21 de maio de 2010

O Universo só nos protege e apoia quando fazemos o nosso melhor

A última aula que dei no CRI era pra ser sobre meditação, porém acabou sendo sobre fazer o nosso melhor e como a vida responde positivamente a isso.

Não é fácil de entender, mas com boa vontade é possível. Quem fala muito bem dessa Lei Universal é o Gasparetto e entenda por “falar muito bem”, explicar de uma forma compreensível e com exemplos que te fazem pensar muito a respeito e seguir adiante.

Acho que todos concordam que a vida, Deus, não seria muito justo se nos colocasse nesse caminho de aprendizado e nos punisse por cada erro que cometêssemos, não é mesmo? Nós mesmos, com toda nossa imperfeição, não castigamos as crianças que nos foram dadas a educar quando elas estão aprendendo a fazer algo. Quer dizer, os mais lúcidos entre nós não fazem isso. Afinal, aprender implica em errar até que se pegue o jeito da coisa; de qualquer coisa.

O Universo também não nos castiga pelos erros que cometemos, quando esses são erros de aprendizagem, ou seja: eu imagino que algo funcione assim e então vou fazer dessa forma para ver se chego ou não ao resultado esperado. Se não chegar, se não for a maneira “certa”, o Universo não vai me punir, pois estou em processo de aprendizagem.

Vale aqui ressaltar e frisar que “certo” e “errado” quando usados por mim e por muitos autores da L.A. e pensamento promissor só existem no contexto de “certo, para mim; funciona para mim, é concordante com o meu modo de ser”. Não tem absolutamente nada a ver com as regras que recitam nas nossas cabeças e gravam em nós desde que nascemos e que acabam responsáveis por todo o fracasso e insucesso que temos na vida e mais: pelo eterno sentimento de inadequação, de não sermos suficientemente bons, pois aquilo não funciona conosco por mais que tentemos e nos dediquemos.

Claro que essas regras acabam funcionando para um certo número de pessoas. Qualquer um aqui é capaz de citar algumas pessoas do seu convívio que vivem de acordo com elas e são bem sucedidos. Porém isso acontece só porque estas regras são verdadeiramente representantes do que aquelas pessoas são e sentem. É algo praticamente natural nelas.

Se seguirmos observando as pessoas do nosso convívio, veremos que muito mais gente é infeliz por não conseguir sucesso com elas, apesar de seguí-las com afinco e isso ocorre porque estas não representam quem aquelas pessoas são em verdade. E o mais importante aqui é o efeito negativo que isso tem na nossa auto-estima, simplesmente porque não conseguimos pensar que as regras não servem para a gente e sim que nós é que não servimos para nada. É claro que isso também é fruto de um aprendizado cultural que nos ensina a sempre nos sentirmos inadequados, incompetentes e a nos nivelarmos por baixo. Acabamos pessoas incapazes de pensar que as regras é que não funcionam e não nós.

Quando estamos fazendo as coisas concordantes com quem somos, com a nossa forma de ver e sentir a vida, o Universo nos apóia e facilita o caminho incondicionalmente. E é aqui que fica difícil entendermos o que é “sermos apoiados incondicionalmente pelo Universo quando estamos fazendo o nosso melhor”, principalmente porque, muitas vezes, aquele bandido que deu um tiro e matou uma pessoa que amamos muito, estava fazendo o melhor dele e recebeu o apoio do Universo, por isso escapou de ser punido.

Foda, eu sei. Dolorido por demais; revoltante até, mas ó: Leis Universais são, conforme o nome mesmo explicita, Leis que servem a todos indistintamente. Nada, absolutamente nada, nem ninguém, escapa a elas. Nem Cristo, nem os santos mais santos, nem presidentes, reis, assassinos ou médicos. Você foi contra a Lei de fazer o seu melhor, você sai da proteção do Divino e se dana por completo.

E é por isso que vemos tanta gente que consideramos ruins, do mal, se dando tão bem na vida. Porque dentro do processo evolutivo deles, estão fazendo o melhor que sabem. E aqui vale uma enorme ressalva: fazer o melhor que se sabe não significa fazer o melhor que ouvimos falar. Saber implica numa concordância entre o que pensamos e o que sentimos como resultado do que aprendemos vivendo, passando pelas situações e absorvendo-as. Não é de ouvir, falar, não é de ler sobre. É de viver, sentir aquilo como verdade dentro do nosso coração e em cada fibra do nosso ser.

E como é que esse aprendizado se processa no final das contas?

O exemplo mais simples que tenho para explicar isso é mais ou menos o mesmo que o Gasparetto usa: o da ofensa recebida. Alguém chega e te diz um monte de desaforos e, sendo verdade ou não, o único impulso que você tem para se defender da agressão contida na forma como as coisas foram ditas é lascar um tapa na cara da pessoa. E ao fazer isso, você se realizou. Sentiu-se reparada; sentiu que estava cuidando de você mesmo e até percebeu que algumas coisas que andavam emperradas na sua vida voltaram a fluir. Foi a primeira vez que você reagiu, sabe? Antes as pessoas te falavam o que queriam e você engolia aquilo seco, arranhando pela garganta e se matando de úlcera no estômago de tanta raiva. Você tinha vontade de reagir, mas se continha, porque né? “O que é que vão pensar/dizer de mim”? Não era uma reação natural do seu espírito, era uma contenção por medo, ou seja, não era um aprendizado, mas um condicionamento. O dia em que você realmente fez o que desejava, a vida o apoiou, pois você finalmente estava se dispondo a parar de representar e a começar a viver, portanto, a aprender.

E foi assim dali para frente: qualquer agressão sofrida você ia lá e ou batia de volta, ou também falava um monte. E sua vida fluindo maravilhosamente bem. Até aquela(e) namorada(o) gostosona(ão) que você sempre sonhou, chegou e babava por você matando de inveja todos os seus amigos.

Só que né? Tudo nessa vida cansa. E um dia, depois de mais um barraco daqueles, sentindo no seu corpo o esgotamento resultante de ter saído de si e despendido tanta energia, você se perguntou se não tinha outra forma de resolver aquelas questões. Sei lá, não ligar e deixar a pessoa falando sozinha? Ou tentar conversar educadamente expondo seu ponto de vista sem ter que partir para a agressão física ou verbal. Até mesmo evitar aquela pessoa ou situação... Você estava tão cansado de sempre estar metido em confusões... Se lembra de que algumas vezes sentiu vontade de fazer diferente, aquela mesma vontade que sente agora, mas que ao contrário das outras vezes, não a deixou passar, resolveu dar-lhe importância e realmente parar para se questionar e pensar a respeito. E você então se decide a tentar ser diferente, pois sabe, e sabe por que percebe claramente observando à sua volta, que outras pessoas passam pelas mesmas situações e as resolvem de outra maneira e sem se desgastarem tanto.

Mas eis que lá vem uma pessoa e mais uma vez diz todos os desaforos possíveis e imagináveis e você vai lá e ploft! Tasca a mão na cara dela, de novo. Só que dessa vez você acaba preso e respondendo processo por agressão física, o que não aconteceu em nenhuma das vezes anteriores e você sequer consegue imaginar o porque, uma vez que sempre foi crime, mas nunca ninguém deu queixa de você!

O que deu errado dessa vez? Simples: não estava mais no seu melhor. No momento em que você aventou outra possibilidade de reação, demonstrou maturidade e preparo para dar mais um passo no seu processo evolutivo, porém não o fez. Ai se colocou fora da Lei que diz que o Universo nos protege de tudo e qualquer coisa quando estamos fazendo o nosso melhor, ou seja: explorando as nossas potencialidades, habilidades e desenvolvendo-as. E a resposta do Universo é provocar situações que te levem ao desenvolvimento, pela dor, mas que nos entendemos como castigo e punição.

Costumamos dizer que um dia a casa cai e realmente isso tende a acontecer, mas não porque a pessoa foi pega pela justiça dos homens e sim porque ela se recusou a evoluir quando estava apta a e a vida lhe ofereceu uma oportunidade. Quando entendemos a “Lei de fazer o nosso melhor” entendemos que a vida não é injusta, apenas dá a cada um conforme as suas obras.

E não adianta choramingar, se revoltar, barganhar, rezar, fazer promessa ou penitência. O Universo só irá apoiar-nos quando estivermos fazendo o melhor que podemos em relação a todos os aspectos da nossa vida. Pois também tem isso né? A evolução pessoal não é um processo linear. Existem aspectos nos quais somos mais evoluídos e outros nos quais somos mais involuídos e em cada qual devemos estar atentos ao nosso melhor.

Mas como saber por onde seguir se estamos tão acostumados às regras? Mais uma vez: ouvindo o que diz o nosso coração.

Ele é o instrumento incorruptível que Deus fez para poder se comunicar conosco de forma segura. Um coração não se engana, não se ilude. Ele pode ser abafado e dominado por uma mente altamente envolvida por um ego, porém, ele sempre está ali, pronto a dizer a verdade a quem se dispõe a escutá-lo. Quantas vezes quando você se deu mal, não disse a si mesmo que se tivesse seguido o que o seu coração lhe dizia teria chegado a um final diferente? Inúmeras, não é mesmo? E é só essa a comprovação que você precisa para saber que o que estou dizendo nesse texto não é ilusão e nem achismo. Você sempre soube do que aqui explico com o mais profundo do seu ser. Você apenas se deixou levar pelo falar incessante da mente, do ego. Porém creio eu que se você chegou até este blog e até o final deste texto é porque sua alma, seu coração quer que você comece a viver a sua vida de forma mais livre e feliz. Que tal se dispor a pelo menos tentar?

Beijo grande e um excelente fim de semana a todos!