18 de maio de 2008

Dois sábados saindo fora para jantar com Neto e os garçons conseguem nos fazer desviar a atenção de nós mesmos. Sim porque sair com Neto é adentrar num universo tão particular e nosso que creiam-me, poucas pessoas conseguem interferir, mas os garçons têm conseguido essa proeza durante as refeições.

O primeiro foi o Barros, lá do Conchetta, no Bexiga. Simpatíssimo. Mas tanto e tanto que a gente quase precisava ajoelhar no chão e postar as mãos pra ele entender que não, não queríamos comer o que ele nos oferecia, nem um pedacinho só que fosse. E ai ficávamos eu e Neto em estado de alerta e com o riso preso quando ele se aproximava... No fim da noite estávamos quase tirando os pratos da mesa pra ver se dava resultado.

Ontem o restaurante era japonês: Kempô, em Santa Terezinha, e tudo corria bem enquanto era um garçom quem nos atendia. Porém, do meio pro fim da refeição chegou uma garçonete e a coisa começou a ficar o inverso do que foi com o Barros no Concheta; mais um pouco e ela iria nos tirar do restaurante e ter um ataque histérico se, por ventura, algum cliente chegasse. Serviu a sobremesa, trouxe as águas, a conta, serviu os copos incessantemente para retirar as garrafas, e veio buscar a conta antes sequer de terminarmos de comer e olharmos pra dita cuja. Nessa hora Neto, com toda a delicadeza que lhe é peculiar, disse que ela esperasse que quando terminássemos chamaríamos por ela. E a gente segurando o riso, claro. Bastava a moça se aproximar e ficávamos tensos e com vontade de rir e, óbvio, começamos a teorizar sobre o motivo de tamanha ansiedade. A minha teoria era a de um encontro marcado logo após o término do expediente e que, então, ela estava fazendo tudo para garantir que este terminaria o mais cedo possível. Teoria confirmada pelo namorado que pouco depois veio esperá-la na porta. O nome desta era Deusinha. É, a gente sempre acaba perguntando o nome, e desta vez soubemos até que ela é da Paraíba.

Nessas horas dou graças a Deus de estar com Neto que como eu, leva a maioria das coisas estranhas na esportiva. Sei que a maioria dos meus amigos não teriam essa postura e: ou passariam uma carraspana na moça, ou reclamariam para o gerente. Não que eu não ache certo, acho, mas prefiro voltar lá uma segunda vez e dar um toque pessoalmente. Se não funcionar, ai sim reclamo com quem de direito. Afinal a comida pode ser boa, mas se o atendimento não fizer jus, esta acaba por deixar gosto estranho em nós.

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