14 de maio de 2007

Aquela choradeira que me acometia a cada vez que eu pensava que vou fazer quarenta anos, passou. E passou quando entendi que todo o meu receio diz mais respeito à forma como a sociedade trata as pessoas de quarenta do que sobre a realidade de se ter essa idade. Resumindo muito superficialmente, diria que a minha percepção é que a década de quarenta é para a maturidade o que a adolescência é para o tornar-se adulto, ou seja ela é a "adolescência da maturidade". E isso porque parece que social e afetivamente ao adentrarmos nessa década nos retiram uma série de direitos, tal e qual na adolescência, quando somos velhos demais para fazer coisas de crianças e ainda não tão adultos para fazermos coisas de adultos.

A década de quarenta é igual para a mulher: você é velha demais para se comportar como uma mulher de trinta, mas também é nova demais para se igualar à sua mãe na mesma idade. Você é a “quarentona” de quem vão falar, geralmente em tom de crítica. A que deve descer a saia e subir o cabelo. A que não importa o quanto teu corpo esteja em forma, tem de esquecer as mini-blusas, pois elas não “caem bem” em uma mulher dessa idade. A que se olhar para um homem de vinte vão ficar horrorizados e se sair com um então vão dizer que não se enxerga!!! mas desde que o mocinho de vinte te enxergue, que mal faz não é mesmo? rs...

Para o homem parece ser menos cruel nas relações sociais e afetivas (o famoso trocar uma de quarenta por duas de vinte, saca?), mas profissionalmente costuma ser um terror. Coitado do cara que se desempregar na sua década de quarenta. Provavelmente só vai se reempregar quando tiver cinquenta ou mais anos...

Pessoalmente decidi seguir o conselho de um amigo e não vou mais dizer a minha idade, principalmente por ter quase matado um cara que tinha acabado de conhecer da mesa ao lado à minha - que já é cardíaco - do coração, no boteco, sábado, quando enquanto ele me fazia companhia, perguntou minha idade e ficou muito, mas muito surpreso quando eu disse.

E também por isso né? Eu, como bem mencionou a minha amiga quando nos reencontramos, continuo a mesma pessoa que conhece gente do nada, bate-papo e faz novos amigos de infância em cinco minutos. Ela morta de preocupada com o atraso e eu lá, na maior festa, sendo bem tratada pelos vizinhos de mesa, bebendo de graça, rindo...

Tem outras coisas mais sobre as quais quero falar; outras percepções. Mas essas ficam pra manhã.

;o)

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