7 de março de 2009

Quando consigo resolver um problema por mim mesma sinto-me bem, muito bem. Não porque esteja provando a mim mesma que sou "a boa", mas por sentir que amplio meu Universo Pessoal quando aprendo novas formas de fazer algo.

Ai, outro dia, tive uma conversa interessante com um amigo sobre relacionamentos onde comentava-se que é normal a mulher passar o comando de certas coisas, como as finanças, por exemplo, quando se casa ou vai morar junto. Falava-se sobre ser atribuição de papel do masculino e de como os homens realmente acham que isso é função deles e que podem fazer isso melhor do que nós na maioria das vezes. E que quando a mulher não faz isso, o homem entende que é por falta de confiança nele.

E depois fiquei pensando, pensando e me fiz várias perguntas, dentre elas: por que confiar no "nosso homem" tem de passar por anular-se? Há anos cuido da minha vida financeira e administro o dinheiro da minha casa, qual o motivo de simplesmente passar isso para um homem se é algo que posso fazer sem problema algum? Porque depois a gente acomoda e perde a mão, e isso sim é ruim se eventualmente somos forçadas a retomar o controle das nossas vidas, por necessidades outras.

As coisas não podem ser simplesmente compartilhadas, comunicadas e feitas em conjunto? Um sempre tem de estar com as rédeas nas mãos e o outro sempre se submetendo?

Quando penso em unir-me a alguém, penso realmente em unir, compartilhar e até ceder, mas nunca em abrir mão de mim mesma ou dos meus potenciais para a pessoa se sentir melhor consigo mesma. Quero ser importante na vida da pessoa. Quero ser querida, cuidada, e não acho que isso resuma-se a questão "praticas". O Outro cuida de mim quando acredita no meu potencial, quando me ensina novas formas de fazer, quando me permite ser.

Eu não quero e nem consigo abrir mão de mim mesma na relação, unicamente para o outro se sentir mais confortável. Ficar me sentindo mal pro outro se sentir bem não rola, pois com o tempo é isso que massacra a acaba com a relação. Não peço que a pessoa desista de nada dela, amo-a integralmente sempre, e se alguma coisa nela não tiver trânsito para mim, entendo que tenho de me afastar e não exigir que ela mude. Mudar é sempre uma decisão pessoal e intransferível. Então não vejo sentido em desistir de mim, das minhas coisas, simplesmente porque, culturalmente, é assim que vem sendo feito ao longo dos séculos.

Principalmente por que, os séculos vêm mostrando que essa é uma receita de relacionamento mais do que falida.

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