1 de outubro de 2010

É, quase três meses sem escrever no blog e confesso que só voltei por agora ter um netbook que me permitirá fazer isso de qualquer lugar e a qualquer hora. Segundo minha mãe, agora eu conecto até no banheiro, o que até poderia ser, não fosse o medo que tenho de gadgets perto d`água... rs...

Mas porque tanto tempo sem escrever? Diria que quando estamos felizes, não temos tanta vontade de compartilhar quanto quando estamos tristes. Confirmando o dito popular de que temos a impressão de que o mal é mais abundante no nosso mundo por o "bem se calar e o mal se espalhar" com mais facilidade. A gente tem mais mania de desabafar do que de espalhar felicidade né? Até por medo do que vão colocar de olho gordo na alegria da gente.

É, eu ando feliz. Não que seja uma felicidade perfeita, mesmo porque perfeição não existe, mas é uma felicidade plena, cheia de conquistas e aprendizados no meio do caminho. Acho que um dos grandes aprendizados internalizados nos últimos tempos é, justamente, de que sempre haverá desafios às minhas habilidades, coisas a superar e aprender, ou aquilo que costumam chamar de dificuldades pelo caminho.

Não sei se já comentei aqui, acho que sim, mas um dos piores enganos que a igreja nos incutiu foi a de que ao caminharmos pelo bem, estaríamos livres de todo o mal. A discussão teria de começar pela redefinição de "mal", pois há de se reconhecer que a maioria das vezes é o mal que nos impulsiona pelos caminhos que resistimos em percorrer. Vou reduzir dizendo que o que entendemos por mal, muitas vezes, senão sempre, é o professor rigoroso para as lições que nos recusamos a aprender através do melhor caminho que é aquele que nos leva a superar as dificuldades e desafios do percurso tentando sermos inteligentes e ponderados emocionalmente.

Traduzindo: você está vivo e nesse plano dificuldades fazem parte do percurso. Cabe a você decidir se passará por elas com o mínimo de sofrimento que for capaz, prontificando-se a entender que aquilo é um estágio do caminho e não o caminho, ou fará da sua vida um verdadeiro inferno diante dos menores desafios. Porque por mais que você esteja alinhado com Deus, eles sempre existirão.

Então de que diabos serve o alinhamento com a Fonte? Ajuda a ter força, discernimento, calma, percepção do melhor caminho, inspiração para quando o que sabemos não é suficiente e precisamos desenvolver novos recursos. Fazendo um trocadilho com um desenho da minha adolescência, o alinhamento com Deus é a Espada de Thundera: dá visão além do alcance.

E o que é estar alinhado com Deus? É estar de tal forma confiante no Amor Dele por nós que nos entregamos e confiamos na Sua força nos fazendo fortes. E é ai que a porca torce o rabo, pois não confiamos em Deus. E não confiamos por conta da visão que nos foi dada de que Deus é um carrasco, vingativo e tirano, sempre pronto a nos punir ao menor deslize. Não entendemos as dificuldades como treino de habilidades, como forma de aperfeiçoar e desenvolver habilidades. Sempre que nos vemos diante de algo que não esperávamos, desejávamos, agimos como se fosse sempre um castigo, uma punição da vida por algo que fizemos ou deixamos de fazer.

As religiões nos fizeram mimados. Tudo ao nosso ver tem função e relação direta conosco e serve ou para nos punir ou para nos gratificar. Nunca entendemos de cara que é apenas uma etapa de aperfeiçoamento/aprendizagem. Choramos, bradamos, batemos o pé e agimos que somos mal recompensados pelos parcos investimentos que fazemos no aprimoramento de nós mesmos a maior parte do tempo.

E é bobagem viu gente? pois nada do que você fIZER vai impedir a vida de te desafiar e contrariar, pois ela está ai É pra isso mesmo: expandir os seus horizontes. Então o mais inteligente é ir treinando a sua capacidade em aceitar a vida como ela é, fazer o seu melhor e deixar o mimo de lado, pois ele só atrapalha com as falsas noções de especialismo que dá, uma vez que é verdade: você é especial e merece, mas ó: todo mundo também, caso contrário não estaríamos todos nesse mundo.

Parece papo de evangélico, eu sei, mas Deus é o caminho para vencer essas dificuldades. Não o Deus das religiões, mas o de fato: Aquele que vai te apoiar, vai te ampliar, mas não vai passar a mão na sua cabeça e te deixar virar uma amebinha inoperante e dependente de tudo e todos por comodismo.

E com o tempo você vai descobrindo que ao realizar a sua parte e realizar-se, a vida vai se tornando mais fácil e muito do jeito que você sempre desejou que que ela fosse, pois aprendeu a manipular as energias e recebe com infinita facilidade aquilo que precisa.

E talvez nem seja a vida te poupando, seja apenas você acostumado aos desafios, curtindo-os e deixando de reagir negativamente a eles.

É nesse ponto que estou: achando a aventura de estar na vida um tremendo barato. Hoje mesmo, nas minhas orações, eu disse à Deus que não existe outro lugar no Universo no qual gostaria de estar e nenhuma outra experiência que eu gostaria de estar vivendo a não ser a minha própria vida aqui e agora com tudo o que ela contém.