8 de novembro de 2007

Tenho fugido de escrever... É que não quero transformar esse blog em garoto de recados, pois nada do que aqui escrevo, embora pareça, é dito à você. Quero falar de mim, porém fazê-lo, hoje, é também discorrer sobre você, porém não o você você, e sim o você que me habita. Que não é real, embora o seja a ponto de despertar em mim sensações e sentimentos. É isso que você é para mim: sentimentos e sensações com as quais dialogo...

Queria, por exemplo, falar da minha fidelidade. E falar dela é me dar conta do por quê muitas vezes fujo de admitir que sinto e se sinto até para mim mesma... Sou fiel; sou caninamente fiel. Não ao outro, não ao que penso e nem mesmo a padrões culturais. Não sou fiel porque não ser é pecado ou porque quero ser boazinha. Sou fiel porque o que sinto me inunda e não sobra espaço para mais nada. Sou fiel porque o sentir em mim transborda e me toma, e me transtorna. Sou fiel porque não existe outra possibilidade.

Possibilidade...

Quanto mais distante se torna o horizonte, mais me agarro a necessidade de outras possibilidades. Preciso sentir que sou livre, que tenho escolhas e opções.

Medo...

Medo de me encerrar na espera do talvez.

E é então que não me entrego e me perco de mim mesma. Fico em cima do muro. Entro nesse oceano, e acho que é só para molhar os dedinhos. Coisa que não se parece comigo... Não sou eu! Se me dispus a entrar na água é para correr o risco de morrer afogada. Mas olha: eu sei nadar e MUITO bem. Não tenho medo do mar, de correnteza, de rio bravo e nem de profundeza. Tenho absoluto respeito por forças superiores à minha, e também tenho respeito pela minha própria força. Sei deixar o corpo leve e me deixar levar. Flutuar, submergir e voltar à tona...

E se mesmo assim no final de tudo for a morte por afogamento o que me aguarda, terá valido a pena.

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