2 de junho de 2009

Esse final de semana teve uma tônica, pois várias pessoas, e das mais variadas formas, me questionaram sobre a relação com a própria mediunidade e, principalmente, como confiar em seu processo mediúnico e naquilo que se manifesta através dele.

Muitos podem julgar que a mediunidade é uma benção, algo que torna aqueles que a possuem especiais, porém não conheço um só médium que, possuindo um mínimo de bom-senso, tenha passado tranquilamente pela sua iniciação e desenvolvimento. Ela pode ser uma benção, mas é daquelas que estilhaçam vidros e muitas vezes nos fere...

É verdade: ninguém pediu para ser médium, simplesmente se é. E a maioria de nós o somos, em maior ou menor grau, posto que existem várias modalidades mediúnicas, sendo que algumas delas são muito sutis, como a premonição, por exemplo. Aquelas pessoas que sentem que algo vai acontecer e acontece mesmo? Essa. Mas "a porca torce o rabo" quando se é médium de incorporação e a dúvida é, 99% das vezes, baseada em: "quem é que fala? Eu, ou realmente há um espírito que fala através de mim"?

Quando me fizeram a pergunta nas primeiras vezes, não respondi por, sinceramente, não saber como fazê-lo. Foi apenas depois de escutá-la por quatro vezes que uma resposta começou a se formar em mim. Comecei por pensar que se somos todos espíritos, sempre será um que falará através do médium, mesmo que seja o dele. Não, não é uma resposta no estilo Seu Lunga, acompanhe meu raciocínio: se nos acreditamos que temos uma vida que se traduz em vários estados de consciência, várias encarnações e que cada uma dessas passagens entre astral e corpo físico traduzem uma personalidade que vai se modificando conforme vai aprendendo, é bem possível que num dado momento especial, uma dessas personalidade emerja para falar exatamente de um aprendizado, vivência e conhecimento do qual tem domínio e que, por ser desnecessário nessa vida, por estarmos desenvolvendo outras aptidões, ficou ali, depositado no inconsciente, mas em estado latente. O Carlos Zara, ator e também espiritualista, uma vez falou disso numa entrevista no JÔ Onze e Meia.

Isso me leva a minha primeira conclusão e esta me leva a algo que minha Entidade Guia repete incessantemente nas suas manifestações, assim como todo espiritualista sério também o diz: não importa quem diz o quê, importa apenas o que é dito. Ou seja: o nome, a entidade, tudo pode ser um engano, uma encenação proposital, mesmo que praticada por uma personalidade não física e diferente de nós. A única coisa que realmente importa e a qual temos de nos ater tanto enquanto médium, quanto enquanto aquele que ouve é o conteúdo da mensagem. É esse que deverá ser avaliado, analisado, pesado e nos dirá, com segurança, do que estamos sendo mensageiros. A mensagem é realmente boa, faz bem, ajuda as pessoas como se propõe? Então, de verdade, que importa quem a disse? Não existe ai uma necessidade do médium de favorecer o próprio ego, ou, mais provável, um desvalor quanto aos seus próprios aprendizados espirituais?

A segunda conclusão a que cheguei e a mais importante ao meu ver, e ai partindo da minha própria experiência na trajetória mediúnica - também passei muitos anos duvidando - foi a de que a credibilidade na sua própria mediunidade é, em verdade, a credibilidade na sua própria alma. Isso porque, sempre, a primeira será uma expressão pura da sua relação com a segunda. É a confiança que você tem na sua alma que se traduz na sua mediunidade. Pois sua alma não se expressa em palavras, mas sim em emoções, intuições e percepções extra-corpóreas e corporais, para as quais há de se estar plenamente aberto para permitir e compreender. E, infelizmente, não há nada que ninguém - entidade física ou não física - possa fazer, ensinar, dizer, para que facilite esse processo que é único e só pode ser promovido por você.

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