26 de abril de 2008

Às vezes penso em escrever e-mails para essa sua conta, mesmo sabendo que você jamais a acessa. Vontade de falar todas as coisas de mim, mesmo sabendo que você não lerá; mas um dia, quem sabe?

Quando esse pensamento me vem, junto aparece uma lágrima que, furtiva, lentamente escorre pelo canto do olho...

Saudade.

Não de quem você é hoje, que na verdade desconheço, mas do homem que amei e me amou há muitos anos atrás.

Essa semana fui num lugar onde passei muitas e muitas horas sentada esperando por algo. Algo capaz de me matar de tédio, não sei se você ainda lembra... Um mar de gente à minha volta e, de repente, me pego pensando em você (sonhara contigo naquela noite) o que fez com que, imediatamente, meus olhos se enchessem de lágrimas. E eu ali, segurando para não chorar sem nem sequer saber por quê. A cena era minha mãe saindo por um elevador para a sala cirúrgica e você aparecendo pelo outro... Se fosse naquela época, ao saber que eu estava naquele castigo, você daria um jeito de vir ficar comigo. Por que você era assim. Não tinha perrengue que, na sua opinião, compartilhado, não fosse mais fácil de passar.

Como sinto falta de alguém cuidando de mim!!!

É dolorida a sensação de que se morrermos e por algum motivo ninguém for avisado, levarão dias para sentirem a nossa falta. Só quem ama dá por nossa ausência em minutos...

Não sei por que voltei a sentir a tua falta depois de Novembro. Por que voltei a sonhar contigo tão insistentemente... Por anos você foi uma lembrança esmaecida em mim. Indolor. Talvez seja porque tenha me descoberto amando novamente, porém um amor tão solitário que o inconsciente sonha para me fazer lembrar do que é ter alguém de verdade...

Às vezes penso que algumas das resoluções atuais, que silenciosamente venho pondo em prática, tencionam, na verdade, que eu me “case” ali na frente. De repente a perspectiva de envelhecer só se torna sombria. Não pela solidão em si - com essa eu lido bem mesmo porque não a tenho - mas pela ausência de ser amada. Dá pra entender? A perspectiva de envelhecer sem ter quem te queira de maneira especial, assusta mais do que as rugas que pouco a pouco vão se insinuando...

Tá, agora relendo tudo o que escrevi fiquei com a certeza de que se um dia vier a abrir esse e-mail, irá me achar maluca. Porém estou me importando não... Quem sabe você também sinta falta de voltar a ter alguém para quem você possa falar tudo sem temer as críticas?



Beijo!

Nenhum comentário: