18 de setembro de 2006

 

Triste constatação


Tem hora que o coração fica pequeno, e a solidão que me rodeia se torna tão evidente que os olhos marejam e suavemente choram.

Fico bem me minha companhia, muito bem até, porém não me basto. Sinto falta de alguém que queira saber como estou, para onde vou, como vou e se vou. Sinto falta de que precisem de mim mais do que para necessidades reais e concretas. Que me queiram por vontade de um sorriso meu, que for, apenas. De quem queira gastar o tempo de fazer nada, comigo. De quem consiga achar uma brecha no dia corrido por que necessita saber de mim.

Sinto falta de ser amorosamente necessária e concretamente desnecessária. De que me queiram perto por querer. De que precisem estar perto de mim por que o vazio que a minha ausência causa, incomoda e dói. De que me procurem com ansiedade em meio à multidão e que ao me encontrarem, sintam esfuziante felicidade.

Cansei de amores mornos.

Hoje o silêncio falou mais alto e o vazio me preencheu. Então fechei algumas portas e selei com pedras algumas brechas. Não existe mais entrega, não existe mais demonstrar amor. Não existe mais esperar pelo que não virá.

Agora o que aqui existe sou eu olhando o mundo em silêncio. Como quem observa o passar do tempo por detrás da janela. Como quem leva um chá de cadeira no baile, aquele mesmo para o qual se preparou com aprumo.

Existem pessoas que simplesmente nasceram para não serem...

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