21 de agosto de 2008

Araras I


O final de semana em Araras foi maravilhoso em todos os sentidos. Primeiro porque finalmente pude passar dias com duas amigas com as quais convivo cotidiana e virtualmente há 8 anos. Pessoas com as quais divido as dores e os amores. E embora eu já as tivesse encontrado em várias ocasiões, nunca ficamos alguns dias juntas. Foi a primeira vez. E é muito bom saber que a virtualidade só existe e pesa pros idiotas mesmo. Não, nem vou entrar no mérito da questão, cada qual entenda como quiser, mas que isso é fato, é.

Na viagem fiz coisas inéditas tais como ir a uma festa de peões. Isso mesmo: um rodeio. E fiquei lá de longe olhando aquela coisa toda acontecendo na arena e pensando se é mesmo uma judiação com os animais, porque o touro de verdade parece que se diverte. Mas deve ser, pois meu coração se alegrava muito quando o touro dava umas corneadas nos caras e os lançava nas alturas, uma sensação de vingança sabe? Pois. E como em tudo nessa vida se aprende uma lição relevante, não foi diferente nesse rodeio: você sabia que numa confusão de arquibancada - briga - você jamais deve correr em direção à saída para se proteger, caso esteja no meio desta? Pois. Eu não sabia. E nem a Fran. E quando a confusão veio e o povo saiu correndo a gente logo começou a correr em direção à saída. Quer dizer: a Fran foi, eu não, porque a Mirian grudou no meu braço e começou a me arrastar pra cima gritando: “sobe, sobe” e eu subi né? Porque a mulher de 1m61cm virou um touro e saiu me arrastando... E eu gritei: “mas e a Fran? Temos de achar a Fran”! E ela respondeu: “ela volta, ela volta”! Quando chegamos lá no alto, ela me mandou segurar nas grades e esperar passar. Foi o que fiz né? Havia outra alternativa não. E passou. E a Fran realmente voltou antes mesmo de terminar a confusão, que uma vez finda resultou na seguinte explicação: quando há briga, confusão, todos correm pra saída e ai a multidão se afunila nela e acontecem os pisoteamentos e a tragédia fica maior do que precisaria ser. Pelo contrário, ninguém vai para os lugares mais altos e as confusões geralmente acontecem do meio para baixo, o que torna os lugares mais altos os mais seguros. É, meu bem, são 10 anos de experiência em estádios de futebol...

Mas não bastasse isso no quarto do hotel enquanto conversávamos sobre a minha mania de salvar o outro que chegava – veja só que eu usei o verbo no passado - ao ponto de ir pro buraco junto, mais ou menos o que escrevi no post abaixo, tive de ouvir: “Pois, e ainda não mudou né? Ao invés de se proteger fica gritando: a Fran, a Fran e tentando ir atrás dela”! Foda né? Mudar é mesmo um trocinho lento...

Por falar em mudança: estava ouvindo a Louise Hay e uma ficha caiu quanto à aceitação de si mesmo. Eu sempre pensava quando ouvia isso: “mas se me aceitar como sou vou querer me mudar não. Afinal, aceitar é estar em paz com o que sou e se estou em paz com o que sou, porque mudar”? Na minha cabeça era o incômodo comigo mesma que motivava a minha mudança. Ledo engano. Finalmente entendi que quando aceito o que sou, é porque estou olhando verdadeiramente para quem sou. Sem subterfúgios, sem querer dourar a pílula, sem negar-me por ter vergonha do que sou por me achar errada. E é só quando me olho sem máscaras que consigo ver o que verdadeiramente preciso mudar, e que essa necessidade não tem a ver com ser aceita socialmente, em receber a aprovação alheia, mas para viver melhor comigo mesma.

Enfim, de resto com as meninas foi sombra, comida - muita comida já que a Fran e sua família se incumbiram de nos alimentar e muito bem pelos dois dias, com direitoa churrasco inclusive - e água fresquíssima - cerveja, e refrigerantes também, passeio na praça e pela cidade! Ah! Devo também fazer menção honrosa à família da Fran: à sua mãe, pai e principalmente à Maria Laura, sua irmã que é uma fofa absoluta!

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