17 de junho de 2007

Sexta fiz minha segunda festa de aniversário e nela Guiu, ao me chamar de Lorelai, lembrou-me que a série acabou e eu não falei disso aqui. E eu quero.

Eu não vi o final pela TV. Baixei toda a sexta temporada e assisti aqui, na tela do meu micro deitadinha em minha cama. Com isso acabei vendo o final do seriado uma semana antes e não no dia 07 de Junho, quando foi ao ar pela Wanner, véspera do meu aniversário... Eu não queria que absolutamente nada turvasse essa data e despedir-me de Gilmore Girls, é uma dor que poucos poderiam compreender...

Passei sete anos me vendo uma vez por semana na televisão. Não sou dessas coisas de me identificar com personagens, mas Lorelai tinha traços meus tão explícitos, que eu não ficava muito à vontade de assistir a série perto dos outros. Uma sensação de desnudamento sabe? Via geralmente sozinha e no quarto.

Uma das cenas que me traduzem muito bem na série é uma na qual a Rory, recém egressa na Yale, ao telefone, conta para a mãe que durante as férias de verão de uma semana da faculdade na qual viajou para a praia, foi beijada pela Paris na boite e reviu "O Poder de um Mito" e Lorelay entre estupefada e brava pergunta: "como assim reviu 'O Poder de um Mito'? Eu escondi esse filme de você!!!" sem dar a menor importância pro beijo lésbico da filha. Sou assim também: geralmente não dou importância ao que os outros esperam que eu dê, mas sou capaz de fazer uma tempestade terrível por coisas que qualquer pessoa acharia banal. Atos não me prendem tanto quanto intenções...

Como ela, tenho uma urgência de dizer o que estou sentindo, mesmo que o que eu sinto mude dali a cinco minutos e para fazê-lo - com quem me sinto à vontade - o faço numa verborragia igualmente alucinada sem perceber que o outro dificilmente acompanha e se dá conta que algumas sutilezas preciosas estão nos detalhes que para mim fazem todo o sentido. É, ainda não achei minha Rory e, por conta disso, vivo tendo de me explicar...

Como Lorelai sou capaz de cometer as maiores burradas por impulsividade e jogar a felicidade pela janela sem dó e nem piedade, só porque o outro não fez o que eu queria e esperava no momento exato em que eu queria e esperava... Ah! E sofro igualmente quando me dou conta da bobagem, mas adio essa consciência ao máximo, exatamente como ela...

E eu ainda poderia descrever tantas e tantas outras coisas... Mas o que importa dizer aqui é que Lorelai me ajudou a perceber que eu era mais divertida do que problemática e que ser diferente, não é necessariamente ruim, é só... Diferente!

Se eu gostei do final? Eu gostei do final. Dentre toda a zona que fizeram da série, acho que conseguiram dar-lhe um final plausível e terno, apontando caminhos, embora isso não atendesse as expectativas da maioria dos fãs.

Quanto mim, vou sentir falta de poder me ver sem ter de estar olhando "para dentro", mas... C'est la vie!

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