8 de julho de 2007

E eu acho que deveria fazer uma sessão para comentar os filmes que tenho visto neste blog, mas como não tenho aptidão nenhuma pra crítica de cinema... Porém vou contar aqui algumas das minha aventuras cinematográficas dos últimos tempos.

Resolvi preencher uma lacuna cultural minha e ver, ou rever, alguns clássicos. Cidadão Kane - que foi considerado o melhor filme de todos os tempo - eu vi, assim como Casablanca, pela primeira vez. Embora tenha entendido a inovação de linguagem narrativa em Cidadão Kane, principalmente para a época em que ele foi filmado, não me parece razão suficiente para que seja considerado o melhor filme já que a história em si nada tem demais, uma história tão banal, tão comunzinha, sem grandes cargas dramáticas ou interpretações memoráveis, embora possua algumas cenas fortes... Mas vai ver que só vejo dessa forma porque não entendo de cinema né? Sei lá...

Já de Casablanca eu gostei bem mais. É um filme que conversa com você mesmo depois de terminado. Mexe com as suas emoções, mesmo não sendo um filme de falas sensacionais. Acho que o maior trunfo do filme é versar sobre emoções que conhecemos tão bem. Sentimentos que nascem de se levar um fora sem se saber o motivo; a vontade de vingar-se; a descoberta de que ainda se ama mesmo depois de tantos anos, da incapacidade de atingir o outro sem ferir a si mesmo e a capacidade de sacrificar-se em nome do amor... É um filme que merece uma segunda visita; tanto que deixei-o guardadinho aqui para uma noite dessas rever.

Revi Dançando na Chuva e adorei, é claro! Já contei que uma das minhas maiores decepções infantis foi quando me dei conta que a vida não era um musical? Que as pessoas não saiam por ai cantando e dançando quando coisas boas, ou não, lhes aconteciam? Juro que isso é verdade, que chorei quando me dei conta que o que acontecia na tela não era reflexo da vida real. Eu queria MUITO, mas MUITO que fosse... Até hoje gosto bastante de musicais; mas também não é qualquer musical já alguns são só pretexto pra espetáculos de dança... Ou seja: fica fácil de deduzir o quanto me diverti revendo "Dançado na chuva" e lembrando que quando eu era pequena cantava assim a música tema do filme:

A sim liriruei
Just sim liriruei
be for liriruei
nã nã nã liriruie...


"Segredos da Noite é um suspense que também merece a visita não apenas pela história em si, mas também pelas boas interpretações de Hobin Willians e Toni Collete que dão a medida certa desse trilher psicológico que se apóia na dualidade entre mentira e verdade para acontecer.

Vi também Os Infiltrados e, apesar de ser um filme violentíssimo, adorei. Sei que muitos vão arrancar os cabelos frente essa tela, porém sigo afirmando que DiCaprio transformou-se num ator de verdade; e que quem não concorda... rs... deveria se despir de pré-conceitos e ver os trabalhos mais recentes dele como se este fosse uma ator recém-lançado no mercado. Nos dois últimos filmes que vi dele fiquei plenamente convencida dos seus personagens.

E Jack Nicholson? Apesar de amá-lo, me digam que aquelas caretas que ele sempre faz nos seus filmes são uma espécie de piadinha interna dele, please? Como uma marca registrada que imprime a todos os seus personagens... Porque a coisa começou a ficar assim, meio que sem sentido, já repararam? Tá lá a maior cena; você quase sentada na mesa com ele e o DiCaprio achando que ele vai dizer que sabe que o moço é um dos infiltrados e o cara lasca umas duas ou três caretas no meio do diálogo que te arremessam novamente ao seu mundo e te fazem lembrar que aquilo é apenas um filme. Desnecessário...

Do Matt Damon nada tenho a falar; interpretação impecável embora ele não seja um ator que me impacte, não sei o porquê. Vi Gênio Indomável com ele e gostei bastante, mas ele não é um ator que me sugira bons filmes quando vejo seu nome no elenco...

E pra terminar Totalmente Apaixonados só valeu ser visto pela cena onde Toby e Elaine, casal de namorados relativamente recém-separado, discutem no quarto durante o jantar oferecido na casa da irmã dele e melhor amiga dela, ao qual ela compareceu acompanhada do namorado - um daqueles intelectualóides metidos a besta que acham que palavras difíceis postas numa frase que ninguém entende são sinal de cultura e inteligência - e ele "descasca" o cara para ela enquanto todos na mesa de jantar escutam... Fazia tempo que não via uma crítica feita com um humor tão no ponto certo e com gostinho de catarse: algo que você sempre quis que alguém metido à besta que você conhece escutasse e se mancasse... O resto do filme é totalmente descartável, pois quem fez o roteiro desprezou, absolutamente, os bons argumentos e atores que tinha em mãos pra discutir de maneira inteligente e divertida a relação homem x mulher. Pena!

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