6 de janeiro de 2011

O dia de ontem me ensinou algumas lições que eu gostaria de não esquecer:

1) As pessoas dão valores diferentes de mim ao significado de família e amizade. Vi isso acontecer por duas vezes no dia de ontem com pessoas diferentes. Isso não é bom ou ruim, é apenas diferente. Porém implica em que eu não confie nessas pessoas justamente em decorrência dessa diferença que cria na minha vida situações com as quais não quero lidar. Parece lógico né? Porém nunca havia me dado conta que essa é a fonte da desconfiança e que eu não sou desconfiada justamente por me cercar de pessoas que têm os mesmos valores que eu em alguns setores que considero essenciais: quem é sua família e quem são seus amigos?

Tenho família e tenho amigos; e tenho amigos que são minha família. Quando esses dois se juntam numa categoria é como se fosse o laureamento do amor e confiança que nutrimos mutuamente. E eu não espero que essas pessoas não me magoem, ou que eu não as magoe; ou que a gente não vá perder o pé uma vez ou outra mutuamente. Mas espero que elas sempre venham até mim com sinceridade e honestidade. Que seja comigo que resolvam as questões que têm comigo.

E eu sei que para uma pessoa, ao menos, estou nessa mesma categoria: Guilherme Bracco. Porém não espero que num momento em que eu precise dele, e aos irmãos, sobrinhos ou os pais, a avó, uma tia e até mesmo um primo precisem dele, ele vá me escolher a eles. A família vem antes. E na minha cabeça, pelos meus valores, tem de ser assim, porque se não o fosse não haveria sentido em se chamar família. E acredito que ele pense e sinta da mesma forma.

2) Algumas pessoas não se permitem serem cuidadas. Não importa o que você faça, elas não deixam e quando você simplesmente impõe o que quer em nome de cuidar, elas se sentem ofendidas, deixadas de lado, não vistas. Ou seja: não cuidadas. Portanto, inexiste alternativa e o melhor é deixá-las a si mesmas, pois caso contrário, só conseguem se sentir bem quando levaram até a última gota de você.

Antes eu achava que apenas os vitimistas eram assim. E o são porque, né? Se receberem o que precisam, deixam de ter motivo para se sentirem vítimas.

No entanto os que têm síndrome de herói também o são. Simplesmente porque se receberem ajuda, cuidados, deixarão de se sacrificar pelos outros, portanto, de se verem como estoicos, e acreditam que os outros deixarão de vê-los como heroicos..

Eu não compactuo com isso. Sou extremamente grata e reconhecida por cada ajuda que recebo, por cada mimo que me fazem - e reconheço que 99% das vezes me permito ser mimada pelos outros, mesmo; uma vez que precisar, p-r-e-c-i-s-a-r do que me oferecem eu não preciso, mas facilita tanto a minha vida que aceito de bom grado e muito feliz. Entretanto não me defino por isso e muito menos me escravizo a isso.

Principalmente porque quando de verdade eu mais preciso do que me oferecem, não tenho ninguém para dar. E não, não considero isso uma injustiça, ou qualquer coisa de negativo. Mas antes um lembrete de Deus para que eu nunca, jamais e em tempo algum me esqueça que sou grande e forte o suficiente para cuidar de mim mesma, ainda que acredite que não vou dar conta.

O mimo tem esse lado ao qual devemos permanecer atentos: ele nos enfraquece na medida em que nos faz duvidar da nossa potência com o passar do tempo.

3) Tem coisas que a gente pensa, mas não fala. MESMO. NUNCA. Pra ninguém e em circunstância nenhuma, pois é sempre e apenas desagradável e desnecessário. E fazem com que, pela insistência na recorrência, as pessoas troquem o afeto que sentem por tolerância. E essa nunca é uma boa troca, pois se o amor não acaba, a paciência sim.

4) Descobri perto de mim uma pessoa que é, ao menos num aspecto, exatamente como quero ser: alguém que é servida pelo dinheiro e não se escraviza a ele. Que o usa para satisfazer suas vontades, não importando se isso implica em dispender dinheiro. É sempre um investimento em si mesma e no seu bem estar. E fiquei tão, tão feliz! Porque é muito mais fácil se chegar a um lugar quando você encontra alguém que já abriu uma trilha energética até ele!