24 de outubro de 2008

Ontem, saindo de uma atendimento, tomei a chuva mais deliciosa de uma vida.

A paciente me emprestou um guarda-chuva, mas como em apenas atravessar a rua eu já estivesse completamente ensopada, optei apenas por tirar o sapato, pois o pé escorregava dentro dele de um modo que para alguém que cai como eu é perigoso demais, e atravessei uma passarela sobre a Anhangüera tomando toda a chuva e bendizendo minha decisão, pois as pessoas que tinham guarda-chuvas abertos os via dobrarem e quebrarem diante do vento que fazia com que a chuva viesse de todas as direções e os tornava inúteis. E eu ali rindo, sentindo as gotas baterem no corpo, em alguns momentos doloridas, é verdade, porém com a mesma intensidade de uma massagem revigorante.

Cheguei ao ponto do outro lado da rodovia e nem me importei com os olhares das pessoas, mesmo consciente que minha blusa estava transparente e colada ao corpo - sorte que o sutiã era sóbrio e cor da pele! rs...- e que devia ser estranho ver em plena São Paulo uma mulher ensopada, com os sapatos numa mão e uma sombrinha fechada na outra, rindo do fato de até dos cílios pingarem gotas grandes d'água... Eu apenas me sentia deliciosamente livre.

Essa foi a chuva que eu pedia há tempos.

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