18 de janeiro de 2009

Minha mãe deve andar com vontade de me matar.. Isso porque tenho pensado na questão do livre-arbítrio e ai quando vejo, já rebati as suas crenças que afloram naqueles comentários comuns, tipo: "Deus quis assim"!

Não, Deus não quis assim. Aliás Deus não quer absolutamente nada para as nossas vidas além de que aprendamos com as nossas próprias escolhas. Esse foi Seu desejo inicial e absoluto desde o momento em que se decidiu pela nossa criação e desde então segue prevalecendo a Sua vontade: por isso nos dotou de livre-arbítrio.

Eu sei, eu sei... É bem difícil entender e aceitarr que estamos à mercê de nós mesmos durante todas as nossas vidas e é muito mais fácil responsabilizar Deus do que a nós mesmos pelas coisas que nos acontecem de bom ou de ruim, mas... É um tremendo dum engano isso!

Para entender a questão do livre-arbítrio é preciso ater-se à sua concepção de Deus: Ele é um Ser sábio e justo que nunca desperdiça uma ação ou criação na sua opinião? Pense a respeito. Mas pense de verdade...

Se sua resposta for sim, então você há de convir que se Ele nos dotou de livre-arbítrio - que significa o poder de tomar as nossas próprias decisões e agir de acordo com o grau evolutivo no qual nos encontramos, ou seja, concordante com a nossa própria sabedoria - em nenhum momento Ele o revogaria para poder conduzir a nossa vida como melhor Lhe aprouver. Simplesmente não faz sentido!!! E em Deus tudo faz sentido! Se não vemos sentido é pela nossa própria incapacidade de enxergarmos além do véu do presente momento.

E, no entanto, isso não significa que estamos destituídos de proteção ou ajuda. Não! Pois quando tomamos uma decisão, quando desejamos algo, Deus começa a nos enviar todas as coisas necessárias para que avaliemos a situação e o nosso desejo, antes de que esse se concretize, mesmo que nosso desejo seja negativo. E falo disso por experiência própria e sobre algo que aprendi muito antes de saber que isso se chamava "lei da Atração".

Quem me conhece ou lê há muito tempo vai se lembrar do dia em que fui assaltada em 1994 como resposta ao meu pedido cotidiano - durante seis meses - para morrer. No primeiro segundo do assalto eu tinha plena consciência que ele era apenas a resposta ao meu pedido; que eu havia criado aquela situação com o meu pensamento e sentimento. Porém para mim também era nítido que naquele momento estava em minhas mãos - e apenas nelas - decidir se o gatilho seria acionado ou não. Eu tinha diante dos meus olhos um bandido que claramente estava a meu favor e um outro bem determinado a dar cabo de mim, tanto que no final das contas os dois discutiram feio para que prevalecesse a vontade do bandido que quis que eu descesse do carro, inclusive com ameaças de morte entre eles...

Claro que quando a minha ficha caiu, desejei ardentemente continuar viva e me comprometi em refazer a minha vida sem nunca mais pedir para morrer diante das grandes dificuldades, trato que venho cumprindo fielmente. Também era quase palpável para mim a presença de mais gente naquele carro, mesmo que eu não fosse capaz de vê-los fisicamente; e que a sua função era justamente auxiliar em que minha decisão final fosse cumprida, ou seja: manter a simpatia do bandido que dirigia o carro cada vez aumentando mais, e controlando a agressividade do bandido que estava atrás de mim e mantinha a arma apontada na minha direção o tempo todo. E antes do ocorrido houveram muitos e muitos sinais, inclusive um sonho me preparando para o que iria viver naquele dia.

Sei que muitos dirão: "você não morreu pela vontade de Deus"! E eu direi: "Sim, mas apenas em parte. Justamente a parte na qual a vontade Dele é que a minha vontade prevaleça diante do uso que faço do meu livre-arbítrio". E fosse qual fosse a minha decisão, eu arcaria com as consequências dela.

Acho que as pessoas preferem colocar a responsabilidade de tudo nas costas de Deus por terem medo de usarem seu livre-arbítrio diante do reconhecimento da própria ignorância. Medo de errar feio e sofrer né? Mas de novo é preciso que nos lembremos de "quem é Deus" e seja lá o que Ele for, é fato que Ele é pura bondade. Você pode mesmo tomar uma decisão errada baseando-se na sua ignorância; porém antes de concretizar seu desejo, Deus enviará muitas e muitas situações para que você amplie seu conhecimento sobre aquilo e possa adequar a sua vontade, ou até mesmo mudar de opinião, desejo.

O x é que tivemos uma educação completamente errada sobre as coisas realmente importantes nessa vida e vemos "mudar de opinião" como falha de caráter. Bonito é manter uma só postura mesmo que seja para se foder ali na frente. É, a grande responsável pelas mazelas da nossa vida é a nossa teimosia. A mania que temos de termos certezas absolutas sobre coisas que na verdade desconhecemos quase que por completo. O vício de sermos como aquela ferramenta que completa os endereços automaticamente no e-mail, sabe? Só que fazemos isso com as coisas que vemos: completamos sentidos, razões, motivações e consequências com um simples passar de olhos sobre uma situação ou alguém, ou seja, julgamos; e 99% das vezes de forma errada.

Usar o livre-arbítrio é simples e seguro. Basta estarmos abertos a mantermos uma conversa com Deus após tomarmos uma decisão e ficarmos receptivos para podermos entender o que Ele nos diz com as coisas que vai mandando para as nossas vidas. E conseguimos isso nos mantendo atentos a como nos sentimos em relação ao que desejamos. Muitas vezes algo que parece correto nos faz sentir péssimos e algo aparentemente errado nos faz sentir ótimos. O sentimento é a forma de comunicação da nossa alma conosco e esta está sempre diretamente conectada à Deus, portanto, é a forma que Deus tem de falar diretamente conosco. Se mesmo aparentemente certo te faz sentir mal, é que aquilo não é certo para você, mesmo que o seja para o resto do mundo. E aqui é preciso ter fé absoluta em Deus, e essa é a parte mais difícil.

Difícil por que a idéia que temos de Deus é muito contaminada pelas religiões. Porque o Deus que nos apresentaram como verdadeiro é punitivo e orgulhoso, impaciente e vingativo. E como você tem fé absoluta e entrega a sua vida nas mãos de alguém assim? Impossível! Vai contra o nosso instinto de preservação!!! Por isso nossa fé é tão fraca e vacilante...

Assim sendo, para aqueles que estão dispostos e determinados a terem uma vivência mais verdadeira de Deus é preciso esquecer as religiões e recomeçar do zero. Começar por sentir a presença Dele na sua própria vida e perceber como Ele sempre nos trata com bondade e benevolência.

É preciso entender e aceitar que tudo o que vivemos é criação única e exclusivamente nossa e que essa é a maior prova da sabedoria Divina.

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