27 de janeiro de 2010

É impressionante como a vida tem andado depressa. O tempo passa numa velocidade incrível e hoje, vivê-se muitos anos em um.

E a que devemos isso?

Na minha opinião à tecnologia que propiciou que tudo seja feito muito mais rápido e comodamente o que faz com que tenhamos mais tempo para pensar do que qualquer dia tivemos. E a vida começou a girar na velocidade dos nossos pensamentos.

Há 100 anos atrás para se tomar um simples banho, era preciso buscar água no poço, esquentar no fogão - a para tanto você tinha de buscar lenha, secar lenha, ajeitar a lenha, conseguir fazê-la pegar fogo e esperá-la virar um braseiro, mesmo nos fogões domésticos de metal -, encher a tina e só então você podia passar alguns minutos ali, usufruindo do banho. Hoje basta virar uma torneira e no mesmo instante a água cai sobre seu corpo na temperatura da sua escolha e preferência.

E a gente mal se dá conta do quão a vida anda mais fácil ultimamente né? O quão é prático e cômodo que ao invés de pegarmos a galinha no galinheiro e depená-la, como nossos avós tinham de fazer ou até mesmo nossos pais na infância, para poder fazer um almoço, precisemos só ir ao mercado e, se bobear, trazemos a danada até assada; no mínimo, temperada.

Gastávamos muito tempo, até pouco tempo, em tarefas voltadas para manter a existência, subsistir. Pouco era o espaço que havia para pensar, refletir, questionar, elaborar. Tudo "viajava" a uma velocidade de baixa a moderada, como eram as tarefas a serem executadas. Uma carta levava dias, para se ir de uma cidade a outra também. Hoje temos muito tempo livre e o ocupamos com atividades que usam cada vez mais a mente e menos o corpo e é isso que faz com que o mundo, como um todo, ande mais depressa.

Em uma única vida, vivemos várias. Resolvemos muitas pendências e criamos outras que muitas vezes também serão aqui resolvidas sem ficar para depois. Os acontecimentos se sucedem numa velocidade incrível e as relações também se multiplicam e definham muitas vezes na mesma proporção.

Cada vez mais fica evidente que o apego é um atraso de vida, pois nos faz parar no tempo numa época em que o tempo já não nos dá mais tempo para amarras.

Já pensou sobre isso?

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