27 de novembro de 2010

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Palavras


Meu universo é feito de palavras.

Gosto de receber palavras bonitas tanto quanto qualquer pessoa. Um “eu te amo”, um poema feito em minha intenção, ouvir que sou o porto seguro de alguém me tocam profundamente e me fazem sorrir, chorar, sonhar, amar...

Porém não gosto de palavras vazias. Palavras têm de vir recheadas de atitudes condizentes com os seus significados.

Tenho pelas palavras o mesmo respeito que tenho pelas pessoas e respeito as pessoas pelo uso que fazem da própria palavra.

Acredito na igualdade de direito às palavras. Se as uso para ofender, qualquer um também pode fazê-lo.

Palavras constroem e destroem; sobretudo relações.

Nunca me omito em relação às palavras que profiro e não entendo quem o faz. Por conta disso, também não entendo quem dá à própria palavra importância diferente a que dá à palavra alheia. Quem espera que tudo o que diz seja relevado, enquanto que o que o outro diz é sempre levado a ferro e fogo.

Palavras fazem nascer, acalentam ou matam um amor.

Palavras podem ser perdoadas, mas jamais são esquecidas. Ficam em nós como marcas que se faz no gado.

Palavras seduzem e enganam tanto quanto libertam e fazem amadurecer.

Palavras fazem falta em determinados momentos; em outros, sobram.

Palavras traem ao outro e a nós mesmos quando revelam o que se quer esconder.

Palavras explicam e confundem...

Palavras nutrem e matam de fome...

Palavras causam dor e arrependimento...

Palavras que são ditas não podem ser engolidas; há quem queira editá-las e, no entanto, geralmente, só o que se consegue é complicá-las.

Minhas palavras precisam vir à tona ou então animarão meus vulcões internos até que estes entrem em erupção espalhando lavras que, às vezes, escapando de mim, queimam o outro.

Eu só me entendo quando me visto de palavras.