1 de março de 2009

Vi o trailer de Divã ontem, quando fui ver: E se fosse você 2... E, ou sou muito lesada, ou sou muito lesada, porque aquilo é tão verossímil - inclusive ser orientação analítica - é tão cotidiano classe média brasileira... E então não entendi as críticas feitas por ai, pois o tal do nosso Cinema Nacional é expert em mostrar o óbvio e/ou feio do Brasil/brasileiro. É o que mais se produz por aqui: favelas, subúrbio, crime, pobreza, classe média alta abobalhada, ricos transviados, nordeste ressecado e folclore. Quando o povo acha que o filme é bom, geralmente são filmes "cabeça" que bem poderiam ser definidos como tendo sido produzidos, na sua maioria, numa metalinguagem que denuncia a viagem de quem escreveu. Sério, o povo parece e aparece geralmente drogado. Cinema de arte é feito arte moderna sabe? Nêgo põe lá uns quadradinhos de cores diferentes numa tela e chama de arte... Chato, muito chato.

Filme brasileiro, só alguns me acalmam a memória; Central do Brasil é um deles. O meu pé de Laranja Lima é o outro, mas ai por motivos absoluta e totalmente afetivos: meu primeiro livro. O céu de Sueli, O que é isso companheiro? Quando meus pais saíram de férias, Saneamento básico e Olga são bons. O cheiro do ralo é escroto, apesar de eu gostar de Shelton Melo. Meu nome é Jhonny e Benjamin, não me deixam formular uma opinião... É, o cinema nacional ganhou um up, e embora tenha bons filmes atualmente, ainda está longe de ser um cinema conceituado, pois ainda é, basicamente, de conceito.

Só vou ver filme nacional quando não quero nada com nada mesmo, como ontem. Dou risada e aplaudo a interpretação do Tony e da Glória, mas não, não faço nenhuma reflexão. Impossível!

E a minha opinião é que isso se dá porque cineasta e brasileiro têm um ranço né? É uma coisa esquisita por demais: nós somos os melhores do mundo para contarmos histórias e tramas, vide as novelas, mas ai na hora de ir para a telona, o povo quer se diferenciar e fazer aquilo que sabe fazer de melhor, não fazendo aquilo que sabe fazer de melhor. Querem inovar e o resultado é essa coisa marginal e borderline que é a maior parte do cinema nacional. Penso que o brasileiro é o único povo que se envergonha das coisas que sabe fazer bem, pois nunca valoriza ou acha importante aquilo que faz.

Nenhum comentário: