26 de setembro de 2009

24 de setembro de 2009

Minha mãe nunca disse "eu te amo" para ninguém. Nem para meu pai, nem para os filhos, sequer para a sua própria mãe. Para ela palavras "o vento leva" e o que comprova o amor são atitudes. E justifica: "seu pai vivia me dizendo "eu te amo" e, no entnato, nunca deixou de seguir atrás de um rabo-de-saia. Ao ouvir isso pensei: "foi atrás do 'eu te amo' que não ouvia em casa". A argumentação da minha mãe seria minimamente plausível, se ela fosse alguém afetivo, que transborda afeto em gestos, carinhos, mas não é. Dura com gestos, palavras e qualquer demonstração de afeto. Uma bruta mesmo. E digo isso com todo amor e respeito que lhe tenho.

Meu pai era um ser híbrido: tinha capacidade para o afeto e palavras afetivas - habilidade essa que falta à minha mãe - porém também sabia ser bruto como ninguém quando lhe interessava. Eu o vi ser afetivo com minha irmã, é por isso que sei que ele o era, não por vivência própria. Do meu pai conheci apenas a brutalidade. Para ele "eu tinha a péssima mania de me atirar nos braços das pessoas, querer beijos", desde muito nova. E se durante muitos anos me senti mal com isso, já fazem outros tantos que isso não me machuca mais. Porque um dia entendi que amor é assim mesmo: você sente, mas nunca da mesma forma, mesmo que a sociedade insista em dizer que pais devem amar seus filhos de forma igual.

Diante desse quadro restou saber o que fazer de mim, podada que fui ao longos da infância, o que me fez chegar à adolescência sem saber muito como demonstrar e dizer para as pessoas que eu gostava delas. Lembro que aos 14 anos conversei com uma amiga sobre isso, a Claudinha. Eu invejava sua espontaneidade afetiva e o resultado disso nas pessoas; pedi que me ensinasse, pois tinha certeza que não queria ser como minha mãe, nem tampouco como meu pai. O que ela me disse foi muito simples: "se você quer, faça acontecer. Beije e abrace, ande de mãos dadas mesmo com as amigas. Vai ser difícil no começo, mas um dia você vai estar fazendo isso com naturalidade". Me determinei e comecei, mas não foi fácil. Eu tinha toda uma inibição, além do olhar repreendedor dos meus pais que carregava na mente.

Aos 16 comecei terapia e um grupo de movimento que me ajudou por demais no contato físico com outras pessoas, que até por outras questões pessoais, principalmente com o masculino, era muito complicado. Foram 3 anos de treino, todas as sextas-feiras. Foi lá que o Gilberto identificou e me ajudou a desenvolver o abraço que todas as pessoas elogiam. Toda sexta-feira, terminado o grupo, a gente se despedia abraçando os demais participantes. Era um abraço real que tinha a intenção de agradecer por a pessoa ter estado no grupo e compartilhado de momentos tão íntimos e delicados, muitas vezes, nos ajudando a superar dificuldades. E o Gilberto ficava na expectativa do meu abraço e sentia tanto prazer nessa hora, que o mantinha por um bom tempo e no começo sempre dizia: "isso, se entrega! Deixa a energia vir para os braços, para o peito; isso! Agora o coração. É isso mulher! Teu abraço é especial, pois você abraça de coração aberto". Pode parecer estranho a muita gente, mas sim, eu aprendi a demonstrar afeto nos muitos anos de terapia e trabalhos corporais. Um trabalho muitas vezes árduo, pois você tem de superar toda a aversão que muitas vezes sente e a vontade de sair correndo, ou de que um buraco abra e você se enfie nele.

Sei que muitas pessoas que me vêm hoje em dia acham que minha afetividade é natural, mas não é: é fruto de muito treino e terapia; de muito choro e superação. Também entram nessa lista outras habilidades que desenvolvi e traumas que superei. Afinal não foi àtoa que fiz 15 anos de terapia. É, não foram 15 dias, nem 15 meses; FORAM 15 ANOS mesmo. Dos 16 aos 30 anos ralei muito emocionalmente para chegar onde cheguei, porque terapia não é fácil e nem indolor, embora seja bom.

O resultado prático disso tudo que escrevi acima é que, afetivamente, quero tudo. Quero palavras e gestos de amor. Não quero meio pacote; me contentar só com uma parte. Quero ouvir "eu te amo" e sentir que sou realmente amada. Quero gestos de amor, demonstrações de carinho, mimo e buquês de rosas vermelhas. Não preciso ser melada, é verdade, e nem faz meu tipo. Eu mesma não sou de melar ninguém, porém quem amo não fica sem gestos e palavras de carinho constantes. E isso porque aprendi ao longo dos anos, que não ter nunca nenhuma palavra doce, nenhum gesto carinhoso não me alimenta ou motiva a permanecer na relação. Críticas podem até ser boas, mas como tudo, em excesso, só destroem.

O mais importante é que viver meus pais foi bom. Talvez tenha vindo deles o maior aprendizado que poderei esperar nessa vida e que é justamente entender que as pessoas podem me amar sem nunca conseguirem demonstrar isso com gesto e palavras doces. E que se eu não tive alternativa com meus pais, nas minhas demais relações posso entender e aceitar que a pessoa seja assim, mas posso também escolher não conviver, pois é algo que no dia-a-dia me machuca muito.

19 de setembro de 2009

Amo, adoro, venero essa música. Essa não é a minha versão preferida dela, mas hoje é a que melhor traduz meu estado de espírito!

Que vocês tenham um sábado simplesmente m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o!

15 de setembro de 2009

É chato, muito chato

Gente, vamos falar hoje de coisas chatas? Vou contar algumas das coisas que acho chatas, muito chatas e fui cortando aos poucos da minha vida, lentamente, muito mais para evitar ferir a suscetibilidade alheia do que por qualquer outro motivo, pois por incrível que pareça, além das pessoas não sacarem que é uma postura chata, ainda se magoam por você dizer-lhes não.

É chato, muito chato quando você pede para alguém fazer algo por você só para se manter no seu conforto. Aquele copo d'água que sentado no sofá você pede para pessoa sentada ao seu lado ir buscar? Pois. Chato, muito chato. Desagradável mesmo. Principalmente por trazer implícita a crença de que você acredita que o seu descanso vale mais do que o da outra pessoa. E aqui se aplicam também todas aquelas coisas que você não faz por motivos pessoais, que pode ser até uma certa dificuldade, ou ignorância e desconhecimento de causa e transfere para as outras pessoas na forma de "pedir um favor". Se você não quer gastar seu tempo desenvolvendo uma habilidade, o que te leva a crer que pode gastar o tempo de outra pessoa com isso, mesmo que essa outra pessoa já tenha essa habilidade desenvolvida? Porque, sim, ela pode levar menos tempo na execução, mas estará deixando de dedicar-se a qualquer outra coisa do seu próprio interesse para dedicar-se a você em algo que você mesmo não está disposto a investir seu tempo, então não, né meu povo? Se esforce, peça ajuda, mas nada de querer gastar o tempo dos outros em coisas que você pode fazer por si mesmo.

Outra coisa chata, muito chata é querer enfiar suas verdade goela abaixo dos outros. Se você conta algo a alguém o está autorizando que lhe dê sua opinião, está abrindo-se ao diálogo, o que não implica na imposição de idéias por nenhuma das partes. As suas idéias são as suas idéias, porém não isso não significa que elas não possam ser ampliadas por uma visão diferente. No entanto, "ampliar" é bem diferente de querer, a qualquer custo, que o outro negue a própria percepção tomando o que você acredita como verdade absoluta e inquestionável, só porque é dita por você. Não respeitar o direito alheio de ser e ver o que bem entende é chato, muito chato. Porém também é extremamente chato contar algo esperando que o outro sempre bata palmas para tudo o que você diz e acha. Se quer unanimidade grave um vídeo ou fale na frente do espelho.

Mais uma das coisas chatas, muito chatas: mimimi constante. Minha gente: as pessoas gostam é de quem está bem, quem tem alegria e sorrisos a distribuir. Bom-humor, alegria, e boa disposição são atrativos irresistíveis e conquistam qualquer um. Toleramos um amigo em situação difícil - ou vários - porque sabemos que são momentos que passam, por circunstâncias podem até durar um pouco mais, mas passam. Se a pessoa é dada a reclamar de tudo e sempre está com problemas, de baixo astral e deprimida, não rola. Primeiro porque a pessoa está contando com compaixão e pena para atrair a atenção sobre si quando no fundo o que deseja é despertar amor. Vai não. Segundo por que o que receberá é uma espécie de esmola que, como toda caridade, tem dia de cessar e então essa pessoa vai acabar é só, uma vez que essa postura é MUITO chata. Mimimi é um ótimo repelente de gente.

Porém, contudo, todavia, portanto e porquanto também é chato, muito chato, a pessoa que quer agradar excessivamente para conquistar os outros. Alegria excessiva, bom-humor excessivo, bondade excessiva, disponibilidade excessiva cheiram à falsidade e têm efeito contrário ao desejado. Isso porque denotam uma auto-estima rebaixada. Só quem não acredita na própria autenticidade como suficiente para conquistar os outros é tão bonzinho assim. Somos todos seres sujeitos a dor-de-barriga, mal-humor, TPM e etc. Não gostamos de todas as mesmas coisas que todos à nossa volta gostam, tão pouco deixamos de ter opiniões diferentes. Ser extremamente cordato é chato por não desafiar, não ampliar possibilidades, não convidar à superação. Todos gostamos de nos superar, de desvendar aspectos desconhecidos e de evoluir e é apenas a diversidade que nos possibilita isso. Não é à toa que existe um ditado popular que diz exatamente que "toda unanimidade é burra".

Outra coisa chata, muito chata, é gente que só quer falar de si. Não, não tem desculpa. Todos queremos ouvir e sermos ouvidos e nada pior que aquela pessoa que te apressa na conversa só para poder falar de si. Falta quase dizer: "acabou? Posso voltar a falar de mim depois desses longos 15 minutos que lhe cedi"? E, geralmente, essas são as mesmas pessoas que mais reclamam que os outros só falam deles. E o fazem justamente porque estarem extremamente ligados na própria necessidade de falarem sobre si mesmos... Hã, captaram? O interesse real pelo outro é perto de zero e ele só consta mesmo como pinico, pois é óbvio que alguém assim vai desfiar um rosário de lamúrias no seu ouvido.]

Se você se identificou com alguma das alternativas - ou todas - e reclama que não tem amigos e vive só, a solução é só uma: deixe de ser chato!

12 de setembro de 2009

Eu gosto tanto do refrão dessa música... A letra é bem triste, mas o refrão é uma forma tão bonita de dizer: eu te amo. Talvez porque amo Girassol... Enfim, adoro essa música:

O Girassol
IRA!
Composição: Edgard Scandurra

Eu tento me erguer
Às próprias custas
E caio sempre nos seus braços
Um pobre diabo é o que sou...

Um girassol sem sol
Um navio sem direção
Apenas a lembrança
Do seu sermão...

Você é meu sol
Um metro e sessenta e cinco
De sol
E quase o ano inteiro
Os dias foram noites
Noites para mim...

Meu sorriso se foi
Minha canção também
Eu jurei por Deus
Não morrer por amor
E continuar a viver...

Como eu sou um girassol
Você é meu sol...(3x)

Eu tento me erguer
Às próprias custas
E caio sempre nos seus braços
Um pobre diabo é o que sou...

Um girassol sem sol
Um navio sem direção
Apenas a lembrança
Do seu sermão...

Morro de amor
E vivo por aí
Nenhum santo
Tem pena de mim...

Sou agora
Um frágil cristal
Um pobre diabo
Que não sabe esquecer
Que não sabe esquecer...

Como eu sou um girassol
Você é meu sol...(4x)

Não sou perigosa quando estou com ódio, raiva, irritada, triste, magoada, com inveja ou qualquer outro sentimento negativo.

Sou perigosa quando me canso.

E eu cansei.

8 de setembro de 2009

Outro dia analisando com uma amiga o porque de eu ter tanto amigo gay, a conclusão foi que se não é assim, eu acabava me enrolando com o cabra. Duas semanas depois, conversando com Guilherme Bracco sobre uma terceira pessoa, ele lasca:

- Minha "fílea", homem que se aproxima de você, só duas possibilidades: ou é gay, ou quer te comer.

Olhei para ele com os olhos arregalados pelo mais genuíno espanto:

- Meu Deus! Eu bem cheguei a essa conclusão dias atrás!!! Você já sabia disso há quanto tempo?

- Eu? Há anos, muitos anos!

- E porque nunca me disse?

- E eu lá sabia que você não sabia?

- Pois! Mas não sabia! Só descobri isso há duas semanas!!!

É, sou lenta para algumas fichas... Mas é muito bom saber que mais alguém percebe as mesmas coisas que a gente né? Sinal que não estou vendo demais, nem tão pouco me superestimando.

7 de setembro de 2009

Reclamaram que esse blog anda chato de um tempo para cá e como a reclamação, embora indireta partiu de alguém de quem eu gosto bastante, vou me esforçar pra falar menos da Lei da atração e mais das coisas da minha vida, ou das minhas impressões sobre ela.

Para (re)começar vou contar que o ex que ligava bêbado (Oi Rê! rs), ligou sóbrio dessa vez. E eu bem achei que a gente seria poupado de, mais uma vez, conversar sobre o porque não vamos ficar juntos e casar, como ele insiste em dizer que será nosso destino. Mas teve jeito não e a conversa embora divertida, descambou para o "a gente".

Foi bom porque, sóbrio, provavelmente ele lembra de tudo depois e acho que, então, foi mesmo a última vez que falamos disso. Ruim porque desde então ele não fala mais comigo pelo MSN ou Orkut. É, nunca é bom ouvir que não vai rolar. Ouvir que a pessoa que você acha que mais combina com você no mundo, tem certeza que ela combina é com outro.

E a conversa ainda teve umas revanches da minha parte, digamos assim, pois há 3 anos atrás, eu, num momento de carência absoluta pensei: "será que não sou louca em deixar esse homem passar? Acho que nunca vou encontrar outro alguém que me ame como ele ama, pois taí um cabra insistente, melhor tentar ser feliz com ele, quem sabe com o tempo também não venha a amá-lo profundamente?" e então, aceitei tentar de novo. Combinamos de nos encontrar no dia seguinte e ele simplesmente ligou desmarcando as 8:00 hrs da manhã, aliás como já tinha feito outras vezes, só que nessas eram apenas encontros comuns. Quando ligou duas semanas depois, a conversa foi diferente e ele confessou que tinha certeza que eu o faria sofrer um monte novamente e por isso acabava não se aproximando. No fundo ele sempre soube que nunca correspondi ao seu amor como deveria ser.

Então, no meio da conversa, enchi mesmo a boca para dizer que ele se fodeu, pois a última chance que teve jogou pela janela. Nunca disse que sou santa né? Ele ainda argumentou que não veio porque não acreditou em mim, pois não viu meus olhos, meu jeito dizendo que a gente ia ficar junto e teve de ouvir de volta que não viu porque ele não compareceu ao compromisso marcado comigo, se tivesse vindo, se não fosse um bundão, teria visto. Ele foi obrigado a admitir e ficar quieto.

Também expliquei pela milésima vez que não pretendia acabar o namoro, pois embora eu não fosse absolutamente maluca por ele, eu gostava dele e do nosso namoro. Porém ele se tornou tão ciumento e implicante, que quando recomeçou a discussão de sempre pois não íamos ficar os dois trancados no quarto dele que era o que ele queria, vi que ele jamais ia cumprir a promessa de parar de brigar por bobagens e resolvi terminar. Assim, questão de 5 minutos entre decidir e fazer.

Essa não é uma conversa fácil de ter nem para mim que, supostamente, estava na posição mais confortável, até mesmo porque não tem como não ficar embevecida pelas coisas que ele fala e lembra a meu respeito. Coisas que eu, por dar menos importância, esqueci; como algumas situações nas quais transamos porque eu provoquei e os momentos ou lugares não eram, digamos assim, totalmente adequados. O ego fica todo pirilampo quando você escuta o cabra dizendo que gostaria de ir para cama com você de novo e os motivos pelo qual ele quer isso. Mas é vaidade né? Vaidade pura. Você sabe que ama outra pessoa e tem por aquela um carinho tão grande que é melhor não fazer isso com ninguém, muito menos consigo mesma. Eu não posso impedir que ele seja apaixonado por mim, nem que ele ligue para me dizer isso, porém tenho o dever de não deixar ele se iludir quanto a gente ter alguma chance. Agora não temos mais.

Também fui sincera em dizer que foi melhor mesmo a gente não ter casado, pois eu teria largado dele se um dia o outro aparecesse separado e me querendo, e ai foi a gente rir, quando a ficha dele caiu e ele acabou dizendo que é sorte dele então ser bundão em relação à mim... Porém não é isso. Se eu tivesse casado com ele, acho que o outro não ia retornar para a minha vida nesse momento, mesmo porque eu não permitiria isso. No entanto, hoje tenho consciência da minha incapacidade de amar plenamente outro homem que não seja o meu e, então, prefiro não entrar numa relação onde sei que não posso oferecer o que a pessoa merece receber: a possibilidade de vir a ser amado plenamente.

Como o ex lê esse blog, o intento aqui é dizer-lhe mais uma vez que ele sempre terá um capítulo muito especial na minha história. Que tem uma coisa que como homem, até hoje, só ele me fez entender e que é o significado de se fazer "amor" e que isso jamais vou esquecer. E que é em nome disso que prefiro manter a distância e o respeito que sempre tive por ele. A gente pode se encontrar, mas será apenas como amigos e eu vou esperar o tempo que ele precisar pra fazer isso de forma confortável para ele.

5 de setembro de 2009

É fato que muito ainda existe em mim para aprender, porém não posso negar que as transformações que já me ocorreram até o presente momento em função do aprofundamento na prática dos princípios da "Lei da Atração" trouxeram-me resultados que, espero, perdurem minimamente por toda essa vida.

A semana poderia não ter sido nada fácil com gastos inesperados e mais um HD perdido, porém como mantive firme o propósito de me manter no bem-estar, foi cômodo lidar com todas as questões, pois o coração em nenhum momento ficou perturbado. É claro que a mente deu lá uma ou duas cutucadas, mas está cada vez mais fácil dizer-lhe: "se aquiete, pois isso é facilmente resolvido, e se não é, se inquietar por que mesmo"?

Não creio que tenha virado uma pessoa absolutamente zen, sequer sei se um dia chegarei a esse estado - "será que alguém é absolutamente zen nesse mundo"? Mas é fato que me sinto muito mais lúcida ao observar as circunstâncias e seus contextos, menos dramática e isso faz com que eu sofra menos, bem menos, quase nada.

Quando o sofrimento bate à porta, tenho procurado praticar o perdão. Isso mesmo; sento-me, respiro fundo e dano a perdoar a mim e aos outros, até mesmo circunstâncias e fatos da vida, até que me sinta bem novamente, minimamente em paz.

Algumas coisas e pessoas têm o poder de mexer negativamente comigo ainda. Assim como fatos e circunstâncias. Porém meu trabalho pessoal é para que isso chegue ao mínimo possível. E isso porque concordo plenamente com algumas das coisas que tenho lido, a principal delas: "não adianta querermos um mundo melhor se a energia que oferecemos ao nosso mundo é a da tristeza, revolta, insatisfação. Só contribuímos positivamente para algo se oferecermos alegria, paz amor e equilíbrio".

Outra noção que venho desenvolvendo - e da qual gosto muito, embora seja muito difícil - é aquela que surge da percepção de que o mundo abriga mesmo todos os valores e jeitos de ser e que é assim porque é assim que a gente consegue saber o que quer e a reconhecer do que é feito a nossa essência: pelo contraste. Nunca houve, e parece-me, nunca existirá mesmo um mundo completamente pacífico porque unificado no sentido de todos acreditarem numa coisa só, ou numa única forma de se viver. Tenho me observado profundamente no sentido de tomar ciência do quão arrogante sou quando acredito que todas as pessoas deveriam viver da forma como acho certo. Primeiro porque sou apenas uma pessoa que vive mínimas possibilidades dentro do contexto de possibilidades que esse mundo aloca, portanto sou beeeeeeeeeem pequena e insignificante diante do todo, mesmo sabendo que sou essencial e imprescindível ao mesmo e segundo porque esse mundo abriga infinitas possibilidades mesmo; já pensou então em quantas são as possibilidades existenciais disponíveis do Universo?

Começo a pensar que a paz em todos os graus e âmbitos, desde o pessoal até a mundial, passa simplesmente pelo respeito por si mesmo e pelo próximo com a sua peculiar e individual maneira de ser. Eu posso discordar dela quando me colocando naquela situação e respondo emocionalmente à mesma com mal-estar, o que significa que esta não faz parte do meu repertório energético e evolutivo no momento, porém não posso dizer que seja errado se a pessoa vive bem da forma como vive.

Não, não é fácil, a gente tropeça todos os dias na nossa vontade de que tudo fosse como a gente acha que devia, mas mesmo assim é um exercício gratificante.