25 de junho de 2010

Continuando a falar sobre as críticas...

No ultimo grupo, voltamos ao exercício do espelho e a turma segue dizendo, na maioria, ainda achar muito difícil.

Alguns relatos chamaram a atenção. O primeiro foi o da D. que contou que se descobriu uma nova pessoa diante do espelho, ao aproveitar essa oportunidade para conversar consigo mesma o que, inclusive, propiciou-lhe se ver, física e espiritualmente, de uma forma que nunca se viu: finalmente ela tem se achado mais bonita do que sempre se achou e que como eu, sempre termina essas conversas se dando um beijo no espelho.

Já J. contou que têm reações físicas ao se olhar no espelho como vermelhão no rosto e olhos e que isso a impede de fazer o exercício do mesmo jeito que a impediu, durante toda a vida, de olhar-se, fazendo com que isso não faça parte do seu cotidiano. Casou-se sem sequer ir ao cabeleireiro por conta deste mal-estar. Porém J. é uma mulher de bem consigo e com a vida; o espelho parece mesmo não ter feito nenhuma falta a ela.

Porém é C., a mesma que semana passada disse que não conseguia fazer o exercício por não se achar bonita, quem prendeu minha atenção, pois era uma excelente oportunidade para falarmos um pouco mais sobre a crítica e o efeito nocivo da mesma nas nossas vidas.

Comecei argumentando com C. que o problema era ela dar muito ouvido e atenção à opinião alheia - pois as críticas sempre nascem da opinião de terceiros sobre nós que paramos para ouvir e damos crédito - o que ela negou dizendo que sempre foi mulher de pensar por si mesma. Insisti no meu posicionamento dizendo que “o outro” podia ser mãe, pai, televisão, revista, programa de rádio, livro, vizinha, filho, marido... Foi ai que os olhos dela brilharam e ela se reconheceu: sim, sempre foi presa demais à opinião do marido sobre ela. Que era gorda e ele vivia a criticando, dizendo-lhe que era horrível e outras maldades. Contou ainda que enquanto ele era vivo, vivia tentando emagrecer sem sucesso, mas que bastou ele morrer para perder todos os quilos excedentes sem nenhuma dieta ou esforço.

Ainda acrescentou que tinha muita mágoa dele, pois ele fora extremamente infiel, porém nunca a havia traído com nenhuma mulher que ela considerasse melhor do que ela, todas umas “barangas”. Que eles vieram para o Brasil – são de origem portuguesa – quando ela tinha 21 anos e por ter sido criada muito presa, ela não tinha muita malícia sobre a vida. O marido era lindíssimo, parecido com o ator Thiago Lacerda, segundo ela, e que saia pra trabalhar só retornando para casa por volta da meia-noite, não que ainda estivesse no trabalho, estava era na farra mesmo. Por conta das filhas e para não faltar nada a elas, C. tolerou muita coisa, mas com o tempo passou a avisar ao marido que ele a conheceria quando estas estivessem crescidas, o que realmente aconteceu se traduzindo em brigas e mais brigas entre o casal, mas nunca uma separação.

No grupo evitamos falar de terceiros, mesmo que sejam maridos, filhos, pais, simplesmente por a pessoa não estar ali para apresentar o seu lado da questão, mas, principalmente, porque o foco é olharmos pra nós mesmos, sempre, e vermos o que em nós gerou ou, minimamente, permitiu a atitude do outro.

Comentei com C. que embora o marido tivesse morrido, dentro dela ele ainda estava muito vivo e atuante a ponto de ainda impedir que ela olhasse para si mesma com os seus próprios olhos. Que dentro dela, quem falava a cada vez que ela se olhava no espelho era ele e que então ela deveria fazer uma pequena modificação no seu exercício. Que quando ficasse na frente do espelho e fizesse a afirmação: “eu me amo e me aprovo, e tudo está bem no meu mundo” e fosse tomada por aquela sensação e pensamentos ruins sobre si mesma, acrescentasse: “vá a merda! Você está morto e agora eu vou te matar também dentro de mim! Vá pro inferno e me deixe livre”! Claro que a turma se matou de rir, embora eu estivesse dando uma instrução super a sério. É exatamente isso que precisamos fazer com “o outro” crítico e abelhudo que existe dentro de nós: mandá-lo á merda!

A crítica será sempre uma opinião alheia, algo que nasceu fora de nós e que a gente colocou dentro, por lhe dar poder. Veja: C. amava o marido e tomou as impressões dele sobre ela como verdadeiras. Porém ele não fez isso sozinho. Ele apenas encontrou nela um campo já arado e prontinho para ele plantar as suas sementes. C. não tem uma índole rebelde, ela, mesmo adolescente, se deixava prender pelos pais, se negando a percorrer a vida por si mesma e através das suas próprias descobertas. Saiu dos pais e foi para o marido e seguiu sempre atenta às opiniões alheias sobre ela.

Mas ela não é minoria. C. é exemplar dominante das pessoas no mundo atual, ao contrário da I. - cuja história contei no post passado - essa sim ave raríssima nos dias atuais.

Somos quase todos assim na medida em que a crítica e o papel do crítico - que virou até profissão, vejam só vocês a extensão da coisa - acaba determinando se vamos ou não fazer algo que temos vontade. Vou dar um exemplo banal: você vê o trailer de um filme e se interessa. Naquele momento você se decide por assisti-lo na próxima ida ao cinema, ou à locadora, mas a primeira coisa que faz ao sair do cinema é ir ler as críticas sobre o mesmo, ou saber dos amigos que o foram ver, qual a opinião deles sobre o mesmo. E se estas forem desfavoráveis, sabe o que provavelmente você faz? Você troca a sua capacidade de vivenciar algo e formar sua própria impressão pelo gosto pessoal dos outros.

Porque, minha gente, falem o que quiserem falar, mas os modismos, os críticos, os formadores de opinião são apenas hipnotizadores que conseguem, por carisma e/ou embromação, falação, aliados ao comodismo e medo alheios, fazer com que seus gostos pessoais sejam adotados por muitos.

Tenho um amigo de quem gosto bastante e que entende um bocado de cinema e, inclusive, tem um blog dedicado ao assunto, onde ele faz críticas sobre os filmes. Pois. Quando quero saber sobre algum filme, eu também vou lá. Mas ao longo do tempo fui sacando que o que ele geralmente detesta é justamente o que eu vou adorar no filme. E isso porque por sermos pessoas diferentes, embora com valores bacanas, somos tocados por coisas diferentes também. O que o comove ou diz que um filme é bom, geralmente não é o mesmo para mim e vice-versa.

Óbvio que algumas vezes gosto do que ele também gostou e que outras, também odeio o que ele odiou e pelos mesmos motivos. O importante aqui é perceber que nunca deixei de ver um filme por ele ter feito uma crítica desfavorável se eu estava mesmo com vontade de fazê-lo. Não abri mão de vivenciar nada em função do gosto pessoal dele.

Também ainda não vi filmes elogiados e recomendados por muita gente porque ao ler a sinopse, ou ver o trailer, percebi que vão mexer em coisas que no momento não me farão bem, então eu adio. E se o filme vira assunto numa conversa, sem problemas: apenas escuto, sem emitir uma opinião e sem me sentir diminuída por não ter feito o que a maioria fez. Caduno, caduno.

Como já contei nesse blog em algum momento, eu nunca fui de escutar a opinião dos outros, mas numa época na qual minha vida andava muito ruim, eu dei ouvidos a terceiros e tudo só fez piorar, porque eu nunca conseguia atingir aquele patamar que me era imposto e então, além de tudo, passei a me sentir profundamente frustrada comigo mesma, impotente. Hoje eu só aceito opinião sobre mim se for feita por alguém muito bem resolvido na vida, pois de “roto falando de rasgado” eu tô fugindo!

Ai ontem estava pensando sobre a crítica ser sempre irreal - porque a crítica é sempre sobre um aspecto irreal de nós mesmos, por mais real que possa parecer - mas queria um fundamento para essa percepção. Durante minhas orações isso veio: a crítica é irreal, pois quando nos observamos num aspecto real que não está da forma como sabemos que temos capacidade para que este seja, não ficamos com o pensamento nos maltratando a mente e as emoções, simplesmente vamos lá e fazemos a coisa acontecer. O que quero dizer com isso? Que quando olhamos para nós mesmos e percebemos que, por exemplo, não sabemos cozinhar e sentimos aquela vontade e reconhecemos que até podemos levar jeito, vamos à procura de algo ou alguém que possa nos ensinar: seja uma receita, um curso, uma pessoa. E se a vontade realmente se confirma, nos dedicamos e um dia estamos ali: sorrisão aberto, servindo nossa criação pras pessoas que amamos e recebendo os elogios. No entanto, se a crítica nasce de algo que os outros nos sugerem como bom para nós, mas para o qual não temos nenhuma vontade ou aptidão, o que vai acontecer? Podemos até tentar, mas os resultados vão ser medíocres, Vamos abandonar inúmeras vezes o processo e iremos ficar nos sentindo um lixo por estarmos tentando realizar algo que não é nosso, que não somos! E a mente ali fazendo da nossa vida um inferno... Para reverter o processo e se libertar já sabe né? Rs!

Sempre sabemos o que é melhor para nós. Sempre sabemos o que somos e isso porque Deus se ligou aos nossos sentimentos para se comunicar conosco e garantir que até possamos entregar o leme, nosso barco, mas que a bússola capaz de nos dizer com segurança para onde seguir, nunca seja tomada de nós. Se pararmos de prestar atenção “no outro” e nos voltamos para nós mesmos, mesmo que demore um pouco para que voltemos a saber como nos escutar, e ao nosso coração, perceberemos com clareza que o que somos e sentimos por nós mesmos, sempre esteve lá.

E sabe onde vemos isso no que a C. contou, por exemplo? Do quanto ela no fundo sabia que a opinião do marido sobre si mesma não era a mesma que a dela, mesmo que se tenha colocado sob o seu julgo por anos a fio? Quando ela diz que ele nunca a traiu com nenhuma mulher melhor do que ela! Ai estava o amor próprio de C. dizendo o que sentia e pensava sobre si! Esse foi o poder próprio que ela ainda não conseguiu assumir, é verdade, mas também nunca entregou a ninguém!

E eu aproveitei esse gancho para falar no grupo um pouco sobre as reservas energéticas que fazemos ao cultivar pensamentos positivos e negativos. A imagem que criei sobre isso é a de que em torno de nós temos um campo gravitacional e que nossos pensamentos bons criam uma boa que vai nos orbitar através desse campo, assim como os pensamentos ruins vão criar igual bola que fará o mesmo. O tamanho das bolas será correspondente ao tempo que você passa sentindo e pensando coisas boas ou coisas ruins.

Lembram da I. né? E que eu disse que ela tinha um depósito energético correspondente aos 73 anos que passou se achando linda e sentindo coisas boas por si mesma. Imagine ai o tamanho do bolão positivo que gravita em torno dela. Ai aconteceu o caso lá do médico que morreu e ela se fez uma crítica irreal, e criou uma bolinha negativa, justamente por ser apenas uma crítica. E mesmo assim o bolão levou 40 dias pra tirar a bolinha do campo gravitacional da I. Incrível né? Imaginou a nossa bolona negativa dando petelecos nas nossas bolinhas positivas? Arrê!

E é claro que quem lê se faz exatamente a mesma pergunta que uma participante do grupo fez: “porque, se ela é tão maior, não possui uma força correspondente ao tamanho e capaz de neutralizar o negativo prontamente”?

É por estarmos imersos num campo energético predominantemente negativo nesse planeta. Se você tem um sentimento/pensamento negativo, ao ser emitido, ele “nada feito espermatozóide em busca do óvulo” uma vez que está numa densidade energética muito igual à dele. E é por isso para que fazer bobagem, tudo parece colaborar e fluir, pois tudo colabora e flui mesmo!

Já se você se atém no positivo, no começo a sensação que você tem é de que está nadando na lama: precisa dum esforço e duma energia danada para conseguir dar algumas braçadas. O legal é que vai ficando mais fácil, pois esses pensamentos/sentimentos positivos que produzimos vão criando “trilhas” nessa lama por onde começamos a fluir e mais, por onde os outros começam a fluir quando se ligam nessa mesma vibração. E por isso que se diz que quando uma só pessoa se torna melhor e mais positiva, ela ajuda o planeta e toda a humanidade!

O texto está longo eu sei, mas preciso finalizar aqui da mesma forma que finalizei o grupo e é falando sobre a tal da beleza.

Acredito piamente que não exista ninguém feio, embora meu gosto pessoal me faça julgar algumas pessoas assim. Mas é apenas o meu gosto pessoal e ele, sinceramente, não fala nada sobre ninguém a não ser sobre mim mesma. E assim é o gosto de cada um de nós: apenas algo que nos conta de nós mesmos - para nós e para os outros - e não uma regra a ser seguida ou a ser imposta, embora vejamos MUITA gente tentando fazer isso por ai. O Twitter, então, é o lugar onde isso mais se manifesta.

Todos somos bonitos por sermos expressão e realização da abundância e criatividade Divinos na medida em que temos um Criador tão fecundo que em seis bilhões de humanos viventes, Ele não repetiu a forma uma única vez sequer. Aliás, desde que o planeta existe, jamais existiu um ser que fosse idêntico ao outro. Essa é a abundância Divina e a capacidade Dele de criar boas coisas na sua vida.

Se a humanidade vivente nesse planeta fosse um jardim de flores igual a muitos que vemos por ai, isso significaria um jardim com seis bilhões de flores únicas, ou seja, uma única rosa, um único jasmim, uma verbera, uma orquídea, um cravo e assim por diante, sem nunca se repetir.

Esse é o potencial criador de Deus, é o motivo pelo qual somos Ele e não parte Dele. Somos a forma como ele se expressa e existe no mundo, como Ele é o mundo e cada um de nós somos uma das suas infinitas faces. E é por isso que “somos todos um”.

E também é por isso que Ele é onipresente e onisciente: porque vive em cada um de nós e através de cada um de nós. Também é por isso que Ele nunca nos abandona: nós podemos cortar nossa conexão com Ele, embotando a nossa capacidade de senti-lO, mas Ele segue habitando-nos à espera de que despertemos.

Não entregue o seu poder a ninguém, desperte-o em si mesmo tomando posse de si mesmo e do Deus que o habita.

E assim você conhecerá uma felicidade que nunca morre, nem quando algo o deixa triste.

Não se critique.

Foque-se no seu potencial e se desenvolva; você pode. O que não está do jeito que você gostaria e pode, ainda é o melhor que você pode fazer por si mesmo naquele aspecto da sua vida e só isso basta: que estejamos sempre no nosso melhor.