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Palavras
Meu universo é feito de palavras.
Gosto de receber palavras bonitas tanto quanto qualquer pessoa. Um “eu te amo”, um poema feito em minha intenção, ouvir que sou o porto seguro de alguém me tocam profundamente e me fazem sorrir, chorar, sonhar, amar...
Porém não gosto de palavras vazias. Palavras têm de vir recheadas de atitudes condizentes com os seus significados.
Tenho pelas palavras o mesmo respeito que tenho pelas pessoas e respeito as pessoas pelo uso que fazem da própria palavra.
Acredito na igualdade de direito às palavras. Se as uso para ofender, qualquer um também pode fazê-lo.
Palavras constroem e destroem; sobretudo relações.
Nunca me omito em relação às palavras que profiro e não entendo quem o faz. Por conta disso, também não entendo quem dá à própria palavra importância diferente a que dá à palavra alheia. Quem espera que tudo o que diz seja relevado, enquanto que o que o outro diz é sempre levado a ferro e fogo.
Palavras fazem nascer, acalentam ou matam um amor.
Palavras podem ser perdoadas, mas jamais são esquecidas. Ficam em nós como marcas que se faz no gado.
Palavras seduzem e enganam tanto quanto libertam e fazem amadurecer.
Palavras fazem falta em determinados momentos; em outros, sobram.
Palavras traem ao outro e a nós mesmos quando revelam o que se quer esconder.
Palavras explicam e confundem...
Palavras nutrem e matam de fome...
Palavras causam dor e arrependimento...
Palavras que são ditas não podem ser engolidas; há quem queira editá-las e, no entanto, geralmente, só o que se consegue é complicá-las.
Minhas palavras precisam vir à tona ou então animarão meus vulcões internos até que estes entrem em erupção espalhando lavras que, às vezes, escapando de mim, queimam o outro.
Eu só me entendo quando me visto de palavras.