30 de março de 2007

Parênteses (1)


Uma ligação inesperada no meio do dia do ex-namorado que não se vê há oito anos pode fazer a sua tarde mais feliz. Principalmente quando finalmente conseguem conversar sobre os motivos que culminaram no término do namoro. Algumas coisas interessantes que ouvi sobre mim mesma:

“Entendi e aceitei que você é uma pessoa fechada, quieta, que não fala muito sobre si mesma, e também não é uma pessoa melada. E eu preciso que me melem. Você é carinhosa, dá atenção, mas não mela. E minhas brigas eram para ver se você começava a me melar, me adular, me paparicar. O que eu consegui foi levar um pé na bunda”.

“Você até hoje foi a única mulher que eu olhei e pensei: com ela construo uma vida, tenho filhos e envelheço. Já tive outras mulheres, já morei com uma, mas nunca mais senti isso. Você continua sendo a única mulher com quem acho que construo o meu futuro”.

“Eu brigava, discutia, mas no fim quando parava pra refletir via que você tinha razão no que me dizia sobre a minha possessividade e ciúmes. Mas é que fiquei inseguro com você. Eu era um moleque que tinha um mulherão nas mãos. Me perdi”.


O que fez bem pro meu ego:

“- Como tá seu cabelo, curto, comprido?
- Curto e vermelho.
- Vermelho? Deve estar linda “pra porra” então”...


“- E você continua branquinha?
- A ponto de uma prima minha reclamar e me mandar tomar sol.
- Essa sua prima não sabe o que fala... Você é tesuda assim.”


“- E o sorriso continua igual?
- Continua, mas agora eu sou banguela...
- Sendo você não me importa; eu quero do mesmo jeito.
- Também tô cheia de rugas, celulite e flacidez...
- Não me importa... Em você eu encaro tudo.
- Danou-se! Rs...

(E é engraçado eu ouvir isso dele, pois ele foi o namorado que me disse: “O que salva é que você tem um rosto lindo. É pra ele que eu olho quando estamos transando. Se você não tivesse ia ficar difícil”... Ah! Os anos... Passam e apagam tudo né?)

O que achei engraçado saber depois de tanto tempo:

“- Eu dei uns beijos na I. (amiga em comum) depois de uns quatro meses que terminamos. Ela queria namorar, mas eu não quis. Eu queria mesmo era me vingar de você. Namorei a A. pelo mesmo motivo...
- Afff... Mas vingança burra hein? Primeiro porque eu não fiquei sabendo e segundo porque namorar com a A. é burrice por si só e você ainda acabou ficando com ela quatro anos...
- Eu me envolvi...
- Num digo: burrice.

Obs.: A. era uma guria que transitava pela mesma turma que eu e também era obesa, mas com quem nunca troquei uma palavra. Por quê? Por que ela dava em cima de todos os meus ex...

“Nossa! Você fala palavrão”...

“- Tô afim de sair com você. Matar a saudade. Beijar sua boca...
- Também tô, mas você disse há pouco que não trai sua namorada. Então vamos ter de esperar você terminar seu namoro para nos encontrarmos.
- Eu falei isso? Tava te xavecando! Eu traio minha namorada sim, com você eu traio”.

O que achei perigoso ouvir:

“A gente ainda vai acabar casando, você sabe, não sabe”?

“- Eu não sei se consigo não me envolver com você. Você tem certa razão em estar com medo... Mas eu não vou pegar no seu pé se isso acontecer.
- Eu sei, você nunca pegou no meu pé. Mas eu não quero que você sofra. Você não merece sofrer, muito menos por mim.
- Por quê? Você se menospreza assim?
- Não. É que eu sei que não sou a mulher que você precisa. Eu ainda não sou de melar ninguém e você ainda precisa que te melem. Se a gente voltar, você vai ficar bem com isso um mês, um ano, mas um dia o que você precisa vai falar mais alto, e você não vai simplesmente me dar um pé na bunda. Você vai voltar a brigar comigo tentando me transformar no que você quer que eu seja, mas que eu não sou.
- ... Você ainda é foda”...


“- Eu gosto de ser solteira.
- Agora você resumiu bem a nossa diferença: você gosta de ser solteira e eu gosto de não ser. Gosto de ter alguém do meu lado, só me sinto completo assim.
- Eu me sinto completa. O que quero não é alguém que me complete, mas alguém que me compartilhe.
- Você não gosta de dar satisfação.
- Nem é dar satisfação. É essa coisa de ter de fazer tudo junto o tempo todo. Com a gente mesmo isso atrapalhava; eu mandava você ir pra farra com seus amigos e você dava piti, por que não queria, só queria se eu estivesse junto...
- Eu ainda sou assim. Mas isso é por que você nunca amou ninguém. Quando você ama é assim: você quer dividir sua vida com o outro...
- Eu já amei sim, mas é que esse modo que vocês costumam amar pra mim soa como reducionismo e eu não quero reduzir minha vida, quero ampliar horizontes.
- ...”.

E páro por aqui, pois o que aconteceu depois é impróprio para menores e eu não sei quem lê esse blog... rs...

:oP

O que eu acho de tudo isso:

Não estou pensando no amanhã. Estou com saudade e vontade e ele já é um cabra grandinho. Vou deixar a vida me levar.

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