10 de outubro de 2008

É "engraçada" a forma como as coisas acontecem. Ontem o programa da Oprah foi um dos mais áridos e difíceis que já vi por conta do tema: a pedofilia que anda correndo solta mundo afora. É MUITO difícil conceber que um ser humano consiga sentir prazer em penetrar um bebê que nasceu há menos de uma semana e filmar isso e veicular essas imagens para que outros tenham alguma forma de prazer vendo. Desalentador mesmo.

Porém a um dado momento do programa pensei: "Opa! Mas eu já fui vítima de abuso sexual"! Percebi nesse momento que esse não é mais um dos papéis que me definem nessa vida. Parece que tudo isso aconteceu em outra vida e o que tenho são lembranças destituídas de emoção. Flashs de uma existência que já não é mais minha.

Ai hoje o assunto em vááários lugares é esse: Carta aberta a Luisa e de novo eu levei muito tempo para lembrar que já estive nesse lugar e quando fiz isso, lá na cozinha colocando comida no meu prato, pensei que gostaria de saber que o moço que praticou tal ato, alguma vez tivesse tido consciência e noção do que fez. MUITAS vezes me perguntei isso nos momentos de revolta no passado.

Mas a questão é infinitamente mais delicada e maior do que eu né? E intrincada também.

Porém me chama muita atenção nesse momento o quanto as pessoas criam regras para absolutamente tudo, até para um pedido de perdão. TUDO tem de acontecer dentro de padrões que elas pré-estabelecem senão é invalidado. Uma chatice sem fim né? Pois. Mas dá para entender melhor quando o Eckhart Tolle fala sobre sermos egos totalmente identificados com a forma e nada com a essência, com o ser, com o sentir.

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