21 de março de 2008

Essa coisa de perder alguém e se sobreviver a isso... A vida se recompõe e é esse o seu grande milagre.

A gente volta a sorrir, a rir, a cantar, a ter esperança, a não doer, mesmo que acredite que nunca mais. Volta.

Mas ai um dia, numa cena de filme aonde um filho barbeia um pai, o som de barbeador - que é daqueles antigos em que se atarrachava a gilete (e exatamente o mesmo que seu pai usava) - escanhoando a pele, te faz voltar a ser criança; ali, em pé, ao lado da pia vendo-o fazer a barba. E as lágrimas brotam de uma saudade que você nem mais sabia.

É isso sobreviver à perda: esquecer que perdeu e quando lembrar chorar e doer como se fosse ontem, para então novamente esquecer.

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