31 de maio de 2007

"Encontramos quase tudo pronto. Comida congelada, fast-food, roupas, carros e bebidas de todas as partes do mundo. Mas como encontrar uma amizade ou um namoro em um balcão de uma loja de conveniência? Muitas pessoas têm a ilusão de que vão encontrar o relacionamento pronto e, quando percebem que terão de dedicar seu tempo, carinho e atenção, simplesmente jogam fora esse amor como uma garrafa descartável. Os hábitos do mundo moderno estão nos iludindo sobre a essência de uma relação afetiva".

AMAR PODE DAR CERTO - Roberto Shinyashiki & Eliana Bittencourt Dumêt
Eu e o meu inconsciente: uma relação tão peculiar...

Dormindo: entro numa loja e vejo uma blusa linda de 65 reais pra minha mãe e penso: "está caro porque não tenho esse dinheiro e, portanto, não posso comprar. Acordo e enquanto viro enfesada pro outro lado resgungo: "É sonho porra! No sonho eu posso comprar tudo, até uma blusa de 6.500 reais. Inconsciente pé no chão do car****!Assim não dá pra criar uma consciência de properidade e abundância pô"! E volto a dormir...
De repente teus lábios surgiram diante dos meus e foram se aproximando, se aproximando... Tocaram-me suavemente, num roçar singelo e despretensioso. Senti a curva do teu lábio inferior roçar por entre os meus e não resisti a um mordisco. Senti a umidade da sua língua lamber o meio da minha boca, ainda fechada, como quem delicadamente pede passagem. Me abri para você que me penetrou de uma só vez para então mover-se de encontro à minha língua de forma suave; mas exigente. Você amoleceu e tornou úmido tudo em mim. Eu sabia que era um sonho, mas depois de tanto tempo, não me importei: entreguei-me sem lutar à você. Não, eu não acordei...
E eu gostaria de entender o que algumas pessoas entendem por amizade verdadeira... Porque pra mim, ser amigo é SER amigo, errando ou acertando, mas é estar ali pro que der e vier.

Eu não gosto de palavras vazias. “Saudade” significa o quê quando a distância foi você quem estabeleceu e mantém? Quando é você que não se coloca acessível ao outro? Quando é você que se comporta como um autista, achando que é um transgressor anti-social? Quando é você que faz tudo para que “estar próximo” perca o sentido? Hoje eu entendo algumas falas que há um tempo atrás me pareciam completamente sem sentido...

Quem tem saudade tenta saná-la. Quando sinto falta, eu vou atrás. A não ser quando o outro só valoriza as pessoas capazes de manter-lhe ilusões. Quando o que se espera é pura bajulação. Tudo é muito bacana na teoria, mas na prática as noites são vazias e os dias também. Ninguém corre até você se te sabe mal, ninguém sente a tua ausência, pois você nunca é real presença. Sempre a personagem na frente do ser....

Não vou atrás, porque cansei do “venha a nós e ao vosso reino nada”. E isso tudo só me confirma o que eu sempre soube e, inclusive, já disse em mais de uma discussão: a nossa amizade só existiu porque eu fiz por onde e me empenhei.

E agora, será que você ainda teria a cara de pau de negar isso como fez todas as outras vezes?

30 de maio de 2007

É impressionante como o corpo da gente muda com os anos: eu que nunca tive inchaço ou dor nos seios quando estava para menstruar, agora viro uma peituda de primeira que tem de descer escada com cuidado, pois caso contrário vê e sente estrelas...

Tem alguma coisa na gente que melhora com a idade?
Eu sou ansiosa. MUITO ansiosa. Nada me impede de dormir, embora me faça ter dificuldade em pegar no sono, e me faça acordar no meio da madrugada pensando no que não devia, ou ter a sensação de que algo grave e/ou ruim vai acontecer no dia – e 99% das vezes acontece mesmo - por mais duas horas para só então voltar a dormir.

Muitas vezes só vou descobrir o que está me deixando ansiosa quando acordo na madrugada como aconteceu essa noite: acordei pensando numa pessoa e ai, me dei conta que estou incomodada com ela por estar pré-julgando uma terceira pessoa e se recusar a encontrá-la pessoalmente o que tenho certeza, acabaria com a má impressão. E me incomodou porque posta a par da situação, e embora eu dissesse que não, que ela estava redondamente enganada na percepção, uma vez que conheço a terceira pessoa muito bem, a pessoa não me deu crédito e começou a me evitar. Incomodou-me muito mais, por ser alguém que tem um discurso todo humanitário e contra qualquer forma de discriminação. E fico ansiosa porque tenho uma vontadezinha de ir lá e dar um belo puxão de orelha...

Mas não quero fazer isso. Não farei; não fiz. Um dos meus compromissos de 2007 é o de não cuidar mais de quem tem idade para cuidar de si mesmo e arcar com as próprias incoerências. E tenho tido êxito até agora.

O que me falta é achar um jeito de não ficar ansiosa com essas coisas...

27 de maio de 2007

E Gilmore Girls acabou.

Ainda não vi o último episódio, mas sei que ela acabou muito distante do que se pretendia para a série. Acabou porque a Alexis Bladel, que interpretava a Rory, não quis mais continuar. Se por um lado eu entendo o cansaço em se interpretar o mesmo personagem por anos a fio, por outro não entendo como a pessoa larga o certo pelo duvidoso, sendo que a série tinha fôlego para mais um ano. Sim, sempre existe a perpectiva de fazer novos sucessos, novos filmes e etc. e tal, mas vejamos pelos atores de Friend's: nenhum deles conseguiu ainda realisar outro trabalho que os projetasse tanto quanto...

Ventila-se a possibilidade de um filme daqui a dois anos, que escrito e dirigido pela Amy Palladino, traria o desfecho da série que ela sempre idealizou. Muitos estão descrentes, pois a Alexis já se mostrou reticente; porém tendo a achar que daqui a dois anos, mais longe do sucesso e do assédio do que está agora, ela se encontrará muito tentada a participar sim...

Vamos torcer né?
Vou falar de uma coisa bacana que me aconteceu no Sábado passado, lá na choperia karôke onde foi o aniversário: eu conheci o Chico! Conheci sem saber quem ele era à princípio, pois chegou com Guiu e Ronaldo e socializamos por osmose, já que parto do princípio de que quem anda com os meus amigos é tão bacana quanto... Só descobri que ele era ele, quando Guiu disse que eu tinha ganho mais um fã - e aqui imaginem meus olhinhos pisquentos de alegria - depois de eu e ele cantarmos "vou dar a volta no mundo, eu vou; vou ver o mundo girar, mas eu só saio daqui quando o coral negro passar"... e então comentou que eu provavelmente lia o blog dele e vocês não sabem, mas o leio há muitos anos, só que do meu jeito habitual: em silêncio.

Ele escreve sobre cinema e embora nossos gostos não ornem - Babel e Diamante de Sangue entraram na lista dele dos piores de 2007 até agora, mas eu a-d-o-r-e-i ambos - ele é o cara que consulto quando quero saber o que tem de bom pra se ver no cinema, ou pegar na locadora. Legal né? Tá morando em São Paulo, o que significa que nos veremos muitas outras vezes.

Tem coisas que só um blog propicia!!!
Sim, haviam dois posts aqui que eu apaguei. Apaguei porque acho que as pessoas não entenderam direito o que quis dizer e então era melhor não manter no ar algo que ia gerar interpretações errôneas.

O que importa saber é que eu já recomecei novamente.

;o)

20 de maio de 2007

Ontem fui na melhor festa de aniversário dos últimos tempos numa Choperia/Restaurante na Liberdade com direito a karaokê e quando cantei Evidências (Chitãozinho e Xororó), descobri que é a música mais amada por todas as tribos...

pena que eu me tornei muito alérgica á cigarro e que hoje esteja numa bruita ressaca, mesmo sem ter fumado ou bebido nada. Só o ar viciado me faz mal...

E hoje eu tô numa preguiça que afff..

14 de maio de 2007

Aquela choradeira que me acometia a cada vez que eu pensava que vou fazer quarenta anos, passou. E passou quando entendi que todo o meu receio diz mais respeito à forma como a sociedade trata as pessoas de quarenta do que sobre a realidade de se ter essa idade. Resumindo muito superficialmente, diria que a minha percepção é que a década de quarenta é para a maturidade o que a adolescência é para o tornar-se adulto, ou seja ela é a "adolescência da maturidade". E isso porque parece que social e afetivamente ao adentrarmos nessa década nos retiram uma série de direitos, tal e qual na adolescência, quando somos velhos demais para fazer coisas de crianças e ainda não tão adultos para fazermos coisas de adultos.

A década de quarenta é igual para a mulher: você é velha demais para se comportar como uma mulher de trinta, mas também é nova demais para se igualar à sua mãe na mesma idade. Você é a “quarentona” de quem vão falar, geralmente em tom de crítica. A que deve descer a saia e subir o cabelo. A que não importa o quanto teu corpo esteja em forma, tem de esquecer as mini-blusas, pois elas não “caem bem” em uma mulher dessa idade. A que se olhar para um homem de vinte vão ficar horrorizados e se sair com um então vão dizer que não se enxerga!!! mas desde que o mocinho de vinte te enxergue, que mal faz não é mesmo? rs...

Para o homem parece ser menos cruel nas relações sociais e afetivas (o famoso trocar uma de quarenta por duas de vinte, saca?), mas profissionalmente costuma ser um terror. Coitado do cara que se desempregar na sua década de quarenta. Provavelmente só vai se reempregar quando tiver cinquenta ou mais anos...

Pessoalmente decidi seguir o conselho de um amigo e não vou mais dizer a minha idade, principalmente por ter quase matado um cara que tinha acabado de conhecer da mesa ao lado à minha - que já é cardíaco - do coração, no boteco, sábado, quando enquanto ele me fazia companhia, perguntou minha idade e ficou muito, mas muito surpreso quando eu disse.

E também por isso né? Eu, como bem mencionou a minha amiga quando nos reencontramos, continuo a mesma pessoa que conhece gente do nada, bate-papo e faz novos amigos de infância em cinco minutos. Ela morta de preocupada com o atraso e eu lá, na maior festa, sendo bem tratada pelos vizinhos de mesa, bebendo de graça, rindo...

Tem outras coisas mais sobre as quais quero falar; outras percepções. Mas essas ficam pra manhã.

;o)

9 de maio de 2007

Eu sei... Eu sei que não tenho escrito, mas fazer 40 anos tá mexendo profundamente comigo. Por isso a ausência, por isso o silêncio, por issoa quietude.

Tem horas que a única coisa da qual tenho vontade mesmo é de brincar...

1 de maio de 2007

Nós mulheres incompreensíveis!

Ontem, na pausa da caminhada, fui fazer meu happy hour com amigas queridas ali no BR Mania de sempre. Lá a conversa rodou em torno do “nada que prestasse” até que eu disse que homem é um bicho estranho, pois quando não tem ninguém para competir, compete com ele mesmo. Uma das meninas pontuou que mulher é pior, pois compete sempre com as outras, mesmo que estas sejam suas amigas. Fui obrigada a concordar lembrando que amizade entre mulheres acaba no exato momento em que ambas se interessam pelo mesmo “macho”, ou no momento que a sua amiga achar você está de olho no homem dela... Outra das mulheres presentes complementou: “pelo mesmo homem, pelo mesmo emprego, pelo mesmo cargo, pelo mesmo vestido pra ir NAQUELA festa”... E é a mais pura verdade! Triste, mas absolutamente verdadeiro. Mulher não é amiga de mulher. Mulher geralmente não é leal com as amigas, principalmente se tiver um homem na vida de uma delas e, por conta disso, dificilmente entende a lealdade masculina que para ela mais é uma entidade que tem de ser exorcizada.

Estava aqui pensando nisso quando lembrei que outro dia ao ver uma conhecida dizer, sobre o fato de uma outra amiga ter contado segredos de alcova com um conhecido comum, que isso é coisa normal, que é corriqueiro mulheres falarem de sexo. Estranhei MUITO essa afirmação, pois se tem um assunto sobre o qual as mulheres não falam em absoluto é sobre sexo. Foi então que finalmente consegui entender o que ela quis dizer: mulheres não falam sobre sexo; se gabam do homem que têm umas para as outras.

Como sei disso? Para além de ser mulher, em quase quinze anos de experiência em consultório perdi a conta das vezes nas quais minhas pacientes - depois de um bom tempo em processo - chegavam com um tom de confidência absoluta para me contarem o maior tormento da vida delas: não conseguiam atingir o orgasmo e que, portanto eram mulheres mutiladas, por que incapazes. Também são muitas as amigas que me confidenciam isso hoje em dia. Mulher não sabe que o orgasmo feminino é aprendido. Que se pode levar anos praticando até que se passe a senti-lo em todas às vezes nas quais se transa. E isso por quê? Porque mulheres não falam de si no sexo, falam do homem que têm e sempre se colocam como se fossem umas gozadoras de primeira. Elas nunca admitem que: “olha, sexo é bom, mas e o tal do orgasmo que nunca vem? Acontece com você também”? Não. Elas preferem não falarem disso e seguirem anos se torturando intimamente, só para não parecerem menos diante da outra com quem ela vai competir, mais cedo ou mais tarde.

Elas não descobrem trocando informações sobre, que o orgasmo feminino geralmente é clitoriano - o vaginal é mais difícil de ser atingido, só não sei por que – e então, que ela precisa ficar em posições que propiciem a fricção do clitóris no púbis masculino, como a de ficar por cima do homem, por exemplo; ou que a famosa travada que damos nele com as pernas é para que ele “cole em nós” e ai propicie um contato mais intenso que nos levará ao orgasmo. Pegá-lo pela bunda nos momentos finais e puxá-lo assim de encontro ao nosso corpo tem a mesma finalidade e objetivo.

Mulher não sabe que precisa concentrar a atenção dela no que acontece na sua região genital para intensificar e facilitar o processo e que, para tanto, precisa esquecer dos filhos, dos estudos, do trabalho, do chefe chato, de que precisa fazer as unhas e até do parceiro que não é exatamente do jeito que ela queria que fosse...

Que precisa perceber que sexo em si é bom e dá prazer, muito até, mesmo não se chegando ao orgasmo; e que então, a busca por este deve se tornar secundária e ela pode, de verdade, relaxar e aproveitar, uma vez que a sensação de ter um homem dentro de si, o peso dele, o contato das peles, o toque, tudo isso nos traz bem estar e plenitude. Se mulheres fossem de fato amigas, saberiam isso, pois falariam disso e não passariam anos torturando-se intimamente.

Engraçado, estava aqui pensando que a coisa é tão arraigada que nem mães falam disso com as filhas. Tá, que minha mãe não tenha falado disso comigo eu entendo, mas as da minha geração não falarem de sexo com as próprias filhas para além da proteção contra gravidez, dá pra entender? Ninguém conversa sobre as melhores formas de se relacionar sexualmente, sobre posições, transar ou não quando se está menstruada, orgasmo, platô, preliminares, quando dói, quando machuca... Se alguma mulher precisa de ajuda nesse sentido, fica geralmente restrita a procurá-la em sites, livros ou no asséptico ambiente da sala do ginecologista, que sim, lhe dará explicações técnicas, mas totalmente desprovidas de intimidade.

Talvez seja isso... Talvez falte intimidade às mulheres com a própria condição feminina e isso acabe se transferindo para a relação com as demais mulheres... Talvez se as mulheres conseguissem romper a barreira consigo mesmas, deixassem até de competir entre si, pois veriam que não tem mulher melhor. Somos todas “apenas” mulheres procurando viver com mais plenitude.

Mas ó, de boa, se tem uma coisa que uma mulher não deve fazer NUNCA – tá, a não ser que o seu homem seja MUITO, mas MUITO acima da média, o que duvido quando o assunto é a capacidade DELE em TE fazer gozar - é ser sincera com os homens nesse sentido! Não, não conte pro seu namorado/marido/ficante que você nunca conseguiu atingir orgasmos, muito menos que nunca os atingiu com ele, pois nega, você, além de enfrentar um interrogatório sobre porque mentiu e fingiu tanto tempo com ele, vai ser submetida a uma verdadeira maratona do “vamos fazê-la gozar”! Uma amiga caiu nessa bobagem de ser absolutamente sincera com o parceiro. Tadinha. Tem noção? Teve de agüentar o cara lá, horas e horas, fazendo malabarismos mil e é claro que depois de uns dias e muita paciência, ela achou por bem “sentir” os orgasmos mais espetaculares que uma mulher poderia ter, só pra ter um pouco de paz e sossego novamente.

É, o homem é um bichinho prepotente a ponto de não entender que a capacidade feminina de sentir orgasmo não está associada com a performance dele. Não, não adianta explicar que é um processo - como aqueles desenhos infantis em que você vai ligando os pontinhos até chegar ao destino e formar uma imagem (no caso o orgasmo), e que a “caneta que liga esses pontinhos” é a prática e relaxamento - pois por mais inteligente que o cara seja a sua capacidade de compreender NUNCA chegará a esse ponto. Então evite que é melhor pra você e para a relação.

E se você é um homem me lendo nesse momento, não se chateie comigo, mas aqui vai um toque: se você quer transar horas e horas com uma mulher, dedique 90% desse tempo às preliminares, carícias, banhos, massagens e afins, pois nenhuma mulher consegue ficar “ligada” por muito tempo quando o homem está um tempão ali, “batendo estaca” dentro dela. Nesta hora até as que gozam começam a pensar em outras coisas pra ver se o tempo passa mais depressa... Penetração é ótimo, mas tem tempo certo para durar... Captou?

ally mcbeal - you're still you

Mais um vídeo do Ally McBeal. Nesse Josh Groban canta "You're still you", num dos episódios em que ele fez participaçõs especiais. A qualidade do vídeo não está lá essas coisas, mas a música vale a pena.

Nada mais perfeito para exemplificar um homem, uma mulher e a relação que os permeia...