24 de agosto de 2009

Tenho ou tive amigos que idolatravam uns deuses estranhos.

Um desses deuses - na verdade são deusas - é a depressão. Conheço quem a chamasse de "grande dama" e a atendesse como se seu "chamado" fosse o ecoar irresistível do canto da sereia, que nos impede de resistir obrigando-nos a nos atirarmos em seus braços até sermos engolidos por ela.

A outra deusa que vejo ser cultuada é a carência, embora nesse caso as pessoas não percebam que estão transformando uma sensação, sentimento, em entidade diante da qual se tornam impotentes e que acabam por venerar. A carência gera a depressão e no fim das contas, as pessoas se curvam diante a própria incapacidade de se darem prazer. E isso tudo é culpa de papai Freud e da filosofia que incutiram em nós a crença de que somos impotentes diante dos nossos estados psíquicos e emocionais. Mas até a página 5 que é aquela onde profissionais de ambas correntes filosóficas - rá! - são aptos e instrumentalizados para o ajudar a dominá-las e fazer com que você tenha uma vida mais prazerosa e feliz. Retroalimentação é isso minha gente!

Interessante é perceber que o que as pessoas deprimidas, melancólicas e cronicamente carentes não conseguem perceber, é que em alimentando esses estados de espírito que geram um campo energético, afastam de si justamente o que dizem ser o seu desejo maior de possuir e que em não possuindo, causam-lhe carência e consequente depressão: o outro.

Por que podemos dizer o que quisermos, justificarmo-nos através das teorias mais lógicas que nosso ego for capaz de criar, porém a verdade incontestável é que energias negativas criam um campo energético ao nosso redor que afastam as pessoas. É, por que nem adianta fazer tipo né? Se fazer de alegre e de bem com a vida sem ser, pois o inconsciente alheio capta a energia verdadeira que lhe causa um desconforto que acaba por afastá-lo, mesmo que a pessoa não consiga nomear com precisão o porquê. Ninguém quer ficar ao lado de alguém crônica e eternamente deprimido, melancólico e que reclama de tudo. Ninguém, nem quem é assim. Prova é é que essas pessoas quando idealizam alguém para si não imaginam um melancólico, depressivo e adepto do "mimimi", mas sim alguém de bem com a vida, alegre, capaz de lhe trazer o bem-estar que ela mesmo não consegue se dar. Mais: quem cultiva e se apega a esses estados de espírito acha que está desejando amor e, no entanto, apenas está contando com a caridade alheia. Com a capacidade do outro em sentir compaixão e empatia por esse jeito todo tristinho de ser. Porém a realidade é o que essas pessoas vêm no seu cotidiano: não rola; e então está estabelecido um ciclo vicioso e viciado que elas se sentem impotentes em mudar. E nem preciso falar sobre a bobagem que é esperar do outro o que só a gente mesmo é capaz de se dar, pois somos os únicos com aptidão para saber o que, de fato, nos faz feliz. Já escrevi sobre isso mais de uma vez aqui.

Desde que comecei a estudar a Lei da Atração, me intrigava - embora eu compreenda e aceite plenamente que tudo aquilo sob o que colocamos nossos foco se materializa em nossas vidas - a explicação de que nossos fracassos em atrairmos o que desejamos se deve - 100% das vezes - ao fato de colocarmos o foco na falta, mesmo quando juramos de pés juntos que ele está na abundância. Olhava para essas pessoas que conheço e sei que algumas conhecem o princípio da Lei da Atração e, portanto, faziam exercícios de imaginação ativa, onde se imaginavam tendo alguém com quem compartilhar a vida, porém sem conseguir transformar isso em verdade. Onde é que eles erravam? Onde eu errava?

Foi só quando comecei a ler "O Universo Conspira a seu Favor" que finalmente entendi o que é estar com o foco na falta: é achar toda e qualquer justificativa para se querer algo. Toda vez que você se diz que quer algo por essa ou aquela razão, na verdade está colocando o foco do desejo na falta e não na presença daquilo na sua vida, portanto, na manifestação da abundância do Universo.

Qualquer motivo, justificativa, por mais lógica e justa que seja, será sempre um desejo focado na falta. E isso porque somos seres que nascem com três objetivos e direitos adquiridos e irrevogáveis: o de sermos livres; o de sermos felizes e o de evoluirmos. Todas as nossas ações, sentimentos e pensamentos se voltam, por fim, para atender essas três necessidades básicas a qualquer ser humano vivente neste planeta. O objetivo primeiro e único de nascermos. A nossa missão, para aqueles que acham que devemos ter uma para termos aparecido nesse mundo, é vivermos de forma que o nosso bem-estar seja constante. Sei que já disse isso aqui em outros posts, mas eu ainda não entendia que a única justificativa que nos mantém alinhados com A FONTE e nos torna capazes de receber tudo aquilo que Ela tem guardado para nós é o famoso: porque sim!

Todos os meus desejos se justificam nos meu direito a eles e no fato de que vivê-los vai me acrescentar experiência e resultar em expansão. Traduzindo, desejar com o foco certo é por exemplo dizer-se: "quero relacionamentos felizes porque me sinto bem quando estou recebendo a atenção de alguém especial, tanto quanto quando estou dando minha atenção a alguém especial. Gosto da sensação de alegria que isso me traz, do quentinho no coração e da experiência de compartilhar minha vida com alguém. Gosto dos carinhos e da cumplicidade que existe entre um casal; de aprender a conciliar desejos. De ter alguém para andar de mãos dadas na rua e dormir de conchinha".

Percebe que em momento algum essa afirmação é uma justificativa e, portanto, não se foca na ausência de um amor? Não fala de carência e não menciona tristeza? Ela poderia se resumir apenas a: "quero viver um amor porque me sinto bem fazendo isso e adoro tudo o que ele acrescenta à minha vida". E isso pode ser afirmado e será verdade absoluta para qualquer aspecto das nossas vidas.

"Quero uma casa, pois adoro todas as experiências que concretizar esse desejo me trarão". Ou ainda: "quero uma casa, pois adoro poder criar um espaço onde tudo refletirá a minha filosofia de vida e onde posso fazer com que a harmonia, a alegria e a paz prevaleçam. Onde o trabalho em mantê-la e conservá-la vai me ensinar, com prazer, muitas coisas sobre mim mesma e sobre a vida. Onde poderei receber amigos exercendo meus gostos e habilidades pessoais e com muita alegria". Deu para perceber a diferença de se pensar que se quer uma casa porque todo mundo precisa ter seu canto, porque as pessoas com as quais se mora atualmente adoram cultivar os aspectos negativos e discussões, ou não respeitam o seu espaço individual? Por mais que essas justificativas sejam lógicas e reflitam a uma realidade atual, a única coisa que vão fazer é atrair mais dessa realidade para as nossas vidas, ou seja, fazer com que tudo permaneça exatamente como é.

Quando você entende e começa a focar sua energia apenas no "porque sim", nos motivos que realmente te fazem sentir bem vivenciando algo, o Universo começa a emitir sinais de que está concretizando seus desejos. Eu, por exemplo, ultimamente só ganho presentes para casa e de pessoas que sequer sabem que sonho em ter meu cantinho em breve.

E isso não significa ou implica que as coisas cairão nos nossos colos. Muita gente acha isso sobre a Lei da Atração né? Mas estão redondamente enganados! Essa delimitação do desejo e alinhamento emocional com o bem-estar feito antes de se começar a agir, implica apenas em se estar alinhado com A FONTE (Deus), o que fará com que se seja inspirado por Ele a fazer apenas as coisas certas para atingirmos nossos objetivo, sem desperdiçarmos tempo, energia, ou sofrermos desilusões no percurso.

Mas sobre isso eu falo um outro dia.

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