28 de março de 2007

Mudar (2)


Nos últimos anos o que fiz foi viver. Mas viver mesmo, sem fronteiras e sem amarras. Fiz tudo o que quis, fui tudo o que pude ser. Algumas vezes acertei em cheio; em outras errei feio! Fui tantas e tão diversa que muitas vezes me surpreendi com a face minha que via refletida na pupila alheia. Bebi de todos os méis, sorvi de todos os féis; fui santa e fui profana; trai e fui fiel. Conquistei amigos eternos e perdi alguns deles. Cometi erros imperdoáveis; perdoei mesmo quando jurei que não o faria; mesmo quando não queria; mesmo quando não devia. Revelei coisas que não podia; guardei segredos inconfessos. Conheci drogas, castidade e devassidão. Dei as melhores risadas; chorei as lágrimas mais amargas. Tomei porres. Amei sabendo que amava e não sabendo também. Sonhei. Me decepcionei. Me libertei de ilusões. Bati e apanhei pesado...

A tudo, absolutamente tudo, me entreguei.

Todas as minhas ações tiveram consequências. Todas as consequências me ensinaram algo sobre mim mesma. Agora é o momento de separar o joio do trigo; ver o que reconheço como sendo pro meu bem e botar fora as ações que me são prejudiciais. Leva um tempo, implica numa visita a todos os meus cômodos, numa faxina daquelas, mas vale a pena.

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