29 de março de 2010

Começo a pensar que é bom eu trabalhar o meu mimo... É, eu sei que sou mimada em alguns aspectos e acho que mesmo que a gente não tenha sido mimada por pai e mãe, desenvolvemos alguns mimos por conta própria, mesmo que nossa experiência de vida tenha sido dura. Como o batalhador, por exemplo. Quer pessoa mais mimada que aquela que para tudo bate no peito babando de orgulho de si mesmo por ter construído um "império" sozinho e com muito sofrimento, dificuldade? Essa pessoa acredita ou valoriza algo diferente do que o próprio jeito? Ela aceita opiniões diferentes? Raramente. E isso é mimo né? Achar que o que pensa e acredita é a única forma possível e se doer por qualquer coisa que o outro faça que lhe pareça diferente da forma como você deveria ser valorizado e tratado.

E tem chamado a minha atenção no meu convívio, pessoas que simplesmente não aceitam que sua ação ou intenção foram diferentes do que elas deduziram e entenderam. Projetaram. Mimo.

Aprendi, ao longo da minha prática terapêutica, a sempre verificar com o outro a veracidade da minha percepção, pensamentos e conclusões. Se eu proponho uma coisa e o paciente para, pensa e me diz não se reconhecer naquilo, eu vou em busca de outra hipótese. Simples assim. É verdade que em algumas circunstâncias, pode ser mera resistência. Nesses casos eu explico o meu ponto de vista, peço para ele pensar com calma naquilo e proponho voltarmos no assunto só depois, o que geralmente ocorre quando algo evidência inegavelmente para o próprio paciente aquilo que eu falei. Naquele momento a gente muda o rumo da prosa, pois ninguém está lutando para estar certo.

E é isso, o desejo de estar certo, que fode as discussões entre pessoas. Caracas! Como as pessoas adoram estar certas e, por conta disso, querem fazer você engolir o ponto de vista delas a qualquer preço. Algumas vezes eu escapo ilesa, mas algumas vezes me pego debatendo pelo direito de ter opiniões diferentes. Mas irritante mesmo é a pessoa que sequer quer discutir né? Ô impáfia! A pessoa te julga, te joga o julgamento na cara e quando você discorda, diz que não foi aquilo, ela fica numas de concordar só "para evitar a discussão", porque claaaaaaaro, na opinião dela, é você quem não aceita a opinião alheia, não ela! rs... E aquela maldade que ela despejou em você, também é sua viu? Não é dela não. Ela é um primor de criatura e auto-consciência de possuir os sentimentos mais puros e bondosos do universo!

E eu tenho três pessoas perto de mim nessa vibe, portanto, o problema sou eu né? E também tenho dor nos joelhos, o que indica pouca flexibilidade. E por incrível que pareça, o que está me fazendo mal é tentar manter o direito a ter opiniões diferentes. As pessoas não têm de entender isso, eu não tenho de lutar por isso, simplesmente porque é algo que eu já possuo. Se o outro não reconhece, problema dele. E se ele insiste em se fazer de dodói e de jogar a maldade dele em mim, problema mais dele ainda. Eu só estou atingível por ainda estar me importando com a opinião delas.

Parei.

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