3 de setembro de 2007

Acordei antes das 07:00 hrs porque mamãe tinha médico e eu precisava olhar o sobrinho, já que meu irmão estava no aeroporto chegando de viagem. Tomei café da manhã, coloquei meu edredon na máquina para lavar e dei colo pro menino. Tentei por horas marcar a fisioterapia por telefone, sem sucesso; vigiei a máquina, o menino, o telhado do vizinho - que em reformas despenca pedaços no meu quintal -, a televisão e o telefone nesse meio tempo. Fiz almoço enquanto atendia ligações e acolhi o irmão que chegou nervoso da viagem, pois algumas coisas não saíram como deviam. Fiquei ansiosa porque minha mãe não chegava e já era mais de meio dia. Lavei e temperei salada ao mesmo tempo em que deixei a sobrinha - que é tão alucinada quanto eu - preocupada com o sumiço da avó. Ligou a mãe; liguei pro taxista e para sobrinha. Coloquei mesa, dei almoço para o sobrinho e nada da mãe aparecer. Ligo pro taxista: estão no posto buscando remédios. Almocei. Mãe chega e conta: "coração tá inchado". A médica tirou da dieta por completo: sal, e todo e qualquer produto industrializado e com conservantes. Agora danou-se! Tirei a roupa do varal, pois vai chover,e quando ia subir pra dar uma relaxadinha, todos, inclusive a irmã que veio almoçar em casa, me pedem pra trazer algo.

Eu: "Não é porque eu estou numa segunda-feira de dita que vocês vão se acostumar não. Meu expediente é limitado e acabou de acabar"!

Todo mundo riu.

E pensar que esse é o dia-a-dia de inúmeras mulheres...

1 de setembro de 2007

Sobre livros, literatura, escritores e leitores...

Trecho de uma discussão com um amigo:


Entendo seu ponto de vista. Porém, para mim um escritor de qualidade tem de alcançar a maior parte das pessoas com a sua obra, o resto é blábláblá de quem escreve direitinho, mas sem abrangência.

A arte tem a função de traduzir e transcender o universo humano e, na minha opinião, a escrita é o que o faz com maior propriedade.

Mesmo que você se referencie num universo particular - o seu - num mundo de bilhões de pessoas, certamente você estará "conversando" com milhares, se não milhões, de almas que se identificam com a sua... Só isso faria do seu livro um tremendo sucesso!

Ai vamos entrar na eterna discussão sobre a qualidade do leitor... rs... Mas ai eu acho, apenas acho, do verbo bem achado, que é o escritor quem verdadeiramente educa um povo. Eu aprendi a escrever lendo e não na escola. Você idem né? Somos crias dos livros.

E não acho ruim não que a mídia desloque o foco pra lugares nunca antes navegados. Através dos livros a gente descobre universos e realidades que nos escapam em documentários. Acho pobre que a coisa fique apenas no eixo ocidental, porém também acho pobre que o motivo deste deslocamento de eixo sejam as guerras e o terrorismo.

Não li nenhum dos livros do Orhan Pamuk então não posso criticá-lo. No entanto, sobre "O caçador de pipas" - que eu, com essa minha característica de não guardar nomes, pra variar, transformei em "o empinador" rsrsrs... - o que fez dele um grande livro para mim, foi me deixar sentir o que provavelmente aquelas pessoas sentiram em algum momento da história daquele país. Eu me transformei naqueles personagens, assim como me transformei nos “da menina que roubava livros” essa semana... Um livro bom, um texto bom, é aquele que me faz sair de mim mesma e me transformar em outra. Que invade minha percepção sensorial subjetiva e, conseqüentemente, transforma minha visão de mundo.

Chorei de soluçar com esse livro, porque mesmo sem ter nascido, vivi a Segunda Guerra Mundial essa semana sob os olhos da morte; uma mãe ríspida feito fel e com um coração de mel; um pai adotivo que tinha prata nos olhos e ouro no coração; um judeu foragido que tinha o dom de esmurrar os outros com socos e palavras - essas às vezes suaves; um garoto que queria ser negro e veloz numa Alemanha nazista e sonhava com um beijo; e de uma menina que tinha pesadelos, coragem e roubava livros. E entendi ainda mais profundamente que a guerra, a pior delas, é a que travamos conosco mesmos quando nos obrigam, ou querem nos obrigar, a sermos alguém que não somos. No meu caso entendi que é preferível morrer a viver vendo quem eu amo morrer sem fazer nada, sem ao menos lutar...

Me diz: um livro que faça isso não merece ser um best seller? Não é um grande livro? Ao mesmo tempo: não é essa uma das grandes questões da atualidade? O que somos versus o que determinam que sejamos? Como a mídia, se for feita com honestidade, pode deixar de lado um livro assim? Acho que, no fundo, temos de ter cuidado para ao se ser do contra, deixarmos passar coisas bacanas.

E não fale mal de “O meu pé de Laranja Lima!” O primeiro livro que li e amei! rsrsrs Foi ele quem me ensinou a amar livros; ele quem começou a me moldar no que sou. Tô explicada né? [:p] Matamos a charada da minha existência dramática!

Mas ai, agora fiquei com uma curiosidade Tavinho: o que é um grande livro para você? Um livro que merece honras e ser lido por todos... Não, não quero citações, quero descrições...

Beijo!

E você, o que faz um livro ser considerado um grande livro pra você?

31 de agosto de 2007

Preciso mudar pra Suécia, lá meu relógio biológico começa a ser respeitado! Eu sou uma pessoa do tipo B.
Ontem lendo O diário da Lulu me deparei com uma questão interessante que fala sobre os livros serem na maioria tristes. É que os alunos dela reclamaram que o estudo da literatura é chato e deprimente, pois lêem um livro depressivo atrás do outro.

É verdade.

O tom da imensa maioria dos livros é mesmo triste né? O que interessa a maior parte das pessoas é o amor ou o drama. Ai me ocorreu um motivo: é que a tristeza, ao contrário da alegria, é um veneno que precisa ser posto para fora nem que seja sob a forma de palavras. Se fica em nós nos envenena; com o tempo mata.

Já a alegria nos cura e sai de nós naturalmente, pois irradia. Não é preciso nenhum ato nesse sentido.

Conheço muita gente que quando está absolutamente feliz não consegue nem escrever no blog, mas nas tristezas é o primeiro recurso que lhe ocorre para começar a elaborá-la...

E por falar em livro triste terminei de ler "A menina que roubava livros" ontem e chorei de soluçar por muitos e muitos minutos... Lindo, lindo, lindo, mas triste...

E tão sincrônico...

30 de agosto de 2007

A vida nos traz lições. A minha atual é o desapego, especialmente o desapego de pessoas. Aquilo de as pessoas gostarem, curtirem, amarem até, mas não precisarem estar em contato constante. Não precisarem nem estar em contato de vez em quando. Eu te amo daqui, você me ama dai e tudo bem, cada um segue a sua vida.

Rapaz! Eu tenho uma dificuldade enorme com isso. Ou melhor: tinha. Como bem diz o Gui bastavam dois ou três dias de sumiço que já ia atrás de saber o que aconteceu. Entenda-se por sumiço, minimamente, eu não ver on-line, porque posso não falar, mas só de ver a pessoa ali, já deduzo que está tudo mais ou menos normal e fico sossegada.

Hoje não mais. E não é vingança não. Nem cansaço. É que tem de ser sabe? Um dia a gente tem de crescer e entender que na nossa vida a única constante somos nós mesmos. Os demais, todos os outros, são sempre transitórios e efêmeros. Alguns podem duram mais, porém todos temos uma data marcada para partir, ou para serem partidos.

Entendi que todos os amores são eternos, mas dizer "eu te amo" não.

Entendi até a efemeridade do amor virtual e como se dá o processo da separação: quem ama alguém que nunca viu e que um dia deixa de aparecer, ama como que a um software único que um dia deixou de funcionar, levando consigo todos os arquivos. Não é um programa capaz de ser recuperado, porém deixa no seu lugar um programa que jamais poderá ser desinstalado: a saudade.

A vida urge e eu preciso dizer adeus. Adeus a mim mesma. Adeus ao meu jeito apegado de amar. Hoje está sendo meu último dia. Amanhã eu acordo outra e ao mesmo tempo eu mesma, apenas com uma cicatriz a mais. Hoje com certeza dói. Amanhã talvez doa, mas é a tal dor nova que traz possibilidade de felicidade no bojo, sabe?

Tô precisada de felicidade maiores.
Ontem relembrei algo que não deveria esquecer nunca: a maioria das pessoas - eu inclusa - muitas vezes prefere um dor velha conhecida do que um sofrimento novo. Mesmo que este seja o único que traz em si a possibilidade de felicidade.

29 de agosto de 2007

Amor partido tem cura?

Alguém disse que é impossível recuperar um amor que se estilhaçou. Foi um choque ouvir isso. Ainda é um choque pensar que realmente seja impossível recuperar um amor que quebrou o pé no meio dos seus tropeços. Desconheço amor que não tropece, embora nem todo tropeço acabe em fratura...

28 de agosto de 2007

Algumas percepções acerca do fim de semana:

Na festa perfeita, uma das convidadas não tomou vinho porque o garçom não passou por ela. “Ela deve ter passado a festa inteira no banheiro então”, disse eu quando a aniversariante me contou, pois o serviço foi impecável e a comida e bebida absolutamente fartos. Depois pensando sobre o assunto me ocorreu que é pior né? A pessoa consegue ver o garçom ali, a alguns passos de onde está, e simplesmente não ir atrás do que deseja. Comodismo e fazer-se de vítima, geralmente se traduzem em ações simples assim.

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No P.S., mais precisamente no setor da radiografia, enquanto todos aguardavam, um fulano reclamava incessantemente da demora (que nem era tanta assim) utilizando-se, inclusive, de palavrões, na frente de crianças pequena. Precisei rezar uma hora para não o mandar calar a boca, pois é incrível como as pessoas se acham no direito de usarem o espaço comum para serem desagradáveis. Quando chamaram para entregar-lhe a radiografia, ele foi tirando aquele sarro desagradável e recebeu foi ordem de entrar novamente na sala e ficar quieto na hora de baterem a mesma, pois a sua radiografia não saiu. Há! Adivinha se ele não ficou quietinho esperando dessa vez.

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Não existe nada mais triste do que ver que alguém se tornou amargurada. Cheguei em casa e antes de dormir, rezei pedindo que Deus me permita passar pelos desabores da vida sem jamais perder a consciência de que o milagre faz parte dela. Que do mesmo jeito que tudo se desarruma de uma hora pra outra, também volta ao lugar do mesmo jeito.

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Tem gente que passa pela vida levando, sem aprender as lições necessárias, mesmo que a vida bata insistentemente na mesma tecla, de várias formas.

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A cada dia mais me convenço de que você determina a forma como a vida se mostra a você através da maneira como você se mostra a ela.

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Cadeiras estofadas para um P.S. não é algo legal, embora seja confortável. Voltei para casa cheia de sangue na roupa e não faço idéia de onde ele veio. Dedução lógica: das cadeiras que azul marinho da sala de espera do P.S. do Hospital do Mandaqui. Mas isso é um perigo: imagina se eu estou com alguma ferida aberta, ou mesmo com um corte e esperando socorro sento na cadeira que alguém também ferido sentou-se antes, mas que seja portador de alguma doença infecto-contagiosa... Sacou? Amanhã mesmo vou falar com a minha coordenadora para que ela fale com o pessoal do hospital de cima.

25 de agosto de 2007

Acho que o meu se antecipou, mas... Vejam que interessante:

Sol na casa 2, lua na casa 7
25/08 (hoje) às 13h01 a 28/08 às 3h52



Eis que a Lua torna-se quase cheia, transitando pela sétima casa do seu mapa astrológico, entre os dias 25/08 (hoje) às 13h01 e 28/08 às 3h52. Estes serão dias em que você, Marie, perceberá que suas questões práticas, sejam elas financeiras ou que envolvam a materialização de objetivos, dependerão mais dos outros. A Lua na sétima casa sugere que você estará emocionalmente dependente da ajuda de terceiros, que poderão facilitar as coisas para você. Ou dificultar, se você deixar que orgulhos tolos lhe impeçam de aceitar ajuda. Como o Sol e a Lua estão quase formando uma oposição, o ajuste necessário envolverá o dilema "o que eu quero e estabeleço enquanto prioridade" versus "o que o outro deseja e necessita neste momento".

24 de agosto de 2007

Um dia que nasceu pra dar errado, mas não deu...

Acordo e não consigo abrir completamente o olho direito. Penso: "danou-se!" Corro pro espelho e vejo lá que o rosto que tinha começado a desinchar ontem com a medicação anti-inflamatória dobrou de tamanho. Ligo para a dentista e ela pede pra eu estar lá na hora do almoço dela.

Preciso antes passar no banco para sacar uma grana, pois dei todos os meus trocados para a minha irmã ontem. Um amigo do meu irmão que aqui estava me deixa lá evitando que eu ande embaixo do sol forte. No caixa descubro que nenhum dos dois depósitos que deveriam ter entrado ontem na conta, foram feitos. Meu saldo não dá nem pra sacar R$10,00. Saio de lá e vou até o ponto de táxi do qual sempre me sirvo e peço a um dos motoristas que me ajude fazendo a gentileza de me levar até o dentista, mas permitindo que eu pague a corrida na semana que vem. Freguesa freqüente e antiga, ele topa.

No consultório, a menina que brinca no chão da recepção quando chego e sento na sala de espera, não consegue desgrudar os olhos do meu rosto. É, sei que estou meio impressionante.

Logo é minha vez e eu já sento na cadeira chorando. Estresse. A dentista avalia a situação, chama a assistente para que lhe prepare duas injeções e pede para que ela a ajude com o sugador. Eu penso: "Lá vem chumbo grosso"! Sinto a picada da anestesia ao mesmo tempo em que vou me dizendo: "fica calma, fica calma, você confia e acredita plenamente nela como profissional". Mas quando sinto a lancetada na bochecha qualquer possibilidade de auto-controle se esvai. Enquanto sinto apertarem a minha face, ao mesmo tempo que ouço o sugador fazendo um ruído semelhante ao de quem chupa o fundo de um copo de milkshake, as lágrimas correm aos grotões e minha respiração começa a acelerar. Sinal irrefutável que ela chegou: uma crise de ansiedade como há muito eu não fazia.

Começo a fazer sinal de que preciso sentar para respirar, mas ninguém consegue me entender até que começo a escorregar para baixo na cadeira fugindo de tudo. Elas param e eu sento-me. Minha respiração está a milhão, eu sei que vou hiper-ventilar, mas não consigo simplesmente respirar mais calmamente. Minha dentista me faz perguntas que me escuto respondendo claramente, mas nem ela e nem a assistente conseguem entender o que digo. Meu rosto começa a formigar e sei que se não conseguir parar de respirar o próximo ato vai ser desmaiar ali mesmo. Sinto a mão da minha dentista no meu ombro em movimentos circulares e escuto a sua voz dizendo: "calma, fica calma". Vejo a cara de espanto da assistente. Preciso parar com aquela hiper-ventilação a tempo e é então que tampo o nariz e a boca com as duas mãos e fico assim até que respirar se torne imperativo novamente.

Pronto. Consegui debelar a crise. Ainda choro, recebo um copo de água com açúcar, me recosto na cadeira e começo a pedir desculpas para a dentista que me explica que tinha de fazer isso, pois caso contrário eu faria um cisto que acabaria drenando pelo lado de fora, o do rosto. Eu sei, não é a primeira vez que me acontece isso tratando um dente, mas o pânico de dentista está sempre ali me sondando. "É a loucura da pessoa; é porque eu sou louca que faço isso, não por falta de confiança. E eu não quero fazer, eu tento não fazer, mas eu faço sabe? Loucura pura!" São as únicas coisas que consigo repetir. Volto a deitar para ela continuar drenando minha bochecha, mas agora as coisas correm mais tranqüilas. Depois dessa descarga adrenérgica sempre fico meio abobada...

Terminamos e ela me trás em casa, pois não confia que eu consiga sequer chamar o táxi. Eu agradeço.

Passei a tarde terminando de drenar meu rosto, com bochecho de Malvona e apertando mesmo e agora sei que saiu tudo e então vou começar a melhorar.

Mas eu agradeço sabe? Do fundo do meu coração agradeço que esse dia que tinha tudo pra dar errado tenha dado certo e eu esteja aqui em recuperação. Agradeço ao amigo do meu irmão que me deu carona; ao taxista que foi tão generoso; à minha dentista e a sua assistente pela competência e generosidade. À minha irmã que comprou meu remédio, à minha mãe que fez sopinha para me esperar e a Deus, porque tudo poderia ter dado errado, mas não deu. Agradeço também às duas pessoas que não cumpriram o que combinaram comigo, pois assim pude ter uma prova concreta que nesse mundo, o que mais vale é a generosidade.

23 de agosto de 2007

Acabei de ler um post sobre salões de beleza cheio de mulheres fofocantes, barulhentas e pensei: "mas que diacho é isso? Todo salão de mulher parece clichê? O meu é tão silencioso"...

Ai parei para buscar na memória e me toquei que não, os dois a que vou: um mais longe pra cortar e uma mais perto pra uma escova basicazinha em dia de festa, são mesmo uma muvuca de mulheres e etc... Mas eu e minha capacidade de me isolar da realidade circundante quando me convém nos mantemos imbatíveis!

Ou seja, só registro o que me interessa.

22 de agosto de 2007

Passada a minha náusea, posso me explicar. Rapaz, quando leio as críticas ao movimento "cansei" fico tão embasbacada que nem sei. Porque não consigo deixar de ouvir aquela premissa antiqüíssima da igreja nas entrelinhas que diz: "os ricos nunca vão para o céu, pois os ricos são maus, os ricos sempre exploram os pobres".

E a coisa é tão arraigada que mesmo quem não tem religião, vai professando essas máximas de um jeito ou de outro. Mesmo quem tem a vida boa e garantida por trabalhar num empresa de rico que paga seus salários direitinho, dá uma série de benefícios e o trata com decência você vê agindo assim.

Mas a coisa é pior né? Porque é um preconceito engessante, que impede o crescimento, o aprimoramento moral, mas ninguém se toca disso. Qualquer tentativa de mudança é rechaçada. Rico não pode reclamar quando a água chega-lhe ao nariz, uma vez que vive num mundo de privilégios. Numa tomada de consciência, o Rico não pode nunca se doer porque a água chega nos narizes alheios também, pois quem tem privilégios não pode incomodar-se simplesmente, com nada! Tem de sempre ver a miséria e torcer o nariz, no máximo fazer doações ou, na sublimação suprema, ser politicamente correto e fazer trabalho voluntário. Ir pra ruas fazer passeata em seus carrões, celulares e roupas de marca? Não! Jamais! Vira piada.

Rico não tem consciência política, social e moral e nem chances de desenvolvê-la se depender do pobre. Simplesmente por que não. Ou porque o pobre não terá mais a quem culpar pela própria miséria, não terá de quem se sentir expropriado. Mesmo que ainda reste a classe dos políticos, no caso do Brasil...

Marx morreu; o comunismo naufragou no mundo; o socialismo resiste em alguns poucos países, e no entanto o pequeno comuna dentro de nós continua impávido agitando a bandeira da intolerância e preconceito. Rico para ter respeito tem de travestir-se de pobre, mesmo o pobre querendo ter tudo o que o rico tem... Não é hipocrisia demais?

Afff... Como me cansa isso de gente que cospe discurso sem nunca parar pra pensar nas coisas de verdade, ali com seus próprios botões até conseguir ver que está sendo tão vaquinha de presépio atendendo ao sistema, quanto aqueles que faz questão de criticar.

Se a elite não sabe se manifestar, porque não ensinar? Porque não fazer uso da força de indignação deles - e porque não dos recursos que eles podem disponibilizar - que ainda não está entorpecida como a dos demais e num impulso unir forças e chegarmos mais longe? Não, é simplesmente mais cômodo rir e criticar, assim a gente inconscientemente garante que tudo continue como está.

21 de agosto de 2007

O que dana esse mundo são os "rótulos". Impressionante ver como o mundo andou o que andou, mas que as pessoas ainda se prendem a rotular coisas, situações e indivíduos só validando fatos se estes atendem a condições pré-concebidas... Impressiona mais porque você vê pessoas que se consideram e se vendem como cultas, modernas e à favor da diversidade pregando a mesmice e o preconceito de uma forma tão sutil que me dá até náuseas ao ler...

"O pior cego é aquele que não quer ver"; a si mesmo principalmente, completaria eu...

20 de agosto de 2007

Eu aumentei o tempo da minha caminhada. Ao invés de andar uma hora por dia, passei a andar duas e isso porque percebi que andar onde ando sem aproveitar as maravilhas do lugar para respirar, alongar, energizar-se é uma bobagem.

E ai hoje encontrei uma das minhas "borboletas" por lá e ela andou comigo um tempo, mas com tanto medo dos freqüentadores - sim, rola uns maconheiros por lá e um pequeno tráfico - que acabou me deixando pensativa sobre se ela aproveita realmente o lugar e o estar ali, mesmo que diga que sim.

Depois que nos separamos comecei a prestar mais atenção nos freqüentadores e acabei concluindo que, ao menos dos que vi, as pessoas andam e correm por ali indiferentes à natureza a sua volta. Geralmente estão com expressão de quem está perdido em si mesmo e querendo aperfeiçoar o corpo. Porém a verdade não é que é só lá que as pessoas têm essa expressão, é em qualquer lugar. Apesar de andarem, de se moverem, acho que muito pouca gente é capaz de dizer se no seu trajeto tem uma casa com jardim e ainda se nesse jardim tem uma roseira dando flores.

Foi assim que a expressão passar pela vida ganhou um significado concreto hoje. E então reafirmei uma coisa que já decidi há um tempo atrás: eu quero viver, estar realmente em contato comigo e com o universo a minha volta. Prestar atenção nas coisas, pessoas, ver as sensações que elas me trazem... Não quero passar pela vida apenas; isso é muito triste.

E é um aprendizado. Eu até me assusto com algumas coisas. Por exemplo: hoje estava lá caminhando e agradecendo pelo meu corpo, por ele ser perfeito, mesmo tendo sobre-peso e por me possibilitar tanto. Lembro que estava especificamente agradecendo pelas minhas mãos e o que elas produzem de bom para mim e para os outros, que estava mexendo numa com a outra. Porém não faço idéia de como estava a minha expressão, embora soubesse que estava sorrindo, uma vez que estava me sentindo muitíssimo bem. Foi ai que cruzei com um homem que ao olhar pra minha cara estancou e sorriu, mas de um jeito diferente sabe? Como se aquilo que eu estivesse sentido tivesse atingido em cheio o seu campo energético o obrigando a parar. Pareceu que ele ia falar comigo, mas como demonstrei que me assustei, ele nada disse e eu segui em frente.

E isso me fez pensar no quão poderosa é a energia da gratidão. É claro que ainda vou precisar experimentar isso de outras formas, mas o primeiro capítulo da lição ficou registrado...

19 de agosto de 2007

Alguém disse ao meu primo Caio de 9, quase 10, anos que ele não deveria mentir para as mulheres. Foi assim que ele decidiu ser sincero para com todas as mulheres da sua vida e chegou à conclusão que a sinceridade é dolorida.

Chegou para a namorada e disse que ela era feia. Levou um tapa na cara.
Chegou para a primeira amante e disse que tinha outra. Levou outro tapa na cara.
Chegou para a seguinte e também disse que tinha outra. Levou mais um tapa na cara.
Chegou para a quarta e mais uma vez confessou ter outra. Adivinha se mais um vez não levou um tapaço.. Na cara é claro!
Mas ele estava determinado a seguir sendo sincero e pela quinta vez confessou ter outra. Batata! levou o quinto tapa na cara.
Era a vez da sexta e última da lista. Abriu a caixinha da sinceridade de novo e confessou ter outra. Só que dessa vez não levou nenhum tapa na cara! Disse que finalmente ficou esperto e agachou na hora H.


Hahahahahahahahahahahahahaha...

Só podia ser um homem da minha família!!!
Porque uma coisa é fato: você cresce aprendendo o que é "certo" e "errado" e muitas vezes toma decisões baseados nesses conceitos morais que ouviu desde sempre e acha que está fazendo a coisa certa. Mas será que o certo é certo mesmo, mesmo quando as conseqüências daquela decisão é boa pros outros, mas não para você?

Me questiono sobre isso por que não me parece que o certo devesse causar conseqüências negativas na sua vida. Não, não dá pra viver pensando que tudo poderia ser pior, que talvez aquela decisão tenha amenizado as coisas pro seu lado num nível mais cósmico, digamos.

No fim das contas vai-se criando um certo ressentimento e você chega à conclusão que é sempre errado evitar que alguém cometa uma burrada, mesmo que a pessoa te peça ajuda. Mas sei que na verdade o que falta é colocar limite na ajuda que se está oferecendo. Por que tem gente que simplesmente não tem parâmetros. Não sabe o que é uso e o que é abuso.

O ruim é que eu sou meio radical nessas coisas e dificilmente me vejo caindo noutra dessas sabe? Mais fácil me ver fazer ouvidos de mercador se houver uma próxima vez (toc,toc,toc, batendo na madeira três vezes!!!), simplesmente por que acredito que tem coisas ligadas à boa educação e noção temporo-espacial que as pessoas deveriam saber e ponto.
Às vezes não é fácil. Às vezes é até mesmo muito difícil e tenho de usar MUITO auto-controle para não fazer um barraco homérico. Daqueles que poucas vezes fiz na vida, mas quando fiz ficou gravado na memória de quem viu. Então, mesmo quando o ar está escasso, o peito arfante por conta da respiração ofegante, eu consigo respirar bem fundo e dar um sorriso plácido.

Tudo na vida tem um fim. Tudo. E esse não pode estar muito longe agora, mesmo que as pessoas ajam como se as situações fossem eternas.

17 de agosto de 2007

Britain's Got Talent

Reparem na mudança de atitude do Simon quando o guri começa a dançar...

Britain's Got Talent- Connie

E é tão bom ver quando o Simon se engana no julgamento...

Paul Potts singing Opera

E eu queria tanto ver essa versão do American idol britânico, será que a Sony já passou?

Pra quem não entende inglês: esse é um candidato na seletiva que vai para cantar ópera e que por conta da aparência é um tanto desacreditado pelos juízes, mas quando abre a boca e canta...

Ele foi o vencedor do programa!