10 de julho de 2008

Dia desses vendo um episódio de Sex and the City fui arremeçada ao passado. A cena: Carrie chega da balada cheia de fogo e Aidan, seu noivo, está dormindo na sua cama. Ela tenta seduzí-lo, mas o que recebe de volta é um: "comi demais, faz carinho no meu estômago, faz..." dito mais dormindo do que acordado. Caracas! E não é que eu tive um namorado que fazia exatamente igual? Não que ele costumasse rejeitar sexo, mas quando se excedia na combinação: álcool + carne, eu tinha de fazer massagem no estômago dele, "única" forma dele se sentir melhor!

Ai escrevendo isso lembrei da vez em que no sítio de uma amiga, ele, meu primo e mais um amigo beberam demais e começou aquele papo de bêbado chato, sabem qual, né? Os três homens falando dos próprios pais e indo ás lágrimas!!! Foi a minha deixa para ir para a cama e ter uma linda noite de sono... Ou quase. No meio da madrugada sou acordada pelas duas amigas - uma a namorada do meu primo e dona do sítio, e a outra mulher do outro chorão - para ir tirar meu namorado da piscina:

- Mas ele está se afogando? Pulei da cama e abri a janela que dava visão direta pra piscina e lá estava ele, nadando feito um golfinho! Olhei para as duas com cara de "como assim?" e elas danaram a me explicar que ele estava bêbado e poderia vir a ser perigoso. Entendi que eram duas mulheres controladoras querendo me aliar ao time. Recusei-me:

-Deixem ele nadar. E como vocês não vão mesmo dormir enquanto os vossos machos estiverem zanzando, tomem conta e só me chamem se ele se afogar ou passar mal de precisar levar ao hospital, combinado?

E voltei para a cama onde dormi muito bem obrigado, para acordar lá pelas seis abraçada com um namorado insone. Olhei-o e vi que algo ia mal:

- Que foi?

- Tô com muita dor de estômago... A carne mais a cerveja não cairam bem...

- Novidade; mas porque você não me acordou?

- Você estava dormindo tão gostoso, e quando deitei se aninhou tão bem em mim que preferi ficar quietinho te olhando para ver se passava...

- É, mas com esse olhos de cachorro que caiu da mudança e fraturou a pata, deu muito certo não, né? Pera ai que eu vou pegar remédio pra você... - Porque é lóóóóóóóóóógico que eu andava com uma farmácia na necessaire cada vez que viajava com ele.

Uma vez medicado, foi a hora de fazer a massagem no estômago mesmo sem ele ter pedido e vê-lo adormecer finalmente. E ficar ali olhando-o e sentindo o coração quentinho, pois amor era aquilo. Porque quando a gente ama, cuidar é natural, é forma de carinho e é diferente de tomar conta, de querer mandar no outro. Ele sabia que não deveria beber e comer carne, eu sabia, mas seria eu a tentar impedir ou fazer bico quando a coisa acontecia e ali na frente o corpo dele desandava? Não! Eu tinha um parceiro, não um filho.

E eu quero viver tudo isso de novo!!! Não com ele, é claro! Mas quero sentir amor e estar numa relação novamente.

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