25 de junho de 2010

Continuando a falar sobre as críticas...

No ultimo grupo, voltamos ao exercício do espelho e a turma segue dizendo, na maioria, ainda achar muito difícil.

Alguns relatos chamaram a atenção. O primeiro foi o da D. que contou que se descobriu uma nova pessoa diante do espelho, ao aproveitar essa oportunidade para conversar consigo mesma o que, inclusive, propiciou-lhe se ver, física e espiritualmente, de uma forma que nunca se viu: finalmente ela tem se achado mais bonita do que sempre se achou e que como eu, sempre termina essas conversas se dando um beijo no espelho.

Já J. contou que têm reações físicas ao se olhar no espelho como vermelhão no rosto e olhos e que isso a impede de fazer o exercício do mesmo jeito que a impediu, durante toda a vida, de olhar-se, fazendo com que isso não faça parte do seu cotidiano. Casou-se sem sequer ir ao cabeleireiro por conta deste mal-estar. Porém J. é uma mulher de bem consigo e com a vida; o espelho parece mesmo não ter feito nenhuma falta a ela.

Porém é C., a mesma que semana passada disse que não conseguia fazer o exercício por não se achar bonita, quem prendeu minha atenção, pois era uma excelente oportunidade para falarmos um pouco mais sobre a crítica e o efeito nocivo da mesma nas nossas vidas.

Comecei argumentando com C. que o problema era ela dar muito ouvido e atenção à opinião alheia - pois as críticas sempre nascem da opinião de terceiros sobre nós que paramos para ouvir e damos crédito - o que ela negou dizendo que sempre foi mulher de pensar por si mesma. Insisti no meu posicionamento dizendo que “o outro” podia ser mãe, pai, televisão, revista, programa de rádio, livro, vizinha, filho, marido... Foi ai que os olhos dela brilharam e ela se reconheceu: sim, sempre foi presa demais à opinião do marido sobre ela. Que era gorda e ele vivia a criticando, dizendo-lhe que era horrível e outras maldades. Contou ainda que enquanto ele era vivo, vivia tentando emagrecer sem sucesso, mas que bastou ele morrer para perder todos os quilos excedentes sem nenhuma dieta ou esforço.

Ainda acrescentou que tinha muita mágoa dele, pois ele fora extremamente infiel, porém nunca a havia traído com nenhuma mulher que ela considerasse melhor do que ela, todas umas “barangas”. Que eles vieram para o Brasil – são de origem portuguesa – quando ela tinha 21 anos e por ter sido criada muito presa, ela não tinha muita malícia sobre a vida. O marido era lindíssimo, parecido com o ator Thiago Lacerda, segundo ela, e que saia pra trabalhar só retornando para casa por volta da meia-noite, não que ainda estivesse no trabalho, estava era na farra mesmo. Por conta das filhas e para não faltar nada a elas, C. tolerou muita coisa, mas com o tempo passou a avisar ao marido que ele a conheceria quando estas estivessem crescidas, o que realmente aconteceu se traduzindo em brigas e mais brigas entre o casal, mas nunca uma separação.

No grupo evitamos falar de terceiros, mesmo que sejam maridos, filhos, pais, simplesmente por a pessoa não estar ali para apresentar o seu lado da questão, mas, principalmente, porque o foco é olharmos pra nós mesmos, sempre, e vermos o que em nós gerou ou, minimamente, permitiu a atitude do outro.

Comentei com C. que embora o marido tivesse morrido, dentro dela ele ainda estava muito vivo e atuante a ponto de ainda impedir que ela olhasse para si mesma com os seus próprios olhos. Que dentro dela, quem falava a cada vez que ela se olhava no espelho era ele e que então ela deveria fazer uma pequena modificação no seu exercício. Que quando ficasse na frente do espelho e fizesse a afirmação: “eu me amo e me aprovo, e tudo está bem no meu mundo” e fosse tomada por aquela sensação e pensamentos ruins sobre si mesma, acrescentasse: “vá a merda! Você está morto e agora eu vou te matar também dentro de mim! Vá pro inferno e me deixe livre”! Claro que a turma se matou de rir, embora eu estivesse dando uma instrução super a sério. É exatamente isso que precisamos fazer com “o outro” crítico e abelhudo que existe dentro de nós: mandá-lo á merda!

A crítica será sempre uma opinião alheia, algo que nasceu fora de nós e que a gente colocou dentro, por lhe dar poder. Veja: C. amava o marido e tomou as impressões dele sobre ela como verdadeiras. Porém ele não fez isso sozinho. Ele apenas encontrou nela um campo já arado e prontinho para ele plantar as suas sementes. C. não tem uma índole rebelde, ela, mesmo adolescente, se deixava prender pelos pais, se negando a percorrer a vida por si mesma e através das suas próprias descobertas. Saiu dos pais e foi para o marido e seguiu sempre atenta às opiniões alheias sobre ela.

Mas ela não é minoria. C. é exemplar dominante das pessoas no mundo atual, ao contrário da I. - cuja história contei no post passado - essa sim ave raríssima nos dias atuais.

Somos quase todos assim na medida em que a crítica e o papel do crítico - que virou até profissão, vejam só vocês a extensão da coisa - acaba determinando se vamos ou não fazer algo que temos vontade. Vou dar um exemplo banal: você vê o trailer de um filme e se interessa. Naquele momento você se decide por assisti-lo na próxima ida ao cinema, ou à locadora, mas a primeira coisa que faz ao sair do cinema é ir ler as críticas sobre o mesmo, ou saber dos amigos que o foram ver, qual a opinião deles sobre o mesmo. E se estas forem desfavoráveis, sabe o que provavelmente você faz? Você troca a sua capacidade de vivenciar algo e formar sua própria impressão pelo gosto pessoal dos outros.

Porque, minha gente, falem o que quiserem falar, mas os modismos, os críticos, os formadores de opinião são apenas hipnotizadores que conseguem, por carisma e/ou embromação, falação, aliados ao comodismo e medo alheios, fazer com que seus gostos pessoais sejam adotados por muitos.

Tenho um amigo de quem gosto bastante e que entende um bocado de cinema e, inclusive, tem um blog dedicado ao assunto, onde ele faz críticas sobre os filmes. Pois. Quando quero saber sobre algum filme, eu também vou lá. Mas ao longo do tempo fui sacando que o que ele geralmente detesta é justamente o que eu vou adorar no filme. E isso porque por sermos pessoas diferentes, embora com valores bacanas, somos tocados por coisas diferentes também. O que o comove ou diz que um filme é bom, geralmente não é o mesmo para mim e vice-versa.

Óbvio que algumas vezes gosto do que ele também gostou e que outras, também odeio o que ele odiou e pelos mesmos motivos. O importante aqui é perceber que nunca deixei de ver um filme por ele ter feito uma crítica desfavorável se eu estava mesmo com vontade de fazê-lo. Não abri mão de vivenciar nada em função do gosto pessoal dele.

Também ainda não vi filmes elogiados e recomendados por muita gente porque ao ler a sinopse, ou ver o trailer, percebi que vão mexer em coisas que no momento não me farão bem, então eu adio. E se o filme vira assunto numa conversa, sem problemas: apenas escuto, sem emitir uma opinião e sem me sentir diminuída por não ter feito o que a maioria fez. Caduno, caduno.

Como já contei nesse blog em algum momento, eu nunca fui de escutar a opinião dos outros, mas numa época na qual minha vida andava muito ruim, eu dei ouvidos a terceiros e tudo só fez piorar, porque eu nunca conseguia atingir aquele patamar que me era imposto e então, além de tudo, passei a me sentir profundamente frustrada comigo mesma, impotente. Hoje eu só aceito opinião sobre mim se for feita por alguém muito bem resolvido na vida, pois de “roto falando de rasgado” eu tô fugindo!

Ai ontem estava pensando sobre a crítica ser sempre irreal - porque a crítica é sempre sobre um aspecto irreal de nós mesmos, por mais real que possa parecer - mas queria um fundamento para essa percepção. Durante minhas orações isso veio: a crítica é irreal, pois quando nos observamos num aspecto real que não está da forma como sabemos que temos capacidade para que este seja, não ficamos com o pensamento nos maltratando a mente e as emoções, simplesmente vamos lá e fazemos a coisa acontecer. O que quero dizer com isso? Que quando olhamos para nós mesmos e percebemos que, por exemplo, não sabemos cozinhar e sentimos aquela vontade e reconhecemos que até podemos levar jeito, vamos à procura de algo ou alguém que possa nos ensinar: seja uma receita, um curso, uma pessoa. E se a vontade realmente se confirma, nos dedicamos e um dia estamos ali: sorrisão aberto, servindo nossa criação pras pessoas que amamos e recebendo os elogios. No entanto, se a crítica nasce de algo que os outros nos sugerem como bom para nós, mas para o qual não temos nenhuma vontade ou aptidão, o que vai acontecer? Podemos até tentar, mas os resultados vão ser medíocres, Vamos abandonar inúmeras vezes o processo e iremos ficar nos sentindo um lixo por estarmos tentando realizar algo que não é nosso, que não somos! E a mente ali fazendo da nossa vida um inferno... Para reverter o processo e se libertar já sabe né? Rs!

Sempre sabemos o que é melhor para nós. Sempre sabemos o que somos e isso porque Deus se ligou aos nossos sentimentos para se comunicar conosco e garantir que até possamos entregar o leme, nosso barco, mas que a bússola capaz de nos dizer com segurança para onde seguir, nunca seja tomada de nós. Se pararmos de prestar atenção “no outro” e nos voltamos para nós mesmos, mesmo que demore um pouco para que voltemos a saber como nos escutar, e ao nosso coração, perceberemos com clareza que o que somos e sentimos por nós mesmos, sempre esteve lá.

E sabe onde vemos isso no que a C. contou, por exemplo? Do quanto ela no fundo sabia que a opinião do marido sobre si mesma não era a mesma que a dela, mesmo que se tenha colocado sob o seu julgo por anos a fio? Quando ela diz que ele nunca a traiu com nenhuma mulher melhor do que ela! Ai estava o amor próprio de C. dizendo o que sentia e pensava sobre si! Esse foi o poder próprio que ela ainda não conseguiu assumir, é verdade, mas também nunca entregou a ninguém!

E eu aproveitei esse gancho para falar no grupo um pouco sobre as reservas energéticas que fazemos ao cultivar pensamentos positivos e negativos. A imagem que criei sobre isso é a de que em torno de nós temos um campo gravitacional e que nossos pensamentos bons criam uma boa que vai nos orbitar através desse campo, assim como os pensamentos ruins vão criar igual bola que fará o mesmo. O tamanho das bolas será correspondente ao tempo que você passa sentindo e pensando coisas boas ou coisas ruins.

Lembram da I. né? E que eu disse que ela tinha um depósito energético correspondente aos 73 anos que passou se achando linda e sentindo coisas boas por si mesma. Imagine ai o tamanho do bolão positivo que gravita em torno dela. Ai aconteceu o caso lá do médico que morreu e ela se fez uma crítica irreal, e criou uma bolinha negativa, justamente por ser apenas uma crítica. E mesmo assim o bolão levou 40 dias pra tirar a bolinha do campo gravitacional da I. Incrível né? Imaginou a nossa bolona negativa dando petelecos nas nossas bolinhas positivas? Arrê!

E é claro que quem lê se faz exatamente a mesma pergunta que uma participante do grupo fez: “porque, se ela é tão maior, não possui uma força correspondente ao tamanho e capaz de neutralizar o negativo prontamente”?

É por estarmos imersos num campo energético predominantemente negativo nesse planeta. Se você tem um sentimento/pensamento negativo, ao ser emitido, ele “nada feito espermatozóide em busca do óvulo” uma vez que está numa densidade energética muito igual à dele. E é por isso para que fazer bobagem, tudo parece colaborar e fluir, pois tudo colabora e flui mesmo!

Já se você se atém no positivo, no começo a sensação que você tem é de que está nadando na lama: precisa dum esforço e duma energia danada para conseguir dar algumas braçadas. O legal é que vai ficando mais fácil, pois esses pensamentos/sentimentos positivos que produzimos vão criando “trilhas” nessa lama por onde começamos a fluir e mais, por onde os outros começam a fluir quando se ligam nessa mesma vibração. E por isso que se diz que quando uma só pessoa se torna melhor e mais positiva, ela ajuda o planeta e toda a humanidade!

O texto está longo eu sei, mas preciso finalizar aqui da mesma forma que finalizei o grupo e é falando sobre a tal da beleza.

Acredito piamente que não exista ninguém feio, embora meu gosto pessoal me faça julgar algumas pessoas assim. Mas é apenas o meu gosto pessoal e ele, sinceramente, não fala nada sobre ninguém a não ser sobre mim mesma. E assim é o gosto de cada um de nós: apenas algo que nos conta de nós mesmos - para nós e para os outros - e não uma regra a ser seguida ou a ser imposta, embora vejamos MUITA gente tentando fazer isso por ai. O Twitter, então, é o lugar onde isso mais se manifesta.

Todos somos bonitos por sermos expressão e realização da abundância e criatividade Divinos na medida em que temos um Criador tão fecundo que em seis bilhões de humanos viventes, Ele não repetiu a forma uma única vez sequer. Aliás, desde que o planeta existe, jamais existiu um ser que fosse idêntico ao outro. Essa é a abundância Divina e a capacidade Dele de criar boas coisas na sua vida.

Se a humanidade vivente nesse planeta fosse um jardim de flores igual a muitos que vemos por ai, isso significaria um jardim com seis bilhões de flores únicas, ou seja, uma única rosa, um único jasmim, uma verbera, uma orquídea, um cravo e assim por diante, sem nunca se repetir.

Esse é o potencial criador de Deus, é o motivo pelo qual somos Ele e não parte Dele. Somos a forma como ele se expressa e existe no mundo, como Ele é o mundo e cada um de nós somos uma das suas infinitas faces. E é por isso que “somos todos um”.

E também é por isso que Ele é onipresente e onisciente: porque vive em cada um de nós e através de cada um de nós. Também é por isso que Ele nunca nos abandona: nós podemos cortar nossa conexão com Ele, embotando a nossa capacidade de senti-lO, mas Ele segue habitando-nos à espera de que despertemos.

Não entregue o seu poder a ninguém, desperte-o em si mesmo tomando posse de si mesmo e do Deus que o habita.

E assim você conhecerá uma felicidade que nunca morre, nem quando algo o deixa triste.

Não se critique.

Foque-se no seu potencial e se desenvolva; você pode. O que não está do jeito que você gostaria e pode, ainda é o melhor que você pode fazer por si mesmo naquele aspecto da sua vida e só isso basta: que estejamos sempre no nosso melhor.

16 de junho de 2010

No penúltimo grupo que dei no CRI no final, pedi a todos que fizessem o exercício do espelho que a Louise Hay ensina no Livro “Você pode curar a sua vida”.

É um exercício muito simples de executar: você para diante do espelho, olha para si mesmo com verdade, nos olhos, e se diz: “eu me amo e me aprovo. Tudo está bem no meu mundo”. E ai aguenta o repuxo... rs... Pois imediatamente seu ego vai desfilar todos os motivos pelos quais você não se ama e não se aprova; mais: pelos quais você não deve nunca fazer isso! Aqueles que estão ali no seu rosto e depois os que ele acha que estão na sua alma.

A instrução é para que se insista dia após dia no exercício, até que a mente comece a silenciar, o que leva cerca de duas semanas. Ai você começa a ter chance de ver-se sobre outra ótica e tendo por parâmetro, outras premissas. Claro que num primeiro momento eu não disse isso ao grupo. Pedi apenas que fizessem o exercício, insistissem nele e me contassem as reações. O objetivo era trabalhar a auto-crítica.

No último grupo, eles, gracinhas, comemoraram o meu aniversário, mas mesmo assim insisti que me contassem o que sentiram no exercício do espelho. A primeira observação geral foi: “eu não consegui”. A segunda foi: “Não me acho bonita”.

E era tudo o que eu precisava para começar a trabalhar com a crítica e o que ela acarreta na percepção e aceitação de nós mesmos, pois o exercício nunca foi sobre ser bonita para ser passível de ser amada.

Desde que nascemos aprendemos a ser tão críticos em relação a nós mesmos através dos nossos pais que sempre estão empenhados em nos educar e corrigir nossos erros, sem, na maioria das vezes, apontar as nossas qualidades também, que quando olhamo-nos no espelho, observamos aquelas pequenas coisas que não gostamos em nós e a tomamos pelo todo que sequer conseguimos visualizar. E esse é o movimento que fazemos em relação a qualquer característica nossa: sempre valorizamos o negativo e esquecemos-nos de valorizar o positivo e muitas vezes perceber que ele é em maior número e mais significativo do que aquilo que não consideramos bom, afinal, não estamos todos vivendo e relativamente bem? Algo de correto fazemos diariamente para conseguir isso.

Mas o mais interessante foi a história que uma das participantes nos contou e que ilustra muito bem o efeito da crítica em nós e nas nossas vidas. I. tem setenta e três anos e é muito bonita. Negra, não tem a pele manchada, ou sequer rugas. Usa sempre um turbante e está sempre bem vestida e cuidada. Só nesse dia vim a saber que ela não tem cabelos, por isso do turbante, mas que usa peruca numa boa quando quer sair com cabelo. Para I. é essencial mãos e pés bem feitos e cuidados. É como ela demonstra o amor que tem por si mesma. I. se considera vaidosa e tem orgulho disso.

Nesse dia ela contou que sempre, sempre, desde que se entende por gente, se olha no espelho e diz a si mesma: “sou linda”! E que sente isso como a mais absoluta verdade e de todo coração.

Porém I. passou por uma situação há cerca de dois meses, que fez com que ela se criticasse. Ela trabalhava cuidando de um senhor de oitenta anos, médico, que tivera um derrame há quatro anos atrás, porém que ficara com pouquíssimas seqüelas. Na última visita que fez ao médico ele avisou-a que viajaria no dia seguinte, por cinco dias, e que quando retornasse ligaria dizendo-lhe para que viesse. I. não ia todos os dias à casa do médico, apenas duas ou três vezes na semana para fazer companhia e cuidar de algumas coisas, como limpeza, molhar plantas, compras e etc. Como o médico demorasse a ligar, passados mais de oitos dias, I. resolveu ir até a casa do mesmo ver se estava tudo bem por lá e molhar as plantas, achando que o passeio dele na casa de parentes estava gostoso e que então ele decidiu por se demorar mais por lá.

Quando chegou I. encontrou o médico morto no banheiro, tirando a roupa para tomar banho, vitima de um aneurisma, após chegar da viagem e ter feito um jantar gostosinho para si mesmo.

Claro que I. fantasiosamente se culpou, quis ter poderes sobre-humanos para saber que o médico havia retornado e desejou estar ali fantasiando que poderia ter feito algo para salvá-lo. Mesmo que estivesse lá, nada poderia ser feito, uma vez que foi um estouro de aneurisma, ou seja: um sangramento cerebral em proporções que não podem ser contidas.

A consequência disso foi que I. deixou de se achar linda quando se olhava no espelho. Deixou também de cuidar de si mesma e suas mãos e pés, que sempre estiveram bem feitos e tratados, passaram quarenta dias sem receber nenhum cuidado. Por quarenta dias I. se judiou, se criticou e entristeceu, perdendo a capacidade de gostar de si mesma. Não, ela não sofreu nenhum dano irreversível. Aliás, ela não sofreu nenhum dano, ao menos aparente até agora.

E essa não é uma história de terror para que você pare de se criticar e passe a cuidar.

É apenas uma história para mostrar que uma única crítica, tirou de I. a capacidade de se amar por quarenta dias. E só não foi mais e/ou pior, pois o depósito energético positivo que ela acumulou ao longo dos seus setenta e três anos se achando e se sentindo linda, pressionou-a e a levou à restauração de si mesma, pois era uma corrente maior e mais poderosa trabalhando a favor de si mesma, do que aquela que ela iniciara com a crítica trabalhando contra.

Percebem? Uma critica gera quarenta dias de desamor numa pessoa que acumulou setenta e três anos de energia positiva sobre si mesma.

Imaginam o efeito disso em nós que estamos mais que habituados a nos tratarmos como se fôssemos o último ser da terra a merecer amor e compaixão? Pois.

Dá o que pensar né?

9 de junho de 2010

Eu, por Guilherme Bracco - e acho que nunca alguém me descreveu tanto em tão poucas palavras:

"Há oito anos, quando a conheci, eu era um moleque cheio de amor no peito e confusão na cabeça. E ela me ajudou, pouco a pouco, a clarear as idéias e aquietar um pouquinho que seja o coração. Ela é confusa, às vezes, e não dá pra dizer que eu concordo sempre com seus pensamentos e conceitos, mas somos pessoas diferentes, afinal. O que nos une é a mesma capacidade de amar pelo amor e através dele. Ela me ensina tolerância, ela me ajuda não a aceitar o que está fora — coisa que muitas vezes nem ela mesma sabe —, mas a compreender o que está dentro. E então eu a amo, não por isso, mas por mim mesmo. Por sê-lo rocha ou tempestade, onda ou cama feita, eu a amo pelo amor que ela carrega feito vento forte dentro do peito".


Amo-o!



Foi pelo meu aniversário, que foi ontem!

6 de junho de 2010

Não é meu, e é um dos textos terapêuticos mais lindos que já li na vida.


Bruxas e como desfazê-las
Paulo Barros


Quem não sabe ficar sozinha acaba virando bruxa.

Bruxas são seres opacos, que vivem orbitando seres radiantes. Por isto se vestem de preto. Desativaram seus dinamismos de irradiação. Congelaram-se e não têm calor próprio. Precisam a todo instante de calor alheio e vivem distribuindo baldes de água fria. Têm medo de seu próprio calor, e por isso vivem sendo queimados em fogueiras. Têm medo de se aquecer e derreter. Têm medo do sol e vivem voando à luz fria da lua. Vivem se metendo onde não são convidadas, pois suas casas são sempre muito mal arrumadas. Suas vassouras não cuidam da casa nem alisam o chão. Suas vassouras são cavalos secos que transportam inveja. Inveja que seca os pássaros e tudo o que seja caro a qualquer criatura.

Têm verdadeiro ódio de serem esquecidas. E por isso enfeitiçam as pessoas. Modo macabro de se fazerem presentes. É como se dissessem:

- Não te esquecerás nunca de mim e sempre que qualquer coisa começar a te aquecer com seu lado encantado, eu te congelarei de medo. É preciso que fiques sozinha como eu. Para que tua solidão me faça companhia.

Têm medo da chuva e de tudo o que possa umedecer e fertilizar a terra e dar vida a qualquer semente. Por isso são secas e enrugadas. Secam até os sapos, que são bichinhos que gostam de chuva e podem se transformar em príncipes.

Bruxas são seres que desistiram de toda beleza. Murcharam. E que culpam as outras pessoas por isso. Tornaram-se feias por abrir mão de toda bondade. Secaram. Vestiram trapos de escárnio para ostentar todo seu ressentimento. Tornaram-se más para não sentir culpa. Foram vencidas pelo medo de não serem amadas. Encrespadas proclamam:

- Não sou amada porque não quero. Prefiro ser feia e ruim.

Não suportaram o risco de serem ou não amadas. Desistiram e, por um artifício defensivo do orgulho, preferem se destacar por qualquer coisa de feio. Colocam verrugas no nariz.

Bruxas cozinham em caldeirões de seu próprio ser, fétidas misturas de covardia e pretensões. Covardia, pois tendo fugido do amor preparam vinganças à traição. Pretensão, pois tendo se afastado do amor, querem por força permanecer dentro dos outros. Se encheram de reclamações contra o mundo e perderam a possibilidade de se encantar. Bruxas não vibram, estremecem. Não adormecem nem podem despertar.

As bruxas estão congeladas de medo. Por isso gostam tanto de assustar os outros.

Para desfazer uma bruxa, são necessários uma montanha de brandura, dois lagos de tranqüilidade e uma floresta de algodão.

Uma montanha de brandura para acolher todas as chispas, fagulhas e faíscas com que uma bruxa te recebe. Para que não te magoem todos os acessos de ruindade com que uma bruxa procura escapar do tédio. Não te magoes, pois isto poderia fazê-la se aproximar da culpa e refugiar-se na maldade. Branduras que possam ampará-la ao cair da vassoura. Se não fores indiferente, cairá ao não conseguir te ferir.

Com isto ela estará encurralada no tédio. Não poderá escapar via maldades. Aqui começa o caminho de volta de uma bruxa. E começarão as angústias. Pois debaixo de cada pedra de tédio existem angústias. Tédios são desvios errôneos com que se buscou evitar sofrimentos. Por esta estrada de volta, as primeiras paisagens são nuvens carregadas de culpa. Todas, muitas e a mais grave: o que fez a si mesma. Por esta altura já se farão necessários os dois lagos de serenidade. Com suas águas poderás acompanhá-la por todos os abismos, depressões e grotas congeladas que constituem seu desespero. De ter ido tão longe. De ter cultivado tanto ódio, tanta inveja, tanta covardia, tanto orgulho. De se Ter afastado tanto do amor. Não a deixes sozinha nestas paragens geladas. Ela começa a sentir frio. E esta é a única maneira de se degelar. Não se abandona ninguém, nunca, durante a nevasca. Há riscos de que se perca na neve. Terás de acompanhá-la como a água dos lagos. Água não teme cair. Água não quebra, não tem forma própria. E terás de cair, cair, cair. Como a chuva.

Por fim, num vale em fim de inverno, com a floresta de algodão se tecerá um casulo. Para que a quase ex-bruxa possa se aquecer muito, muito devagar. Mas devagar mesmo, pois que a têmpera do amor é tal que sua força jaz em poder amolecer, derreter e não perder forma.

Do casulo há de sair uma linda borboleta de primavera.

No verão, a borboleta-quase-mulher aprenderá a tecer ninho com as andorinhas. E a guardar tanto calor em seu ventre-colo-seio que será capaz de gerar, aquecer e alimentar sementes e esperanças quando chegar o outono.

Com a proximidade do inverno, há de se lembrar da avozinha que sabia – imaginem! – ficar sozinha. E tricotar. E lembrar. E contar histórias.

Sabem como a avozinha terminaria esta história? Ela diria:

- E por aquela porta acabou de ir embora uma bruxa. E por esta janela se podem ouvir os pássaros e ver o céu. E aqui dentro quem procurar... encontra uma mulher.

21 de maio de 2010

O Universo só nos protege e apoia quando fazemos o nosso melhor

A última aula que dei no CRI era pra ser sobre meditação, porém acabou sendo sobre fazer o nosso melhor e como a vida responde positivamente a isso.

Não é fácil de entender, mas com boa vontade é possível. Quem fala muito bem dessa Lei Universal é o Gasparetto e entenda por “falar muito bem”, explicar de uma forma compreensível e com exemplos que te fazem pensar muito a respeito e seguir adiante.

Acho que todos concordam que a vida, Deus, não seria muito justo se nos colocasse nesse caminho de aprendizado e nos punisse por cada erro que cometêssemos, não é mesmo? Nós mesmos, com toda nossa imperfeição, não castigamos as crianças que nos foram dadas a educar quando elas estão aprendendo a fazer algo. Quer dizer, os mais lúcidos entre nós não fazem isso. Afinal, aprender implica em errar até que se pegue o jeito da coisa; de qualquer coisa.

O Universo também não nos castiga pelos erros que cometemos, quando esses são erros de aprendizagem, ou seja: eu imagino que algo funcione assim e então vou fazer dessa forma para ver se chego ou não ao resultado esperado. Se não chegar, se não for a maneira “certa”, o Universo não vai me punir, pois estou em processo de aprendizagem.

Vale aqui ressaltar e frisar que “certo” e “errado” quando usados por mim e por muitos autores da L.A. e pensamento promissor só existem no contexto de “certo, para mim; funciona para mim, é concordante com o meu modo de ser”. Não tem absolutamente nada a ver com as regras que recitam nas nossas cabeças e gravam em nós desde que nascemos e que acabam responsáveis por todo o fracasso e insucesso que temos na vida e mais: pelo eterno sentimento de inadequação, de não sermos suficientemente bons, pois aquilo não funciona conosco por mais que tentemos e nos dediquemos.

Claro que essas regras acabam funcionando para um certo número de pessoas. Qualquer um aqui é capaz de citar algumas pessoas do seu convívio que vivem de acordo com elas e são bem sucedidos. Porém isso acontece só porque estas regras são verdadeiramente representantes do que aquelas pessoas são e sentem. É algo praticamente natural nelas.

Se seguirmos observando as pessoas do nosso convívio, veremos que muito mais gente é infeliz por não conseguir sucesso com elas, apesar de seguí-las com afinco e isso ocorre porque estas não representam quem aquelas pessoas são em verdade. E o mais importante aqui é o efeito negativo que isso tem na nossa auto-estima, simplesmente porque não conseguimos pensar que as regras não servem para a gente e sim que nós é que não servimos para nada. É claro que isso também é fruto de um aprendizado cultural que nos ensina a sempre nos sentirmos inadequados, incompetentes e a nos nivelarmos por baixo. Acabamos pessoas incapazes de pensar que as regras é que não funcionam e não nós.

Quando estamos fazendo as coisas concordantes com quem somos, com a nossa forma de ver e sentir a vida, o Universo nos apóia e facilita o caminho incondicionalmente. E é aqui que fica difícil entendermos o que é “sermos apoiados incondicionalmente pelo Universo quando estamos fazendo o nosso melhor”, principalmente porque, muitas vezes, aquele bandido que deu um tiro e matou uma pessoa que amamos muito, estava fazendo o melhor dele e recebeu o apoio do Universo, por isso escapou de ser punido.

Foda, eu sei. Dolorido por demais; revoltante até, mas ó: Leis Universais são, conforme o nome mesmo explicita, Leis que servem a todos indistintamente. Nada, absolutamente nada, nem ninguém, escapa a elas. Nem Cristo, nem os santos mais santos, nem presidentes, reis, assassinos ou médicos. Você foi contra a Lei de fazer o seu melhor, você sai da proteção do Divino e se dana por completo.

E é por isso que vemos tanta gente que consideramos ruins, do mal, se dando tão bem na vida. Porque dentro do processo evolutivo deles, estão fazendo o melhor que sabem. E aqui vale uma enorme ressalva: fazer o melhor que se sabe não significa fazer o melhor que ouvimos falar. Saber implica numa concordância entre o que pensamos e o que sentimos como resultado do que aprendemos vivendo, passando pelas situações e absorvendo-as. Não é de ouvir, falar, não é de ler sobre. É de viver, sentir aquilo como verdade dentro do nosso coração e em cada fibra do nosso ser.

E como é que esse aprendizado se processa no final das contas?

O exemplo mais simples que tenho para explicar isso é mais ou menos o mesmo que o Gasparetto usa: o da ofensa recebida. Alguém chega e te diz um monte de desaforos e, sendo verdade ou não, o único impulso que você tem para se defender da agressão contida na forma como as coisas foram ditas é lascar um tapa na cara da pessoa. E ao fazer isso, você se realizou. Sentiu-se reparada; sentiu que estava cuidando de você mesmo e até percebeu que algumas coisas que andavam emperradas na sua vida voltaram a fluir. Foi a primeira vez que você reagiu, sabe? Antes as pessoas te falavam o que queriam e você engolia aquilo seco, arranhando pela garganta e se matando de úlcera no estômago de tanta raiva. Você tinha vontade de reagir, mas se continha, porque né? “O que é que vão pensar/dizer de mim”? Não era uma reação natural do seu espírito, era uma contenção por medo, ou seja, não era um aprendizado, mas um condicionamento. O dia em que você realmente fez o que desejava, a vida o apoiou, pois você finalmente estava se dispondo a parar de representar e a começar a viver, portanto, a aprender.

E foi assim dali para frente: qualquer agressão sofrida você ia lá e ou batia de volta, ou também falava um monte. E sua vida fluindo maravilhosamente bem. Até aquela(e) namorada(o) gostosona(ão) que você sempre sonhou, chegou e babava por você matando de inveja todos os seus amigos.

Só que né? Tudo nessa vida cansa. E um dia, depois de mais um barraco daqueles, sentindo no seu corpo o esgotamento resultante de ter saído de si e despendido tanta energia, você se perguntou se não tinha outra forma de resolver aquelas questões. Sei lá, não ligar e deixar a pessoa falando sozinha? Ou tentar conversar educadamente expondo seu ponto de vista sem ter que partir para a agressão física ou verbal. Até mesmo evitar aquela pessoa ou situação... Você estava tão cansado de sempre estar metido em confusões... Se lembra de que algumas vezes sentiu vontade de fazer diferente, aquela mesma vontade que sente agora, mas que ao contrário das outras vezes, não a deixou passar, resolveu dar-lhe importância e realmente parar para se questionar e pensar a respeito. E você então se decide a tentar ser diferente, pois sabe, e sabe por que percebe claramente observando à sua volta, que outras pessoas passam pelas mesmas situações e as resolvem de outra maneira e sem se desgastarem tanto.

Mas eis que lá vem uma pessoa e mais uma vez diz todos os desaforos possíveis e imagináveis e você vai lá e ploft! Tasca a mão na cara dela, de novo. Só que dessa vez você acaba preso e respondendo processo por agressão física, o que não aconteceu em nenhuma das vezes anteriores e você sequer consegue imaginar o porque, uma vez que sempre foi crime, mas nunca ninguém deu queixa de você!

O que deu errado dessa vez? Simples: não estava mais no seu melhor. No momento em que você aventou outra possibilidade de reação, demonstrou maturidade e preparo para dar mais um passo no seu processo evolutivo, porém não o fez. Ai se colocou fora da Lei que diz que o Universo nos protege de tudo e qualquer coisa quando estamos fazendo o nosso melhor, ou seja: explorando as nossas potencialidades, habilidades e desenvolvendo-as. E a resposta do Universo é provocar situações que te levem ao desenvolvimento, pela dor, mas que nos entendemos como castigo e punição.

Costumamos dizer que um dia a casa cai e realmente isso tende a acontecer, mas não porque a pessoa foi pega pela justiça dos homens e sim porque ela se recusou a evoluir quando estava apta a e a vida lhe ofereceu uma oportunidade. Quando entendemos a “Lei de fazer o nosso melhor” entendemos que a vida não é injusta, apenas dá a cada um conforme as suas obras.

E não adianta choramingar, se revoltar, barganhar, rezar, fazer promessa ou penitência. O Universo só irá apoiar-nos quando estivermos fazendo o melhor que podemos em relação a todos os aspectos da nossa vida. Pois também tem isso né? A evolução pessoal não é um processo linear. Existem aspectos nos quais somos mais evoluídos e outros nos quais somos mais involuídos e em cada qual devemos estar atentos ao nosso melhor.

Mas como saber por onde seguir se estamos tão acostumados às regras? Mais uma vez: ouvindo o que diz o nosso coração.

Ele é o instrumento incorruptível que Deus fez para poder se comunicar conosco de forma segura. Um coração não se engana, não se ilude. Ele pode ser abafado e dominado por uma mente altamente envolvida por um ego, porém, ele sempre está ali, pronto a dizer a verdade a quem se dispõe a escutá-lo. Quantas vezes quando você se deu mal, não disse a si mesmo que se tivesse seguido o que o seu coração lhe dizia teria chegado a um final diferente? Inúmeras, não é mesmo? E é só essa a comprovação que você precisa para saber que o que estou dizendo nesse texto não é ilusão e nem achismo. Você sempre soube do que aqui explico com o mais profundo do seu ser. Você apenas se deixou levar pelo falar incessante da mente, do ego. Porém creio eu que se você chegou até este blog e até o final deste texto é porque sua alma, seu coração quer que você comece a viver a sua vida de forma mais livre e feliz. Que tal se dispor a pelo menos tentar?

Beijo grande e um excelente fim de semana a todos!

13 de maio de 2010

Gratidão, perdão e outros pontos.



A gratidão não é conformismo. Ser grato pelo que se tem não implica em não querer seguir em frente desejando coisas diferentes das que já possuímos, ou mais coisas. Ser grato é ser movido, não pela ganância, mas pela consciência de que existem outras experiências a serem vividas e que seu espírito está aqui justamente para isso: descobrir, experimentar, aprender.

Antes, quando eu pensava em gratidão, automaticamente me remetia a resignação. Resignação... Eis uma das palavras que sempre me causou repulsa. Principalmente por me lembrar de conformismo, ou seja, de que devemos aceitar as coisas como elas são, como se não pudéssemos fazer nada para mudar algo que nos desagrada. Muitos de nós aprendemos que para ser gratos pelo que temos, devemos, principalmente, nos resignar diante da vontade de Deus. E não é essa a desculpa que muitos usam para seguir sem mudar a si mesmos e às suas vidas?

Isso eu escrevi quando estava montando a aula de gratidão para o grupo do CRI. Depois da aula dada, sento para escrever sobre o que aconteceu nela, uma vez que muitos conceitos são fechados durante a sua ocorrência e o que começo a escrever é isso:

A resignação não é conformismo, pois não implica em aceitar uma situação sem desejar modificá-la para melhor. Não há nada de espiritual no conformismo. Resignação é aceitação para se efetuar a mudança necessária.

Ou seja, você se encontra diante de algo que reconhece ser o que não deseja e tem vontade de mudá-lo. Você pode aceitar a situação e resolver-se por transformar tudo na paz, através da resignação, ou você pode se revoltar. A revolta também nos leva a modificar uma situação, no entanto, o seu percurso é completamente diferente.

Na revolta você rompe com a sua capacidade de acessar Deus para que Ele te inspire e te mande os instrumentos que facilitarão o seu caminho. Sem essa inspiração, contando apenas com os seus parcos recursos, você acaba errando muito e tendo que refazer o percurso diversas vezes. Na verdade, você só vai conseguir aprender quando se resignar para mudar.

Na resignação você aceita o desafio e se dispõe a usar todo o seu repertório em favor de si mesmo. Há mesmo um contentamento durante o processo, uma vez que ele se dá através da utilização, aprimoramento e até mesmo da descoberta de habilidades que você nem sabia possuir.

A resignação traz muito de realização -> aceitação mediante a compreensão da necessidade de um empenho consciente para se atingir um objetivo.

E é necessária à gratidão por se opor ao estado de revolta, uma vez que a quem se revolta é impossível sentir gratidão pelas oportunidades que o desafio posto nos oferece.

Voltando para o texto que escrevia antes de dar o grupo, escrevi que uma das coisas que mais tem o poder de me acalmar hoje em dia é justamente a gratidão por todas as coisas que possuo na minha vida.

Quando estou num surto de ‘falta alguma coisa em minha vida’ chega a ser “engraçado”, mas em algum momento da minha oração vai surgir no meu peito um “quentinho” que sei ser gratidão. E, no entanto, essa foi uma conquista que fiz ao, no começo, e acatando a sugestão de diversos autores, listar as coisas pelas quais eu posso ser grata no meu dia-a-dia:

- meu corpo; minha saúde; ser saudável mesmo sendo obesa quando tanta gente é magra e não tem saúde; a casa onde moro e tudo o que existe nela: chuveiro, eletricidade, privada com descarga, água saindo das torneiras, geladeira, fogão, máquina de lavar roupa, televisões, cama, colchão, roupas, sapatos, cremes, perfumes, bijuterias, esmaltes, livros, CDs, quadros, computador, telefones e etc., etc. e etc.

Hoje tratamos essas coisas como se sempre tivessem existido no cotidiano das pessoas, porém isso não é verdade. Só de uns 60 anos para cá é que elas se tornaram um hábito que facilitou nossas vidas e nos dão mais tempo para cuidarmos dos assuntos mais espirituais.

Alguém se lembra de agradecer, por exemplo, por não precisar mais caçar ou matar para comer? Por termos os produtos facinhos ali nos supermercados sem termos de plantar, esperar crescer e colher para podermos matar a vontade de algo?

Sei que muitos adoram ser saudosista e achar que antes a vida era melhor, mas acho que cada época traz desafios que vão servir para aprimorar as habilidades que temos latentes. E na nossa época esse desafio parece ser educar nossa mente e sentimentos a fim de que retomemos a conexão mais profunda com Deus.

Houve um tempo onde o espírito gastava muito tempo em tarefas que tinham por finalidade garantir a subsistência do corpo material no planeta. Nós passamos séculos treinando as habilidades de produção. Fomos da elaboração das hortas, da criação do gado à industrialização; agora nosso treino de habilidades nos leva a mexer nas estruturas das coisas: genes, átomos e partículas subatômicas, assim como pensamentos e emoções. Percebem? Tudo o que não podemos ver a olho nu, mas sabemos que existe e dão condição à materialização dos desejos.

O tempo, aquele que o relógio tenta marcar, também se modificou em relação muito íntima com essas transformações. Enquanto estávamos treinando habilidades que exigiam esperar o “tempo das coisas”, as horas e anos passavam mais lentamente. Agora nossas habilidades nos levam a mexer com o “imponderável”, o invisível, o pensamento. Treinamos modificar a realidade e a nós mesmo pela ação da nossa vontade e o mundo passou a girar na velocidade dos nossos pensamentos.

Essa é uma alteração tão real e verdadeira que estudos comprovam que o tempo que a Terra leva para girar sobre seu eixo diminuiu depois dos terremotos do Chile e Haiti. E essa é uma mudança prevista na evolução do planeta e nós, seres que o habitamos, somos parte disso e sentimos isso.

E é por isso que resignar-se faz parte da gratidão: por ser uma ferramenta que nos leva a aceitar o desafio e colocar nossas habilidades para funcionar. Nossa inteligência e criatividade são desafiadas pela vida e, justo por conta disso, se expandem e é por isso que nas adversidades, naquilo que nos desagrada e até mesmo fere, temos espaço para ser gratos.

As dificuldades são um desafio para o aprimoramento e não para a queixa. Se a vida te coloca diante de um desafio é por saber que você tem recursos que podem te ajudar a superá-lo. Pode ser que eles ainda sejam pequenos no começo e até mesmo que você não reconheça que os possui, mas se assim não o fosse, a vida não teria te colocado naquela situação.

Dito isso, posso seguir adiante com a gratidão e dizer que ela é o segundo instrumento de "limpeza" para que novas coisas possam nascer em nós e assim mudarmos nossa vida.

E é aqui que vou cumprir a promessa que fiz em algum e-mail, dizendo o que aprendi sobre o "difícil". Interessante é contar que embora eu tivesse me proposto a isso e até escrito o título no meu caderno, eu realmente não fazia ideia do que ia dizer até que no grupo os idosos começaram a dizer o quanto é difícil perdoar.

Pedi a todos que pegassem seus caderninhos e canetas – é, agora eles levam cadernos e canetas, pois consideram o que eu ensino muito importante a ponto de ser anotado pra não ser esquecido – e lasquei:

- De hoje em diante fica proibido dizer, aqui no grupo "mente aberta", que algo é difícil. Quando quisermos falar isso a gente vai trocar a palavra difícil pela seguinte frase: não tenho uma vontade forte o suficiente para superar esse obstáculo. O difícil não existe gente. O que existe é uma vontade fraca diante de algo. O dia que sua vontade for forte o suficiente em relação a qualquer coisa, ela vai realizar aquela coisa.

E não é verdade? Quantas e quantas coisas na sua vida você achou difícil quando olhou a primeira vez, até mesmo impossível e fora do seu alcance, porém teve uma vontade tão grande de fazer aquilo que mexeu daqui, fuçou dali, modificou acolá e quando deu por si, estava realizado e usufruindo da coisa?

Então, quando você acha perdoar difícil é sua vontade de se libertar daquela situação e/ou pessoa que está pequena, fraca.

O "não perdão" é uma forma de resistência do ego, pois é ele quem nos faz pensar que a outra pessoa nos tirou algo, nos lesou. Vem dele essa sensação e não da alma, pois a alma sabe que ninguém pode nos tirar algo a não ser nós mesmos. E isso é algo que já foi dito por diversos autores, espirituais ou não.

O que percebi enquanto dava o grupo é que a gratidão é uma ferramenta para afrouxar a resistência e abrir espaço para que o perdão possa ocorrer. E que ela faz isso quando nos convida a olhar uma mesma situação sob um novo prisma, com novas lentes que lhe dão cores diferentes e não, como é jargão dizer: com lentes cor-de-rosa. Apenas nos convida a tentar olhar uma mesma situação não pelo que aquilo está nos tirando, mas pelo que está nos propiciando.

No entanto, não peguemos o touro a unha. Quando nos depararmos com uma situação “difícil” de perdoar, não tentemos de cara ver o que tem de positivo ali, pois se isso realmente fosse possível a gente nem estaria tendo que gastar um tempo praticando o perdão, não é mesmo minha gente? Comecemos simplesmente a nos focar em todas as demais coisas na nossa vida pelas quais podemos ser gratos. Nas pequenas coisas, nas mais simples. Quando a gratidão tiver feito seu trabalho, naturalmente reconheceremos o que temos, naquela determinada situação, para sermos gratos e seremos.

O Seth diz no livro “Seth fala” que todas as coisas, todas as partículas que compõe as coisas, mesmo as menores, possuem uma forma consciência e que esta consciência capta nossos sentimentos e intenções, ou seja, são suscetíveis à nossa vontade e comando. A Catherine Ponder também fala disso e vai mais longe dizendo que quando agradecemos à consciência das coisas que colaboram conosco na nossa existência, no nosso cotidiano, elas funcionam melhor.

Da minha parte só tenho a compartilhar que a máquina de lavar roupa aqui de casa emperra na função F – centrifugar – com todo mundo, mas comigo não. Meu truque é sempre agradecê-la pelo trabalho que realiza facilitando a minha vida e ela retribui minha gratidão evitando que eu tenha de sair correndo para virar manualmente o botão como faz com as outras pessoas.

Acho que é por isso que se diz que Deus se agrada da gratidão e a gente sente que se agrada mesmo: ser grato nos coloca no foco da abundância, na medida em que a gratidão só é possível quando reconhecemos que temos inúmeros motivos para agradecer e tão poucos, quase nenhum mesmo, para reclamar.

6 de maio de 2010

Seguindo com a série: porque muitas vezes não funciona ou demora?

Outro dia dei aula no CRI sobre o perdão e posso dizer que foi MUITO bacana. Fechei algumas questões que tinha, e isso aconteceu na inspiração do momento, tenho certeza que fruto da ação dos amigos espirituais. Mas o mais legal, mesmo, foi ver a reação da turma quando eu disse o tema. TODO mundo se manifestou com algo semelhante a “putzzzzzzzzzzzzzzzz, preciso, mas é difícil, dolorido, eu não consigooooooooooooo”! Pensei: “acertei em cheio”!

"Mas porque começar pelo perdão"? - alguns diriam. Explico que percebi pela minha experiência e por tudo que li e ouvi das mais variadas fontes e formas, que é esvaziando-se o mais possível que começamos a nos reformular e que, portanto, isso começa pelo perdão. Vou tentar resumir e explicar da maneira mais clara que consigo.

Gosto do exemplo de mudar a decoração de uma casa, uma sala de estar, por exemplo. Ela já existe, possui seus móveis, mas você decidiu que quer renovar. A primeira coisa que fará é avaliar o que tem lá e decidir o que fica e o que vai. O que ficará exatamente como está, mas será limpo; o que precisa ser reformado e o que cairá fora pro novo entrar. Ai você toma as devidas providências, e mesmo que saia para comprar os móveis novos antes de se desfazer dos antigos, para que estes possam ocupar seu lugar e cumprir com o seu papel de renovação, é preciso que se esvazie a sala antes. Porque se colocar tudo junto entulha, não tem harmonia, não tem fluxo, fica estagnado e dá mal estar quando olhamos ou entramos no ambiente.

A mesma coisa temos que fazer com nossos pensamentos e sentimentos quando decidimos nos renovar. Se a gente não abrir espaço interno para o novo, os conceitos vão rodear, mas não vão nos penetrar; a gente não vai conseguir vivênciá-los e aprender coisas novas. E o x da questão é que a gente geralmente está mentalmente criticando algo ou alguém, principalmente a nós mesmos. E para “curar” a crítica um dos passos fundamentais é o perdão, pois ele abre a porta para a aceitação e quando aceitamos, automaticamente deixamos de criticar.

Primeiro vamos chegar num ponto comum sobre o que é o perdão. Se você procurar no dicionário lerá que perdão significa “conceder perdão, absorver, remitir (culpa, dívida, pena, etc.), desculpar e poupar-se” (Dicionário Michaelis). Particularmente gosto de definição que diz que perdão é libertar, a si e ao outro, do passado. Mesmo que seja um passado presente. Mesmo que seja uma ação que se repete quase que cotidianamente.

A primeira coisa que percebemos é que perdoar não é desculpar. Você pode perdoar alguém por algo e não querer mais ter contato com a pessoa, por exemplo. Desculpar sempre implica em continuidade né? Em tentar de novo e um dia você pode decidir não fazer mais isso e ficar magoado, ou perdoar e seguir adiante livre daquela coisa.

Perdoar é deixar o passado no passado, mesmo que ele seja um passado recente. O que percebi no grupo, conforme fazia minha explanação, é que 99% das vezes aquilo que nos ofendeu, agrediu, magoou foi um fato só, que NÓS - ao ficarmos ruminando, relembrando, discutindo mentalmente - repetimos incessantemente. Ou seja, somos nós mesmos quem nos ferimos inúmeras vezes e aumentamos a dimensão da coisa. O outro fez a ação uma vez, mas nós a repetimos ad-eternun e nos ferimos a cada vez que fazemos isso. Mas a raiva, resultado de tanta auto-agressão, a gente direciona pro outro e pra um evento que muitas vezes não durou sequer um minuto todo!

Tem uma técnica havaiana que foi usada pelo Dr. LHALEAKALA HEW LEN o ho’oponopono e com a qual ele curou um pavilhão todinho de criminosos perigosos e doentes mentais. Mais: curou também todas as pessoas que trabalhavam naquele pavilhão e fez tudo isso sem nunca ter estado com um dos detentos pessoalmente. O que ele fazia era se fechar numa sala com os prontuários dos detentos/pacientes e por uma hora pedia perdão pela parte de si mesmo que criara aquela realidade manifesta nos presos. Por uma hora ele repetia “sinto muito”; “te amo”. Em 4 anos o pavilhão foi fechado, pois não tinha mais ninguém preso lá.

Incrível né? Duas frases, quatro palavras e a vida muda por completo. Quem usou a técnica diz que ela funciona pras coisas mais comuns da vida e muitas vezes muito rápido. Eu ainda não usei. Pura incapacidade de me concentrar por uma hora todinha em alguém e ficar repetindo isso sem cair no sono... rs... Mas ainda pretendo testar sim.

Então se alguém te feriu é porque você criou isso na sua realidade por conta das coisas que acredita. Se alguém te diminuiu, só expressou a desvalorização que você faz de si mesmo pela auto-exigência. Então perdoando a gente se liberta da necessidade daquilo, a gente se liberta do fato e cria espaço novo para que coisas novas, sentimentos novos, formas diferentes de realizarmos coisas, nasçam. Perdoando a gente se fere uma vez só e não milhares de vezes.

E nem adianta perdoar com orgulho, arrogância, que é quando a gente perdoa, mas se justifica dizendo que o faz porque o outro é menor que a gente, sabe menos, está menos desenvolvido. Não adianta porque por mais que aparentemente nossos argumentos tenham respaldo em dados de realidade, é fato inegável que mesmo assim a gente se colocou à mercê de ser magoado. Ou seja, temos pontos tão involuídos quanto aquele que acusamos. Empate técnico, portanto.

Mas não é interessante? Adicionei o Paulo Coelho no Twitter e justo na semana que estou às voltas com o perdão, ele escreve lá: “Se alguém te fere, reaja. O perdão é para depois”. O que será que ele quis dizer com isso? Que em sendo seres naturais – animais igual a todos - se alguém me fere é normal e esperado que eu responda na mesma altura. Você não vai morder o rabo do leão e esperar que ele te empurre com a patinha dele. É a nossa porção animal, nosso instinto de preservação quem nos leva a reagir e isso é normal. “Mas somos seres racionais” disse alguém no meu grupo. Somos. Porém o que fazemos da nossa racionalidade quando feridos? A usamos para aceitar e deixar o passado no passado e seguir em frente livres daquele peso que nos causa doenças, câncer inclusive? Não! A usamos para ficar remoendo e ruminando e nos ferindo incessantemente. Muitas vezes a pessoa já morreu e a gente tá ali com a ofensa que achamos que ela nos fez. É, porque tem isso né? Do mesmo jeito que a maioria esmagadora das vezes em que você foi acusado de ter ferido pessoas, você sequer teve a intenção ou achou que feriu, isso é verdade para a maioria das vezes nas quais você foi ferido: a pessoa sequer se deu conta.

O assunto é muito extenso e dá pra escrever o capítulo todinho de um livro se eu for falar de tudo o que me passa pela cabeça aqui. Estou apenas citando para não esquecer e pra gente discutir sobre, pensar as nossas vidas sob o aspecto da falta de perdão nos pontos nos quais ela está emperrada.

Acho bacana o trabalho da Louise Hay e o que ela fala sobre o perdão, principalmente que quando algo não flui é porque existe necessidade de perdão, seja qual for o assunto. Principalmente que a gente não precisa saber como perdoar, a gente precisa apenas desejar, ter uma intenção de realizar isso que Deus se manifestará e o fará conosco. O “como” é tarefa de Deus.

Para finalizar quero dizer: Chiquinho! Então é isso o que eu chamo de purificar; é fazer essa limpeza antes de tentarmos acessar Deus, uma vez que Ele precisa de espaço dentro de nós para que possa se manifestar através de nós. Não adianta rezar cheio de ódio e rancor, mágoa e crítica, até mesmo culpa e arrependimento, uma vez que essas são energias diferentes das da Divina e ocupam, em nós, o espaço que deve ser ocupado por Ele. Acertei agora?? Rs...

E vocês outros, o que pensam sobre o perdão, o que já aprenderam sobre o assunto em experiências pessoais. Vamos trocar figurinhas meu povo? Por favor?

Beijo, beijo e mais beijos em todos!



P.s: Ah! Técnicas para o perdão. Vou postar algumas em breve tá?

1 de maio de 2010

Bom, finalmente decidi o que fazer desse espaço e a boa notícia pra ele mesmo é que ele irá perdurar.

Vou voltar a colocar aqui as coisas que tenho produzido com o meu trabalho em pensamento promissor, alguns textos que mando pra uma lista de oração que participo e etc. Não será apenas isso, mas será também isso. E quem não gostar de ler e pensar sobre o assunto, sem mágoa ou ressentimento, basta clicar no X no alto da página e não voltar mais.

Não estou querendo que ninguém me siga, mas que as pessoas pensem e questionem o que acontece consigo e em suas vidas e percebam quais são as Leis que regem a nossa existência. Simples assim.

Assim sendo vou começar com um texto onde falo sobre a pergunta mais frequente quando o assunto é Lei da Atração e pensamento promissor:

Porque não funciona sempre?

Acho que a pergunta mais frequente quando começamos a rezar, a pedir e a fazer afirmações é porque muitas vezes demora muito para o resultado aparecer, ou ele não é consistente, ou simplesmente não ocorre. Algumas pessoas me perguntam isso e até mesmo já vi várias pessoas dizerem que fazer afirmações, pensar positivo não adianta de nada. Claaaaaaaaaaaaaaro que eu também já fiz parte desse time... e ainda faço vez por outra, rs!

Há alguns meses comecei a me debater com isso e como sempre faço, fui apelar para o “São Google” e para os livros em busca de caminhos para responder. Como Deus é um amigo e sócio eficaz, a primeira coisa que abri sobre o assunto já me trouxe uma resposta. Era o livro da Louise Hay “O poder das afirmações positivas”. E logo no prefácio ela lasca algo mais ou menos assim: “tem muita gente que diz que as afirmações não funcionam, mas eu digo: não adianta nada fazer 15 minutos de afirmações se você vai passar o resto do dia criticando e reclamando de tudo e de todos; é preciso criar um ambiente mental positivo”. Olha eu ai gente!

É, eu passava uma hora, uma hora e meia rezando, afirmando, mentalizando, meditando, mas assim que terminava me envolvia na rotina do dia-a-dia e ficava mentalmente criticando quase tudo. Mas se perceber foi fácil, muito fácil com a ajuda Divina, a pergunta seguinte era: como mudar isso? Vamos lá descobrir, então, o que envolve criar um ambiente mental positivo.

Primeiro desafio: como parar de criticar? Deixando de ser besta. Sabe o orgulho? Tem de descer pelo ralo e isso se faz com a gente entendendo que não é “certo”. Que o nosso jeito de fazer, viver não é o único que existe e mais: não é o melhor. É bom para a gente, funciona para a gente e só. Nem pros seus filhos o seu jeito serve, pois eles são seres distintos de você, com outros anseios o que faz, também, que tenham outras necessidades e, portanto, são outras as coisas que os atendem e dão prazer. Você pode precisar de segurança, mas seu filho pode ser alguém que só se sente seguro vivendo aventureiramente e ai, como faz? Não faz! Deixe-o viver!

Tem o que nos serve porque bate com a nossa essência e o que não nos serve porque não bateu; e se não bateu, somos nós quem temos de nos afastar daquilo e não o outro quem tem de deixar de fazê-lo.

“Ah! Mas o prejudica também”. Tudo bem, mas é problema de quem? Dele. Lembra? Deus dá uma vida a cada um de nós, porque a gente só dá conta, de verdade, de cuidar da nossa. Só tem autorização de cuidar de mais de uma vida as pessoas que recebem pessoas incapacitadas, mental e fisicamente, de cuidarem de si mesmas. E mesmo com estas nosso cuidar tem os seus limites. Se a pessoa está se prejudicando é porque não aprendeu a cuidar de si mesma. E a vida vai ensiná-la a fazer isso justamente assim: fazendo-a sentir dor.

Eu sei que parece difícil quando a gente mora debaixo do mesmo teto e que, aparente ou concretamente, o que o outro faz nos atinge; eu também vivo com pessoas cujo jeito de ser diferem do meu. Porém tenho percebido que à medida em que deixo de me importar com o outro, aceito que ele é daquele jeito e não vai mudar e crio habilidades de contornar aquilo, ele vai saindo de dentro de mim e eu vou saindo daquela situação. Não adianta sair de casa, morar sozinho, se você leva dentro de si todas as relações conturbadas e tudo o que elas ocasionam em você.

Tenho prestado muita atenção no Gasparetto quando ele bate - e insiste - na tecla que isso só acontece quando a gente é atingível. Ou seja, quando aqui dentro damos ao outro, e ao que ele faz, uma importância grande demais. E por que fazemos isso? Por orgulho. Porque queremos cuidar da imagem que o outro faz da gente. Queremos que o outro não tenha nada para falar de ruim a nosso respeito; queremos seu amor e sua admiração incondicional, mas adivinha? Ele nos ama e nos admira, e mesmo assim ainda é cheio de críticas sobre nós. Pode até não falar, mas a gente vê no olho da pessoa. Parece macumba! Mas “né” não; é só questão de foco e sintonia. Tudo aquilo no que você se concentra, você traz para sua vida. Mais: o outro está é refletindo a forma como nos tratamos. “A vida te trata como você se trata”. Pense nisso; você tem todo um discurso de que se ama e se aprova, mas quantas críticas faz a si mesmo no dia? Quantas coisas fez de um jeito e depois achou que deveria ter feito diferente não porque não gostou do resultado, mas porque viu ou alguém disse algo sobre que não foi aquilo que você desejava que tivessem dito? Nem dá pra contar né? E podem ser pequenas críticas que nos fazemos e que por isso achemos que não têm muita importância, mas de criticazinha em criticazinha se mina uma autoconfiança e se escraviza uma alma.

Tenho praticado, mas só consegui mesmo há mais ou menos um mês e meio passar a maior parte do tempo nos aspectos positivos, pois a mente - viciada em reclamar e criticar - sempre volta aos assuntos que ela adora.

E o que faço quando me pego pensando? Paro e digo: “não, eu não vou focar nisso” e volto o pensamento para algo produtivo, geralmente pensar em algo que me deixe feliz. Até hoje em dia me pego pensando em coisas que não quero e a reação é sempre dizer à minha mente "sério que você tá achando que eu vou gastar meu tempo precioso com essa bobagem"? E parto para pensar em coisas que realmente me trarão realização. É um trabalho diário e constante - lembra do vigiai da bíblia? Pois! - como na meditação, mas com o passar dos dias percebo que vem ficando mais fácil.

Porém com isso da mente voltar para velhas histórias comecei a, insistentemente, pensar em perdão. Porque só volta por eu estar apegada àquela idéia, conceito e, geralmente, por não ter perdoado o que - evento - ou quem - pessoa - que, na minha concepção, criou aquele pensamento indesejado né? Lembrei também que a Louise Hay, num programa da Ophra afirmou que quando algo não flui na nossa vida, seja em qual aspecto dela for, é porque existe algo ali a ser perdoado. Sim, não perdoar estagna as energias. E foi a vez da Catherine Ponder, no Capítulo 3 do “Leis dinâmicas para a prosperidade”, falando da Lei do Vácuo, me lembrar que o perdão cria um espaço mental para que novos estados possam surgir e atrair a prosperidade. É como se Deus precisasse de espaço para ocupar o lugar que sempre foi dele dentro de nós, mas que nós enchemos com tranqueiras como críticas e negativismo.

É, muitas vezes o lugar de Deus, do novo, da mudança, da renovação que tanto ansiamos viver está ocupado por todas as críticas, ressentimentos e mágoas que carregamos em relação a nós mesmos, às pessoas e às situações. Então, se queremos o novo, precisamos abrir espaço em nós e o faremos através da prática do perdão. Assim sendo, borá lá perdoar. Mas como?

Ah! Mas sobre o perdão eu falarei logo ali adiante...

Fato é que a conclusão deste texto é: parece não funcionar, pois as pessoas esperam que alguns minutos de pensamento promissor anule as milhares de horas de pensamento e sentimentos negativos e não é assim. Ou você se dedica a criar um ambiente interno promissor, ou sua vida continuar na mesma. Criou o ambiente interno promissor, começou a ver a vida de forma criativa e com novas cores, ela começa a mudar e de forma beeeem legal e interessante. Faça o teste.


Beijo e bom fim de semana a todos!

22 de abril de 2010

Coffff... cooooof.. cof!

Poxa, quanta poeira!

Gente! Será que alguém ainda vem a esse blog ver se escrevi? Deixa eu ir olhar no contador... Vem!!! Uns gatos pingados, mas tenho um público mais fiel que eu ao blog. Vergonha própria!!!

Pra não perderem a viagem vocês dão uma lidinha ali na lateral no que escrevo no Twitter né minha gente? Pois, eu ando escrevendo mais no Twitter que por aqui...

Eu tô bem viu? Trabalhando, estudando, amando, saindo com amigos, tricotando... Só não tenho achado o que escrever no blog, embora até tenha escrito muito, mas para outros lugares.

Bem não sei o que farei desse espaço, mas vou pensar e tomar uma resolução. Não vale a pena - e não curto - deixar nada sem uso.

2 de abril de 2010

O blog está sem comentários, pois o haloscan subiu no telhado - passou a ser pago - e eu simplesmente não consegui colocar nenhum outro aqui, por eles não aceitarem meu script em html e , claro, por eu não te rmais a paciência que eu tinha pra essas coisas...

Vou colocar um link pra formulário de e-mail e quem quiser falar comigo, basta clicar que vai acabar na minha caixa postal, tá??

Grata pela compreensão!

29 de março de 2010

É, Domingo, você está de bobeira, acabou de almoçar e bate uma vontadezinha de cerveja com amigos. Mas você mora longe e só desabafa no Twitter: "tomaria uma cerveja gelada agora. Mas meus amigos de copo moram longe e eu estou numa preguiça"... Seu celular avisa da chegada de um torpedo minutos depois e é um dos seus amigos de copo avisando que estão a caminho para tal cerveja. Sim, saíram de um shopping center onde acabavam de entrar para virem beber comigo. :-D ADOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORO!

Bohemia Confraria: uma delícia!



Gui



Fernanda
Começo a pensar que é bom eu trabalhar o meu mimo... É, eu sei que sou mimada em alguns aspectos e acho que mesmo que a gente não tenha sido mimada por pai e mãe, desenvolvemos alguns mimos por conta própria, mesmo que nossa experiência de vida tenha sido dura. Como o batalhador, por exemplo. Quer pessoa mais mimada que aquela que para tudo bate no peito babando de orgulho de si mesmo por ter construído um "império" sozinho e com muito sofrimento, dificuldade? Essa pessoa acredita ou valoriza algo diferente do que o próprio jeito? Ela aceita opiniões diferentes? Raramente. E isso é mimo né? Achar que o que pensa e acredita é a única forma possível e se doer por qualquer coisa que o outro faça que lhe pareça diferente da forma como você deveria ser valorizado e tratado.

E tem chamado a minha atenção no meu convívio, pessoas que simplesmente não aceitam que sua ação ou intenção foram diferentes do que elas deduziram e entenderam. Projetaram. Mimo.

Aprendi, ao longo da minha prática terapêutica, a sempre verificar com o outro a veracidade da minha percepção, pensamentos e conclusões. Se eu proponho uma coisa e o paciente para, pensa e me diz não se reconhecer naquilo, eu vou em busca de outra hipótese. Simples assim. É verdade que em algumas circunstâncias, pode ser mera resistência. Nesses casos eu explico o meu ponto de vista, peço para ele pensar com calma naquilo e proponho voltarmos no assunto só depois, o que geralmente ocorre quando algo evidência inegavelmente para o próprio paciente aquilo que eu falei. Naquele momento a gente muda o rumo da prosa, pois ninguém está lutando para estar certo.

E é isso, o desejo de estar certo, que fode as discussões entre pessoas. Caracas! Como as pessoas adoram estar certas e, por conta disso, querem fazer você engolir o ponto de vista delas a qualquer preço. Algumas vezes eu escapo ilesa, mas algumas vezes me pego debatendo pelo direito de ter opiniões diferentes. Mas irritante mesmo é a pessoa que sequer quer discutir né? Ô impáfia! A pessoa te julga, te joga o julgamento na cara e quando você discorda, diz que não foi aquilo, ela fica numas de concordar só "para evitar a discussão", porque claaaaaaaro, na opinião dela, é você quem não aceita a opinião alheia, não ela! rs... E aquela maldade que ela despejou em você, também é sua viu? Não é dela não. Ela é um primor de criatura e auto-consciência de possuir os sentimentos mais puros e bondosos do universo!

E eu tenho três pessoas perto de mim nessa vibe, portanto, o problema sou eu né? E também tenho dor nos joelhos, o que indica pouca flexibilidade. E por incrível que pareça, o que está me fazendo mal é tentar manter o direito a ter opiniões diferentes. As pessoas não têm de entender isso, eu não tenho de lutar por isso, simplesmente porque é algo que eu já possuo. Se o outro não reconhece, problema dele. E se ele insiste em se fazer de dodói e de jogar a maldade dele em mim, problema mais dele ainda. Eu só estou atingível por ainda estar me importando com a opinião delas.

Parei.

26 de março de 2010

E antes que eu me esqueça: Gente, o Esmael conseguiu a prótese!!!!

Não, infelizmente não foi devido ao sucesso da nossa campanha, pois é incrível o quanto as pessoas resistem a ajudar alguém quando isso não as promove. Gente que se promove na solidariedade não quis colocar um simples link na própria página pessoal para a campanha, pode? eu não entendo, mas desisti de entender. Resolvi que cada um dá o que tem né? Essa regra nunca falha. Caduno, caduno.

Quem salvou a pátria, novamente, foi o abençoado chefe dele que vai pagar por ela e dividiu a divida em 36 vezes. Nós continuaremos fazendo campanha e arrecadando dinheiro para ajudar a pagar e, o mais importante, rezando por esse homem para que ele siga sendo luz no caminho de muitas pessoas.

E eu só estou esperando passar a páscoa para fazer uma rifa bem feminina para arrecadar fundos. Depois conto aqui.

25 de março de 2010

Quando passei no vestibular, eu era apaixonada por um rapaz com quem passava todo o meu tempo livre e que tinha decidido, por nós dois, que iríamos fazer cursinho e faculdade juntos.

Lá em casa nunca foi opção não prestar vestibular assim que terminasse o colegial, hoje ensino médio. Prestei e, claro, passei, pois estudara em bons colégios. Na hora em que descobri minha aprovação, estava na casa de um amigo, rodeada por muitos amigos - ele junto - e enquanto todo mundo me parabenizava e fazia a maior festa, ele ficou olhando e se afastou. Depois voltou e participou da bagunça, comentava sobre minha aprovação com os outros, mas não me deu parabéns em momento nenhum. Não ficou feliz por mim sabe? E eu até entendi, mas porra né? Ficar feliz por mim e demonstrar isso pra mim e não pros outros era o mínimo que eu esperava de alguém que gostava de mim.

O restante da tarde e noite foi uma comemoração após outra. Era aniversário de uma amiga e fomos todos para a casa dela. Lá juntaram-se todas as minhas turmas e minha aprovação no vestibular foi muito falada.

Óbvio que eu ficava cada vez mais arredia e agressiva com ele a cada vez que um amigo me felicitava e ele ao meu lado, não me dizia nada, nem um "legal". Num determinado momento da noite a situação era tão crítica entre nós, climão mesmo, que eu sentada na escada, ele aproveitou para perguntar o que eu tinha para o estar tratando tão mal. Quando contei que ele não havia me dito nada de bom enquanto todo mundo estava feliz por mim, ele me deu os parabéns, mas ouviu de volta um: "agora que eu falei não adianta mais; não tem nenhum valor".

E de alguma forma, percebo hoje, isso mudou toda a percepção que eu tinha dele e a nossa relação. Meu amor por ele começou a morrer exatamente ali. Portanto, não foi surpresa nenhuma quando anos depois ele preferiu valorizar numa bobagem para romper a amizade comigo. E aceitei o rompimento sem drama. Apesar de todos dizerem que ele me adorava, mesmo que a gente estivesse separado há anos, eu sabia que o que ele sentia por mim não era tudo aquilo e muito menos grande o suficiente para levá-lo a me defender diante daquela bobagem. Tomar meu partido e lutar pela nossa amizade, sabe? No trato comigo ele nunca demonstrou o que as pessoas diziam que ele sentia por mim e o que ele demonstrava sentir por mim para elas... Nunca.

Hoje estava conversando com uma amiga no MSN e lembrei disso, pois estávamos falando de uma relação que tive com alguém comum a nós duas e percebi que nessa relação isso também aconteceu. Não da mesma forma, mas com o mesmo significado para mim.

Alguém que pro mundo demonstrava ter um carinho especial por mim, um carinho que aparentemente me colocava numa posição de privilégio, porém que no trato cotidiano comigo esse afeto nunca se traduziu em ser mais afetivo, carinhoso, doce. E veja: não estou negando que ele sinta carinho por mim, não é isso. Sente, mas não existe isso de ser especial, de ser numa graduação maior e que me torna para ele mais importante que as demais pessoas. É isso que quando as pessoas dizem, eu entendo e sinto como uma tremenda mentira. É, toda vez que alguém tenta me dizer que eu tive uma importância específica e privilegiada, algo dentro de mim berra: mentiraaaaaaaa! Porque nunca me privilegiou, nunca se moveu na minha direção, enquanto vi esse movimento ser feito repetidas vezes na direção de outras mulheres.

E fico me perguntando se sou muito doida... Se não estou vendo algo que é óbvio pros outros ou se não estou valorizando a coisa certa. Mas acho que não. Se amo alguém, vou valorizar, priorizar e deixar a pessoa que amo saber que a amo e que ela é importante para mim. Sou orgulhosa. Sou. Mas vou trabalhar meu orgulho, lutar contra ele, pois não existe felicidade amorosa possível em não se mostrar, em não demonstrar o que se sente.

É alguém muito inseguro aquele que espera o outro abrir as asas para só então chegar e se expor? Deve ser né? Porque não corre riscos. Não faz papel de tolo ou de idiota... Quem é que tendo amado alguém com verdade não se expôs e achou que deu vexame? Já dei váááários. E sobrevivi a todos e acho que faria de novo, pois todos valeram a pena. Até quando o único resultado era descobrir que a pessoa em questão não valia a pena.

Hoje percebi que passei anos tentando fazer com que a história que me contavam, a que eu vivia e a que eu via acontecendo com as outras pessoas tivessem confluência. Mas nunca consegui. O que eu via é que aquilo que diziam que acontecia por mim se concretizava ali, na mulher ao lado. E eu vivia com essa sensação de ter entrado e assistido o casamento trocado sabe? Você assiste a cerimônia toda e quando os noivos se viram para porta, você percebe que não conhecia aquela pessoas? Pois.

E eu nem queria que eu fosse a mais amada. Quando me apaixonei sim, mas o restante do tempo e hoje, eu só queria que as coisas tivessem a suas dimensões exatas. E todos contássemos a mesma história. Eu aceito o carinho especial, a afinidade diferente, mas sem que se coloque o mais ali ao lado. É o superlativo que sempre me incomodou e deu a sensação de falsidade.

Se as pessoas optam por ficar com seu orgulho, com suas defesas, em não se exporem antes que o outro esteja entregue, tudo bem; direito delas.

Mas para mim não serve.

Quero que quem me ame diga e demonstre para mim o quanto sou importante. Eu não preciso nem que o resto do mundo saiba. Quero espontaneidade e tesão de verdade.

Outro dia um amigo deu uma camiseta pro ficante e isso deflagrou uma crise no outro que colocou fim na relação deles. Pode? Dar uma camiseta quando a pessoa fez aniversário, se você está ficando com ela ganha uma conotação totalmente diferente.

Porque antes o namoro servia para a gente saber se o que sentia era o suficiente para a relação evoluir, mas hoje as pessoas inventaram um pré-namoro, onde você testa se o tempo em que você vai passar tentando descobrir o outro vale a pena. Oi?

Eu quero relação de verdade e relação de verdade vai doer uma vez ou outra. Às vezes vai doer é muito, mas não me importa. Prefiro isso a assepssia emocional. Quero verdade e graduações e granulações e impasses e texturas e sabores diferentes, pois o ser humano é complexo. Mas eu quero verdade, coerência, congruência e confluência também.

Não preciso ser a mais especial. Mas preciso ser especial. Aliás, como pedir a um homem com filhos que você seja a coisa mais importante da vida dele? E Nêga, se ele disser que é, corre, pois o homem não está no seu estado natural, que é aquele onde se valoriza as próprias crias acima de todas as coisas.

Eu quero paz, e também quero verdade. Eu sei que a maioria das mulheres por ai adoram ser tratadas como retardadas e fingirem que acreditam num especialismo que não possuem, mas eu não sou assim.

Tenho lutado tanto para ter o meu tamanho e apenas o meu tamanho e isso é até nisso: na demonstração do afeto que o outro tem por mim, eu sinceramente prefiro que seja assim.

14 de março de 2010

Não me entregar ao drama foi uma sábia decisão.

Hoje acordei e minutos depois recebi um torpedo me avisando que seria buscada para almoçar entre meio-dia e meio e uma hora. Claaaaaaaaaaaaaaaro que dos amigos da região da Paulista, o que confirma minha percepção.

Não, não vamos ao Japa, pois Fê não come carne, mas o que importa é que não me estressei, não criei compromissos absurdos para mim mesma e vou realizar meu desejo de estar à mesa com amigos.

Paz né? E felicidade!

Bom domingo para todos!

:*
É uma coisa engraçada... A gente jura que alguns sentimentos e algumas pessoas nunca vão passar e no entanto passam.

Mantive uma relação atribulada por quase 10 anos e a sustentei porque tudo o que eu sentia era tão intenso que não dava sequer conta de pensar na minha existência sem sentir aquilo que sentia. A gente brigou muito, muitas vezes ficamos sem nos falar, por meses, muitos meses, mas eu sempre sofria. Sempre. Era o orgulho que me mantinha distante. Porém, um dia, o sofrimento se tornava insuportável e eu me arrastava de volta implorando um perdão que muitas vezes sequer sabia ao certo se era eu quem devia pedir. Se visse rastros da pessoa online, ou se alguém me contasse que ele estava ali, era como ter um punhal cravado no peito. Um medo absurdo de nunca mais: nunca mais falar, rir junto... Até mesmo de nunca mais brigar.

Era a minha loucura... A minha mais completa e absoluta insensatez. Perdi a conta das vezes em que ri com ele até doer a barriga e também das vezes incontáveis em que ele me fazia chorar na frente do micro... Quantas vezes eu passava horas conectada esperando ele entrar no MSN pra depois de 5 minutos dele estar ali, eu desejar ardentemente que ele sequer tivesse aparecido... Era meu desatino.

A penúltima vez em que brigamos já foi um tanto diferente; eu conseguia passar alguns dias sem pensar nele, mas ainda era mágoa, orgulho, embora já em menor intensidade que das outras vezes. Nos reconciliamos e ai veio mais uma briga meses depois...

Hoje eu olho para dentro do meu peito e me pergunto onde foi parar tudo o que eu sentia, aquele amor alucinado e aquele desespero todo quando ele estava longe? Hoje me contam que ele está online e pra mim é igual a se não tivessem me dito nada. Vejo os rastros dele pela internet e não sinto nada... É como ver uma pessoa conhecida, mas com quem nunca se conviveu ou teve intimidade.

Muitas pessoas acham que nossas brigas são sempre temporárias de tantas as que já presenciaram, mas desta vez eu duvido. Não que a gente não vá mais se falar, ele já me ligou numa necessidade e eu o atendi normalmente, porém tem algo profundamente diferente entre a gente, em mim. eu não sinto mais o amor que sentia.

Meu amor acabou, ou ele nunca foi amor de fato, era uma loucura, uma paixão avassaladora? Será que o acúmulo de mágoas foi extintor do incêndio que eu julgava eterno? Não consigo sequer saber se sinto falta, pois eu gosto imensamente da paz que tenho todos os dias.

Mas se me pergunto o que foi que matou o meu amor por ele, me respondo que foi o cinismo e a ironia que passou a existir da parte dele nas nossas conversas. Foi isso que espatifou os meus sentimentos de um jeito que eu não consigo mais colar... E nem sei se quero...

Muitas vezes ele dizia que minha mudança em relação a ele era devido a falta de tempo dele em se dedicar a nossa relação. Tem uma amiga em comum que diz que isso que eu não sinto hoje muda se ele voltar, porque ELE É ELE, mas de verdade eu não sei. Ele sempre existiu em algum lugar aqui no meu coração, muitas vezes escondido ou encoberto dentro do meu peito, porém agora não. Agora é como se ele fosse um retrato pendurado na parede...

Eu o amo, mas da mesma forma que amo muito das pessoas que conheço e não convivo. Desejo a sua felicidade, e no entanto, ele deixou de fazer parte das minhas orações diárias, não por maldade, vingança, mágoa ou revolta, eu só não lembro...

Hoje eu o desbloqueei no MSN... Justo porque ficou indiferente. E eu sei que ficou indiferente justo porque o vi por ai e nao senti aquele aperto no peito, aquele medo de que ele nunc amais quisesse falar comigo ou deixasse de me amar.

Não vou afirmar isso com rigidez. Aprendi que a vida é eterno fazer e refazer-se, e eu não quero mais ser dona de certezas. Falo apenas do que sinto hoje e de uma certa estranheza por perceber que passou.

Paz né? Paz.

13 de março de 2010

A vida anda boa, é fato.

Essa semana, especialmente, concretizei projetos para os quais vinha me preparando há anos. Um outro eu vinha desejando há pouco tempo e fico feliz que tenha dado certo tão prontamente, quando me ocorreu que o momento de executá-lo era agora.

No âmbito pessoal as metas agora são: deixar as "placas" se derreterem; ter pele, ter o meu tamanho, bancar meus desejos e deixar de dramatizar.

Acho que deixar de dramatizar é o trabalho mais difícil, pois é um vício tão arraigado que exigirá mais atenção e dedicação da minha parte. A gente dramatiza para tudo né? Rapaz! Eu dramatizo. Hoje mesmo me dei conta de um drama que estava começando a se desenhar na minha mente: há dias tô querendo ir comer comida japonesa; marquei com uma amiga e tals, mas agora nem sei se vai rolar, uma vez que é para a semana que vem, porém ela está de repouso absoluto e numa super restrição alimentar.

Fato é que eu que chamo as pessoas e ninguém quer ir comigo. Eu teria quem fosse comigo se me dispusesse a sair daqui e ir pra região da Paulista. Porém o japa que mais gosto é aqui pertinho de casa sabe? E é nele que eu queria ir. E acontece que comecei a pensar que ultimamente sou sempre eu a chamar as pessoas para sair comigo, que nunca mais recebi convite de ninguém e blá, blá, blá do tipo: "vou parar de convidar e também não vou estar disponível quando me chamarem de novo". Drama né? Puro drama.

Tudo bem que a parte boa de sair para comer é socializar, conversar e rir, mas porque é que eu tenho de ir com mais alguém? Porque adiar o meu desejo só por falta de companhia? Medo de estar num restaurante num sábado a noite sozinha? Do que vão pensar? Mas caralho! Não foi esse o preço da minha liberdade? Não foi por isso que eu não aceitei me casar com qualquer um e nem manter amizades de oba-oba? Foi. E eu sou uma excelente companhia de mim mesma. Me divirto horrores comigo mesma. Ou seja, se eu parar de dramatizar, vou ao restaurante sozinha mesmo e vou me sentir bem como sempre sinto.

Eu já parei de dramatizar, mas ainda não tenho certeza se vou ao restaurante sozinha hoje, embora a vontade de comer seja grande - não como comida japonesa há uns 45 dias já!!!! - principalmente porque agora vou ali fazer luzes no cabelo da cunhada e isso demora pra porra! rs...

O mais importante e que eu queria compartilhar aqui é a decisão tomada e compromisso feito de que a partir de hoje vou começar a fazer o que quero, mesmo que sozinha, sem esperar pela companhia de outras pessoas para satisfazer meus desejos. Eu era sim aos 20 anos e era muito feliz. Meu lema era: "quem quiser estar comigo, me siga, pois eu tô indo".

2 de março de 2010


Amigos,

Faço parte desse grupo e abracei a causa com o coração. Por favor, me ajudem a ajudar.

Beijo e MUITO, muito obrigada mesmo!




A História de Esmael – Aquele que Deus Escuta


O blog Comadres online surgiu de uma idéia lançada pelo grupo "Papo-de-Comadres" com vários objetivos: trocar receitas, conselhos, dicas, tratar de assuntos variados... Há uma seção, o Voz de Comadre, onde podemos expressar o sentimento que permeia o momento pelo qual cada Comadre possa estar passando. Hoje, o Voz de Comadre traz expresso o sentimento de todas as Comadres.

Leiam:

O "Papo de Comadres" solicita a sua atenção para um problema que as autoridades brasileiras têm ignorado. No entanto, em primeiro lugar, permitam que nos apresentemos.

Somos um grupo de discussões no qual irmãs, filhas, esposas, mães e avós se reúnem desde 2008, com a simples finalidade de conversar, trocar ideias, receitas. Rapidamente percebemos que este era um grupo diferente, formado por pessoas de vários cantos do Brasil e do mundo, cujo encontro e união busca algo maior.

Aos poucos nos tornamos mais que amigas, ainda que a maioria de nós não se conheça pessoalmente. Desfrutamos de uma afinidade encontrada entre pessoas que se conhecem e se gostam há muito. Somos irmãs em todas as situações, compartilhando momentos da vida, alegres ou tristes. Comemoramos nascimentos e conquistas, sofremos com doenças e insucessos, e nos solidarizamos com as perdas.

Neste momento, o filho de uma de nossas irmãs passa por um problema de saúde muito sério. Problema que pode ser resolvido fácil e rapidamente, desde que provida a parte financeira.

Pedimos, por favor, que leiam o texto que descreve a história de Esmael, filho da Helga, nossa querida comadre-irmã, que nos mostrou como é possível conservar o bom humor nas adversidades.

Helga entrou para o grupo, como ela mesma diz: “atrapalhada”. Iniciante no mundo virtual, perdendo-se entre os inúmeros e-mails que trocamos diariamente, trouxe-nos uma alegria e energia muito especial. Aos poucos, descobrimos os problemas que enfrenta. Ela, definitivamente, não se abateu com a doença do filho, nem se tornou uma pessoa amarga, como seria o esperado.

Aqui está a história de Helga e Esmael – Aquele que Deus Escuta

... Esmael sempre pisa com passos largos e firmes. Seu caminhar é reto e preciso. Não ter o pé direito não o impede de seguir o seu caminho com confiança. Seu andar é firme e seguro. Deus escuta seus pedidos e anda ao seu lado...

Durante os vinte e quatro anos de vida de Esmael, muitos obstáculos apareceram em seu caminho. Nascido em família gaúcha, honesta e trabalhadora, no momento em que veio ao mundo teve constatado o problema congênito.

Sua mãe, Helga, não se deixou abater e decidiu, ali, fazer o melhor por seu filho com a força de uma guerreira. Aos três meses de vida veio a primeira cirurgia para tentar amenizar o problema. O bebê, risonho e tranquilo, superou. Aos seis meses de idade, uma nova cirurgia. Outro obstáculo que Esmael conseguiu transpor.

Com um ano de idade teve uma prótese colocada, porém não resolveu o problema. No entanto, Esmael não se rendeu. Aprendeu, sem medo, a andar sem prótese. Viveu seus primeiros anos como todo menino: brincando e frequentando a escola cercado de amigos.

Quando completou seis anos, sua mãe solicitou ao SUS uma prótese, mas não obteve resposta.

Aos dez anos, outra pedra na trajetória de Esmael atrapalhou a caminhada. Por falta de uma prótese adequada, ele sofreu uma grave infecção. Foi necessário realizar uma drenagem; o menino seguiu em frente rumo ao futuro.

Ignorando os obstáculos, Esmael ou Esma, como é conhecido, cresceu conservando sua alegria de criança, um menino feliz que levava no sorriso o significado do seu nome: "Deus escuta". E Ele escutou.

Já adulto, tornou-se funcionário numa fábrica de calçados - ironia da vida! Seus colegas, solidários a sua luta, juntaram-se para presenteá-lo com uma prótese adequada ao seu tamanho.

O tempo passou e quando essa prótese já precisava de reajustes, o SUS, comunicou-se com Esmael atendendo o pedido feito por Helga mais de 18 anos antes: uma prótese...

Agora, novamente, Esmael encontra-se à frente de mais um obstáculo. Dessa vez, grande demais para que ele possa ultrapassar sozinho. Outra infecção grave surgiu e parte de sua perna precisou ser amputada. Por isso, ele precisa de uma prótese feita de titânio, mais adequada, para evitar futuras infecções que possam determinar a perda total da perna.

O preço é alto demais para a família simples do interior do Rio Grande do Sul, que não tem como arcar com os custos da prótese, nem do hospital, estimados em oito mil reais.

Aflita, Helga conta para o nosso grupo:

".... o Esmael não pode mais se machucar, senão terá que amputar a perna toda.

Quanto à cirurgia, foi um outro problema que Deus resolveu. Já fazia 7 dias que o Esmael estava internado, tentando combater a infecção. Foi aí que o médico disse que teria que amputar. Começou o corre-corre. Primeiro, tentei o SUS novamente. Sem êxito, pois nunca tem vaga em nenhum hospital, mesmo ele estando internado.
O médico me deu um papel, dizendo ser urgente e como não tinha vaga em Porto Alegre, que encaminhasse ele para Rio Grande.

Tudo em vão.

Numa tarde, me ligaram dizendo que conseguiram a vaga.Fui correndo contar pra ele. Ficamos superfelizes. Passados alguns minutos, retornaram dizendo que tinha sido um engano.

Vocês não imaginam a dor que me deu ver meu filho ali, internado, dependendo de um sistema de saúde, que nunca funciona quando se precisa. E eu, como mãe, não tendo os R$ 5.000,00 para pagar a cirurgia particular.

Então, o patrão dele o pegou, colocou-o no carro e foi para Camaquã, uma cidade próxima de Tapes. Pagou a cirurgia para ir descontando aos poucos..."

Nós pedimos e sabemos que Deus escuta.

Ele responde através de pessoas que têm o coração aberto para ajudar o próximo.



Esmael precisa de ajuda. Ele merece viver uma vida sem dor e sem obstáculos.

Esmael MERECE receber o instrumento que lhe trará força para dar passos seguros e caminhar com dignidade a difícil estrada da vida.





Para doações :



Esmael Freitas Amador

Caixa Economica Federal
Tapes - RS.

Ag: 0517
Op: 013 (Poupança)
Conta: 40916-5


Segue nome completo, endereço e telefone para quem quiser averiguar a verdade da história:

Esmael Freitas Amador

Rua Londres, 1017 - Balneário Rebello - Tapes, RGS - CEP: 96760-000

Telefone celular: 51-9754-9008

Trabalho: 51-3672-1583


Agora você pode estar se perguntando o que queremos com isso.

Se você tem blog, pedimos que divulgue. Se tiver Twitter, dê RT.

Se puder, faça uma doação.

Não importa o valor.

Toda doação será bem vinda.


Desde já, agradecemos a sua ajuda.

Comadres online