13 de agosto de 2007
Acho que descobri o problema do brasileiro. Descobri quando, antes mesmo de ver a Campanha “Cansei”, vi a reação de algumas pessoas a ela. Claro que a maioria negativa. Aí fiquei matutando, querendo entender porque nenhuma campanha, nenhuma manifestação nesse país, desde os caras-pintadas no impeachment do Presidente Collor, emplacou novamente, mesmo que o que se tenha feito depois dele tenha sido pior e mais sério. Fiquei relembrando as pessoas nas ruas, aquela movimentação toda que ganhou espaço absoluto nas mídias do Brasil e do mundo e foi então que se fez a luz.
A culpa é da “turma do deixa disso”. Daquele grupinho de pessoas que nunca quer confusão, mesmo que a confusão seja em benefício próprio. Por que essa turma só acha que vale a pena se mover se for pra ser notícia. E se resultar em fotografias pra se colar num álbum, ou aparições na telinha que depois possam vir a ser mostradas e comentadas com amigos e parentes, melhor. Para eles só vale se envolverem se a coisa for um verdadeiro espetáculo. Caso contrário – e se ainda por cima for um minuto de silêncio - é melhor que tudo aconteça à sua revelia e, de preferência, se algo realmente acontecer, que eles possam ver pela TV.
Quando essa turma vê algo como a Campanha “Cansei”, imediatamente começa a se dizer: “isso não vai dar em nada, não vai levar a nada, melhor nem pagar o mico”. Começam também a dizerem isso para as pessoas à sua volta e como brasileiro odeia pagar mico – pois depõe contra a sua auto-imagem de “esperto” - se existia uma vontadezinha de participar, ela acabou de escorrer pelo ralo.
É a mania de grandeza que estraga o brasileiro. Essa vontade quase inata de ser o melhor em tudo e que, por não ser, acaba se traduzindo geralmente nuns exageros descabidos ou nessa apatia mórbida de quem não consegue ver que são os pequenos gestos cotidianos que mudam a nossa realidade...
Para os céticos de plantão eu digo: concordo! Parar um minuto na sexta-feira, dia 17, às 13 horas não vai fazer com que políticos ou cidadãos criem caráter e passem a tratar com respeito e dignidade os interesses dessa nação, fazendo deste um país mais justo e melhor. Não! Realmente não vai! E não vai porque inexiste mágica. Não existe “show” ou impeachment capazes de tal façanha. Porém, quando você olhar pro lado e ver que, como você, outros brasileiros também estão dispostos a realizar pequenas, mas efetivas ações visando à transformação da história futura desse país; quando vir o olho do outro refletindo o seu na crença de que merecemos mais e melhor, talvez isso comece a fazer toda a diferença.
Porque talvez, e apenas talvez, seja esse o gesto simples capaz de recriar em nós uma identidade há muito perdida. Talvez, e apenas talvez, depois desse um minuto voltemos a perceber que não devemos esperar nada dos outros, do governo e tomemos plena ciência de que quem constrói o nosso país somos nós. E que o fazemos justamente através de pequenas ações que levam muitas vezes apenas um minuto para serem efetuadas, porém cujos efeitos podem durar por muito tempo.
Então, programe seu despertador, seja no relógio ou no celular, para tocar às 12:59 h. do dia 17 de Agosto e desperte você. Vamos nesse um minuto nos comprometer conosco mesmos a levarmos adiante aquilo que nasceu antes desse minuto, quando você decidiu participar e mais: incentivou outras pessoas a fazerem o mesmo.
Vamos parar, mas que isso seja para que efetivamente voltemos a caminhar.
Marie Jeanne Sermoud
http://blog.cansei.com.br
8 de Agosto de 2007
Roteiro:
Pelo Brasil, vamos fazer 1 minuto de silêncio.
Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros - um movimento a favor do Brasil!
DIA 17 DE AGOSTO ÀS 13:00.
São Paulo: Catedral da Sé, Praça da Sé - Centro
Porto Alegre: Aeroporto Salgado Filho
Veja aqui o Roteiro dos atos cívicos
12:00 - Chegada
12:30 - Ato ecumênico
13:00 - Minuto de silêncio
13:01 - Hino Nacional e encerramento
12 de agosto de 2007
Acabei metida numa discussão chatinha aqui em casa por algo que escrevi e apesar de ter dito algumas coisas, passei longe de dizer o que queria. Logo em seguida alguém veio me encher o saco na internet e não fosse uma amiga on-line (obrigada Yva!)eu teria explodido com uma pessoa o que queria ter explodido com a outra. O x é que só consegui ir dormir às 04:00 da manhã por conta de ficar pensando obsessivamente na primeira situação. E mesmo dormindo, ela ainda me perseguiu por horas durante os sonhos...
E por ai a gente vê o quão é difícil mudar padrões habituais de pensamentos. Sempre fui extremamente crítica comigo mesma, exigente. Eu usei n argumentações comigo mesma, analisei, pensei, repensei, e consegui pegar no sono com elas, mas bastou o ego relaxar e o superego veio à tona de chicotinho na mão.
8 de agosto de 2007
Taxitramas: Um taxista de Prto Alegre conta as aventuras e desventuras ocorridas a bordo do seu Taxi. Já virou livro é é crônica semanal do jornal Zero Hora.
A Lei da Atração: A Patrícia me indicou no blog dela por conta do pequeno texto que fiz sobre o assunto. Fui lá e adorei tudo o que li. Se você está a fim de se aprofundar mais no assunto não perca a chance de conhecer os pontos de vista dela. Tem dicas valiosas!
Fiapo de Jaca: texto bons escritos pelo Tuca Hernandes que também dá excelentes dicas de leitura de outros blogs.
Papelpop.com: A visão divertida e ácida do Phelipe Cruz sobre o mundo dos artistas e celebridades mundiais.
Vejam só: estou hoje na fila de um caixa no supermercado que sempre frequento e que é ultramegahiperblaster movimentado. Estou em um caixa com um carrinho cheio; ao meu lado está, no outro caixa, um rapaz com uns 4 ou 5 itens; atrás dele tem uma mulher também com 3 itens e na frente de ambos um homem com carrinho monstro já sendo descarregado. O caixa imediatamente ao lado deles está fechado. Eu olhei e pensei que quando o carrinho na frente do meu passasse, caso o caixa deles ainda estivesse ocupado, cederia a vez para ambos, afinal, alguns minutos a mais na fila não iam me prejudicar em nada.
Passados alguns minutos no qual atrás deles parou uma mulher com um carrinho pequeno mas relativamente cheio, o caixa que estava fechado começa a abrir e então o rapaz se encaminha para ele. Lá atrás vem uma mulher com uma adolescente e uma menina, empurrando carrinhos pequenos e bem cheios. Quando o moço se dirigiu ao outro caixa, a moça que estava atrás dele também ia, mas como havia posto uma caixa de cervejas em lata no chão, abaixou-se para pegá-lo. Foi ai que a louca da mulher que lá vinha com os carrinhos, aproveitou-se para sair correndo literalmente e roubou o lugar da outra na fila.
Rapaz! Eu fiquei de boca aberta vendo aquela cena deprimente. A mulher usurpada olhou para mim completamente sem jeito e a de trás dela também me olhou tão espantada quanto eu. Ai não deu pra segurar né? Diante da cara de vitoriosa da fulana fui obrigada a dizer: "Pior é que a pessoa não tem a menor noção da sua falta de educação e acha que é o máximo, que é esperta né? Nem sente a menor envergonha de ser tão pequena". Ambas sorriram amarelo; talvez com tanta vergonha alheia quanto eu sentia. Porém a doidivanas mesmo não deu sinal de ter me ouvido. Uma pena!
Mas bacana mesmo foi ver a justiça ser feita espontâneamente. O mocinho que estava atento ao caixa em processo de abertura, não viu nada; porém quando voltou-se para ver a moça atrás de si e adivinhou a situação - acho que pela cara de contente da louca e a nossa completamente envergonhada - fez questão de passar a mulher na frente das suas próprias compras. Quase que eu aplaudo!!! A outra nem foi louca de reclamar, acho que disfarçadamente atenta às nossas caras alertas.
Não é de foder que as pessoas ainda tenham esse tipo de atitude? Me digam o que aquela imbecil achou que estava ganhando em roubar o lugar da outra na fila? Que vantagem existe em ser "esperta" quando é em detrimento do bem alheio? E para finalizar, me digam se não é exatamente esse tipo de esperteza que move 99% dos nossos políticos hoje em dia?
E eu aqui fico pensando em qual seria uma solução efetiva para esse país mudar. Algo que nos fizesse antes acordar, pois hoje desacredito piamente que seja a educação. Não, esperar as crianças serem educadas para crescerem e mudarem o país não dá, principalmente com a educação das nossas crianças sendo feito como está sendo feita, tanto em casa quanto nas escolas... Algo tem de acontecer e rápido para esse bando inerte, que é o povo brasileiro, cair em si quanto a babaquice que nos assola, como bem disse o Jabor!
Mas o quê?
6 de agosto de 2007
Então toquemos esse barco que um dia essa coisa se resolve, não é mesmo? Já até escrevi pro Blogger, mas até agora não recebi nenhuma resposta. E como é difícil achar um e-mail no qual você possa relatar seu problema! Você precisa revirar o site até achar algo que sirva e que na maioria das vezes não é bem o que você estava precisando. Embora saiba que eles evitam por ter muita gente que usa de maneira incorreta, não acho que dificultar o "fale conosco" seja a solução. Quem quer manter um serviço tem de arcar com o quantun de ônus que este acarreta...
1 de agosto de 2007
29 de julho de 2007
Lembra das bonecas de papel que a gente comprava na banca, recortava e brincava de vestir? Como eu amava aquilo!!!
Esse é um site no mesmo princípio, mas o "melhor" é que as bonecas são celebridades e artistas ( tanto homens quanto mulheres) e os guarda-roupas baseados no jeito que estes costumam se vestir, ou em personagens que interpretaram.
Star Doll
Divirtam-se!
22 de julho de 2007
E àquela minha estatística que prova que existe muito pouco homem disponível para o bando de mulher disponível existente (ainda tenho de fazer um gráfico para representar isso), soma-se mais um dado a nosso "desfavor": já não bastasse os homens nascerem em menor número, eles morrem mais cedo. Isso mesmo! Morrem em considerável maior número quando jovens e morrem igualmente mais do que as mulheres quando mais velhos... Não é de foder???
E discutindo isso lá no grupo, consegui ter um insigth significativo quanto ao motivo da qualidade masculina andar tão baixa. Com tanta mulher disponível eles não precisam mais investir em aprimoramento pessoal. Se você não o quer do jeito que ele é, literalmente - nessa proporção que deve andar por aqui de mais ou menos umas 60 mulheres para cada homem - tem quem queira!!! Sacou? Você se preocuparia em ser alguém melhor nessas condições de mercado? Dificilmente. Só se fosse uma pessoa ligada a essas questões, o que quase nenhum homem é...
Mas também ouvi uma coisa que já ouvi muitas vezes ditas por mulheres como justificativa para não se casarem atualmente e que me acendeu uma luzinha de alerta interno: o fato dos homens quererem saber da condição financeira da mulher antes de estabelecer laços, tem sido apontado como motivo para muitas mulheres não casarem-se. Muitas mulheres, num primeiro momento, interpretam isso como o cara querendo saber se vai poder soltar o corpo e usufruir do trabalho da companheira. E ela quando quer saber e baseia suas escolhas na capacidade do cara de ganhar dinheiro, está pensando em quê? Mas ela é mulher né? Culturalmente ela pode. E isso me dá uma gastura...
Porque será que os homens querem essa informação hoje em dia apenas de olho no golpe? Ou será que o cara está querendo saber se a fulana vai depená-lo caso o casamento venha a não dar certo? Por que sejamos sinceras: e ainda muitooooooooooooo comum mulheres que só pensam em pensão e divisão de bens favorável a elas na hora da separação. Acho justo, muito justo que os caras queiram defender o patrimônio que construíram, não achando que têm de pagar "multa" pelo insucesso da relação, uma vez que o fracasso da mesma também foi realizado, geralmente, a quatro mãos. E não venham me dizer que não existe uma enorme vingança feminina nessa hora, porque seria a mais pura hipocrisia. As mulheres querem que o cara "pague" pelo fracasso da relação como se elas não tivessem participado da mesma.
Não estou querendo dizer que não existam caras pilantras. Existem! E hoje em dia em maior número que antigamente. Mas as mulheres ainda são maioria esmagadora quando se trata de depenar cônjuges.
Como bem disse a Giorgia: pensar positivo e atrair as coisas que você deseja não é um ato de 5 minutos. Para que se torne uma energia capaz de atrair realidades é preciso que você crie uma freqüência energética e só se faz isso criando uma freqüência de pensamento e sentimentos. Afirmar e pensar várias vezes ao dia aquela coisa; imaginá-la de forma que a sinta concretamente na sua vida é um trabalho a ser feito conscientemente até que pensar positivo se torne um hábito tão comum quanto é pensar negativo para maioria de nós.
Já por ai vê-se que acionar a "Lei da Atração" não é sentar e esperar ou querer que tudo caia do céu sem nenhum empenho. Existe um trabalho árduo a ser feito, talvez o mais árduo deles, pois refere-se a entrar em contato profundo consigo mesmo para conseguir alterar padrões de pensamentos que muitas vezes nem sabemos que temos. É ver vir a tona sentimentos de não merecer, de culpa, de pecado, de inadequação e toda sorte de "entulho" psíquico e emocional que carregamos e, geralmente, nem sabemos por quê.
Implica também que você se mova para as coisas acontecerem seja lá o que for que você deseje. Por exemplo: talvez você deseje ganhar uma bolada na loteria, então é óbvio que precisará sair de casa e fazer seus jogos até que isso aconteça, Se não sair de casa, minimamente terá de acessar um site para isso e fornecer o número do seu cartão de crédito; além de afirmar diariamente que ganhará, estabelecer um valor e visualizá-lo. Ou seja, nós somos os instrumentos que possibilitam a manifestação do Universo, sem a nossa colaboração Ele pode achar outros meios, mas ai, de que adianta?
E mais: quem está atuando na "Lei da Atração" passa por problemas igual a qualquer outra pessoa. A diferença é que acostumada a olhar tudo por um prisma positivo, se abala menos e consegue mais rapidamente sair deles, uma vez que não fica se lamentando ou achando que seu sofrimento é eterno.
Percebem? Atuar dentro d'o Segredo" é levar uma chave que já temos acionada e funcionando num determinado pólo, para o pólo oposto. E isso implica em trabalho, muito trabalho.
Algumas dicas para quem está afim de tentar seriamente empreender esse caminho:
- dois livros da Louise Hay: Você pode curar a sua vida e Ame-se e cure a sua vida. Sim, é auto-ajuda e não, eu não surtei. Ambos os livros fazem perguntas que pra quem está a fim de ser super honesto consigo mesmo vão ajudar a perceber quais são os vetores internos que regem a nossa vida. ambos podem ser feitos com uma pessoa em quem se confie e que poderá nos ajudar a ver além do que vemos.
- escreva suas afirmações em um caderno todos os dias até que você consiga que elas sejam a primeira coisa nas quais você pensa quando não tem mais nada pra pensar.
- faça quadros com as coisas que quer conquistar e olhe para eles todos os dias. Recorte de revistas as coisas que quer possuir e coloque-as em suas mãos; imagine que aquilo não é apenas uma imagem, mas verdadeiramente o que você deseja. Assim fica mais fácil visualizar e fazer surgir o sentimento de possuir aquilo. Isso também facilita você perceber que aquilo não é exatamente o que estava querendo quando consegue entrar na "cena". Uma economia enorme de "desejo".
- livre-se da vergonha de desejar o que quer que seja. Se a coisa não for adequada para você o Universo se encarregará de mostrar-lhe isso. Todo pensamento de recriminação traz por detrás um sentimento de não merecimento...
Como diz n'"O Segredo" o seu trabalho é o de desejar o do Universo é saber como e quando atender os teus desejos.
E se você não acredita e não está disposto a tentar, por favor, fique na sua - de boca f-e-c-h-a-d-a - e não tente contaminar com o seu pessimismo quem está tentando, mais do que conquistar coisas, viver melhor consigo mesmo. Por que uma coisa é inegável: nesse processo a primeira coisa a mudar é a nossa auto-estima!
Ah! E para os espíritas de plantão: Kardek e André Luiz mais de uma vez mencionaram em suas obras que a humanidade passaria por uma profunda transformação quando os homens passassem a entender e atuarem dentro da "lei da atração". Kardek mesmo dá as bases de como ela se realiza fisicamente e porquê em "A Gênese", quando fala do Fluído Cósmico Universal. Está lá; não com as mesmas palavras, não com a mesma facilidade de compreensão, mas está lá.
21 de julho de 2007
20 de julho de 2007
Passei a vida inteira ouvindo que se o Lula fosse eleito íamos mudar para a Suíça. Porém precisa vê-la defendendo o Lula inflamadamente por conta das vaias! E a discussão que tivemos porque não se deve fazer isso com o mandatário de uma nação... Mesmo que ele seja o Lula!
Anunciada.
E outras haverão enquanto não se tomar providências reais.
Congonhas foi construído para uma São Paulo que há muito deixou de existir... É igual a ter um presídio do Carandirú plantado no coração da cidade: uma bomba que vez por outra vai explodir. Se tirou o Carandirú, já é hora de remover Congonhas. E diante do ministério público que decide pelo fechamento do aeroporto escuto, atônita, os repórteres globais perguntarem sobre o impacto econômico que isso terá sobre a vida dos brasileiros...
E não lamento pelos que foram, lamento pelos familiares e amigos que ficaram no vácuo de um afastamento indesejado e por nós que restamos ainda nesse mundo caótico de valores completamente invertidos. Não, não quero morrer; mas seria bom viver sem ter de ouvir determinadas bobagens.
16 de julho de 2007
E eu que nunca entendi essas coisas de ex-namorados se tratarem como estranhos agora vivo isso. Aquele cara que namorei por mais de um ano e que me comeu durante uns oito, hoje encontro e finjo que mal conheço... Logo eu que não sabia namorar ninguém de quem não pudesse ser amiga; de quem não fosse amiga antes justo para não passar por essa situação depois...
*suspiro*
15 de julho de 2007
Essa pequena lista tem mulheres pra todos os tipos e gostos, tanto físico quanto psiquico. São mulheres de todas as raças, idades, cores, tamanhos, personalidades, temperamentos, mas todas têm um traço em comum: são mulheres que moram em São Paulo, que batalham suas vidas, trabalham, são divertidas - dentro do limite que uma mulher consegue ser divertida, é claro... rs... - e no entanto não encontram um par, a maior parte do tempo estão sozinhas...
Talvez eu esteja inconscientemente me dizendo que amar é uma questão de sorte, pois se fosse questão de possuir atributos capazes de conquistar, esse minha lista seria reduzidíssima...
Talvez esteja querendo me convencer que a qualidade dos homens anda baixa - o que é verdade - e que estas mulheres estejam sozinhas por que optaram pelo "antes só do que mal acompanhada"... Alguns podem achar que a questão é física, de peso, de beleza, mas nesse minha listinha ai tem mulheres lindíssimas e que namoraram muito menos que eu nessa vida. Mulheres magras, gostosas, tudo o que os hoemns costumam dizer que querem e curtem. Outros dirão que são mulheres exigentes, mas isso é papo de homem né? Homem é quem costuma achar que qualquer exemplar da espécime masculina sempre vale a pena e sempre merece o investimento. Já perceberam como tem homem que acha que homem é sensato, ponderado e maduro sempre? Incrível como homem consegue ser sem noção da própria raça!!!
O que é eu não sei, mas é fato que esse bando de mulher estar solteira é sinal de alguma coisa muito significativa... Dei uma passada de olhos pelo meu perfil no Orkut e a lista de homens sozinhos é de exatamente: nenhum! Podem até não estar namorando, mas todos, absolutamente todos estão de rolo com alguém, (menos os homossexuais, ai sim tem uns sozinhos e sem rolo).
É, cá com os meus botões acho que o problema é mesmo demográfico: tem pouco homem hetero e solteiro em SP autalmente...
E ai, vamos começar a importar homens ou a exportar mulheres?
13 de julho de 2007
9 de julho de 2007
O engraçado é como eu consigo ignorar a pressão no cérebro e a tensão nos ombros que são enormes - creiam-me! - quando acordo de TPM. Ou, e é mais provável, a verdade é que não quero admitir pra mim mesma que sou tão suscetível à minha alteração hormonal; e alguma mulher quer? Desconheço.
É estranho tornar-se um ser mais guiado pelas reações emocionais do que pela razão. Perceber que você está sendo incoerente, exagerada, mas não conseguir parar de ser...
Saber que aquela raiva assassina é infundada e mesmo assim precisar controlar-se fortemente para não sair sacudindo os outros ou arremeçando coisas...
É doloroso também, ao menos pra mim...
É doloroso, pois consigo me dar conta de toda a minha fragilidade de um jeito que não sei explicar...
As lágrimas aliviam, porém não resolvem nem a pressão física e nem a emocional...
E sinto raiva, pois sou um ser sem direito a fragilidade. Tenho uma vida a construir! Mesmo não sabendo se quero seguir o modelo de pessoa bem sucedida que vejo por ai pra poder ter algum valor reconhecido e acolhimento. Às vezes quero, mas sei que é em nome de um pouco de paz, mesmo que uma paz com um preço tão alto.
E, sim, minha crítica é social: se esse modelão fosse mesmo bom e eficaz, o mundo não estava a merda que está. As pessoas seriam felizes de verdade e a depressão não seria o mal do nosso século, seguida de perto pela Síndrome do Pânico. E interessante é notar que ambas são doenças que decorrem do sufocamento e aniquilamento da essência e da autenticidade de se existir segundo o que se é...
Mas a verdade é uma só: se você não trabalha das oito às seis, não ganha seu salário, não compra sua casa, não tem lá seu carrinho, não casa e não tem filhos uma grande parcela das pessoas vai olhar e apontar o dedo pra você como se você fosse um perdedor; alguém que "desperdiça" a vida, mesmo que geralmente sejam os que vivem com esses objetivos os que não têm muito tempo para olhar para o outro de verdade, sejam estes cônjuges, filhos, parentes ou amigos...
Na minha turma, aquela de rua onde passamos a infância e a adolescência, somos 5 os que não casaram: três homens e duas mulheres. Sou de uma geração onde homens e mulheres não casam e não tem nenhum problema nisso, não somos menos e nem menos bem sucedidos por isso.
Casamento não é meio de vida e nem solução. Deve ser um encontro e se este não acontecer, porque forçar? Só pra me tornar ao olho alheio alguém com atributos capazes de manter um pinto na beirada da minha cama? Não! Conheço muita mulher que faz isso a um preço alto demais. Se um dia esse encontro acontecer comigo, me casarei. Não sou contra o casamento! Só não acho que ele é a chave absoluta para a felicidade; nem minha e nem de ninguém.
E escolhi uma profissão não convencional onde, se não se atende criança e adolescente, geralmente, começa-se a trabalhar no horário no qual os demais estão parando. E ganho, atendendo dois ou três pacientes, muito mais do que a maioria da população brasileira ganha trabalhando 4o horas semanais. Se atender 10 pacientes, ganho quase que o mesmo que um executivo trabalhando apenas 10 horas semanais... Percebe? E recebo encaminhamento de pacientes que pra mim é, indiscutívelmente, a maior prova da minha capacidade profissional.
Escrevo bem e ganho dinheiro fazendo-o. Sou inquieta e estou sempre procurando novas coisas e novos modos de aumentar a minha renda... Às vezes tenho grana, às vezes passo aperto, mas não é assim na vida de quase todo mundo, mesmo do que têm emprego com carteira assinada? Porque o fato de ter mais tempo disponível para estar em casa me inferioriza, faz de mim uma "vagabunda"?
Não, ainda não comprei minha casa, mas estou na metade da minha vida e ainda tenho tempo disso, ou não. Desde que eu consiga pagar um lugar pra morar decentemente quando precisar fazê-lo, não é assim que vive a maior parte da população mundial? Porque isso tem de ser errado e um desperdício de dinheiro? Quem determinou isso? Muita gente trabalha feito um condenado pra comprar a casa própria e morre assim que consegue. Não, não estou dizendo que ter um lar é errado, estou apenas dizendo que não há garantias. Da mesma forma que não há fórmulas, não existe receita para se ser feliz.
Posso ser feliz sem nada disso e posso não ser. Posso ser feliz com isso tudo e posso não ser. Mas se eu não estou feliz hoje, não precisa ser necessariamente por ser solteira e não ter um saldo bancário de muitos reais, por não ter casa, carro, ou filhos. Tenho problemas e direito à tristeza, a dias ruins e a reclamar da vida tanto quanto qualquer pessoa. Não é o fato de viver de forma diferente que me revoga isso...
Até mesmo na questão sexual: se hoje estou sem ter quem me coma, sei que muitas mulheres têm um marido dormindo ao lado delas na cama e estão há muito mais tempo do que eu sem trepar! Eu só não sei se não tenho quem me coma, ou se não estou me colocando como comível pros outros... Vê? Nada é garantia de nada!
A única garantia que temos de ser feliz na vida é estarmos conectados a nós mesmos e nos trabalhando constantemente, mas sem fazer disso uma obsessão também. Até o psiquismo precisa de folgas para respirar. A gente pode não ter vindo a esse mundo a passeio, mas os tours estão previstos no processo!
Eu tenho defeitos e como disse hoje um amigo, "defeitos cabeludos", como qualquer pessoa. O problema é que pra "defeitos cabeludos" não existe cabeleireiro! É você quem tem de domar a sua juba - que mais se parece com uma medusa - diariamente e no "muque". Faço isso todos os dias; tomo tombos, consigo acertos e me conheço sempre mais. E me conhecendo mais, cada vez me torno mais ciente que sou um saco sem fundo... Tento entender porque me saboto e muito mais do que queria; em função disso me questiono sobre o quanto me amo verdadeiramente e não há um só dia no qual não esteja disposta a me tornar alguém melhor, mesmo que o que seja ser "melhor" pra mim seja diferente do que geralmente é ser "melhor" pros outros... Mesmo que eu não fale, não implica que nada esteja acontecendo ou que eu esteja passiva ou fugindo de mim mesma...
Concordo que ando me deixando incomodar mais do que devia por uma situação doméstica, porém é pra hoje começar a trabalhar em ignorar isso - já que não cabe a mim a solução - e voltar a concentrar-me totalmente apenas nas coisas que me dizem respeito...
Mas é como eu disse lááááááá em cima: hoje eu só precisava mesmo é de um pouco de colo....
A casa onde fui fica num condomínio, porém fica absolutamente isolada, cercada de mato por todos os lados. Acho que a casa mais próxima fica a cerda de uns 500 metros ou mais... Enfim, o mato cresce e cresce e cresce por lá, tanto e tanto que algumas ruas deixaram de existir tomadas pela mata.
Por incrível que pareça, esse buraco, por onde um amigo surgiria em breve diante dos meus olhos e da objetiva da máquina, é uma rua que foi completamente tomada pela mata a ponto de ter árvores altas no meio dela. Totalmente incrível a força da natureza. Só descobrimos a rua porque estávamos brincando de seguir as guias.
Reparem no pontinho branco, é o boné do meu amigo dentro da mata fechada...
Há umas três semanas fui passear na Serra da Cantareira, na casa de um amigo. Batendo perna lá, demos de cara com o meu amigo "quilinho", que foi o apelido que esse esquilo ganhou depois desse dia. O interessante foi perceber que ele fugiu de nós num primeiro momento, mas tão curioso a nosso respeito quanto nós ao seu, ele acabou retornando pro nosso campo de visão e a fazer um jogo de aparece esconde que durou alguns bons minutos...
Agora que consegui voltar a postar imagens... Esses são alguns dos enfeites que estão pendurados por toda a Liberdade no Festival das Estrelas.
Eu bem queria trazer um desses pra minha casa e colocar no meu quarto, mas Gui perguntou se meu quarto tinha um pé direito de cinco metros... :o(
Às vezes acho que sou uma gênia infantil t-o-t-a-l-m-e-n-t-e incompreendida!!!
8 de julho de 2007
Resolvi preencher uma lacuna cultural minha e ver, ou rever, alguns clássicos. Cidadão Kane - que foi considerado o melhor filme de todos os tempo - eu vi, assim como Casablanca, pela primeira vez. Embora tenha entendido a inovação de linguagem narrativa em Cidadão Kane, principalmente para a época em que ele foi filmado, não me parece razão suficiente para que seja considerado o melhor filme já que a história em si nada tem demais, uma história tão banal, tão comunzinha, sem grandes cargas dramáticas ou interpretações memoráveis, embora possua algumas cenas fortes... Mas vai ver que só vejo dessa forma porque não entendo de cinema né? Sei lá...
Já de Casablanca eu gostei bem mais. É um filme que conversa com você mesmo depois de terminado. Mexe com as suas emoções, mesmo não sendo um filme de falas sensacionais. Acho que o maior trunfo do filme é versar sobre emoções que conhecemos tão bem. Sentimentos que nascem de se levar um fora sem se saber o motivo; a vontade de vingar-se; a descoberta de que ainda se ama mesmo depois de tantos anos, da incapacidade de atingir o outro sem ferir a si mesmo e a capacidade de sacrificar-se em nome do amor... É um filme que merece uma segunda visita; tanto que deixei-o guardadinho aqui para uma noite dessas rever.
Revi Dançando na Chuva e adorei, é claro! Já contei que uma das minhas maiores decepções infantis foi quando me dei conta que a vida não era um musical? Que as pessoas não saiam por ai cantando e dançando quando coisas boas, ou não, lhes aconteciam? Juro que isso é verdade, que chorei quando me dei conta que o que acontecia na tela não era reflexo da vida real. Eu queria MUITO, mas MUITO que fosse... Até hoje gosto bastante de musicais; mas também não é qualquer musical já alguns são só pretexto pra espetáculos de dança... Ou seja: fica fácil de deduzir o quanto me diverti revendo "Dançado na chuva" e lembrando que quando eu era pequena cantava assim a música tema do filme:
A sim liriruei
Just sim liriruei
be for liriruei
nã nã nã liriruie...
"Segredos da Noite é um suspense que também merece a visita não apenas pela história em si, mas também pelas boas interpretações de Hobin Willians e Toni Collete que dão a medida certa desse trilher psicológico que se apóia na dualidade entre mentira e verdade para acontecer.
Vi também Os Infiltrados e, apesar de ser um filme violentíssimo, adorei. Sei que muitos vão arrancar os cabelos frente essa tela, porém sigo afirmando que DiCaprio transformou-se num ator de verdade; e que quem não concorda... rs... deveria se despir de pré-conceitos e ver os trabalhos mais recentes dele como se este fosse uma ator recém-lançado no mercado. Nos dois últimos filmes que vi dele fiquei plenamente convencida dos seus personagens.
E Jack Nicholson? Apesar de amá-lo, me digam que aquelas caretas que ele sempre faz nos seus filmes são uma espécie de piadinha interna dele, please? Como uma marca registrada que imprime a todos os seus personagens... Porque a coisa começou a ficar assim, meio que sem sentido, já repararam? Tá lá a maior cena; você quase sentada na mesa com ele e o DiCaprio achando que ele vai dizer que sabe que o moço é um dos infiltrados e o cara lasca umas duas ou três caretas no meio do diálogo que te arremessam novamente ao seu mundo e te fazem lembrar que aquilo é apenas um filme. Desnecessário...
Do Matt Damon nada tenho a falar; interpretação impecável embora ele não seja um ator que me impacte, não sei o porquê. Vi Gênio Indomável com ele e gostei bastante, mas ele não é um ator que me sugira bons filmes quando vejo seu nome no elenco...
E pra terminar Totalmente Apaixonados só valeu ser visto pela cena onde Toby e Elaine, casal de namorados relativamente recém-separado, discutem no quarto durante o jantar oferecido na casa da irmã dele e melhor amiga dela, ao qual ela compareceu acompanhada do namorado - um daqueles intelectualóides metidos a besta que acham que palavras difíceis postas numa frase que ninguém entende são sinal de cultura e inteligência - e ele "descasca" o cara para ela enquanto todos na mesa de jantar escutam... Fazia tempo que não via uma crítica feita com um humor tão no ponto certo e com gostinho de catarse: algo que você sempre quis que alguém metido à besta que você conhece escutasse e se mancasse... O resto do filme é totalmente descartável, pois quem fez o roteiro desprezou, absolutamente, os bons argumentos e atores que tinha em mãos pra discutir de maneira inteligente e divertida a relação homem x mulher. Pena!
Ontem também encontrei-me com a minha irmão Fá, que não via há um ano. Foi bom, mas foi estranho. Vou esperar ela me mandar as fotos para falar sobre... Tem coisas que só vendo junto pra se ter uma noção exata...

Festival das estrelas
"TANABATA MATSURI"
Há cerca de 4.000 anos, as estrelas Vega e Altair foram a fonte de inspiração para o surgimento de uma estória na China.
Uma certa princesa Orihime e o seu amado, o pastor Kengyu, assim conhecido pelos japoneses, ao se conhecerem dedicaram-se apenas às paixões, esquecendo-se completamente das suas obrigações. Por esse motivo, foram transformados em duas estrelas e separados pela Via Láctea, mas foi permitido a ambos, um encontro anual, no mês de Julho. Ansiosos por este dia, eles passaram a se dedicar ao trabalho com mais afinco do que antes.
Baseado nessa lenda, surgiu o Festival das Estrelas que foi introduzido no Japão há aproximadamente 1.300 anos e em São Paulo desde 1979. Nos dias de TANABATA MATSURI, as pessoas costumam escrever os seus desejos em pequenos papéis chamados TANZAKU e pendurá-los em ramos de bambus enfeitados (SASSA DAKE). Segundo a crença, os pedidos feitos aos deuses do fundo do coração, serão atendidos como forma de gratidão pela dádiva recebida."
Ai estão os meus pedidos, só por garantia fotografados, pra que depois ninguém venha me dizer que "extraviaram-se"!
3 de julho de 2007
Hoje foi dia de projeto e o grupo quis conversar sobre o caso dos adolescentes que bateram na empregada doméstica no Rio de Janeiro. Não quis com eles (e não quero aqui) repetir o absurdo todo dessa situação e nem as causas macro-cósmicas – sociais – que acabam incidindo sobre o indivíduo e fazendo com que fatos dessa estirpe acabem acontecendo com mais freqüência do que seria aceitável, uma vez que acho meio que inevitável que coisas como essas aconteçam em agrupamentos humanos, devido à plasticidade da condição humana. O ser humano não é naturalmente bom. Ele é bom e é ruim, ali tudo junto, agrupadinho na mesma pessoa...
O que quis discutir com eles é o micro-cosmo – família – que acontece antes do social e que me parece ser a primeira grande causadora dessa inversão de valores que resulta nessa enorme bagunça que hoje observamos acontecendo mais amiúde na nossa sociedade.
Algumas questões interessantes foram levantadas e transponho-as aqui, não para encerrar o assunto, mas para que olhemos para o que acontece com outros olhos, pois o que aconteceu no Rio é, muitas vezes, reflexo do que está acontecendo nas nossas casas, porém não queremos ver.
A primeira grande conclusão que chegamos lá é que muito hoje é permitido em nome de que os pais se sintam amados pelos filhos. Muita bronca é evitada em nome dessa necessidade de sentir-se amado; desse amor que tem de acontecer a qualquer custo e ser completamente isento daquelas raivas tão saudáveis que a gente sempre tem de quem põe limites na nossa liberdade afim de que esta não se transforme em libertinagem.
Parece que não se diz “não” ao filho, por que não se agüenta sequer pensar que ele possa sentir raiva dos pais. E isso vem associado, ao meu ver, ao mito da felicidade que só é felicidade se isenta de problemas, conflitos e enfrentamentos. Hoje vivemos numa cultura que tem baixíssima tolerância a essas coisas e muito menos tolerância ainda à tristeza delas decorrente. Basta se manter em um estado mais melancólico e/ou depressivo por mais de 5 dias, mesmo que o mundo tenha desabado sobre a sua cabeça e você logo escuta de alguém: “vá ao psiquiatra e tome um remédio”.
Mas não é só essa a causa. Também parece que estas coisas vêm acontecendo por que a mulher saiu de casa para trabalhar e não tem mais tempo de olhar por esses filhos como antigamente. Verdade? Nem sempre. A mulher, mesmo quando ficava em casa, vivia tão absorvida por cuidar da casa - limpar, cozinhar, lavar, passar, compras - cuidar dos filhos: dar banho, trocar, dar comida, acompanhar tarefas escolares, levar a médicos – e cuidar do marido: receber seus amigos, acompanhá-lo em eventos sociais, manter uma “família de comercial de margarina” pra que ele pudesse se orgulhar - que poucas vezes também tinha tempo para dedicar-se verdadeiramente aos filhos. O diálogo era quase tão inexistente quanto é hoje.
Porém hoje, a maioria das mulheres que trabalha fora se culpa por não “estar junto” – como se isso resolvesse alguma coisa - e acaba querendo suprir a sua ausência com uma permissividade e um dar coisas – “veja, é por isso que mamãe precisa sair de casa todos os dias” - que provavelmente se voltará contra ela no futuro.
Por seu lado a maioria dos homens quer comodamente seguir na sua posição de provedor sem ter de envolver-se profundamente com o processo de educar os filhos.
Todo mundo quer e precisa de tempo para cuidar de si e das suas próprias necessidades e ambições. Filhos implicam em disponibilidade de tempo e investimento emocional, relações também. E ninguém anda muito afim disso, há tanto a se fazer e a se aprender ainda...
No fundo acho que se espera que também exista algum remedinho que vá transformar as más tendências das nossas crianças em virtudes. Que a educação que me nego a dar hoje seja corrigida magicamente amanhã. Mas como alguém precisa realizar a tarefa de olhar pela criança, se paga por isso. Babás são contratadas com esse objetivo; empregadas; escolas também.
Como bem concluiu o José Carlos Gulielmino hoje lá no grupo: “numa cultura onde tudo é terceirizado, terceirizou-se também a relação com os filhos”.
Só que esse fenômeno tem dois preços: um que você paga em dinheiro no ato em que transfere o cuidado a terceiros e um outro, afetivo, que você começa a pagar nesse momento, porém cuja noção da extensão da conta só terá mais tarde, quando descobrir que seu filho é um completo estranho para você.
Não, nem quando criamos um filho aquele em quem ele se torna é alguém que conheçamos profundamente. É incrível como as vivências são capazes de diferenciar as pessoas ao longo dos anos, e muitas vezes na convivência diária, nos damos conta de que aquela pessoa que cresceu sob nossas vistas se transformou em alguém absolutamente diversa do que imaginamos um dia.
Só aprende a ter consideração para com o outro quem um dia sentiu que houve consideração para consigo mesmo, e isso é o que as nossas crianças e os nossos adolescentes menos sentem, uma vez que são tratados como um fardo a ser transferido, um problema a ser solucionado, já que impedem o pleno desenvolvimento pessoal e profissional.
Com isso dá pra começar a perceber que o único caminho de transformação possível é aquele nos quais as pessoas começam a se comprometerem verdadeiramente nas relações, a se permitirem o trabalho que elas dão, pois se são trabalhosas são também prazerosas, principalmente quando são pautadas em amor e respeito verdadeiros.
29 de junho de 2007
Já apertei meus pobrezinhos do olho esquerdo aqui umas três vezes com esse troço aflitivo e não vi nenhuma diferença para com os do lado direito.
Alguém ai que entenda disso pode me explicar se tem algo a se fazer antes, durante ou depois para ter algum efeito real??
Eu tô é achando que cai num conto do vigário...

Há! E quem diz que fiz 40 anos? Olha só a patotinha que acabo de trazer para morar aqui comigo!!! Nâo ninguém ainda tem nome, p-o-r e-n-q-u-a-n-t-o, mas são quatro novos companheiros fazendo com que eu mesma adira a campanha do "beija sapo". sabe o que é não? Eu explico:
Li em algum lugar certa vez que tu vai beijar muito sapo antes de conseguir beijar o príncipe/princesa da sua vida. Desde então toda vez que vejo um sapinho dou um beijinho né? Pois se a sua mente não distingue realidade de ilusão, é um jeito de se encurtar o caminho... rs...
Com este mesmo intuito, já presenteei amigos com sapinhos que devem ser beijados muitas e muitas vezes repetindo-se: "beijo esse sapinho pra logo beijar o meu príncipe/princesa" (acabei de inventar essa, mas adorei. Faltava mesmo uma verbalização na mandinga do beija-sapo).
Pode nem funcionar, mas que eu estou feliz da vida com o meu jardim da infância particular, eu estou!
Nossa vida depende das nossas decisões.
Vendo esse filme do Joshua Bell - um dos maiores violinista [:op] atuais tocando no metrô de N.Y. de graça, sem que praticamente ninguém se desse conta e parado pra ouví-lo, sendo que um ingresso pra vê-lo tocar custa cerca de 100 dólares - lembrei que outro dia fui a uma consulta e descobri que esperaria por cerca de meia hora na porta do edifício, uma vez que não havia ninguém no consultório, pois todos tinham ido almoçar.
Esta seria uma situação que me deixaria irritada - o-d-e-i-o atrasos - e até comecei a ficar, mas ai me dei conta que essa era uma escolha minha, pois a irritação não iria me fazer bem e nem fazer o atraso desaparecer. Optei então por sentar-me na muretinha do prédio e já que fazia um dia lindo de morrer, passar aquele tempo de espera ouvindo boa música e olhando pro céu deslumbrantemente azul que aparecia por entre um verde maravilhoso das árvores do lugar.
Não, a irritação simplesmente não enfiou o rabo no meio das pernas e foi embora; é um vício irritar-se, mas com algumas argumentações consegui ficar tranquila e usufruir de meia hora de ócio absoluto.
E o x aqui é esse né? Porque a gente simplesmente não consegue relaxar e usufruir as coisas da vida? Temos que trabalhar, temos de ganhar dinheiro, temos de cuidar do corpo, temos de nos relacionar, temos de constituir família... Temos de fazer, fazer e fazer tanto que até divertir-se vira mais uma tarefa a ser cumprida.
Não consigo deixar de pensar nisso quando vejo pessoas bebendo ou drogando-se até cair em nome de divertirem-se. E não há aqui nenhum falso puritanismo meu já que também bebo e já fumei maconha, porém não dá pra não pensar em que porra de diversão é essa que só acontece na inconsciência, quando você deixa de ter percepção de que está em um espaço físico e com pessoas...
Existir é assim tão doloroso que o prazer só pode vir da não existência? E se isso é verdade, o que faz da vida tão dolorida assim não é justamente não se vivenciar os pequenos prazeres, viver em busca sempre de um grande nirvana?
Hãn?
Foi o que aconteceu comigo ontem. O interessante é que isso tornou o mocinho tão mais acessível, como disse a minha querida estagiária, que essa noite até sonhei que conversávamos amigavelmente...
26 de junho de 2007
1.Sete coisas que tenho que fazer antes de morrer:
Viajar o mundo;
Ter pelo menos uma casa minha;
Permanecer magra;
Escrever vários livros;
Conhecer o Brunno;
Viver uma relação amorosa estável e duradoura;
Fazer aula de canto.
2.Sete coisas que mais gosto:
Amar;
Rir;
TV;
Comer;
Viajar;
Beijar/abraçar;
Estar com os amigos;
3.Sete prazeres fúteis:
Baixar coisas da Internet;
Sabonetes;
Batons;
Brincos;
Bordar;
Cozinhar;
Violetas.
4.Sete coisas que me encantam:
Sorriso;
Olhar límpido;
Gentileza;
Devoção e lealdade;
Amor e carinho;
Cinema
Natureza.
5.Sete coisas que odeio:
Mediocridade;
Falta de atitude;
Mediocridade;
Falsidade;
Mediocridade;
Mentira desnecessária;
Mediocridade.
6.Sete coisas que faço bem:
Escrever;
Cozinhar;
Beijar na boca;
Ouvir;
Dar colo;
“Me mancar”;
Dar risada.
7.Sete coisas que não sei fazer:
Ser cínica;
Ser falsa;
Esconder o que penso/sinto;
Mentir;
Jogar vídeo-game;
Ser estável (estou aprendendo);
Feijão!
8.Sete coisas que me atraem no sexo oposto:
Inteligência;
Segurança de si mesmo;
Bom humor;
Saber cozinhar;
Dentes;
Olhos;
O conjunto: pau, bunda e pernas.
9.Sete coisas que não suporto no sexo oposto:
Má higiene/educação = cuspir na rua, coçar o saco; arrotar alto.
Grosseria;
”Galinhar”;
Ser coxinha, bonzinho demais;
Ser o sabe-tudo;
Não saber ouvir;
Não ter atitude.
10.Sete coisas que digo com freqüência:
Pois.
Né?
Afff...
“Caracas”
Exatamente!
Conte-me tudo, não me esconda nada!
Te amo!
11.Sete filmes que eu adoro:
Um lugar chamado Nothing Hill;
Procurando Nemo;
Amores Brutos;
A cena do restaurante do “O casamento do meu melhor amigo”;
Ardida feito pimenta;
A cena do Tango de “Perfume de mulher”;
A trilogia Sissi;
12.Sete lugares favoritos:
Meu quarto;
Araxá;
Mato, qualquer um;
Ilha Bela;
Paris;
País de Luxemburgo;
Montreaux.
Meus sete:
Clécio, Elaine, Larinha, Bete, Lucinha, Quel e Mirana.
23 de junho de 2007
Fato é que minhas boas leituras vinham se tornando escassas a ponto de eu me dedicar a procurar e encontrar bons novos*** blogs. Bons porque são agradáveis de ler e isso por serem bem escritos. Bons por serem interessantes, divertirem e/ou informarem na medida de fazer você lembrar no dia seguinte que eles existem e ter vontade de dar uma passadinha pra saber o que tem de novo... Na minha busca eu encontrei um e vejam só: um me encontrou.
O segundo - Lesma de sofá - me encontrou porque é de uma pessoa que conheço há muitos anos, mas que só agora rendeu-se a fazer um blog; e que blog!
O primeiro - Jana Banana - eu não conheço quem escreve, mas li tudo o que escreveu até agora no dia em que encontrei o blog dela no Dios Mio!!
São três dicas imperdíveis, depois não digam que não avisei...
18 de junho de 2007
Final de semana em família e só agora relaxei completamente. Adoro meus sobrinhos aqui, mas eita família de gênio!!!Essa mistura de suíços, italianos, cariocas e índios deu foi um samba de crioulo doido viu?
Essa sou eu na sábado: uma ilha cercada de sobrinhos por todos os lados, literalmente.
O engraçado nessa foto é que até o caçula, que num para quieto, soube pra onde olhar nessa hora, já que a máquina estava no timer...
17 de junho de 2007
Eu não vi o final pela TV. Baixei toda a sexta temporada e assisti aqui, na tela do meu micro deitadinha em minha cama. Com isso acabei vendo o final do seriado uma semana antes e não no dia 07 de Junho, quando foi ao ar pela Wanner, véspera do meu aniversário... Eu não queria que absolutamente nada turvasse essa data e despedir-me de Gilmore Girls, é uma dor que poucos poderiam compreender...
Passei sete anos me vendo uma vez por semana na televisão. Não sou dessas coisas de me identificar com personagens, mas Lorelai tinha traços meus tão explícitos, que eu não ficava muito à vontade de assistir a série perto dos outros. Uma sensação de desnudamento sabe? Via geralmente sozinha e no quarto.
Uma das cenas que me traduzem muito bem na série é uma na qual a Rory, recém egressa na Yale, ao telefone, conta para a mãe que durante as férias de verão de uma semana da faculdade na qual viajou para a praia, foi beijada pela Paris na boite e reviu "O Poder de um Mito" e Lorelay entre estupefada e brava pergunta: "como assim reviu 'O Poder de um Mito'? Eu escondi esse filme de você!!!" sem dar a menor importância pro beijo lésbico da filha. Sou assim também: geralmente não dou importância ao que os outros esperam que eu dê, mas sou capaz de fazer uma tempestade terrível por coisas que qualquer pessoa acharia banal. Atos não me prendem tanto quanto intenções...
Como ela, tenho uma urgência de dizer o que estou sentindo, mesmo que o que eu sinto mude dali a cinco minutos e para fazê-lo - com quem me sinto à vontade - o faço numa verborragia igualmente alucinada sem perceber que o outro dificilmente acompanha e se dá conta que algumas sutilezas preciosas estão nos detalhes que para mim fazem todo o sentido. É, ainda não achei minha Rory e, por conta disso, vivo tendo de me explicar...
Como Lorelai sou capaz de cometer as maiores burradas por impulsividade e jogar a felicidade pela janela sem dó e nem piedade, só porque o outro não fez o que eu queria e esperava no momento exato em que eu queria e esperava... Ah! E sofro igualmente quando me dou conta da bobagem, mas adio essa consciência ao máximo, exatamente como ela...
E eu ainda poderia descrever tantas e tantas outras coisas... Mas o que importa dizer aqui é que Lorelai me ajudou a perceber que eu era mais divertida do que problemática e que ser diferente, não é necessariamente ruim, é só... Diferente!
Se eu gostei do final? Eu gostei do final. Dentre toda a zona que fizeram da série, acho que conseguiram dar-lhe um final plausível e terno, apontando caminhos, embora isso não atendesse as expectativas da maioria dos fãs.
Quanto mim, vou sentir falta de poder me ver sem ter de estar olhando "para dentro", mas... C'est la vie!
14 de junho de 2007
Dizia o professor Alberto na faculdade que a psicologia é a ciência do óbvio. Óbvio é o que “está na cara”; e a nossa cara é justamente a única parte nossa que, em hipótese alguma, conseguimos ver sem a ajuda de um espelho. No caso da psicoterapia o espelho é o psicoterapeuta. Porém na vida, um amigo pode ser um excelente espelho para as nossas ocultas obviedades.
Involuntariamente não somos o que queremos ser, somos o que podemos ser. Somos frutos das nossas tendências, da nossa educação e da nossa história de vida. Dizia este mesmo professor que o Ego Ideal – o eu que somos – perde sempre e feio para o Ideal de Ego – o eu que gostaríamos de ser, mas não somos. Geralmente para ser o que queremos é preciso ver o que somos naturalmente, aceitar que somos, para só então, mediante trabalho e elaboração, nos transformarmos no que queremos ser ou algo bem próximo disso.
Muitas vezes fugimos de nos ver porque as pequenas espiadelas que damos na nossa verdade nos mostram que somos coisas que achamos - ou nos ensinaram - que socialmente não é bonito, ou aceito, ser. Tentamos fingir que não somos o que somos e passamos a representar papéis. O irônico é que, quanto mais queremos nos esconder, mais nos revelamos aos olhos dos outros.
Muitas das vezes, as pessoas têm receio de dizer o que vêm de errado em nós por medo de ferir a nossa suscetibilidade e confesso que, geralmente, os amigos fazem justo isso, sendo esse o ponto que a terapia tem de vantagem sobre a amizade: o terapeuta nos comunica essas coisas que nos doem na alma - porque doem mesmo e muito - com calma e isento de julgamentos. Ele não se sente traído ou enganado; ele não pensa que o paciente está de sacanagem com ele, embora a maioria das vezes veja claramente que este possa estar de sacanagem consigo mesmo...
O terapeuta entende que a pessoa está sendo o que pode naquele momento. Entende também que seja lá o que for que aquela dinâmica (o grande jeito da pessoa de estar no mundo) denuncie, ela é sempre uma construção de longa data, pois começou no primeiro dia de vida dessa pessoa. O terapeuta possui um profundo respeito por aquele “fenômeno” que mesclado a uma curiosidade pueril, resulta na necessidade genuína de entender o que acontece com a pessoa à sua frente. O que sempre nos perguntamos é: porque dentre todas as infinitas possibilidades que a pessoa tinha, ela escolheu justo aquela? E é a busca por essa resposta que nos fará ver coisas que aos olhos dos leigos passam despercebidas. É como um quebra-cabeça que vamos montando com cuidado para fazer uma imagem de 360º e que nos dê noção de como as predisposições somadas ao aprendizado e às experiências de vida, resultaram naquilo que temos à nossa frente. E uso a imagem do quebra-cabeça justo porque se para entender o todo você precisa achar as partes que o compõe, para desmontá-lo você precisa desmontar as partes chaves.
Aos amigos pode sobrar amor, mas geralmente falta essa consciência de que as pessoas não são disfuncionais por opção, aliada à percepção que mudar nem sempre é um processo fácil, pois 99% das vezes a mudança está atrelada a se libertar de crenças errôneas sobre si.
E eu expliquei tudo isso para dizer que por vezes e mesmo assim, um amigo pode ser muito terapêutico. Ele pode, mesmo que de um jeito duro, nos mostrar as obviedades que tanto nos fazem mal e das quais tanto fugimos. Só que como ele fere suscetibilidades ao fazê-lo, a gente geralmente sente que ele está nos atacando e reagimos e ele com raiva, ou com decepção. O atacamos dizendo que ele não está sendo verdadeiramente amigo e nem demonstrando carinho e cuidado para conosco, quando na verdade é a pessoa que demonstra mais coragem em fazê-lo. Não, ele não vai ser capaz de abranger todas as suas nuances, mas ele pode ser o pontapé inicial pra um processo que sempre, mesmo que em terapia, depende muito mais de nós mesmos do que do outro.
Eu tenho um amigo assim e levei MUITO, mas MUITO tempo pra entender que as coisas que ele me diz não são pro meu mal, muito pelo contrário. Ele quer o meu bem de um tanto que corre o risco de ser absolutamente sincero comigo, mesmo sabendo que eu possa vir a me magoar, brigar e, no meu caso em específico, ficar sem falar com ele por muito e muito tempo. Ele é dolorido, mas tem de mim a fotografia mais verdadeira, a mais fiel.
12 de junho de 2007
Rapaz! Ser adolescente é uma coisa chatinha demais né?
8 de junho de 2007

Hoje é meu dia!
Cheguei aos quarenta e estou ótima!
Talvez seja a metade do meu caminho,ou quase; mas com certeza é apenas o início dos anos mais felizes da minha vida!
;o)
P.s: Consegui no Terra o modem grátis e uma mensalidade tão barata quanto seria no UOL, e mais barata depois de finda as promoções!
7 de junho de 2007
- Boa noite Andressa. Meu modem morreu, falo eu com a maior seriedade desse mundo.
Ouço uma risada baixa que é logo contida. Um tempo de silêncio abafando riso... Depois disso uma voz de quem está se segurando pra não rir diz:
- Meus pêsames Sra. Marie. Vamos ver o que podemos fazer pela senhora...
Só sei que depois de falar com a Andressa que teria me dado um modem em sistema de comodato, falei com o Marcos que não quis dar e jurou que ninguém o faria; com o Luiz Roberto que quis dar e com a Valéria que disse que não podia dar e que eu teria de pagar quase R$150,00 por um modem novo. E ainda teimaram comigo que a UOL não estava dando modem novos pra quem migrasse de provedor. Desliguei, liguei na UOL e além do modem novo, eu vou pagar só R$ 7,90 por mês nos próximos seis meses.
Conclusão: ou o Terra bate essa oferta amanhã de manhã, ou ativo o cadastro que deixei já prontinho na UOL. Antes eu só queria um modem novo, agora quero, no mínimo, uma mensalidade tão barata quanto...
Ah! fala sério: cinco anos e sete meses como cliente e o provedor ainda acha que não mereço nenhuma vantagem?? Estão brincando!
3 de junho de 2007
Cursava eu o 4º ano de faculdade e participava de um grupo de estudo sobre a teoria freudiana cujo orientador era o Valter Apolinário Filho, um dos melhores lacanianos que já se teve notícia. E o era justo por ter deixado de atuar dentro dessa abordagem, optando pela psicanálise – o que comprova que ele entendeu Lacan perfeitamente! rs... Ouvi dizer que ele morreu; o que é uma perda inestimável para a nossa profissão, pois deixamos de usufruir, tanto como profissionais quanto como alunos e pacientes, de alguém que tinha saber válido a oferecer. Mas já divaguei demais, voltando... No grupo de estudos por essa época, estudávamos a constituição e funcionamento do ID (inconsciente), Ego (consciente) e superego e nesse dia em específico era a vez do superego, e o texto era o “Para além do princípio do prazer”.
Lendo o texto enfezei-me de tal forma com o superego que resolvi que ia provar o que nenhum outro psi havia conseguido: que ele era uma instância psíquica inútil. Oras bola, afinal do que serve um órgão de censura se ele não é capaz de evitar que cometamos burradas nessa vida? Não devia ele nos proteger e fazer com que seguíssemos sempre pelos caminhos corretos? Do que adiantava culpa, remorso e arrependimentos depois que já havíamos enfiado o pé na jaca? Não, não, o superego era um inútil!!! Ele sinalizava, levantava plaquinha, tocava apito, mostrava cartão amarelo e vermelho e a gente nem assim parava de fazer bobagens! Aliás, ele continua fazendo tudo isso e a gente segue cometendo os mesmo erros, repararam? E aqui eu não sei bem se queria apenas que o Valter admitisse isso, ou se estava mesmo era com vontade de fazer um tratado e revogar o seu estado de instância psíquica, o que não duvido nadinha em se tratando de euzinha, mas enfim...
Fato é que me dediquei a preparar esse grupo como nunca. Pesquisei, aprofundei, contestei, elaborei e estava pronta pra discutir a questão com o próprio Freud se preciso fosse e pior, com a certeza absoluta que até ele ia reconhecer que o superego era uma perda de tempo nas nossas vidas. Chegado o dia e com o grupo já previamente avisado de que eu iria expor - e como já era famosa por esses meus “achaques teóricos” - não tive problema algum em que me cedessem à vez, pois todo mundo sabia que vinha algo bom pela frente.
Começado o grupo o que vi durante uma hora e meia, foi o Valter sentado de pernas cruzadas e um tanto de lado na poltrona, corado de satisfação – sim ele ficava vermelho quando algo o agradava profundamente - com um sorriso de canto de boca e balançando a cabeça afirmativamente em cada passo e direção que eu assumia no meu monólogo teórico. Porque o Valter tinha isso: ele se deleitava quando um orientando conseguia mostrar que aprendeu tanto que era capaz de ir além do que se era esperado. E nenhuma vez ele pediu a palavra para me contestar ou consertar o que eu dizia: todas as minhas formulações teóricas estavam corretas. Quando terminei eu estava completamente ansiosa pela opinião dele e foi ai que eu vi a coisa mais espetacular que já me aconteceu: alguém derrubar uma hipótese teórica com apenas uma frase.
O que ele disse:
“– Você está absolutamente certa: o superego grita, sinaliza, apita, levanta plaquinha tentando evitar a todo custo que cometamos as burradas que caracterizam a nossa vida. A única coisa para a qual você não atentou na sua perfeita construção teórica, é que o problema não é o superego, ele cumpre a função dele direitinho sim; o x é que quem diz que o Ego escuta? O Ego não escuta. Ego só faz o que quer.”
Percebe Cle? Pode soltar o beija-flor que o superego não vai interferir não. Na verdade é o Ego quem está usando o superego como desculpa para o próprio medo de voar.
2 de junho de 2007
E as pessoas podem até achar que escrever não é um ato trabalhoso em si, mas é. Às vezes trabalho um texto o dia todo; outras vezes trabalho o texto por vários dias; outras vezes ainda trabalho o texto dentro de mim por muito tempo antes de transpô-lo para o papel. Esses geralmente são os textos nos quais quero retratar algo, uma emoção, uma sensação, uma filosofia de vida. Mas, às vezes a coisa vem de chofre e sai perfeita, é como se o texto jorrasse de dentro de mim... Beatrix Potter bem definiu o que é começar a escrever algo: é ter um intenção que você nunca sabe onde vai dar, pois a maioria das vezes o texto ganha vida própria e se transforma em algo que nem você sabia.
Escrever ficção é ser um tanto ator, pois você só consegue dar credibilidade aos personagens, só consegue ser porta-voz de alguém se entrar naquela personalidade, naquela história, naquele contexto, naquela cena. Para emocionar com palavras você precisa, antes de tudo, sentí-las... Alguns textos meus me levam às lágrimas até hoje, pois ainda sinto o que sentiu a personagem no momento em que eu escrevia. Vou publicar abaixo um destes textos que me marejam os olhos inevitavelmente a cada vez que releio e releio sempre, pois todos os textos são passíveis de serem melhorados.
Cor do amor sobre azul
Olhou para ele e seu coração se encheu de ternura. Lembrou-se do quanto aquele amor entrou em si pela porta dos fundos...
Nem quando o beijou pela primeira vez sentia por ele qualquer coisa para além de uma curiosidade momentaneamente desperta por aquela boca que, subitamente, se insinuara junto à sua acordando nela o mesmo interesse que, às vezes, tinha em descobrir o sabor e a textura de uma fruta que lhe “sorria” em meio a outras.
Quando seus lábios encontraram os dele, sentiu imenso prazer naquela boca molinha cuja língua desafiava a sua de um jeito tão aveludado e suave, que projetou em sua mente e trouxe à sua boca a lembrança de um pêssego caudaloso a escorrer sumo ao ser mordido.
Por vários dias seguidos se encontraram mesmo que jurassem que não o fariam. Sempre havia um CD que queriam emprestar para que um novo grupo ou intérprete se tornasse conhecido; ou um livro que juravam que o outro ia adorar ler; ou ainda um filme que queriam assistir na certeza de uma boa companhia. Beijou-se muito e longamente, embora jurassem a si mesmos, assim que se viam a sós, que no dia seguinte, caso se encontrassem novamente, não o fariam. No entanto, quando se davam conta, já estavam entregues às carícias que suas bocas e mãos buscavam e promoviam em uníssono.
Bateram pé que não namorariam! Explicaram entre si os motivos; aceitaram e concordaram com as razões alheias e próprias. Porém em duas semanas assumiram que o faziam desde o primeiro dia. O que acontecera entre eles que fora tão forte a ponto de mudar as determinações internas que cada um havia firmado, a seu tempo, de que não se envolveriam tão cedo com outras pessoas? Fácil saber: o prazer que sentiam em estarem um na companhia do outro era imenso. Para muito além da química física, achavam bom estarem juntos fazendo o que fosse; e isso era algo tão raro de acontecer que intimamente consideraram burrice desperdiçar o que a vida achara por bem lhes oferecer.
Aliás, a química era o que por último acontecera entre eles; primeiro vieram a conversa fácil, as afinidades de valores, a oportunidade de serem eles mesmos, sem máscaras e sem medo de se decepcionarem. E em pouco tempo perceberam que quando a mente buscava por recordações de momentos felizes, os primeiros que lhes assomavam eram justos aqueles nos quais estavam juntos.
Tempos depois, conversando sobre o começo de namoro deles, ele revelara que se decidira por beijá-la por conta de um sonho. Neste, eles estavam entrando no cinema juntos quando o bilheteiro disse que os assentos ali eram numerados e que os deles eram em lugares opostos, encaminhando cada um para um lado. Ele se sentou no escuro e logo o filme começou. Achou muito ruim não poder comentar a trama com ela e buscando-a com os olhos dentro da sala de exibição, a viu sentada numa alta banqueta que tinha no balcão de um bar que lá havia, rodeada de rapazes que disputavam a sua atenção. Sentiu uma espécie de angústia e quis tirá-la logo dali, mesmo tendo o filme apenas começado. Para tanto decidiu chamar sua atenção ficando em pé e acenando. Inútil, ela não o via. Não se deu por rogado e começou a dizer seu nome em crescente desespero e mesmo assim ela agia como se dele não tivesse registro. Quando se decidiu por chegar até ela pulando por sobre a proteção que separava os dois espaços, o cinema se iluminou e ele a viu sair sorrindo de braços dados com um outro rapaz. Correu atrás deles e quando finalmente os alcançou viu, apavorado, que ela olhava apaixonadamente para o outro. Parou na frente deste disposto a disputar-lhe o afeto, espantando-o, no tapa se fosse preciso, e percebeu, estarrecido, que o outro era ele, sem ser.
Acordou banhado no mais gélido suor e não conseguiu conciliar mais o sono. Finalmente entendeu que maior que o seu medo de amá-la era o medo de perdê-la. Como pudera ser tão estúpido a ponto de achar que ela sempre estaria ali, disponível? É lógico que, mais dia menos dia, um outro iria adentrar a sua vida e mesmo que a amizade entre eles não terminasse, ela teria de dividir o seu tempo e a sua atenção com um amor que a tomaria infinitamente mais do que a amizade que tinham... E o tempo; ah! O tempo! Ele a levaria aos poucos para fora da sua vida. Inexorável... Não! Ele não suportava pensar sua vida sem a presença dela! Não sabia o que era aquilo, mas sabia que ela lhe era vital e mesmo sabendo que ela não lhe tinha mais do que amizade, resolveu tentar...
- Deu no que deu... Murmurou ela baixinho, enquanto lhe alisava os cabelos. São trinta anos de felicidade, e contra todas as expectativas, é você quem está prestes a partir e me deixar aqui...
Quantas vezes foram ambos silenciosamente criticados por ela ser quase vinte anos mais velha que ele? Incontáveis foram as vezes que percebera olhares de mudo rancor e despeito lançado em sua direção, por mocinhas que ficavam primeiro surpresas e depois indignadas ao perceberem que ele não era seu neto e muito menos seu filho, e sim seu homem; aquele que a amava. Inúmeras foram também as ocasiões onde senhoras perguntavam apenas para alfinetá-los: “é sua mãe”? E ele então se divertia as chocando ao responder a pergunta tascando-lhe um enorme beijo para logo em seguida perguntar: “te parece”? E ao lembrar disso ela sorriu...
É, se no começo a diferença de idade não fora evidente, pois ela aparentava ser bem mais nova do que verdadeiramente era, depois que fizera sessenta anos esta se tornara bastante aparente. E mesmo assim, quando ela o questionava, com sinceridade, se ele não preferia ir em busca de alguém mais nova, ele lhe respondia: “O corpo dela envelhecerá um dia, do mesmo jeito que o teu. Provavelmente até mais depressa. E prefiro as tuas poucas rugas conhecidas a qualquer lifting desconhecido. Além disso, que garantia tenho que dentro deste jovem corpo irá existir um espírito que eu possa amar e que me faça tão feliz quanto o teu me faz? Não é o teu corpo que amo e muito menos a forma que ele tem, é você. Ele me deu e dá felicidade, não nego, mas apenas porque é habitado por você. Não o fosse e não estaríamos aqui”.
Sorrindo passou mais uma vez a mão pela pele daquele rosto tão amado e agora inerte, incapaz de lhe dar um sorriso sequer, e se bem disse por não ter sido covarde em assumir o amor que ele lhe despertara a despeito de todas as oposições.
Antes dele, do amor apenas conhecera a dor. Depois dele conhecera a felicidade, não aquela de contos de fadas, feita de ilusões, mas a real, feita de cotidiano e de superações. Tiveram problemas, tiveram diferenças, tiveram incertezas e dificuldades como qualquer casal e relação, porém o amor e o bem estar em estarem juntos, sempre foram maiores e sempre fizeram valer a pena. Amou e foi amada como poucos tiveram o privilégio neste mundo...
Ele abriu os olhos e a fitou. Naquele olhar ela viu a imensidão de um amor que se despedia. Uma lágrima caiu dos seus olhos indo pingar sobre os lábios dele que se moviam num sorriso que logo congelaria e sobre o qual ela pousou os seus dizendo:
- Até breve meu amor e obrigado por haver compartilhado comigo tua imensa coragem e sabedoria.
Ele estava morto.
31 de maio de 2007
AMAR PODE DAR CERTO - Roberto Shinyashiki & Eliana Bittencourt Dumêt
Dormindo: entro numa loja e vejo uma blusa linda de 65 reais pra minha mãe e penso: "está caro porque não tenho esse dinheiro e, portanto, não posso comprar. Acordo e enquanto viro enfesada pro outro lado resgungo: "É sonho porra! No sonho eu posso comprar tudo, até uma blusa de 6.500 reais. Inconsciente pé no chão do car****!Assim não dá pra criar uma consciência de properidade e abundância pô"! E volto a dormir...
Eu não gosto de palavras vazias. “Saudade” significa o quê quando a distância foi você quem estabeleceu e mantém? Quando é você que não se coloca acessível ao outro? Quando é você que se comporta como um autista, achando que é um transgressor anti-social? Quando é você que faz tudo para que “estar próximo” perca o sentido? Hoje eu entendo algumas falas que há um tempo atrás me pareciam completamente sem sentido...
Quem tem saudade tenta saná-la. Quando sinto falta, eu vou atrás. A não ser quando o outro só valoriza as pessoas capazes de manter-lhe ilusões. Quando o que se espera é pura bajulação. Tudo é muito bacana na teoria, mas na prática as noites são vazias e os dias também. Ninguém corre até você se te sabe mal, ninguém sente a tua ausência, pois você nunca é real presença. Sempre a personagem na frente do ser....
Não vou atrás, porque cansei do “venha a nós e ao vosso reino nada”. E isso tudo só me confirma o que eu sempre soube e, inclusive, já disse em mais de uma discussão: a nossa amizade só existiu porque eu fiz por onde e me empenhei.
E agora, será que você ainda teria a cara de pau de negar isso como fez todas as outras vezes?
30 de maio de 2007
Muitas vezes só vou descobrir o que está me deixando ansiosa quando acordo na madrugada como aconteceu essa noite: acordei pensando numa pessoa e ai, me dei conta que estou incomodada com ela por estar pré-julgando uma terceira pessoa e se recusar a encontrá-la pessoalmente o que tenho certeza, acabaria com a má impressão. E me incomodou porque posta a par da situação, e embora eu dissesse que não, que ela estava redondamente enganada na percepção, uma vez que conheço a terceira pessoa muito bem, a pessoa não me deu crédito e começou a me evitar. Incomodou-me muito mais, por ser alguém que tem um discurso todo humanitário e contra qualquer forma de discriminação. E fico ansiosa porque tenho uma vontadezinha de ir lá e dar um belo puxão de orelha...
Mas não quero fazer isso. Não farei; não fiz. Um dos meus compromissos de 2007 é o de não cuidar mais de quem tem idade para cuidar de si mesmo e arcar com as próprias incoerências. E tenho tido êxito até agora.
O que me falta é achar um jeito de não ficar ansiosa com essas coisas...
27 de maio de 2007
Ainda não vi o último episódio, mas sei que ela acabou muito distante do que se pretendia para a série. Acabou porque a Alexis Bladel, que interpretava a Rory, não quis mais continuar. Se por um lado eu entendo o cansaço em se interpretar o mesmo personagem por anos a fio, por outro não entendo como a pessoa larga o certo pelo duvidoso, sendo que a série tinha fôlego para mais um ano. Sim, sempre existe a perpectiva de fazer novos sucessos, novos filmes e etc. e tal, mas vejamos pelos atores de Friend's: nenhum deles conseguiu ainda realisar outro trabalho que os projetasse tanto quanto...
Ventila-se a possibilidade de um filme daqui a dois anos, que escrito e dirigido pela Amy Palladino, traria o desfecho da série que ela sempre idealizou. Muitos estão descrentes, pois a Alexis já se mostrou reticente; porém tendo a achar que daqui a dois anos, mais longe do sucesso e do assédio do que está agora, ela se encontrará muito tentada a participar sim...
Vamos torcer né?
Ele escreve sobre cinema e embora nossos gostos não ornem - Babel e Diamante de Sangue entraram na lista dele dos piores de 2007 até agora, mas eu a-d-o-r-e-i ambos - ele é o cara que consulto quando quero saber o que tem de bom pra se ver no cinema, ou pegar na locadora. Legal né? Tá morando em São Paulo, o que significa que nos veremos muitas outras vezes.
Tem coisas que só um blog propicia!!!
20 de maio de 2007
pena que eu me tornei muito alérgica á cigarro e que hoje esteja numa bruita ressaca, mesmo sem ter fumado ou bebido nada. Só o ar viciado me faz mal...
E hoje eu tô numa preguiça que afff..
14 de maio de 2007
A década de quarenta é igual para a mulher: você é velha demais para se comportar como uma mulher de trinta, mas também é nova demais para se igualar à sua mãe na mesma idade. Você é a “quarentona” de quem vão falar, geralmente em tom de crítica. A que deve descer a saia e subir o cabelo. A que não importa o quanto teu corpo esteja em forma, tem de esquecer as mini-blusas, pois elas não “caem bem” em uma mulher dessa idade. A que se olhar para um homem de vinte vão ficar horrorizados e se sair com um então vão dizer que não se enxerga!!! mas desde que o mocinho de vinte te enxergue, que mal faz não é mesmo? rs...
Para o homem parece ser menos cruel nas relações sociais e afetivas (o famoso trocar uma de quarenta por duas de vinte, saca?), mas profissionalmente costuma ser um terror. Coitado do cara que se desempregar na sua década de quarenta. Provavelmente só vai se reempregar quando tiver cinquenta ou mais anos...
Pessoalmente decidi seguir o conselho de um amigo e não vou mais dizer a minha idade, principalmente por ter quase matado um cara que tinha acabado de conhecer da mesa ao lado à minha - que já é cardíaco - do coração, no boteco, sábado, quando enquanto ele me fazia companhia, perguntou minha idade e ficou muito, mas muito surpreso quando eu disse.
E também por isso né? Eu, como bem mencionou a minha amiga quando nos reencontramos, continuo a mesma pessoa que conhece gente do nada, bate-papo e faz novos amigos de infância em cinco minutos. Ela morta de preocupada com o atraso e eu lá, na maior festa, sendo bem tratada pelos vizinhos de mesa, bebendo de graça, rindo...
Tem outras coisas mais sobre as quais quero falar; outras percepções. Mas essas ficam pra manhã.
;o)
10 de maio de 2007
9 de maio de 2007
1 de maio de 2007
Ontem, na pausa da caminhada, fui fazer meu happy hour com amigas queridas ali no BR Mania de sempre. Lá a conversa rodou em torno do “nada que prestasse” até que eu disse que homem é um bicho estranho, pois quando não tem ninguém para competir, compete com ele mesmo. Uma das meninas pontuou que mulher é pior, pois compete sempre com as outras, mesmo que estas sejam suas amigas. Fui obrigada a concordar lembrando que amizade entre mulheres acaba no exato momento em que ambas se interessam pelo mesmo “macho”, ou no momento que a sua amiga achar você está de olho no homem dela... Outra das mulheres presentes complementou: “pelo mesmo homem, pelo mesmo emprego, pelo mesmo cargo, pelo mesmo vestido pra ir NAQUELA festa”... E é a mais pura verdade! Triste, mas absolutamente verdadeiro. Mulher não é amiga de mulher. Mulher geralmente não é leal com as amigas, principalmente se tiver um homem na vida de uma delas e, por conta disso, dificilmente entende a lealdade masculina que para ela mais é uma entidade que tem de ser exorcizada.
Estava aqui pensando nisso quando lembrei que outro dia ao ver uma conhecida dizer, sobre o fato de uma outra amiga ter contado segredos de alcova com um conhecido comum, que isso é coisa normal, que é corriqueiro mulheres falarem de sexo. Estranhei MUITO essa afirmação, pois se tem um assunto sobre o qual as mulheres não falam em absoluto é sobre sexo. Foi então que finalmente consegui entender o que ela quis dizer: mulheres não falam sobre sexo; se gabam do homem que têm umas para as outras.
Como sei disso? Para além de ser mulher, em quase quinze anos de experiência em consultório perdi a conta das vezes nas quais minhas pacientes - depois de um bom tempo em processo - chegavam com um tom de confidência absoluta para me contarem o maior tormento da vida delas: não conseguiam atingir o orgasmo e que, portanto eram mulheres mutiladas, por que incapazes. Também são muitas as amigas que me confidenciam isso hoje em dia. Mulher não sabe que o orgasmo feminino é aprendido. Que se pode levar anos praticando até que se passe a senti-lo em todas às vezes nas quais se transa. E isso por quê? Porque mulheres não falam de si no sexo, falam do homem que têm e sempre se colocam como se fossem umas gozadoras de primeira. Elas nunca admitem que: “olha, sexo é bom, mas e o tal do orgasmo que nunca vem? Acontece com você também”? Não. Elas preferem não falarem disso e seguirem anos se torturando intimamente, só para não parecerem menos diante da outra com quem ela vai competir, mais cedo ou mais tarde.
Elas não descobrem trocando informações sobre, que o orgasmo feminino geralmente é clitoriano - o vaginal é mais difícil de ser atingido, só não sei por que – e então, que ela precisa ficar em posições que propiciem a fricção do clitóris no púbis masculino, como a de ficar por cima do homem, por exemplo; ou que a famosa travada que damos nele com as pernas é para que ele “cole em nós” e ai propicie um contato mais intenso que nos levará ao orgasmo. Pegá-lo pela bunda nos momentos finais e puxá-lo assim de encontro ao nosso corpo tem a mesma finalidade e objetivo.
Mulher não sabe que precisa concentrar a atenção dela no que acontece na sua região genital para intensificar e facilitar o processo e que, para tanto, precisa esquecer dos filhos, dos estudos, do trabalho, do chefe chato, de que precisa fazer as unhas e até do parceiro que não é exatamente do jeito que ela queria que fosse...
Que precisa perceber que sexo em si é bom e dá prazer, muito até, mesmo não se chegando ao orgasmo; e que então, a busca por este deve se tornar secundária e ela pode, de verdade, relaxar e aproveitar, uma vez que a sensação de ter um homem dentro de si, o peso dele, o contato das peles, o toque, tudo isso nos traz bem estar e plenitude. Se mulheres fossem de fato amigas, saberiam isso, pois falariam disso e não passariam anos torturando-se intimamente.
Engraçado, estava aqui pensando que a coisa é tão arraigada que nem mães falam disso com as filhas. Tá, que minha mãe não tenha falado disso comigo eu entendo, mas as da minha geração não falarem de sexo com as próprias filhas para além da proteção contra gravidez, dá pra entender? Ninguém conversa sobre as melhores formas de se relacionar sexualmente, sobre posições, transar ou não quando se está menstruada, orgasmo, platô, preliminares, quando dói, quando machuca... Se alguma mulher precisa de ajuda nesse sentido, fica geralmente restrita a procurá-la em sites, livros ou no asséptico ambiente da sala do ginecologista, que sim, lhe dará explicações técnicas, mas totalmente desprovidas de intimidade.
Talvez seja isso... Talvez falte intimidade às mulheres com a própria condição feminina e isso acabe se transferindo para a relação com as demais mulheres... Talvez se as mulheres conseguissem romper a barreira consigo mesmas, deixassem até de competir entre si, pois veriam que não tem mulher melhor. Somos todas “apenas” mulheres procurando viver com mais plenitude.
Mas ó, de boa, se tem uma coisa que uma mulher não deve fazer NUNCA – tá, a não ser que o seu homem seja MUITO, mas MUITO acima da média, o que duvido quando o assunto é a capacidade DELE em TE fazer gozar - é ser sincera com os homens nesse sentido! Não, não conte pro seu namorado/marido/ficante que você nunca conseguiu atingir orgasmos, muito menos que nunca os atingiu com ele, pois nega, você, além de enfrentar um interrogatório sobre porque mentiu e fingiu tanto tempo com ele, vai ser submetida a uma verdadeira maratona do “vamos fazê-la gozar”! Uma amiga caiu nessa bobagem de ser absolutamente sincera com o parceiro. Tadinha. Tem noção? Teve de agüentar o cara lá, horas e horas, fazendo malabarismos mil e é claro que depois de uns dias e muita paciência, ela achou por bem “sentir” os orgasmos mais espetaculares que uma mulher poderia ter, só pra ter um pouco de paz e sossego novamente.
É, o homem é um bichinho prepotente a ponto de não entender que a capacidade feminina de sentir orgasmo não está associada com a performance dele. Não, não adianta explicar que é um processo - como aqueles desenhos infantis em que você vai ligando os pontinhos até chegar ao destino e formar uma imagem (no caso o orgasmo), e que a “caneta que liga esses pontinhos” é a prática e relaxamento - pois por mais inteligente que o cara seja a sua capacidade de compreender NUNCA chegará a esse ponto. Então evite que é melhor pra você e para a relação.
E se você é um homem me lendo nesse momento, não se chateie comigo, mas aqui vai um toque: se você quer transar horas e horas com uma mulher, dedique 90% desse tempo às preliminares, carícias, banhos, massagens e afins, pois nenhuma mulher consegue ficar “ligada” por muito tempo quando o homem está um tempão ali, “batendo estaca” dentro dela. Nesta hora até as que gozam começam a pensar em outras coisas pra ver se o tempo passa mais depressa... Penetração é ótimo, mas tem tempo certo para durar... Captou?
ally mcbeal - you're still you
Mais um vídeo do Ally McBeal. Nesse Josh Groban canta "You're still you", num dos episódios em que ele fez participaçõs especiais. A qualidade do vídeo não está lá essas coisas, mas a música vale a pena.