certa vez que tu vai beijar muito sapo antes de conseguir beijar o príncipe/princesa da sua vida. Desde então toda vez que vejo um sapinho dou um beijinho né? Pois se a sua mente não distingue realidade de ilusão, é um jeito de se encurtar o caminho... rs...

Com este mesmo intuito, já presenteei amigos com sapinhos que devem ser beijados muitas e muitas vezes repetindo-se: "beijo esse sapinho pra logo beijar o meu príncipe/princesa" (acabei de inventar essa, mas adorei. Faltava mesmo uma verbalização na mandinga do beija-sapo).

Pode nem funcionar, mas que eu estou feliz da vida com o meu jardim da infância particular, eu estou!

Nossa vida depende das nossas decisões.

Vendo esse filme do Joshua Bell - um dos maiores violinista [:op] atuais tocando no metrô de N.Y. de graça, sem que praticamente ninguém se desse conta e parado pra ouví-lo, sendo que um ingresso pra vê-lo tocar custa cerca de 100 dólares - lembrei que outro dia fui a uma consulta e descobri que esperaria por cerca de meia hora na porta do edifício, uma vez que não havia ninguém no consultório, pois todos tinham ido almoçar.

Esta seria uma situação que me deixaria irritada - o-d-e-i-o atrasos - e até comecei a ficar, mas ai me dei conta que essa era uma escolha minha, pois a irritação não iria me fazer bem e nem fazer o atraso desaparecer. Optei então por sentar-me na muretinha do prédio e já que fazia um dia lindo de morrer, passar aquele tempo de espera ouvindo boa música e olhando pro céu deslumbrantemente azul que aparecia por entre um verde maravilhoso das árvores do lugar.

Não, a irritação simplesmente não enfiou o rabo no meio das pernas e foi embora; é um vício irritar-se, mas com algumas argumentações consegui ficar tranquila e usufruir de meia hora de ócio absoluto.

E o x aqui é esse né? Porque a gente simplesmente não consegue relaxar e usufruir as coisas da vida? Temos que trabalhar, temos de ganhar dinheiro, temos de cuidar do corpo, temos de nos relacionar, temos de constituir família... Temos de fazer, fazer e fazer tanto que até divertir-se vira mais uma tarefa a ser cumprida.

Não consigo deixar de pensar nisso quando vejo pessoas bebendo ou drogando-se até cair em nome de divertirem-se. E não há aqui nenhum falso puritanismo meu já que também bebo e já fumei maconha, porém não dá pra não pensar em que porra de diversão é essa que só acontece na inconsciência, quando você deixa de ter percepção de que está em um espaço físico e com pessoas...

Existir é assim tão doloroso que o prazer só pode vir da não existência? E se isso é verdade, o que faz da vida tão dolorida assim não é justamente não se vivenciar os pequenos prazeres, viver em busca sempre de um grande nirvana?

Hãn?

Conselho: antes de concluir que um homem de terno é tudo de bom, veja-o sem terno. É bem capaz que você descubra que ele é magrelo, de pernas finas e bundinha acanhada.

Foi o que aconteceu comigo ontem. O interessante é que isso tornou o mocinho tão mais acessível, como disse a minha querida estagiária, que essa noite até sonhei que conversávamos amigavelmente...

26 de junho de 2007

Gui passou; eu - pra variar - inventei moda e acrescentei:

1.Sete coisas que tenho que fazer antes de morrer:

Viajar o mundo;
Ter pelo menos uma casa minha;
Permanecer magra;
Escrever vários livros;
Conhecer o Brunno;
Viver uma relação amorosa estável e duradoura;
Fazer aula de canto.

2.Sete coisas que mais gosto:

Amar;
Rir;
TV;
Comer;
Viajar;
Beijar/abraçar;
Estar com os amigos;

3.Sete prazeres fúteis:

Baixar coisas da Internet;
Sabonetes;
Batons;
Brincos;
Bordar;
Cozinhar;
Violetas.

4.Sete coisas que me encantam:

Sorriso;
Olhar límpido;
Gentileza;
Devoção e lealdade;
Amor e carinho;
Cinema
Natureza.

5.Sete coisas que odeio:

Mediocridade;
Falta de atitude;
Mediocridade;
Falsidade;
Mediocridade;
Mentira desnecessária;
Mediocridade.

6.Sete coisas que faço bem:

Escrever;
Cozinhar;
Beijar na boca;
Ouvir;
Dar colo;
“Me mancar”;
Dar risada.

7.Sete coisas que não sei fazer:

Ser cínica;
Ser falsa;
Esconder o que penso/sinto;
Mentir;
Jogar vídeo-game;
Ser estável (estou aprendendo);
Feijão!

8.Sete coisas que me atraem no sexo oposto:

Inteligência;
Segurança de si mesmo;
Bom humor;
Saber cozinhar;
Dentes;
Olhos;
O conjunto: pau, bunda e pernas.

9.Sete coisas que não suporto no sexo oposto:

Má higiene/educação = cuspir na rua, coçar o saco; arrotar alto.
Grosseria;
”Galinhar”;
Ser coxinha, bonzinho demais;
Ser o sabe-tudo;
Não saber ouvir;
Não ter atitude.

10.Sete coisas que digo com freqüência:

Pois.
Né?
Afff...
“Caracas”
Exatamente!
Conte-me tudo, não me esconda nada!
Te amo!

11.Sete filmes que eu adoro:

Um lugar chamado Nothing Hill;
Procurando Nemo;
Amores Brutos;
A cena do restaurante do “O casamento do meu melhor amigo”;
Ardida feito pimenta;
A cena do Tango de “Perfume de mulher”;
A trilogia Sissi;

12.Sete lugares favoritos:

Meu quarto;
Araxá;
Mato, qualquer um;
Ilha Bela;
Paris;
País de Luxemburgo;
Montreaux.

Meus sete:

Clécio, Elaine, Larinha, Bete, Lucinha, Quel e Mirana.
Alguém ai que saiba MUITO de Firefox, poderia me dizer como eu volto a habilitá-lo para que ele me mostre o andamento dos meus downloads? Odeio quando digito rápido e mudo as configurações SEM QUERER e não faço a menor idéia do que fiz pra desfazer..

23 de junho de 2007

Outro dia estava aqui vendo minha lista de blogs queridos, aqueles que leio já há muito tempo - talvez há tanto tempo quanto eu mesma mantenho um - e me dei conta que, raras exceções, a "velha guarda" blogueira está, paulatinamente, pendurando as chuteiras. MUITOS pararam de escrever, os que não pararam reduziram - como eu! - a quantidade de posts de forma assustadora. Acho que isso se dá porque você vai transformando sua forma de viver seu próprio blog, o que não sei se implica, necessariamente, em evolução...

Fato é que minhas boas leituras vinham se tornando escassas a ponto de eu me dedicar a procurar e encontrar bons novos*** blogs. Bons porque são agradáveis de ler e isso por serem bem escritos. Bons por serem interessantes, divertirem e/ou informarem na medida de fazer você lembrar no dia seguinte que eles existem e ter vontade de dar uma passadinha pra saber o que tem de novo... Na minha busca eu encontrei um e vejam só: um me encontrou.

O segundo - Lesma de sofá - me encontrou porque é de uma pessoa que conheço há muitos anos, mas que só agora rendeu-se a fazer um blog; e que blog!

O primeiro - Jana Banana - eu não conheço quem escreve, mas li tudo o que escreveu até agora no dia em que encontrei o blog dela no Dios Mio!!

São três dicas imperdíveis, depois não digam que não avisei...

18 de junho de 2007



Final de semana em família e só agora relaxei completamente. Adoro meus sobrinhos aqui, mas eita família de gênio!!!Essa mistura de suíços, italianos, cariocas e índios deu foi um samba de crioulo doido viu?

Essa sou eu na sábado: uma ilha cercada de sobrinhos por todos os lados, literalmente.

O engraçado nessa foto é que até o caçula, que num para quieto, soube pra onde olhar nessa hora, já que a máquina estava no timer...

17 de junho de 2007

Sexta fiz minha segunda festa de aniversário e nela Guiu, ao me chamar de Lorelai, lembrou-me que a série acabou e eu não falei disso aqui. E eu quero.

Eu não vi o final pela TV. Baixei toda a sexta temporada e assisti aqui, na tela do meu micro deitadinha em minha cama. Com isso acabei vendo o final do seriado uma semana antes e não no dia 07 de Junho, quando foi ao ar pela Wanner, véspera do meu aniversário... Eu não queria que absolutamente nada turvasse essa data e despedir-me de Gilmore Girls, é uma dor que poucos poderiam compreender...

Passei sete anos me vendo uma vez por semana na televisão. Não sou dessas coisas de me identificar com personagens, mas Lorelai tinha traços meus tão explícitos, que eu não ficava muito à vontade de assistir a série perto dos outros. Uma sensação de desnudamento sabe? Via geralmente sozinha e no quarto.

Uma das cenas que me traduzem muito bem na série é uma na qual a Rory, recém egressa na Yale, ao telefone, conta para a mãe que durante as férias de verão de uma semana da faculdade na qual viajou para a praia, foi beijada pela Paris na boite e reviu "O Poder de um Mito" e Lorelay entre estupefada e brava pergunta: "como assim reviu 'O Poder de um Mito'? Eu escondi esse filme de você!!!" sem dar a menor importância pro beijo lésbico da filha. Sou assim também: geralmente não dou importância ao que os outros esperam que eu dê, mas sou capaz de fazer uma tempestade terrível por coisas que qualquer pessoa acharia banal. Atos não me prendem tanto quanto intenções...

Como ela, tenho uma urgência de dizer o que estou sentindo, mesmo que o que eu sinto mude dali a cinco minutos e para fazê-lo - com quem me sinto à vontade - o faço numa verborragia igualmente alucinada sem perceber que o outro dificilmente acompanha e se dá conta que algumas sutilezas preciosas estão nos detalhes que para mim fazem todo o sentido. É, ainda não achei minha Rory e, por conta disso, vivo tendo de me explicar...

Como Lorelai sou capaz de cometer as maiores burradas por impulsividade e jogar a felicidade pela janela sem dó e nem piedade, só porque o outro não fez o que eu queria e esperava no momento exato em que eu queria e esperava... Ah! E sofro igualmente quando me dou conta da bobagem, mas adio essa consciência ao máximo, exatamente como ela...

E eu ainda poderia descrever tantas e tantas outras coisas... Mas o que importa dizer aqui é que Lorelai me ajudou a perceber que eu era mais divertida do que problemática e que ser diferente, não é necessariamente ruim, é só... Diferente!

Se eu gostei do final? Eu gostei do final. Dentre toda a zona que fizeram da série, acho que conseguiram dar-lhe um final plausível e terno, apontando caminhos, embora isso não atendesse as expectativas da maioria dos fãs.

Quanto mim, vou sentir falta de poder me ver sem ter de estar olhando "para dentro", mas... C'est la vie!

14 de junho de 2007

Amigos terapêuticos e como fazer bom uso deles

Dizia o professor Alberto na faculdade que a psicologia é a ciência do óbvio. Óbvio é o que “está na cara”; e a nossa cara é justamente a única parte nossa que, em hipótese alguma, conseguimos ver sem a ajuda de um espelho. No caso da psicoterapia o espelho é o psicoterapeuta. Porém na vida, um amigo pode ser um excelente espelho para as nossas ocultas obviedades.

Involuntariamente não somos o que queremos ser, somos o que podemos ser. Somos frutos das nossas tendências, da nossa educação e da nossa história de vida. Dizia este mesmo professor que o Ego Ideal – o eu que somos – perde sempre e feio para o Ideal de Ego – o eu que gostaríamos de ser, mas não somos. Geralmente para ser o que queremos é preciso ver o que somos naturalmente, aceitar que somos, para só então, mediante trabalho e elaboração, nos transformarmos no que queremos ser ou algo bem próximo disso.

Muitas vezes fugimos de nos ver porque as pequenas espiadelas que damos na nossa verdade nos mostram que somos coisas que achamos - ou nos ensinaram - que socialmente não é bonito, ou aceito, ser. Tentamos fingir que não somos o que somos e passamos a representar papéis. O irônico é que, quanto mais queremos nos esconder, mais nos revelamos aos olhos dos outros.

Muitas das vezes, as pessoas têm receio de dizer o que vêm de errado em nós por medo de ferir a nossa suscetibilidade e confesso que, geralmente, os amigos fazem justo isso, sendo esse o ponto que a terapia tem de vantagem sobre a amizade: o terapeuta nos comunica essas coisas que nos doem na alma - porque doem mesmo e muito - com calma e isento de julgamentos. Ele não se sente traído ou enganado; ele não pensa que o paciente está de sacanagem com ele, embora a maioria das vezes veja claramente que este possa estar de sacanagem consigo mesmo...

O terapeuta entende que a pessoa está sendo o que pode naquele momento. Entende também que seja lá o que for que aquela dinâmica (o grande jeito da pessoa de estar no mundo) denuncie, ela é sempre uma construção de longa data, pois começou no primeiro dia de vida dessa pessoa. O terapeuta possui um profundo respeito por aquele “fenômeno” que mesclado a uma curiosidade pueril, resulta na necessidade genuína de entender o que acontece com a pessoa à sua frente. O que sempre nos perguntamos é: porque dentre todas as infinitas possibilidades que a pessoa tinha, ela escolheu justo aquela? E é a busca por essa resposta que nos fará ver coisas que aos olhos dos leigos passam despercebidas. É como um quebra-cabeça que vamos montando com cuidado para fazer uma imagem de 360º e que nos dê noção de como as predisposições somadas ao aprendizado e às experiências de vida, resultaram naquilo que temos à nossa frente. E uso a imagem do quebra-cabeça justo porque se para entender o todo você precisa achar as partes que o compõe, para desmontá-lo você precisa desmontar as partes chaves.

Aos amigos pode sobrar amor, mas geralmente falta essa consciência de que as pessoas não são disfuncionais por opção, aliada à percepção que mudar nem sempre é um processo fácil, pois 99% das vezes a mudança está atrelada a se libertar de crenças errôneas sobre si.

E eu expliquei tudo isso para dizer que por vezes e mesmo assim, um amigo pode ser muito terapêutico. Ele pode, mesmo que de um jeito duro, nos mostrar as obviedades que tanto nos fazem mal e das quais tanto fugimos. Só que como ele fere suscetibilidades ao fazê-lo, a gente geralmente sente que ele está nos atacando e reagimos e ele com raiva, ou com decepção. O atacamos dizendo que ele não está sendo verdadeiramente amigo e nem demonstrando carinho e cuidado para conosco, quando na verdade é a pessoa que demonstra mais coragem em fazê-lo. Não, ele não vai ser capaz de abranger todas as suas nuances, mas ele pode ser o pontapé inicial pra um processo que sempre, mesmo que em terapia, depende muito mais de nós mesmos do que do outro.

Eu tenho um amigo assim e levei MUITO, mas MUITO tempo pra entender que as coisas que ele me diz não são pro meu mal, muito pelo contrário. Ele quer o meu bem de um tanto que corre o risco de ser absolutamente sincero comigo, mesmo sabendo que eu possa vir a me magoar, brigar e, no meu caso em específico, ficar sem falar com ele por muito e muito tempo. Ele é dolorido, mas tem de mim a fotografia mais verdadeira, a mais fiel.

12 de junho de 2007

Houve um tempo em que eu tinha todo um discurso pronto contra as datas pré-fabricadas que existem em nossas vidas. Hoje leio outras pessoas fazendo esses discursos e acho tão bobo... Com o passar dos anos você aprende que a coisa fica mais ou menos assim: se você curte o dia dos namorados bem! Aproveita, beija muito, trepa muito e divirta-se! Se não curte, larga a mão de ser chato e deixa a comemoração alheia em paz!

Rapaz! Ser adolescente é uma coisa chatinha demais né?

8 de junho de 2007



Hoje é meu dia!

Cheguei aos quarenta e estou ótima!

Talvez seja a metade do meu caminho,ou quase; mas com certeza é apenas o início dos anos mais felizes da minha vida!

;o)


P.s: Consegui no Terra o modem grátis e uma mensalidade tão barata quanto seria no UOL, e mais barata depois de finda as promoções!

7 de junho de 2007

- Terra, boa noite. Meu nome é Andressa Bliblibli, em que posso ajudá-la?

- Boa noite Andressa. Meu modem morreu, falo eu com a maior seriedade desse mundo.

Ouço uma risada baixa que é logo contida. Um tempo de silêncio abafando riso... Depois disso uma voz de quem está se segurando pra não rir diz:

- Meus pêsames Sra. Marie. Vamos ver o que podemos fazer pela senhora...

Só sei que depois de falar com a Andressa que teria me dado um modem em sistema de comodato, falei com o Marcos que não quis dar e jurou que ninguém o faria; com o Luiz Roberto que quis dar e com a Valéria que disse que não podia dar e que eu teria de pagar quase R$150,00 por um modem novo. E ainda teimaram comigo que a UOL não estava dando modem novos pra quem migrasse de provedor. Desliguei, liguei na UOL e além do modem novo, eu vou pagar só R$ 7,90 por mês nos próximos seis meses.

Conclusão: ou o Terra bate essa oferta amanhã de manhã, ou ativo o cadastro que deixei já prontinho na UOL. Antes eu só queria um modem novo, agora quero, no mínimo, uma mensalidade tão barata quanto...

Ah! fala sério: cinco anos e sete meses como cliente e o provedor ainda acha que não mereço nenhuma vantagem?? Estão brincando!

3 de junho de 2007

Este post é dedicado ao Clécio

Cursava eu o 4º ano de faculdade e participava de um grupo de estudo sobre a teoria freudiana cujo orientador era o Valter Apolinário Filho, um dos melhores lacanianos que já se teve notícia. E o era justo por ter deixado de atuar dentro dessa abordagem, optando pela psicanálise – o que comprova que ele entendeu Lacan perfeitamente! rs... Ouvi dizer que ele morreu; o que é uma perda inestimável para a nossa profissão, pois deixamos de usufruir, tanto como profissionais quanto como alunos e pacientes, de alguém que tinha saber válido a oferecer. Mas já divaguei demais, voltando... No grupo de estudos por essa época, estudávamos a constituição e funcionamento do ID (inconsciente), Ego (consciente) e superego e nesse dia em específico era a vez do superego, e o texto era o “Para além do princípio do prazer”.

Lendo o texto enfezei-me de tal forma com o superego que resolvi que ia provar o que nenhum outro psi havia conseguido: que ele era uma instância psíquica inútil. Oras bola, afinal do que serve um órgão de censura se ele não é capaz de evitar que cometamos burradas nessa vida? Não devia ele nos proteger e fazer com que seguíssemos sempre pelos caminhos corretos? Do que adiantava culpa, remorso e arrependimentos depois que já havíamos enfiado o pé na jaca? Não, não, o superego era um inútil!!! Ele sinalizava, levantava plaquinha, tocava apito, mostrava cartão amarelo e vermelho e a gente nem assim parava de fazer bobagens! Aliás, ele continua fazendo tudo isso e a gente segue cometendo os mesmo erros, repararam? E aqui eu não sei bem se queria apenas que o Valter admitisse isso, ou se estava mesmo era com vontade de fazer um tratado e revogar o seu estado de instância psíquica, o que não duvido nadinha em se tratando de euzinha, mas enfim...

Fato é que me dediquei a preparar esse grupo como nunca. Pesquisei, aprofundei, contestei, elaborei e estava pronta pra discutir a questão com o próprio Freud se preciso fosse e pior, com a certeza absoluta que até ele ia reconhecer que o superego era uma perda de tempo nas nossas vidas. Chegado o dia e com o grupo já previamente avisado de que eu iria expor - e como já era famosa por esses meus “achaques teóricos” - não tive problema algum em que me cedessem à vez, pois todo mundo sabia que vinha algo bom pela frente.

Começado o grupo o que vi durante uma hora e meia, foi o Valter sentado de pernas cruzadas e um tanto de lado na poltrona, corado de satisfação – sim ele ficava vermelho quando algo o agradava profundamente - com um sorriso de canto de boca e balançando a cabeça afirmativamente em cada passo e direção que eu assumia no meu monólogo teórico. Porque o Valter tinha isso: ele se deleitava quando um orientando conseguia mostrar que aprendeu tanto que era capaz de ir além do que se era esperado. E nenhuma vez ele pediu a palavra para me contestar ou consertar o que eu dizia: todas as minhas formulações teóricas estavam corretas. Quando terminei eu estava completamente ansiosa pela opinião dele e foi ai que eu vi a coisa mais espetacular que já me aconteceu: alguém derrubar uma hipótese teórica com apenas uma frase.

O que ele disse:

“– Você está absolutamente certa: o superego grita, sinaliza, apita, levanta plaquinha tentando evitar a todo custo que cometamos as burradas que caracterizam a nossa vida. A única coisa para a qual você não atentou na sua perfeita construção teórica, é que o problema não é o superego, ele cumpre a função dele direitinho sim; o x é que quem diz que o Ego escuta? O Ego não escuta. Ego só faz o que quer.

Percebe Cle? Pode soltar o beija-flor que o superego não vai interferir não. Na verdade é o Ego quem está usando o superego como desculpa para o próprio medo de voar.

2 de junho de 2007

Fiz um post imenso e perdi, pois a luz piscou e o micro apagou. E isso porque sou uma pessoa que desperdiça intuições sabe? Três vezes enquanto escrevia pensei que deveria passar o texto pro word e salvar, mas não, eu insisti em fazê-lo direto na web; deu no que deu.

E as pessoas podem até achar que escrever não é um ato trabalhoso em si, mas é. Às vezes trabalho um texto o dia todo; outras vezes trabalho o texto por vários dias; outras vezes ainda trabalho o texto dentro de mim por muito tempo antes de transpô-lo para o papel. Esses geralmente são os textos nos quais quero retratar algo, uma emoção, uma sensação, uma filosofia de vida. Mas, às vezes a coisa vem de chofre e sai perfeita, é como se o texto jorrasse de dentro de mim... Beatrix Potter bem definiu o que é começar a escrever algo: é ter um intenção que você nunca sabe onde vai dar, pois a maioria das vezes o texto ganha vida própria e se transforma em algo que nem você sabia.

Escrever ficção é ser um tanto ator, pois você só consegue dar credibilidade aos personagens, só consegue ser porta-voz de alguém se entrar naquela personalidade, naquela história, naquele contexto, naquela cena. Para emocionar com palavras você precisa, antes de tudo, sentí-las... Alguns textos meus me levam às lágrimas até hoje, pois ainda sinto o que sentiu a personagem no momento em que eu escrevia. Vou publicar abaixo um destes textos que me marejam os olhos inevitavelmente a cada vez que releio e releio sempre, pois todos os textos são passíveis de serem melhorados.

Cor do amor sobre azul


Olhou para ele e seu coração se encheu de ternura. Lembrou-se do quanto aquele amor entrou em si pela porta dos fundos...

Nem quando o beijou pela primeira vez sentia por ele qualquer coisa para além de uma curiosidade momentaneamente desperta por aquela boca que, subitamente, se insinuara junto à sua acordando nela o mesmo interesse que, às vezes, tinha em descobrir o sabor e a textura de uma fruta que lhe “sorria” em meio a outras.

Quando seus lábios encontraram os dele, sentiu imenso prazer naquela boca molinha cuja língua desafiava a sua de um jeito tão aveludado e suave, que projetou em sua mente e trouxe à sua boca a lembrança de um pêssego caudaloso a escorrer sumo ao ser mordido.

Por vários dias seguidos se encontraram mesmo que jurassem que não o fariam. Sempre havia um CD que queriam emprestar para que um novo grupo ou intérprete se tornasse conhecido; ou um livro que juravam que o outro ia adorar ler; ou ainda um filme que queriam assistir na certeza de uma boa companhia. Beijou-se muito e longamente, embora jurassem a si mesmos, assim que se viam a sós, que no dia seguinte, caso se encontrassem novamente, não o fariam. No entanto, quando se davam conta, já estavam entregues às carícias que suas bocas e mãos buscavam e promoviam em uníssono.

Bateram pé que não namorariam! Explicaram entre si os motivos; aceitaram e concordaram com as razões alheias e próprias. Porém em duas semanas assumiram que o faziam desde o primeiro dia. O que acontecera entre eles que fora tão forte a ponto de mudar as determinações internas que cada um havia firmado, a seu tempo, de que não se envolveriam tão cedo com outras pessoas? Fácil saber: o prazer que sentiam em estarem um na companhia do outro era imenso. Para muito além da química física, achavam bom estarem juntos fazendo o que fosse; e isso era algo tão raro de acontecer que intimamente consideraram burrice desperdiçar o que a vida achara por bem lhes oferecer.

Aliás, a química era o que por último acontecera entre eles; primeiro vieram a conversa fácil, as afinidades de valores, a oportunidade de serem eles mesmos, sem máscaras e sem medo de se decepcionarem. E em pouco tempo perceberam que quando a mente buscava por recordações de momentos felizes, os primeiros que lhes assomavam eram justos aqueles nos quais estavam juntos.

Tempos depois, conversando sobre o começo de namoro deles, ele revelara que se decidira por beijá-la por conta de um sonho. Neste, eles estavam entrando no cinema juntos quando o bilheteiro disse que os assentos ali eram numerados e que os deles eram em lugares opostos, encaminhando cada um para um lado. Ele se sentou no escuro e logo o filme começou. Achou muito ruim não poder comentar a trama com ela e buscando-a com os olhos dentro da sala de exibição, a viu sentada numa alta banqueta que tinha no balcão de um bar que lá havia, rodeada de rapazes que disputavam a sua atenção. Sentiu uma espécie de angústia e quis tirá-la logo dali, mesmo tendo o filme apenas começado. Para tanto decidiu chamar sua atenção ficando em pé e acenando. Inútil, ela não o via. Não se deu por rogado e começou a dizer seu nome em crescente desespero e mesmo assim ela agia como se dele não tivesse registro. Quando se decidiu por chegar até ela pulando por sobre a proteção que separava os dois espaços, o cinema se iluminou e ele a viu sair sorrindo de braços dados com um outro rapaz. Correu atrás deles e quando finalmente os alcançou viu, apavorado, que ela olhava apaixonadamente para o outro. Parou na frente deste disposto a disputar-lhe o afeto, espantando-o, no tapa se fosse preciso, e percebeu, estarrecido, que o outro era ele, sem ser.

Acordou banhado no mais gélido suor e não conseguiu conciliar mais o sono. Finalmente entendeu que maior que o seu medo de amá-la era o medo de perdê-la. Como pudera ser tão estúpido a ponto de achar que ela sempre estaria ali, disponível? É lógico que, mais dia menos dia, um outro iria adentrar a sua vida e mesmo que a amizade entre eles não terminasse, ela teria de dividir o seu tempo e a sua atenção com um amor que a tomaria infinitamente mais do que a amizade que tinham... E o tempo; ah! O tempo! Ele a levaria aos poucos para fora da sua vida. Inexorável... Não! Ele não suportava pensar sua vida sem a presença dela! Não sabia o que era aquilo, mas sabia que ela lhe era vital e mesmo sabendo que ela não lhe tinha mais do que amizade, resolveu tentar...

- Deu no que deu... Murmurou ela baixinho, enquanto lhe alisava os cabelos. São trinta anos de felicidade, e contra todas as expectativas, é você quem está prestes a partir e me deixar aqui...

Quantas vezes foram ambos silenciosamente criticados por ela ser quase vinte anos mais velha que ele? Incontáveis foram as vezes que percebera olhares de mudo rancor e despeito lançado em sua direção, por mocinhas que ficavam primeiro surpresas e depois indignadas ao perceberem que ele não era seu neto e muito menos seu filho, e sim seu homem; aquele que a amava. Inúmeras foram também as ocasiões onde senhoras perguntavam apenas para alfinetá-los: “é sua mãe”? E ele então se divertia as chocando ao responder a pergunta tascando-lhe um enorme beijo para logo em seguida perguntar: “te parece”? E ao lembrar disso ela sorriu...

É, se no começo a diferença de idade não fora evidente, pois ela aparentava ser bem mais nova do que verdadeiramente era, depois que fizera sessenta anos esta se tornara bastante aparente. E mesmo assim, quando ela o questionava, com sinceridade, se ele não preferia ir em busca de alguém mais nova, ele lhe respondia: “O corpo dela envelhecerá um dia, do mesmo jeito que o teu. Provavelmente até mais depressa. E prefiro as tuas poucas rugas conhecidas a qualquer lifting desconhecido. Além disso, que garantia tenho que dentro deste jovem corpo irá existir um espírito que eu possa amar e que me faça tão feliz quanto o teu me faz? Não é o teu corpo que amo e muito menos a forma que ele tem, é você. Ele me deu e dá felicidade, não nego, mas apenas porque é habitado por você. Não o fosse e não estaríamos aqui”.

Sorrindo passou mais uma vez a mão pela pele daquele rosto tão amado e agora inerte, incapaz de lhe dar um sorriso sequer, e se bem disse por não ter sido covarde em assumir o amor que ele lhe despertara a despeito de todas as oposições.

Antes dele, do amor apenas conhecera a dor. Depois dele conhecera a felicidade, não aquela de contos de fadas, feita de ilusões, mas a real, feita de cotidiano e de superações. Tiveram problemas, tiveram diferenças, tiveram incertezas e dificuldades como qualquer casal e relação, porém o amor e o bem estar em estarem juntos, sempre foram maiores e sempre fizeram valer a pena. Amou e foi amada como poucos tiveram o privilégio neste mundo...

Ele abriu os olhos e a fitou. Naquele olhar ela viu a imensidão de um amor que se despedia. Uma lágrima caiu dos seus olhos indo pingar sobre os lábios dele que se moviam num sorriso que logo congelaria e sobre o qual ela pousou os seus dizendo:

- Até breve meu amor e obrigado por haver compartilhado comigo tua imensa coragem e sabedoria.

Ele estava morto.

31 de maio de 2007

"Encontramos quase tudo pronto. Comida congelada, fast-food, roupas, carros e bebidas de todas as partes do mundo. Mas como encontrar uma amizade ou um namoro em um balcão de uma loja de conveniência? Muitas pessoas têm a ilusão de que vão encontrar o relacionamento pronto e, quando percebem que terão de dedicar seu tempo, carinho e atenção, simplesmente jogam fora esse amor como uma garrafa descartável. Os hábitos do mundo moderno estão nos iludindo sobre a essência de uma relação afetiva".

AMAR PODE DAR CERTO - Roberto Shinyashiki & Eliana Bittencourt Dumêt
Eu e o meu inconsciente: uma relação tão peculiar...

Dormindo: entro numa loja e vejo uma blusa linda de 65 reais pra minha mãe e penso: "está caro porque não tenho esse dinheiro e, portanto, não posso comprar. Acordo e enquanto viro enfesada pro outro lado resgungo: "É sonho porra! No sonho eu posso comprar tudo, até uma blusa de 6.500 reais. Inconsciente pé no chão do car****!Assim não dá pra criar uma consciência de properidade e abundância pô"! E volto a dormir...
De repente teus lábios surgiram diante dos meus e foram se aproximando, se aproximando... Tocaram-me suavemente, num roçar singelo e despretensioso. Senti a curva do teu lábio inferior roçar por entre os meus e não resisti a um mordisco. Senti a umidade da sua língua lamber o meio da minha boca, ainda fechada, como quem delicadamente pede passagem. Me abri para você que me penetrou de uma só vez para então mover-se de encontro à minha língua de forma suave; mas exigente. Você amoleceu e tornou úmido tudo em mim. Eu sabia que era um sonho, mas depois de tanto tempo, não me importei: entreguei-me sem lutar à você. Não, eu não acordei...
E eu gostaria de entender o que algumas pessoas entendem por amizade verdadeira... Porque pra mim, ser amigo é SER amigo, errando ou acertando, mas é estar ali pro que der e vier.

Eu não gosto de palavras vazias. “Saudade” significa o quê quando a distância foi você quem estabeleceu e mantém? Quando é você que não se coloca acessível ao outro? Quando é você que se comporta como um autista, achando que é um transgressor anti-social? Quando é você que faz tudo para que “estar próximo” perca o sentido? Hoje eu entendo algumas falas que há um tempo atrás me pareciam completamente sem sentido...

Quem tem saudade tenta saná-la. Quando sinto falta, eu vou atrás. A não ser quando o outro só valoriza as pessoas capazes de manter-lhe ilusões. Quando o que se espera é pura bajulação. Tudo é muito bacana na teoria, mas na prática as noites são vazias e os dias também. Ninguém corre até você se te sabe mal, ninguém sente a tua ausência, pois você nunca é real presença. Sempre a personagem na frente do ser....

Não vou atrás, porque cansei do “venha a nós e ao vosso reino nada”. E isso tudo só me confirma o que eu sempre soube e, inclusive, já disse em mais de uma discussão: a nossa amizade só existiu porque eu fiz por onde e me empenhei.

E agora, será que você ainda teria a cara de pau de negar isso como fez todas as outras vezes?

30 de maio de 2007

É impressionante como o corpo da gente muda com os anos: eu que nunca tive inchaço ou dor nos seios quando estava para menstruar, agora viro uma peituda de primeira que tem de descer escada com cuidado, pois caso contrário vê e sente estrelas...

Tem alguma coisa na gente que melhora com a idade?
Eu sou ansiosa. MUITO ansiosa. Nada me impede de dormir, embora me faça ter dificuldade em pegar no sono, e me faça acordar no meio da madrugada pensando no que não devia, ou ter a sensação de que algo grave e/ou ruim vai acontecer no dia – e 99% das vezes acontece mesmo - por mais duas horas para só então voltar a dormir.

Muitas vezes só vou descobrir o que está me deixando ansiosa quando acordo na madrugada como aconteceu essa noite: acordei pensando numa pessoa e ai, me dei conta que estou incomodada com ela por estar pré-julgando uma terceira pessoa e se recusar a encontrá-la pessoalmente o que tenho certeza, acabaria com a má impressão. E me incomodou porque posta a par da situação, e embora eu dissesse que não, que ela estava redondamente enganada na percepção, uma vez que conheço a terceira pessoa muito bem, a pessoa não me deu crédito e começou a me evitar. Incomodou-me muito mais, por ser alguém que tem um discurso todo humanitário e contra qualquer forma de discriminação. E fico ansiosa porque tenho uma vontadezinha de ir lá e dar um belo puxão de orelha...

Mas não quero fazer isso. Não farei; não fiz. Um dos meus compromissos de 2007 é o de não cuidar mais de quem tem idade para cuidar de si mesmo e arcar com as próprias incoerências. E tenho tido êxito até agora.

O que me falta é achar um jeito de não ficar ansiosa com essas coisas...

27 de maio de 2007

E Gilmore Girls acabou.

Ainda não vi o último episódio, mas sei que ela acabou muito distante do que se pretendia para a série. Acabou porque a Alexis Bladel, que interpretava a Rory, não quis mais continuar. Se por um lado eu entendo o cansaço em se interpretar o mesmo personagem por anos a fio, por outro não entendo como a pessoa larga o certo pelo duvidoso, sendo que a série tinha fôlego para mais um ano. Sim, sempre existe a perpectiva de fazer novos sucessos, novos filmes e etc. e tal, mas vejamos pelos atores de Friend's: nenhum deles conseguiu ainda realisar outro trabalho que os projetasse tanto quanto...

Ventila-se a possibilidade de um filme daqui a dois anos, que escrito e dirigido pela Amy Palladino, traria o desfecho da série que ela sempre idealizou. Muitos estão descrentes, pois a Alexis já se mostrou reticente; porém tendo a achar que daqui a dois anos, mais longe do sucesso e do assédio do que está agora, ela se encontrará muito tentada a participar sim...

Vamos torcer né?
Vou falar de uma coisa bacana que me aconteceu no Sábado passado, lá na choperia karôke onde foi o aniversário: eu conheci o Chico! Conheci sem saber quem ele era à princípio, pois chegou com Guiu e Ronaldo e socializamos por osmose, já que parto do princípio de que quem anda com os meus amigos é tão bacana quanto... Só descobri que ele era ele, quando Guiu disse que eu tinha ganho mais um fã - e aqui imaginem meus olhinhos pisquentos de alegria - depois de eu e ele cantarmos "vou dar a volta no mundo, eu vou; vou ver o mundo girar, mas eu só saio daqui quando o coral negro passar"... e então comentou que eu provavelmente lia o blog dele e vocês não sabem, mas o leio há muitos anos, só que do meu jeito habitual: em silêncio.

Ele escreve sobre cinema e embora nossos gostos não ornem - Babel e Diamante de Sangue entraram na lista dele dos piores de 2007 até agora, mas eu a-d-o-r-e-i ambos - ele é o cara que consulto quando quero saber o que tem de bom pra se ver no cinema, ou pegar na locadora. Legal né? Tá morando em São Paulo, o que significa que nos veremos muitas outras vezes.

Tem coisas que só um blog propicia!!!
Sim, haviam dois posts aqui que eu apaguei. Apaguei porque acho que as pessoas não entenderam direito o que quis dizer e então era melhor não manter no ar algo que ia gerar interpretações errôneas.

O que importa saber é que eu já recomecei novamente.

;o)

20 de maio de 2007

Ontem fui na melhor festa de aniversário dos últimos tempos numa Choperia/Restaurante na Liberdade com direito a karaokê e quando cantei Evidências (Chitãozinho e Xororó), descobri que é a música mais amada por todas as tribos...

pena que eu me tornei muito alérgica á cigarro e que hoje esteja numa bruita ressaca, mesmo sem ter fumado ou bebido nada. Só o ar viciado me faz mal...

E hoje eu tô numa preguiça que afff..

14 de maio de 2007

Aquela choradeira que me acometia a cada vez que eu pensava que vou fazer quarenta anos, passou. E passou quando entendi que todo o meu receio diz mais respeito à forma como a sociedade trata as pessoas de quarenta do que sobre a realidade de se ter essa idade. Resumindo muito superficialmente, diria que a minha percepção é que a década de quarenta é para a maturidade o que a adolescência é para o tornar-se adulto, ou seja ela é a "adolescência da maturidade". E isso porque parece que social e afetivamente ao adentrarmos nessa década nos retiram uma série de direitos, tal e qual na adolescência, quando somos velhos demais para fazer coisas de crianças e ainda não tão adultos para fazermos coisas de adultos.

A década de quarenta é igual para a mulher: você é velha demais para se comportar como uma mulher de trinta, mas também é nova demais para se igualar à sua mãe na mesma idade. Você é a “quarentona” de quem vão falar, geralmente em tom de crítica. A que deve descer a saia e subir o cabelo. A que não importa o quanto teu corpo esteja em forma, tem de esquecer as mini-blusas, pois elas não “caem bem” em uma mulher dessa idade. A que se olhar para um homem de vinte vão ficar horrorizados e se sair com um então vão dizer que não se enxerga!!! mas desde que o mocinho de vinte te enxergue, que mal faz não é mesmo? rs...

Para o homem parece ser menos cruel nas relações sociais e afetivas (o famoso trocar uma de quarenta por duas de vinte, saca?), mas profissionalmente costuma ser um terror. Coitado do cara que se desempregar na sua década de quarenta. Provavelmente só vai se reempregar quando tiver cinquenta ou mais anos...

Pessoalmente decidi seguir o conselho de um amigo e não vou mais dizer a minha idade, principalmente por ter quase matado um cara que tinha acabado de conhecer da mesa ao lado à minha - que já é cardíaco - do coração, no boteco, sábado, quando enquanto ele me fazia companhia, perguntou minha idade e ficou muito, mas muito surpreso quando eu disse.

E também por isso né? Eu, como bem mencionou a minha amiga quando nos reencontramos, continuo a mesma pessoa que conhece gente do nada, bate-papo e faz novos amigos de infância em cinco minutos. Ela morta de preocupada com o atraso e eu lá, na maior festa, sendo bem tratada pelos vizinhos de mesa, bebendo de graça, rindo...

Tem outras coisas mais sobre as quais quero falar; outras percepções. Mas essas ficam pra manhã.

;o)

9 de maio de 2007

Eu sei... Eu sei que não tenho escrito, mas fazer 40 anos tá mexendo profundamente comigo. Por isso a ausência, por isso o silêncio, por issoa quietude.

Tem horas que a única coisa da qual tenho vontade mesmo é de brincar...

1 de maio de 2007

Nós mulheres incompreensíveis!

Ontem, na pausa da caminhada, fui fazer meu happy hour com amigas queridas ali no BR Mania de sempre. Lá a conversa rodou em torno do “nada que prestasse” até que eu disse que homem é um bicho estranho, pois quando não tem ninguém para competir, compete com ele mesmo. Uma das meninas pontuou que mulher é pior, pois compete sempre com as outras, mesmo que estas sejam suas amigas. Fui obrigada a concordar lembrando que amizade entre mulheres acaba no exato momento em que ambas se interessam pelo mesmo “macho”, ou no momento que a sua amiga achar você está de olho no homem dela... Outra das mulheres presentes complementou: “pelo mesmo homem, pelo mesmo emprego, pelo mesmo cargo, pelo mesmo vestido pra ir NAQUELA festa”... E é a mais pura verdade! Triste, mas absolutamente verdadeiro. Mulher não é amiga de mulher. Mulher geralmente não é leal com as amigas, principalmente se tiver um homem na vida de uma delas e, por conta disso, dificilmente entende a lealdade masculina que para ela mais é uma entidade que tem de ser exorcizada.

Estava aqui pensando nisso quando lembrei que outro dia ao ver uma conhecida dizer, sobre o fato de uma outra amiga ter contado segredos de alcova com um conhecido comum, que isso é coisa normal, que é corriqueiro mulheres falarem de sexo. Estranhei MUITO essa afirmação, pois se tem um assunto sobre o qual as mulheres não falam em absoluto é sobre sexo. Foi então que finalmente consegui entender o que ela quis dizer: mulheres não falam sobre sexo; se gabam do homem que têm umas para as outras.

Como sei disso? Para além de ser mulher, em quase quinze anos de experiência em consultório perdi a conta das vezes nas quais minhas pacientes - depois de um bom tempo em processo - chegavam com um tom de confidência absoluta para me contarem o maior tormento da vida delas: não conseguiam atingir o orgasmo e que, portanto eram mulheres mutiladas, por que incapazes. Também são muitas as amigas que me confidenciam isso hoje em dia. Mulher não sabe que o orgasmo feminino é aprendido. Que se pode levar anos praticando até que se passe a senti-lo em todas às vezes nas quais se transa. E isso por quê? Porque mulheres não falam de si no sexo, falam do homem que têm e sempre se colocam como se fossem umas gozadoras de primeira. Elas nunca admitem que: “olha, sexo é bom, mas e o tal do orgasmo que nunca vem? Acontece com você também”? Não. Elas preferem não falarem disso e seguirem anos se torturando intimamente, só para não parecerem menos diante da outra com quem ela vai competir, mais cedo ou mais tarde.

Elas não descobrem trocando informações sobre, que o orgasmo feminino geralmente é clitoriano - o vaginal é mais difícil de ser atingido, só não sei por que – e então, que ela precisa ficar em posições que propiciem a fricção do clitóris no púbis masculino, como a de ficar por cima do homem, por exemplo; ou que a famosa travada que damos nele com as pernas é para que ele “cole em nós” e ai propicie um contato mais intenso que nos levará ao orgasmo. Pegá-lo pela bunda nos momentos finais e puxá-lo assim de encontro ao nosso corpo tem a mesma finalidade e objetivo.

Mulher não sabe que precisa concentrar a atenção dela no que acontece na sua região genital para intensificar e facilitar o processo e que, para tanto, precisa esquecer dos filhos, dos estudos, do trabalho, do chefe chato, de que precisa fazer as unhas e até do parceiro que não é exatamente do jeito que ela queria que fosse...

Que precisa perceber que sexo em si é bom e dá prazer, muito até, mesmo não se chegando ao orgasmo; e que então, a busca por este deve se tornar secundária e ela pode, de verdade, relaxar e aproveitar, uma vez que a sensação de ter um homem dentro de si, o peso dele, o contato das peles, o toque, tudo isso nos traz bem estar e plenitude. Se mulheres fossem de fato amigas, saberiam isso, pois falariam disso e não passariam anos torturando-se intimamente.

Engraçado, estava aqui pensando que a coisa é tão arraigada que nem mães falam disso com as filhas. Tá, que minha mãe não tenha falado disso comigo eu entendo, mas as da minha geração não falarem de sexo com as próprias filhas para além da proteção contra gravidez, dá pra entender? Ninguém conversa sobre as melhores formas de se relacionar sexualmente, sobre posições, transar ou não quando se está menstruada, orgasmo, platô, preliminares, quando dói, quando machuca... Se alguma mulher precisa de ajuda nesse sentido, fica geralmente restrita a procurá-la em sites, livros ou no asséptico ambiente da sala do ginecologista, que sim, lhe dará explicações técnicas, mas totalmente desprovidas de intimidade.

Talvez seja isso... Talvez falte intimidade às mulheres com a própria condição feminina e isso acabe se transferindo para a relação com as demais mulheres... Talvez se as mulheres conseguissem romper a barreira consigo mesmas, deixassem até de competir entre si, pois veriam que não tem mulher melhor. Somos todas “apenas” mulheres procurando viver com mais plenitude.

Mas ó, de boa, se tem uma coisa que uma mulher não deve fazer NUNCA – tá, a não ser que o seu homem seja MUITO, mas MUITO acima da média, o que duvido quando o assunto é a capacidade DELE em TE fazer gozar - é ser sincera com os homens nesse sentido! Não, não conte pro seu namorado/marido/ficante que você nunca conseguiu atingir orgasmos, muito menos que nunca os atingiu com ele, pois nega, você, além de enfrentar um interrogatório sobre porque mentiu e fingiu tanto tempo com ele, vai ser submetida a uma verdadeira maratona do “vamos fazê-la gozar”! Uma amiga caiu nessa bobagem de ser absolutamente sincera com o parceiro. Tadinha. Tem noção? Teve de agüentar o cara lá, horas e horas, fazendo malabarismos mil e é claro que depois de uns dias e muita paciência, ela achou por bem “sentir” os orgasmos mais espetaculares que uma mulher poderia ter, só pra ter um pouco de paz e sossego novamente.

É, o homem é um bichinho prepotente a ponto de não entender que a capacidade feminina de sentir orgasmo não está associada com a performance dele. Não, não adianta explicar que é um processo - como aqueles desenhos infantis em que você vai ligando os pontinhos até chegar ao destino e formar uma imagem (no caso o orgasmo), e que a “caneta que liga esses pontinhos” é a prática e relaxamento - pois por mais inteligente que o cara seja a sua capacidade de compreender NUNCA chegará a esse ponto. Então evite que é melhor pra você e para a relação.

E se você é um homem me lendo nesse momento, não se chateie comigo, mas aqui vai um toque: se você quer transar horas e horas com uma mulher, dedique 90% desse tempo às preliminares, carícias, banhos, massagens e afins, pois nenhuma mulher consegue ficar “ligada” por muito tempo quando o homem está um tempão ali, “batendo estaca” dentro dela. Nesta hora até as que gozam começam a pensar em outras coisas pra ver se o tempo passa mais depressa... Penetração é ótimo, mas tem tempo certo para durar... Captou?

ally mcbeal - you're still you

Mais um vídeo do Ally McBeal. Nesse Josh Groban canta "You're still you", num dos episódios em que ele fez participaçõs especiais. A qualidade do vídeo não está lá essas coisas, mas a música vale a pena.

Nada mais perfeito para exemplificar um homem, uma mulher e a relação que os permeia...

30 de abril de 2007

Essa é uma das cenas mais emocionantes da minha série preferida: Ally McBeal. Nesta cena o Billy, que tem um tumor no cérebro, está defendendo diante do juiz o amor que deveria ser a razão das uniões e a falta dele o único motivo para que casais se separassem. Ele alucina no meio dizendo que casou com a Ally há 12 anos atrás - mas não casou embora se conhecessem desde a infância e tenham namorado muitos anos - e depois de fazer uma linda declaração de amor pra ela, ele morre...

26 de abril de 2007

Hoje eu tô afim de filosofar... E filosofar sobre uma característica que tenho observado em muitas pessoas últimamente e em mim em algumas circunstâncias, que é a incapacidade para ver a hora de parar...

É, parar; deixar pra lá, virar o disco, seguir adiante, pois aquele assunto num vai dar em nada de bom sabe? Fui agora fazer uma caminhada e em pensamentos me debatia com a vontade de mandar recados malcriados, topar a pessoa e meter a mão na cara, pela primeira vez, embora não seja a primeira vez que me deixou com vontade disso na vida. E eu mandava o pensamento embora, mas logo me pegava de novo em cenas imaginárias... Até que pensei: mas e ai? Essa pessoa faz parte da minha vida?? Não!!!! Há um bom tempo que não. Não sabe de mim, não ri com as minhas alegrias, nem fica chateada com as minhas tristezas, nem preocupada com as minhas necessidades e nem contente com as minhas vitórias...

É uma pessoa pequena, em gestos e pensamentos e eu só tenho a agradecer que minha intuição e meu coração tenham sido mais sábios do que aquilo que minha razão podia ver e medir quando foi proposta uma retomada e eu disse: não!

E não vai ser agora que eu vou trazer de volta pra minha vida, nem em pensamentos, quem não faz mais parte dela né? Então parei! Vou me ocupar de pensar em pessoas e coisas que me acrescentem e me façam bem. Vou falar de coisas que façam sorrir e não chorar, porque a vida é curta e eu não tenho tempo a perder com bobagens!

22 de abril de 2007

Delivery

Se você tivesse essa caixinha, o que você faria?

Amiga diz:
Oi Jeann; você me deixou sem sono ontem!

Marie diz:
Eu???

Marie diz:
Por quê?

Amiga diz:
Porque você sempre diz a coisa certa na hora imprópria.

Marie diz:
Affff ...

Marie diz:
E quando é a hora certa de dizer coisas que doem?

Amiga diz:
Quando estamos, no mínimo, bêbados. Abraçados a garrafa de Tequila que acabou? É essa a hora certa...
Hoje acordei e estava fazendo as minhas visualizações quando chegou a hora de fazer aquela na qual te vejo entrar no MSN...

“- Oi baby!

- Oi.

- Tudo bem?

- Tudo.

- Tá chateada comigo?

- Não.

- Você tá monossilábica...

- Normal.

- Tá brava comigo?

- Porque, deveria?

- Não, mas num sei né?

- Só porque você sumiu?

- Eu precisava de um tempo pra ajeitar umas coisas na minha vida...

- Eu entendo, só não entendo porque eu não posso participar do processo.

- Você merece algo construído.

- Ou talvez eu seja apenas um sonho bom de se ter, mas não de se concretizar. Algo que é bom sonhar que não se tem para assim justificar o porquê do que o que tenho não me satisfaz...

- Não é nada disso...

- Pode até não ser, mas sabe aquele “muro” que derrubei no outro dia e que te permitiu aproximar-se de mim novamente?

- Sei.

- Está sendo reconstruído tijolo a tijolo...

- Por que isso?

- Acho que você só quis revanche e já conseguiu. Eu te dei um pé na bunda e agora você o devolveu. Estamos empatados. Agora vou seguir adiante. Seremos amigos, mas daqueles beeeeeeeeemmmm distantes.

- Não é nada disso. Só estou virando o homem que você me perguntou se eu queria ser.

- Perguntei por que você estava me dizendo isso, só que de uma forma confusa. A única coisa que fiz foi nomear de uma forma mais clara a sua fala.

- Mas mesmo assim é foda de ouvir. Doeu. E doeu por que você estava certa.

- Não, quem estava certo era você, pois foi você quem me disse isso, só que em outras palavras. Eu só fiz traduzir, resumir e simplificar.

- E então eu pude tomar uma atitude e te pedi um tempo. Um tempo para te oferecer mais do que eu podia te dar naquele momento.

- O x é que me dei conta que você sempre faz isso né? Você sempre aparece, fala um monte e então some novamente. Das outras vezes, eu estava protegida pelo meu muro de indiferença, não me envolvi e então foi fácil lidar e me rir daquilo tudo. Só que desta vez não. Desta vez o muro ruiu e eu fiquei aqui, sofrendo sem precisar. Eu não sou quem você quer; sou o sonho que você gosta de ter. Tudo bem, eu posso lidar com isso. Só te peço que nunca mais me ligue pra dizer que me ama. Me ligue como amigo e me trate como amiga. Nada mais e nada menos. Não me faça promessas, não me pergunte nada além do que se pergunta a um amigo. Não fale de saudade e não diga que quer me ter novamente.

- Mas... Mas... Mas... Mas...



Ai eu “acordei” e me dei conta que se minha mentalização funcionar e você aparecer on-line por esses dias, vou te mandar às favas!

What the Bleep Do We Know?

Se ainda não assistiu "Quem somos nós", assista.

Traz reflexões muito interessantes que nos ajudam a escolher caminhos melhores.

Esse é o trailer do filme.

21 de abril de 2007

Sol na casa 9, lua na casa 12

A Lua se faz crescente entre os dias 21/04 e 23/04, Marie, sugerindo algum stress emocional. O risco aqui é de adoecimento por conta de excesso de passeios e farras. Procure observar a importância de manter o recolhimento e a discrição, ainda que o Sol na nona casa esteja lhe impelindo para viagens ou estudos em excesso. Relaxar as emoções é absolutamente essencial neste momento!


E só hoje que você me avisa? Ressaca é adoecimento? rs...

Tá, eu bebo, nem tanto ou o suficiente para ficar beeeeeemmm alegrezinha a ponto de não saber ao certo porque conversamos tanto sobre impressoras na volta pra casa. Não que eu falasse, porém ouvia e fazia tanto sentido o assunto que ainda questionava. No entanto, hoje, olhando pra essa madrugada me pergunto: Porquê... Se eu não tenho impressoras há séculos??? rs...

Mas a noite em si foi deliciosa e valeu suuuuuuuuuuper a pena! ;o)

18 de abril de 2007

Verdi -Traviata - Choeur des Bohémiens (Musica)

Esse Me foi mandado pela Ana K. há algum tempo atrás. Adorei tanto que baixei todinho para ver. Lindooooooo!!!

Pra quem ama ópera e animações fica a dica: Chama-se L'operá Imaginnaire

Amores só são impossíveis quando não acreditamos neles...

Você tem muitos problemas?

Por Zíbia Gasparetto em “Conversando Contigo”

Sou uma pessoa calma, educada e faço tudo para estar em paz. Não gosto de brigar nem de perturbar os outros e muito menos de ser perturbada. A vida inteira, tentei conviver bem com todo mundo, mas por incrível que pareça, quanto mais eu pretendia preservar meu sossego, mais eu arranjava problemas.

Se alguém estava revoltado e agressivo, eu, que não queria confusão, tentava logo concordar, desviar o assunto. Mas ao contrário do que você pode pensar, ao invés de se acalmar, a pessoa descarregava toda sua bateria de rancor contra mim, que arrasada, e aflita passava algumas horas inconformada e deprimida.

Os outros desconhecem nossos limites. Por isso vão avançando e somos nós que precisamos definir até onde podem ir. E#u não sabia disso. Em meu entender, dizer um não os voltaria contra mim e como eu não queria criar um problema, acabava dizendo sim, mesmo quando sabia não poder ou não desejar cumprir.

Querendo contemporizar, agindo assim, você pode imaginar em quantas confusões me meti?

Com parentes, então, tudo fica ainda pior. Como não emprestar aquele dinheiro que um irmão pediu, apesar de saber que ele nunca poderá pagar e que gasta sempre mais do que deveria? Como negar tomar conta das crianças para uma irmã ter suas férias, apesar de serem mal-educadas e bagunçarem toda a casa e nunca atenderem ao que lhes é pedido? Como recusar abrigo para aquela prima que brigou com o marido e saiu de casa?

Uma amiga minha tinha um irmão alcoólatra, que vivia lhe pedindo dinheiro para pagar suas dívidas. E como ele distribuía muitos cheques sem fundos e ela sempre o salvava, ele nunca se preocupava. Levava a vida com prazer enquanto ela se privava de tudo para “salvá-lo”. Como dizer não a ele?

Aconteceu isso a você? Enquanto sua irmã saía de casa, feliz e livre para suas férias, você tendo ficado com suas crianças a contragosto, tentava agüentar a confusão em que sua casa se transformara, vendo os objetos de uso espalhados, a destruição de suas revistas favoritas, de suas plantas, abdicando até de seus programas favoritos de TV, porque elas tinham outras preferências? Como ninguém é de ferro, um dia você não agüentou a pressão, reagiu até com certa violência, tentando educa-las a seu modo. Claro que elas não aceitaram, revoltaram-se. E quando a mãe voltou, descansada, bem-disposta, elas se queixaram. E você, que não queria confusão, arranjou uma briga familiar sabe Deus até quando.

Já com a prima que saiu de casa chorosa porque surpreendeu o marido com outra, apesar de não ter acomodação suficiente e de saber que ela era muito dependente dele, como dizer não? Contrariada, você levou as crianças para o seu quarto e a acomodou. Seu marido não gostou e você ficou no meio, querendo “ajeitar” a situação. Estava na hora de sua prima se libertar daquele marido dominador e infiel. Só que, como sempre, ela não agüentou a separação e voltou para casa. O marido dela, irritado, entendeu que você pretendia separa-los e, no fim, como sua prima só via pelos olhos dele, ambos acabaram rompendo relações com você.

Um amigo espiritual costuma dizer:

- Se você tem um problema, foi você quem se meteu nele.

Isso é profundamente verdadeiro. Dizer sim quando quero dizer não é dar mais valor aos outros do que a mim, é não colocar meus limites, e isso é não me respeitar. É o mesmo que dizer que o que eu sinto não vale nada, que os outros podem passar por cima de mim à vontade. E eles passam sem dó nem piedade.

Hoje estou aprendendo a dizer não. Quando não quero uma coisa simplesmente digo não. Sem raiva e sem emoção. Um não é só uma negativa. É nosso limite. Um direito que temos de decidir o que desejamos ou não fazer. A isso se dá o nome de dignidade. Quando nos colocamos com sinceridade, dizendo o que sentimos, somos respeitados.

Se você está sempre cheio de problemas, pense como foi que se meteu neles. Se tiver um irmão irresponsável, uma irmã dominadora ou uma prima dependente do marido não se envolva mais com eles. Se for procurada, se lhe pedirem ajuda, devolva-lhes a responsabilidade de tomarem conta de suas vidas. Você não tem que resolver os problemas nos quais eles se meterem por livre vontade. Não há nenhuma lei, humana ou espiritual, que determine isso.

Lembre-se de que a verdadeira ajuda não é fazer por eles, mas dar-lhes oportunidade a que eles façam, descubram sua própria força. Todas as pessoas são capazes, quando querem. E só conseguem quando se assumem. Não é isso que a vida faz com todos nós?



Os outros desconhecem nossos limites. Somos nós que precisamos definir até onde eles podem ir.

13 de abril de 2007



Enquanto assistia "Quem somos nós" no mesmo momento em que a personagem saiu escrevendo palavras de amor e desenhando corações em seu corpo, tive o mesmo impulsso e não o contive. Era madrugada de sábado e eu aqui, sozinha no meu quarto me enchi de corações e "eu me amo"!

Só posso dizer uma coisa com a mais absoluta segurança: foi uma das melhores sensações da minha vida!!!! Tanto que ando pensando seriamente em repetí-la!

11 de abril de 2007



Já falei que vida, às vezes, faz da gente uma Maria-fumaça que passa em determinadas estações apitando e se a pessoa não subir, perdeu o direito de andar no nosso trem?

Pois.

Pense, pense... Você pode até ver a Maria-fumaça voltar a fazer o "seu" percurso; vê-la parando na sua estação novamente, mas fazer aquela viagem que você já perdeu??? Não né? Não.


Então: eu passei na sua estação; apitei para que você subisse (mais de uma vez!!!), e você não o fez...

E agora?

Agora foda-se!


Caipirinha de saque: parece suco e não sobe, mas no dia seguinte te deixa com uma ressaca da porra!


Ou será que foi a cerveja??


Hummmmm...

8 de abril de 2007



E este foi o primeiro desenho que fiz depois de passar mais de 13 anos sem pegar num lápis. Eu tinha acabado de levar o pé na bunda de um dos dois homens que amei e estava vendo se transformar num monstro o melhor namorado que tive.

A gente ia casar; e quando ele quis voltar 9 meses depois, mesmo amando-o eu não o quis, não queria amor pela metade. Ele ficou mal, entrou em depressão. Durante muito tempo não podíamos falar do namoro, pois ele dizia se sentir um imbecil.

Muitas vezes me questionei sobre se não tinha sido rígida demais e jogado a felicidade pela janela. Hoje sei que não, pois nos últimos meses ele se revelou como jamais sonhei que ele fosse... Ou seja: minha percepção estava certa, mais uma vez.


De todos os meus desenhos, esse é o que mais gosto.

Ele existe há mais de seis anos e traduz fielmente a forma como me sinto às vezes...



Feliz Páscoa a todos!

7 de abril de 2007

Jeff


Acordei e pensava na vida, sem muita empolgação, quando ele me veio à mente.

Vi o sorriso largo que fazia par com olhos que também sorriam num rosto de menino, emoldurado por longos e encaracolados cabelos cor de chocolate ao leite, que do outro lado da mesa me olhava e tentava entabular uma conversa. Precisamos, literalmente, de tradutor e intérprete já que ele era um metaleiro de 16 anos e cheio de gírias e eu uma burguesinha de 20 anos que era proibida até de chamar os amigos por apelidos em casa e que curtia MPB. Universos mais distintos impossível. Porém nada foi capaz de impedir a atração que nos uniu desde o primeiro instante.

Mas contê-la eu consegui por um bom tempo. Afinal, ele era um guri e eu era uma mulher já feita, na minha cabeça de menina boba. Não havia uma única vez que chegando à casa da minha prima - onde nos conhecemos - que a campainha não tocasse logo depois e ele aparecesse como quem não quisesse nada dizendo meu nome daquele jeito que, até hoje, ninguém mais foi capaz de copiar. Com o tempo ele diminuiu as gírias e eu passei a dominá-las um pouco mais e então pudemos liberar o “pezão” da ingrata função de explicar-me o que ele dizia. Passávamos horas sentados na varanda, ou à mesa da cozinha, batendo papo.

Ficarmos a sós era perigoso, tanto que nenhum dos dois propunha nos encontrarmos fora dali. Ele tinha uma banda de hardycore, e o máximo que nos permitimos romper esse jamais pronunciado acordo mútuo de sempre estarmos num lugar que nos conteria por si só, foi o de eu ir ver um ou dois ensaios – sim, sofríveis! – ali na casa ao lado.

Mas teve um dia... Um dia no qual cheguei à casa da minha prima e o encontrei já na rua. Eu tinha ganhado um carro modelo esportivo que era o sonho de consumo de qualquer garoto e ele tinha acabado de tirar a carta. Nesse dia não resisti àqueles olhos que imploraram para que eu o deixasse dirigir. E como o carro era apenas um carro diante da possibilidade de fazê-lo feliz, saímos andando sem rumo pela cidade.

E comprovando que nosso “acordo” mudo tinha mesmo razão de ser, foi nesse mesmo dia, num dos faróis dessa metrópole arisca e mágica, que aconteceu nosso primeiro beijo quando virando-se para mim ele disse: “Como hoje é meu dia de sorte, vou arriscar conseguir outra coisa que sempre quis”... Nos beijamos tendo por música de fundo a sinfonia de buzinas que logo se iniciou, pois o farol abriu e fechou novamente antes que conseguíssemos nos desgrudar.

Não lembro se foi nesse mesmo dia, ou em outro, que acabamos na cama. Não, não sou mulher de enrolar depois que me libero, então pode muito bem ter sido nesse mesmo dia, mas não me recordo, embora me lembre da gente no motel quando eu, brincando com o slogan da Madonna: “se você quer me possuir vem cá e me toma, me enche de porrada me enche de hematoma”, fiz com que ele me desse um tapa na perna, que foi mais barulhento do que doloroso, porém que assustou tanto a ambos que nos fez brochar imediatamente, ao mesmo tempo em que caíamos cada um para um lado da cama rindo muito da nossa reação, pois esta deixou evidente que aquela não era a nossa praia.

Também lembro dele me pegando de quatro de um jeito que ninguém nunca tinha feito... Dele tremendo alucinadamente, como eu ainda não tinha visto nenhum cara fazer, sentado na borda da piscina enquanto eu, apoiada nela, brincava com a minha boca no seu membro... Recordo também o beijo de despedida na porta da casa da minha prima que foi onde o deixei à noite e de onde parti sem que ela soubesse que eu tinha estado ali...

Nunca namoramos embora tenhamos saído muitas vezes e por muitos anos. A gente se curtia, se divertia muito junto, mas nunca nos iludimos de que fosse amor, não era. Nem paixão chegou a ser. Era mesmo uma atração física irresistível permeada por uma amizade sincera. A gente se dava absurdamente bem, se divertia muito junto e sentíamos um tesão gostoso, então por que não aproveitar?

Não lembro também de quando paramos de nos ver ou de nos falar, mas provavelmente foi em decorrência do envolvimento afetivo com outras pessoas e depois, pela separação da minha prima que fez com que eu nunca mais voltasse àquele lugar.

Não sei dele, nem da vida que leva hoje em dia, mas gostaria.

5 de abril de 2007




E hoje também é aniversário de alguém que para mim é mega especial... Que inclusive foi o grande motivador deste blog e o seu primeiro leitor, já que o fiz enquanto conversavamos ao ICQ...



Brunno



Hoje quis voltar a ser poeta

Para cantar em versos

O que sinto por ti.

Mas depois de tudo

O que sinto por ti?

É possível amar quem nunca se viu?

Sim!

Da mesma forma que é possível amar quem só vimos em sonho.

E por não conhecer-te

É isso que você tem sido ao longo dos anos:

O melhor dos sonhos que já tive

Apesar dos momentos de pesadelos.

Preciso agradecer-te Brunno:

Pelas inúmeras vezes em que me fez rir até doer a barriga;

Pelas tardes onde só falávamos bobagens;

Pelas tramas que me fizeram ser adolescente novamente.

Pelas incontáveis vezes em que você consolou meu coração partido

E pelas outras nas quais você o partiu para proteger-me de mim mesma.

Pelos puxões de orelhas;

Pela honestidade;

Por ter sido o espelho de uma alma muitas vezes perdida.

Por ter sido muitas e muitas vezes a única coisa boa que eu tinha na vida.

Por ter me feito sentir segura quando o medo era grande demais;

Por ter me feito sentir acompanhada quando a solidão era inominável

E amada quando eu achava que ninguém mais o podia fazer.

Por ter sinalizado caminhos.

Por, às vezes, me conhecer melhor que eu mesma...

Obrigada por permitir que eu me perca

E que me reencontre por conta da sua ausência.

Obrigada por forçar meus limites

E por reduzir minhas amplitudes.

Enfim, por ter me permitido que, por tua conta,

Conhecesse o meu melhor e o meu pior

E escolhesse o que quero ser.

Mas, principalmente,

Por ter me feito descobrir que amor incondicional existe...

Que não se esquece um amor verdadeiro.

E é por tudo isso,

E também por aquilo que não cabe em palavras

Que venho aqui agradecer e desejar

Que você seja MUITO feliz!

Hoje e sempre.



Feliz Aniversário!






Com amor,





Marie



Foi numa tarde, há seis anos atrás, que eu comecei o meu primeiro blog. De lá para cá ele já mudou de endereço e nome três vezes, porém, o formato é sempre o mesmo: sou eu, falando de mim e da minha maneira de ver e entender a vida.

Seis anos... Quem diria... Tanta gente que me chegou através dele e que hoje fazem parte da minha vida fora dele. Tantas alegrias e tristezas relatadas; tantos questionamentos... Tanta vida!

Acho que vou chegar ao fim da vida escrevendo um blog...

Amo!!!

4 de abril de 2007

A primeira premissa religiosa que aprendi foi “Orai e vigiai” . É sobre esse pilar que se ergue a fé Cristã.

O que ele significa? Orai: tenha pensamentos castos e elevados, emita vibrações de sublime pureza e bondade para Deus. Vigiai: cuide para que os maus pensamentos não dominem e guiem a sua existência.

Quando comecei a estudar o espiritismo deparei-me com a mesma premissa e alguns acréscimos: a lei da ação e reação, que alguns entendem e denominam de Carma, no espiritismo e no Budismo, ou a tríplice lei do paganismo, ou ainda a lei da atração que vem sendo mais divulgada atualmente pelo livro e filme homônimo denominado O segredo. No que ela se resume: você envia uma carga energética pro Universo e ele te devolve essa mesma carga. Lembram da lei da física que passamos anos estudando na escola? Você aplica uma determinada quantidade de força num objeto e o objeto de devolve a mesma quantidade de força aplicada por ele em você? É isso.

Na bíblia são inúmeras as passagens que dizem que somos feitos à imagem e semelhança de Deus e que, portanto, somos deuses. Também tem a famosa frase de Jesus: “peça que te será dado; bata que a porta se abrirá”. No livro “A Gênese” de Alan Kardec este nos conta que estamos imersos num “fluído cósmico universal” que pode ser manipulado pela vontade humana e se transformar em qualquer coisa que queiramos. Os evangélicos, de todos os cristãos, são os que melhor conseguem aplicar esse princípio, embora ainda pelos motivos equivocados. Então porque tanto alvoroço quando alguém chega e traduz isso de forma simples dizendo que a somatória disso nada mais é do que a manifestação material do que pensamos, acreditamos e sentimos? Afinal, inúmeras são as correntes filosóficas que falam do poder do nosso pensamento há milênios. E isso só pra exemplificar que a mesma coisa é dita das mais diversas formas há milhares de anos, mas o homem segue cometendo os mesmos erros imbecis de sempre... Incrível!

Pensar positivo vai evitar que o que consideramos mal aconteça na sua vida? Não. Mesmo porque somos tão primitivos ainda que consideramos a morte um mal e, apesar dela bater frequentemente à nossa porta, ainda nos desesperamos diante dela. Pessoas, e muitas, vão morrer antes de você caso venhas a envelhecer dentro das expectativas consideradas normais para a atualidade referentes à nossa longevidade. Se você conseguir evitar todos os males terrenos pensando positivo, não conseguirá evitar esse e então sempre estará sujeito a que, uma hora ou outra, a sua vida tenha momentos “negativos”.

O problema é que o ser humano nunca deixa de ser um bebê de bocão aberto esperando que o alimento caia ali apenas para ser digerido. A grande ilusão que rege a nossa raça é a de que se crer em algo, esse algo retirará da nossa vida todo o mal, fazendo-nos viver num idílio sem fim. E como isso não é verdade - embora seja, mas não convém discutir isso aqui - o que as pessoas fazem então é rejeitar todo o alimento que lhes chegam à boca. A imagem é mais ou menos assim: querem beber leite, a vida manda uma papinha, uma sopinha pedaçuda e nego cospe e resolve que então o bacana mesmo é comer pedra. Sai mastigando pedregulho e ainda reclama que a vida é dura!!!!

Ele nunca percebe que apesar de estarmos todos sujeitos a que o “mal” aconteça na nossa vida por estarmos imersos numa energia onde o negativo promove equilíbrio, o tempo de atuação desse “mal” na nossa existência depende de nós. Você pode levar um tombo e se estabacar no chão, porém se você vai permanecer lá esperando que alguém venha em seu socorro e reclamando e chorando porque caiu, ou se você vai tentar se levantar e voltar a caminhar, mesmo que precise de ajuda, é você quem decide.

Não está na hora de começarmos a amadurecer não?
Existe um tipo de mulher que se assemelha demais a camaleões: sua personalidade se transformam de acordo com os homens com os quais se associam. Estas poderiam ser resumidas assim:

"Diga-me com que casas, que te direi quem és".

Não, eu nunca percebi um homem tão plástico assim... Você já?
Gente que acha que tudo o que é seu é um luxo, e que tudo que é dos outros é uma bosta, me cansam...

Pior que isso é ver essa pessoa achar que só os outros são sem noção...

3 de abril de 2007

Eu ainda me surpreendo com o modo como as pessoas agem quando acham que ninguém está vendo e como mudam quando sabem que estão sendo vistas...

E a pergunta que me faço é: elas estão enganando quem: os outros ou a si mesmas?
Julgamentos


Sempre fui do tipo que temia terrivelmente julgar alguém e isso tinha uma gênese: quando criança, arteira que eu só, a minha sensação mais constante era a de que davam sempre motivos errados para as minhas atitudes e ações. Sempre colocavam uma intenção negativa onde eu apenas tinha querido me divertir ou descobrir algo.

Lembro que até mesmo na adolescência eu tinha quase que um assombro constante ante a incapacidade alheia de ver minhas reais intenções e isso me fazia ter um nó na garganta que não se dissolvia nunca. Lembro dessa sensação até quando eu tinha 20,21 anos...

Acho que isso contribuiu e muito para que eu não fale muito de mim. Até hoje é constante ouvir, de terceiros, teorias completas acerca dos meus comportamentos. O engraçado é que elas muitas vezes não falam absolutamente nada do que acontece aqui dentro. Eu me rio, pois entendo a necessidade das pessoas de colocarem os outros em formas das quais possam dar conta. Afinal alguém que foge ao que conhecemos por normalidade pode ser perigoso... Mas também é verdade que algumas vezes as pessoas acertam em cheio no que falam de mim e isso também não contribui muito para que eu fale mais sobre a minha pessoa. Se o outro já sabe tudo, vou falar pra quê? Só existe uma pessoa nesse mundo que tem a capacidade total e absoluta de me fazer falar...

Porém não era disso que queria falar. Queria comentar que me dei conta esses dias que quanto mais queria fugir de julgar as pessoas, mais acabava fazendo isso. E quem me fez perceber isso foi uma pessoa que fala tanto de gente chata e sem noção que acabou perdendo de vista que se tornou uma. E a coisa do julgamento funciona mais ou menos assim: pra evitá-lo você acaba o fazendo como uma espécie de marcador de onde não pisar; mas já estando pisando...

Hoje não me ocupo mais de julgar. Mesmo quando percebo que estou indo nessa direção, inverto meu percurso e procuro apenas procurar entender que seja qual for a hipótese que eu formular, ela será apenas uma hipótese, já que a verdade sobre si, só a pessoa detém.

Ficou tão mais agradável viver...

1 de abril de 2007



Publicou!!!!

Eis a prova da burrice...
A pessoa acordou às 5:54 hrs., sozinha. Tomou banho, passou os cremes, protetor solar 30 no rosto e tals. Mas a pessoa esqueceu de passar protetor no resto do corpo... E andou no maior sol das 10:00 às 13:00 hrs.

Pena que o blog não tá deixando publicar imagem... Pena!

À pergunta se eu continuo branquinha, hoje eu responderia: meio-à-meio; meio branca e meio vermelho camarão!