22 de setembro de 2008

Uma coisa que me intriga no ser humano é a sua capacidade em ditar regras. Mesmo esses autores que trabalham para que fujamos das regras existentes mediante a criação de uma nova consciência, volta e meia dizem: "se não for/fizer assim, não dá certo". Contradição pura.

Lembrei disso porque ontem aconteceu de novo algo sui generis comigo: estava lá na cozinha fazendo o merengue de morango pro almoço de aniversário da ermã e na hora de bater o chantilly, pra variar, nem pensei se tinha velocidade para deixar a batedeira e fui na minha: alta. Como tudo que faço na cozinha aliás: velocidade alta, fogo alto. Não cozinho em fogo baixo e nunca dá errado, por mais que jurem que tem de dar. Enfim...

Depois disso, chantilly feito e no ponto, minha mãe se vira e diz: "você sabia que não se bate chantilly nessa velocidade? Tem de ser na velocidade mínima". Ao que, claro retruquei: "tanto não é verdade que o meu deu um ponto excelente! Veja"!

O problema é que as pessoas odeiam pensar por si mesmas, justamente porque fazer ao seu próprio modo implica em assumir totais responsabilidades.

Aprendi há pouco que a verdade é única, seja qual for o ponto de vista sob a qual a olhemos. E que a realidade é uma para cada um, portanto não existem realidades comuns a duas pessoas, nem que essas convivam sob o mesmo teto. Por isso a mesma verdade afeta a cada um de uma forma. Assim sendo é fácil deduzir que não existem regras que comportem todos os seres humanos, e portanto nenhuma receita de bolo de como atingir um determinado ponto, partindo dessa ou daquela premissa.

Tudo isso porque me irritei com a moça que agora, no áudio que ouvia, disse que meditação só acontece sentada. Se fizer deitada é relaxamento. Quer dizer então que o pobre coitado que está impedido de sentar-se - aliás eu durante os próximos dias - está impedido de meditar porque não pode obedecer à regra? Ah! Faça-me o favor!!! Não importa como, importa que eu consiga atingir o estado medidativo e obtenha dele os melhores resultados...

Às vezes penso que muitas pessoas apenas estão interessadas é em saber nas mãos de quem acabará o poder de ditar as novas regras...

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