21 de maio de 2010

O Universo só nos protege e apoia quando fazemos o nosso melhor

A última aula que dei no CRI era pra ser sobre meditação, porém acabou sendo sobre fazer o nosso melhor e como a vida responde positivamente a isso.

Não é fácil de entender, mas com boa vontade é possível. Quem fala muito bem dessa Lei Universal é o Gasparetto e entenda por “falar muito bem”, explicar de uma forma compreensível e com exemplos que te fazem pensar muito a respeito e seguir adiante.

Acho que todos concordam que a vida, Deus, não seria muito justo se nos colocasse nesse caminho de aprendizado e nos punisse por cada erro que cometêssemos, não é mesmo? Nós mesmos, com toda nossa imperfeição, não castigamos as crianças que nos foram dadas a educar quando elas estão aprendendo a fazer algo. Quer dizer, os mais lúcidos entre nós não fazem isso. Afinal, aprender implica em errar até que se pegue o jeito da coisa; de qualquer coisa.

O Universo também não nos castiga pelos erros que cometemos, quando esses são erros de aprendizagem, ou seja: eu imagino que algo funcione assim e então vou fazer dessa forma para ver se chego ou não ao resultado esperado. Se não chegar, se não for a maneira “certa”, o Universo não vai me punir, pois estou em processo de aprendizagem.

Vale aqui ressaltar e frisar que “certo” e “errado” quando usados por mim e por muitos autores da L.A. e pensamento promissor só existem no contexto de “certo, para mim; funciona para mim, é concordante com o meu modo de ser”. Não tem absolutamente nada a ver com as regras que recitam nas nossas cabeças e gravam em nós desde que nascemos e que acabam responsáveis por todo o fracasso e insucesso que temos na vida e mais: pelo eterno sentimento de inadequação, de não sermos suficientemente bons, pois aquilo não funciona conosco por mais que tentemos e nos dediquemos.

Claro que essas regras acabam funcionando para um certo número de pessoas. Qualquer um aqui é capaz de citar algumas pessoas do seu convívio que vivem de acordo com elas e são bem sucedidos. Porém isso acontece só porque estas regras são verdadeiramente representantes do que aquelas pessoas são e sentem. É algo praticamente natural nelas.

Se seguirmos observando as pessoas do nosso convívio, veremos que muito mais gente é infeliz por não conseguir sucesso com elas, apesar de seguí-las com afinco e isso ocorre porque estas não representam quem aquelas pessoas são em verdade. E o mais importante aqui é o efeito negativo que isso tem na nossa auto-estima, simplesmente porque não conseguimos pensar que as regras não servem para a gente e sim que nós é que não servimos para nada. É claro que isso também é fruto de um aprendizado cultural que nos ensina a sempre nos sentirmos inadequados, incompetentes e a nos nivelarmos por baixo. Acabamos pessoas incapazes de pensar que as regras é que não funcionam e não nós.

Quando estamos fazendo as coisas concordantes com quem somos, com a nossa forma de ver e sentir a vida, o Universo nos apóia e facilita o caminho incondicionalmente. E é aqui que fica difícil entendermos o que é “sermos apoiados incondicionalmente pelo Universo quando estamos fazendo o nosso melhor”, principalmente porque, muitas vezes, aquele bandido que deu um tiro e matou uma pessoa que amamos muito, estava fazendo o melhor dele e recebeu o apoio do Universo, por isso escapou de ser punido.

Foda, eu sei. Dolorido por demais; revoltante até, mas ó: Leis Universais são, conforme o nome mesmo explicita, Leis que servem a todos indistintamente. Nada, absolutamente nada, nem ninguém, escapa a elas. Nem Cristo, nem os santos mais santos, nem presidentes, reis, assassinos ou médicos. Você foi contra a Lei de fazer o seu melhor, você sai da proteção do Divino e se dana por completo.

E é por isso que vemos tanta gente que consideramos ruins, do mal, se dando tão bem na vida. Porque dentro do processo evolutivo deles, estão fazendo o melhor que sabem. E aqui vale uma enorme ressalva: fazer o melhor que se sabe não significa fazer o melhor que ouvimos falar. Saber implica numa concordância entre o que pensamos e o que sentimos como resultado do que aprendemos vivendo, passando pelas situações e absorvendo-as. Não é de ouvir, falar, não é de ler sobre. É de viver, sentir aquilo como verdade dentro do nosso coração e em cada fibra do nosso ser.

E como é que esse aprendizado se processa no final das contas?

O exemplo mais simples que tenho para explicar isso é mais ou menos o mesmo que o Gasparetto usa: o da ofensa recebida. Alguém chega e te diz um monte de desaforos e, sendo verdade ou não, o único impulso que você tem para se defender da agressão contida na forma como as coisas foram ditas é lascar um tapa na cara da pessoa. E ao fazer isso, você se realizou. Sentiu-se reparada; sentiu que estava cuidando de você mesmo e até percebeu que algumas coisas que andavam emperradas na sua vida voltaram a fluir. Foi a primeira vez que você reagiu, sabe? Antes as pessoas te falavam o que queriam e você engolia aquilo seco, arranhando pela garganta e se matando de úlcera no estômago de tanta raiva. Você tinha vontade de reagir, mas se continha, porque né? “O que é que vão pensar/dizer de mim”? Não era uma reação natural do seu espírito, era uma contenção por medo, ou seja, não era um aprendizado, mas um condicionamento. O dia em que você realmente fez o que desejava, a vida o apoiou, pois você finalmente estava se dispondo a parar de representar e a começar a viver, portanto, a aprender.

E foi assim dali para frente: qualquer agressão sofrida você ia lá e ou batia de volta, ou também falava um monte. E sua vida fluindo maravilhosamente bem. Até aquela(e) namorada(o) gostosona(ão) que você sempre sonhou, chegou e babava por você matando de inveja todos os seus amigos.

Só que né? Tudo nessa vida cansa. E um dia, depois de mais um barraco daqueles, sentindo no seu corpo o esgotamento resultante de ter saído de si e despendido tanta energia, você se perguntou se não tinha outra forma de resolver aquelas questões. Sei lá, não ligar e deixar a pessoa falando sozinha? Ou tentar conversar educadamente expondo seu ponto de vista sem ter que partir para a agressão física ou verbal. Até mesmo evitar aquela pessoa ou situação... Você estava tão cansado de sempre estar metido em confusões... Se lembra de que algumas vezes sentiu vontade de fazer diferente, aquela mesma vontade que sente agora, mas que ao contrário das outras vezes, não a deixou passar, resolveu dar-lhe importância e realmente parar para se questionar e pensar a respeito. E você então se decide a tentar ser diferente, pois sabe, e sabe por que percebe claramente observando à sua volta, que outras pessoas passam pelas mesmas situações e as resolvem de outra maneira e sem se desgastarem tanto.

Mas eis que lá vem uma pessoa e mais uma vez diz todos os desaforos possíveis e imagináveis e você vai lá e ploft! Tasca a mão na cara dela, de novo. Só que dessa vez você acaba preso e respondendo processo por agressão física, o que não aconteceu em nenhuma das vezes anteriores e você sequer consegue imaginar o porque, uma vez que sempre foi crime, mas nunca ninguém deu queixa de você!

O que deu errado dessa vez? Simples: não estava mais no seu melhor. No momento em que você aventou outra possibilidade de reação, demonstrou maturidade e preparo para dar mais um passo no seu processo evolutivo, porém não o fez. Ai se colocou fora da Lei que diz que o Universo nos protege de tudo e qualquer coisa quando estamos fazendo o nosso melhor, ou seja: explorando as nossas potencialidades, habilidades e desenvolvendo-as. E a resposta do Universo é provocar situações que te levem ao desenvolvimento, pela dor, mas que nos entendemos como castigo e punição.

Costumamos dizer que um dia a casa cai e realmente isso tende a acontecer, mas não porque a pessoa foi pega pela justiça dos homens e sim porque ela se recusou a evoluir quando estava apta a e a vida lhe ofereceu uma oportunidade. Quando entendemos a “Lei de fazer o nosso melhor” entendemos que a vida não é injusta, apenas dá a cada um conforme as suas obras.

E não adianta choramingar, se revoltar, barganhar, rezar, fazer promessa ou penitência. O Universo só irá apoiar-nos quando estivermos fazendo o melhor que podemos em relação a todos os aspectos da nossa vida. Pois também tem isso né? A evolução pessoal não é um processo linear. Existem aspectos nos quais somos mais evoluídos e outros nos quais somos mais involuídos e em cada qual devemos estar atentos ao nosso melhor.

Mas como saber por onde seguir se estamos tão acostumados às regras? Mais uma vez: ouvindo o que diz o nosso coração.

Ele é o instrumento incorruptível que Deus fez para poder se comunicar conosco de forma segura. Um coração não se engana, não se ilude. Ele pode ser abafado e dominado por uma mente altamente envolvida por um ego, porém, ele sempre está ali, pronto a dizer a verdade a quem se dispõe a escutá-lo. Quantas vezes quando você se deu mal, não disse a si mesmo que se tivesse seguido o que o seu coração lhe dizia teria chegado a um final diferente? Inúmeras, não é mesmo? E é só essa a comprovação que você precisa para saber que o que estou dizendo nesse texto não é ilusão e nem achismo. Você sempre soube do que aqui explico com o mais profundo do seu ser. Você apenas se deixou levar pelo falar incessante da mente, do ego. Porém creio eu que se você chegou até este blog e até o final deste texto é porque sua alma, seu coração quer que você comece a viver a sua vida de forma mais livre e feliz. Que tal se dispor a pelo menos tentar?

Beijo grande e um excelente fim de semana a todos!

13 de maio de 2010

Gratidão, perdão e outros pontos.



A gratidão não é conformismo. Ser grato pelo que se tem não implica em não querer seguir em frente desejando coisas diferentes das que já possuímos, ou mais coisas. Ser grato é ser movido, não pela ganância, mas pela consciência de que existem outras experiências a serem vividas e que seu espírito está aqui justamente para isso: descobrir, experimentar, aprender.

Antes, quando eu pensava em gratidão, automaticamente me remetia a resignação. Resignação... Eis uma das palavras que sempre me causou repulsa. Principalmente por me lembrar de conformismo, ou seja, de que devemos aceitar as coisas como elas são, como se não pudéssemos fazer nada para mudar algo que nos desagrada. Muitos de nós aprendemos que para ser gratos pelo que temos, devemos, principalmente, nos resignar diante da vontade de Deus. E não é essa a desculpa que muitos usam para seguir sem mudar a si mesmos e às suas vidas?

Isso eu escrevi quando estava montando a aula de gratidão para o grupo do CRI. Depois da aula dada, sento para escrever sobre o que aconteceu nela, uma vez que muitos conceitos são fechados durante a sua ocorrência e o que começo a escrever é isso:

A resignação não é conformismo, pois não implica em aceitar uma situação sem desejar modificá-la para melhor. Não há nada de espiritual no conformismo. Resignação é aceitação para se efetuar a mudança necessária.

Ou seja, você se encontra diante de algo que reconhece ser o que não deseja e tem vontade de mudá-lo. Você pode aceitar a situação e resolver-se por transformar tudo na paz, através da resignação, ou você pode se revoltar. A revolta também nos leva a modificar uma situação, no entanto, o seu percurso é completamente diferente.

Na revolta você rompe com a sua capacidade de acessar Deus para que Ele te inspire e te mande os instrumentos que facilitarão o seu caminho. Sem essa inspiração, contando apenas com os seus parcos recursos, você acaba errando muito e tendo que refazer o percurso diversas vezes. Na verdade, você só vai conseguir aprender quando se resignar para mudar.

Na resignação você aceita o desafio e se dispõe a usar todo o seu repertório em favor de si mesmo. Há mesmo um contentamento durante o processo, uma vez que ele se dá através da utilização, aprimoramento e até mesmo da descoberta de habilidades que você nem sabia possuir.

A resignação traz muito de realização -> aceitação mediante a compreensão da necessidade de um empenho consciente para se atingir um objetivo.

E é necessária à gratidão por se opor ao estado de revolta, uma vez que a quem se revolta é impossível sentir gratidão pelas oportunidades que o desafio posto nos oferece.

Voltando para o texto que escrevia antes de dar o grupo, escrevi que uma das coisas que mais tem o poder de me acalmar hoje em dia é justamente a gratidão por todas as coisas que possuo na minha vida.

Quando estou num surto de ‘falta alguma coisa em minha vida’ chega a ser “engraçado”, mas em algum momento da minha oração vai surgir no meu peito um “quentinho” que sei ser gratidão. E, no entanto, essa foi uma conquista que fiz ao, no começo, e acatando a sugestão de diversos autores, listar as coisas pelas quais eu posso ser grata no meu dia-a-dia:

- meu corpo; minha saúde; ser saudável mesmo sendo obesa quando tanta gente é magra e não tem saúde; a casa onde moro e tudo o que existe nela: chuveiro, eletricidade, privada com descarga, água saindo das torneiras, geladeira, fogão, máquina de lavar roupa, televisões, cama, colchão, roupas, sapatos, cremes, perfumes, bijuterias, esmaltes, livros, CDs, quadros, computador, telefones e etc., etc. e etc.

Hoje tratamos essas coisas como se sempre tivessem existido no cotidiano das pessoas, porém isso não é verdade. Só de uns 60 anos para cá é que elas se tornaram um hábito que facilitou nossas vidas e nos dão mais tempo para cuidarmos dos assuntos mais espirituais.

Alguém se lembra de agradecer, por exemplo, por não precisar mais caçar ou matar para comer? Por termos os produtos facinhos ali nos supermercados sem termos de plantar, esperar crescer e colher para podermos matar a vontade de algo?

Sei que muitos adoram ser saudosista e achar que antes a vida era melhor, mas acho que cada época traz desafios que vão servir para aprimorar as habilidades que temos latentes. E na nossa época esse desafio parece ser educar nossa mente e sentimentos a fim de que retomemos a conexão mais profunda com Deus.

Houve um tempo onde o espírito gastava muito tempo em tarefas que tinham por finalidade garantir a subsistência do corpo material no planeta. Nós passamos séculos treinando as habilidades de produção. Fomos da elaboração das hortas, da criação do gado à industrialização; agora nosso treino de habilidades nos leva a mexer nas estruturas das coisas: genes, átomos e partículas subatômicas, assim como pensamentos e emoções. Percebem? Tudo o que não podemos ver a olho nu, mas sabemos que existe e dão condição à materialização dos desejos.

O tempo, aquele que o relógio tenta marcar, também se modificou em relação muito íntima com essas transformações. Enquanto estávamos treinando habilidades que exigiam esperar o “tempo das coisas”, as horas e anos passavam mais lentamente. Agora nossas habilidades nos levam a mexer com o “imponderável”, o invisível, o pensamento. Treinamos modificar a realidade e a nós mesmo pela ação da nossa vontade e o mundo passou a girar na velocidade dos nossos pensamentos.

Essa é uma alteração tão real e verdadeira que estudos comprovam que o tempo que a Terra leva para girar sobre seu eixo diminuiu depois dos terremotos do Chile e Haiti. E essa é uma mudança prevista na evolução do planeta e nós, seres que o habitamos, somos parte disso e sentimos isso.

E é por isso que resignar-se faz parte da gratidão: por ser uma ferramenta que nos leva a aceitar o desafio e colocar nossas habilidades para funcionar. Nossa inteligência e criatividade são desafiadas pela vida e, justo por conta disso, se expandem e é por isso que nas adversidades, naquilo que nos desagrada e até mesmo fere, temos espaço para ser gratos.

As dificuldades são um desafio para o aprimoramento e não para a queixa. Se a vida te coloca diante de um desafio é por saber que você tem recursos que podem te ajudar a superá-lo. Pode ser que eles ainda sejam pequenos no começo e até mesmo que você não reconheça que os possui, mas se assim não o fosse, a vida não teria te colocado naquela situação.

Dito isso, posso seguir adiante com a gratidão e dizer que ela é o segundo instrumento de "limpeza" para que novas coisas possam nascer em nós e assim mudarmos nossa vida.

E é aqui que vou cumprir a promessa que fiz em algum e-mail, dizendo o que aprendi sobre o "difícil". Interessante é contar que embora eu tivesse me proposto a isso e até escrito o título no meu caderno, eu realmente não fazia ideia do que ia dizer até que no grupo os idosos começaram a dizer o quanto é difícil perdoar.

Pedi a todos que pegassem seus caderninhos e canetas – é, agora eles levam cadernos e canetas, pois consideram o que eu ensino muito importante a ponto de ser anotado pra não ser esquecido – e lasquei:

- De hoje em diante fica proibido dizer, aqui no grupo "mente aberta", que algo é difícil. Quando quisermos falar isso a gente vai trocar a palavra difícil pela seguinte frase: não tenho uma vontade forte o suficiente para superar esse obstáculo. O difícil não existe gente. O que existe é uma vontade fraca diante de algo. O dia que sua vontade for forte o suficiente em relação a qualquer coisa, ela vai realizar aquela coisa.

E não é verdade? Quantas e quantas coisas na sua vida você achou difícil quando olhou a primeira vez, até mesmo impossível e fora do seu alcance, porém teve uma vontade tão grande de fazer aquilo que mexeu daqui, fuçou dali, modificou acolá e quando deu por si, estava realizado e usufruindo da coisa?

Então, quando você acha perdoar difícil é sua vontade de se libertar daquela situação e/ou pessoa que está pequena, fraca.

O "não perdão" é uma forma de resistência do ego, pois é ele quem nos faz pensar que a outra pessoa nos tirou algo, nos lesou. Vem dele essa sensação e não da alma, pois a alma sabe que ninguém pode nos tirar algo a não ser nós mesmos. E isso é algo que já foi dito por diversos autores, espirituais ou não.

O que percebi enquanto dava o grupo é que a gratidão é uma ferramenta para afrouxar a resistência e abrir espaço para que o perdão possa ocorrer. E que ela faz isso quando nos convida a olhar uma mesma situação sob um novo prisma, com novas lentes que lhe dão cores diferentes e não, como é jargão dizer: com lentes cor-de-rosa. Apenas nos convida a tentar olhar uma mesma situação não pelo que aquilo está nos tirando, mas pelo que está nos propiciando.

No entanto, não peguemos o touro a unha. Quando nos depararmos com uma situação “difícil” de perdoar, não tentemos de cara ver o que tem de positivo ali, pois se isso realmente fosse possível a gente nem estaria tendo que gastar um tempo praticando o perdão, não é mesmo minha gente? Comecemos simplesmente a nos focar em todas as demais coisas na nossa vida pelas quais podemos ser gratos. Nas pequenas coisas, nas mais simples. Quando a gratidão tiver feito seu trabalho, naturalmente reconheceremos o que temos, naquela determinada situação, para sermos gratos e seremos.

O Seth diz no livro “Seth fala” que todas as coisas, todas as partículas que compõe as coisas, mesmo as menores, possuem uma forma consciência e que esta consciência capta nossos sentimentos e intenções, ou seja, são suscetíveis à nossa vontade e comando. A Catherine Ponder também fala disso e vai mais longe dizendo que quando agradecemos à consciência das coisas que colaboram conosco na nossa existência, no nosso cotidiano, elas funcionam melhor.

Da minha parte só tenho a compartilhar que a máquina de lavar roupa aqui de casa emperra na função F – centrifugar – com todo mundo, mas comigo não. Meu truque é sempre agradecê-la pelo trabalho que realiza facilitando a minha vida e ela retribui minha gratidão evitando que eu tenha de sair correndo para virar manualmente o botão como faz com as outras pessoas.

Acho que é por isso que se diz que Deus se agrada da gratidão e a gente sente que se agrada mesmo: ser grato nos coloca no foco da abundância, na medida em que a gratidão só é possível quando reconhecemos que temos inúmeros motivos para agradecer e tão poucos, quase nenhum mesmo, para reclamar.

6 de maio de 2010

Seguindo com a série: porque muitas vezes não funciona ou demora?

Outro dia dei aula no CRI sobre o perdão e posso dizer que foi MUITO bacana. Fechei algumas questões que tinha, e isso aconteceu na inspiração do momento, tenho certeza que fruto da ação dos amigos espirituais. Mas o mais legal, mesmo, foi ver a reação da turma quando eu disse o tema. TODO mundo se manifestou com algo semelhante a “putzzzzzzzzzzzzzzzz, preciso, mas é difícil, dolorido, eu não consigooooooooooooo”! Pensei: “acertei em cheio”!

"Mas porque começar pelo perdão"? - alguns diriam. Explico que percebi pela minha experiência e por tudo que li e ouvi das mais variadas fontes e formas, que é esvaziando-se o mais possível que começamos a nos reformular e que, portanto, isso começa pelo perdão. Vou tentar resumir e explicar da maneira mais clara que consigo.

Gosto do exemplo de mudar a decoração de uma casa, uma sala de estar, por exemplo. Ela já existe, possui seus móveis, mas você decidiu que quer renovar. A primeira coisa que fará é avaliar o que tem lá e decidir o que fica e o que vai. O que ficará exatamente como está, mas será limpo; o que precisa ser reformado e o que cairá fora pro novo entrar. Ai você toma as devidas providências, e mesmo que saia para comprar os móveis novos antes de se desfazer dos antigos, para que estes possam ocupar seu lugar e cumprir com o seu papel de renovação, é preciso que se esvazie a sala antes. Porque se colocar tudo junto entulha, não tem harmonia, não tem fluxo, fica estagnado e dá mal estar quando olhamos ou entramos no ambiente.

A mesma coisa temos que fazer com nossos pensamentos e sentimentos quando decidimos nos renovar. Se a gente não abrir espaço interno para o novo, os conceitos vão rodear, mas não vão nos penetrar; a gente não vai conseguir vivênciá-los e aprender coisas novas. E o x da questão é que a gente geralmente está mentalmente criticando algo ou alguém, principalmente a nós mesmos. E para “curar” a crítica um dos passos fundamentais é o perdão, pois ele abre a porta para a aceitação e quando aceitamos, automaticamente deixamos de criticar.

Primeiro vamos chegar num ponto comum sobre o que é o perdão. Se você procurar no dicionário lerá que perdão significa “conceder perdão, absorver, remitir (culpa, dívida, pena, etc.), desculpar e poupar-se” (Dicionário Michaelis). Particularmente gosto de definição que diz que perdão é libertar, a si e ao outro, do passado. Mesmo que seja um passado presente. Mesmo que seja uma ação que se repete quase que cotidianamente.

A primeira coisa que percebemos é que perdoar não é desculpar. Você pode perdoar alguém por algo e não querer mais ter contato com a pessoa, por exemplo. Desculpar sempre implica em continuidade né? Em tentar de novo e um dia você pode decidir não fazer mais isso e ficar magoado, ou perdoar e seguir adiante livre daquela coisa.

Perdoar é deixar o passado no passado, mesmo que ele seja um passado recente. O que percebi no grupo, conforme fazia minha explanação, é que 99% das vezes aquilo que nos ofendeu, agrediu, magoou foi um fato só, que NÓS - ao ficarmos ruminando, relembrando, discutindo mentalmente - repetimos incessantemente. Ou seja, somos nós mesmos quem nos ferimos inúmeras vezes e aumentamos a dimensão da coisa. O outro fez a ação uma vez, mas nós a repetimos ad-eternun e nos ferimos a cada vez que fazemos isso. Mas a raiva, resultado de tanta auto-agressão, a gente direciona pro outro e pra um evento que muitas vezes não durou sequer um minuto todo!

Tem uma técnica havaiana que foi usada pelo Dr. LHALEAKALA HEW LEN o ho’oponopono e com a qual ele curou um pavilhão todinho de criminosos perigosos e doentes mentais. Mais: curou também todas as pessoas que trabalhavam naquele pavilhão e fez tudo isso sem nunca ter estado com um dos detentos pessoalmente. O que ele fazia era se fechar numa sala com os prontuários dos detentos/pacientes e por uma hora pedia perdão pela parte de si mesmo que criara aquela realidade manifesta nos presos. Por uma hora ele repetia “sinto muito”; “te amo”. Em 4 anos o pavilhão foi fechado, pois não tinha mais ninguém preso lá.

Incrível né? Duas frases, quatro palavras e a vida muda por completo. Quem usou a técnica diz que ela funciona pras coisas mais comuns da vida e muitas vezes muito rápido. Eu ainda não usei. Pura incapacidade de me concentrar por uma hora todinha em alguém e ficar repetindo isso sem cair no sono... rs... Mas ainda pretendo testar sim.

Então se alguém te feriu é porque você criou isso na sua realidade por conta das coisas que acredita. Se alguém te diminuiu, só expressou a desvalorização que você faz de si mesmo pela auto-exigência. Então perdoando a gente se liberta da necessidade daquilo, a gente se liberta do fato e cria espaço novo para que coisas novas, sentimentos novos, formas diferentes de realizarmos coisas, nasçam. Perdoando a gente se fere uma vez só e não milhares de vezes.

E nem adianta perdoar com orgulho, arrogância, que é quando a gente perdoa, mas se justifica dizendo que o faz porque o outro é menor que a gente, sabe menos, está menos desenvolvido. Não adianta porque por mais que aparentemente nossos argumentos tenham respaldo em dados de realidade, é fato inegável que mesmo assim a gente se colocou à mercê de ser magoado. Ou seja, temos pontos tão involuídos quanto aquele que acusamos. Empate técnico, portanto.

Mas não é interessante? Adicionei o Paulo Coelho no Twitter e justo na semana que estou às voltas com o perdão, ele escreve lá: “Se alguém te fere, reaja. O perdão é para depois”. O que será que ele quis dizer com isso? Que em sendo seres naturais – animais igual a todos - se alguém me fere é normal e esperado que eu responda na mesma altura. Você não vai morder o rabo do leão e esperar que ele te empurre com a patinha dele. É a nossa porção animal, nosso instinto de preservação quem nos leva a reagir e isso é normal. “Mas somos seres racionais” disse alguém no meu grupo. Somos. Porém o que fazemos da nossa racionalidade quando feridos? A usamos para aceitar e deixar o passado no passado e seguir em frente livres daquele peso que nos causa doenças, câncer inclusive? Não! A usamos para ficar remoendo e ruminando e nos ferindo incessantemente. Muitas vezes a pessoa já morreu e a gente tá ali com a ofensa que achamos que ela nos fez. É, porque tem isso né? Do mesmo jeito que a maioria esmagadora das vezes em que você foi acusado de ter ferido pessoas, você sequer teve a intenção ou achou que feriu, isso é verdade para a maioria das vezes nas quais você foi ferido: a pessoa sequer se deu conta.

O assunto é muito extenso e dá pra escrever o capítulo todinho de um livro se eu for falar de tudo o que me passa pela cabeça aqui. Estou apenas citando para não esquecer e pra gente discutir sobre, pensar as nossas vidas sob o aspecto da falta de perdão nos pontos nos quais ela está emperrada.

Acho bacana o trabalho da Louise Hay e o que ela fala sobre o perdão, principalmente que quando algo não flui é porque existe necessidade de perdão, seja qual for o assunto. Principalmente que a gente não precisa saber como perdoar, a gente precisa apenas desejar, ter uma intenção de realizar isso que Deus se manifestará e o fará conosco. O “como” é tarefa de Deus.

Para finalizar quero dizer: Chiquinho! Então é isso o que eu chamo de purificar; é fazer essa limpeza antes de tentarmos acessar Deus, uma vez que Ele precisa de espaço dentro de nós para que possa se manifestar através de nós. Não adianta rezar cheio de ódio e rancor, mágoa e crítica, até mesmo culpa e arrependimento, uma vez que essas são energias diferentes das da Divina e ocupam, em nós, o espaço que deve ser ocupado por Ele. Acertei agora?? Rs...

E vocês outros, o que pensam sobre o perdão, o que já aprenderam sobre o assunto em experiências pessoais. Vamos trocar figurinhas meu povo? Por favor?

Beijo, beijo e mais beijos em todos!



P.s: Ah! Técnicas para o perdão. Vou postar algumas em breve tá?

1 de maio de 2010

Bom, finalmente decidi o que fazer desse espaço e a boa notícia pra ele mesmo é que ele irá perdurar.

Vou voltar a colocar aqui as coisas que tenho produzido com o meu trabalho em pensamento promissor, alguns textos que mando pra uma lista de oração que participo e etc. Não será apenas isso, mas será também isso. E quem não gostar de ler e pensar sobre o assunto, sem mágoa ou ressentimento, basta clicar no X no alto da página e não voltar mais.

Não estou querendo que ninguém me siga, mas que as pessoas pensem e questionem o que acontece consigo e em suas vidas e percebam quais são as Leis que regem a nossa existência. Simples assim.

Assim sendo vou começar com um texto onde falo sobre a pergunta mais frequente quando o assunto é Lei da Atração e pensamento promissor:

Porque não funciona sempre?

Acho que a pergunta mais frequente quando começamos a rezar, a pedir e a fazer afirmações é porque muitas vezes demora muito para o resultado aparecer, ou ele não é consistente, ou simplesmente não ocorre. Algumas pessoas me perguntam isso e até mesmo já vi várias pessoas dizerem que fazer afirmações, pensar positivo não adianta de nada. Claaaaaaaaaaaaaaro que eu também já fiz parte desse time... e ainda faço vez por outra, rs!

Há alguns meses comecei a me debater com isso e como sempre faço, fui apelar para o “São Google” e para os livros em busca de caminhos para responder. Como Deus é um amigo e sócio eficaz, a primeira coisa que abri sobre o assunto já me trouxe uma resposta. Era o livro da Louise Hay “O poder das afirmações positivas”. E logo no prefácio ela lasca algo mais ou menos assim: “tem muita gente que diz que as afirmações não funcionam, mas eu digo: não adianta nada fazer 15 minutos de afirmações se você vai passar o resto do dia criticando e reclamando de tudo e de todos; é preciso criar um ambiente mental positivo”. Olha eu ai gente!

É, eu passava uma hora, uma hora e meia rezando, afirmando, mentalizando, meditando, mas assim que terminava me envolvia na rotina do dia-a-dia e ficava mentalmente criticando quase tudo. Mas se perceber foi fácil, muito fácil com a ajuda Divina, a pergunta seguinte era: como mudar isso? Vamos lá descobrir, então, o que envolve criar um ambiente mental positivo.

Primeiro desafio: como parar de criticar? Deixando de ser besta. Sabe o orgulho? Tem de descer pelo ralo e isso se faz com a gente entendendo que não é “certo”. Que o nosso jeito de fazer, viver não é o único que existe e mais: não é o melhor. É bom para a gente, funciona para a gente e só. Nem pros seus filhos o seu jeito serve, pois eles são seres distintos de você, com outros anseios o que faz, também, que tenham outras necessidades e, portanto, são outras as coisas que os atendem e dão prazer. Você pode precisar de segurança, mas seu filho pode ser alguém que só se sente seguro vivendo aventureiramente e ai, como faz? Não faz! Deixe-o viver!

Tem o que nos serve porque bate com a nossa essência e o que não nos serve porque não bateu; e se não bateu, somos nós quem temos de nos afastar daquilo e não o outro quem tem de deixar de fazê-lo.

“Ah! Mas o prejudica também”. Tudo bem, mas é problema de quem? Dele. Lembra? Deus dá uma vida a cada um de nós, porque a gente só dá conta, de verdade, de cuidar da nossa. Só tem autorização de cuidar de mais de uma vida as pessoas que recebem pessoas incapacitadas, mental e fisicamente, de cuidarem de si mesmas. E mesmo com estas nosso cuidar tem os seus limites. Se a pessoa está se prejudicando é porque não aprendeu a cuidar de si mesma. E a vida vai ensiná-la a fazer isso justamente assim: fazendo-a sentir dor.

Eu sei que parece difícil quando a gente mora debaixo do mesmo teto e que, aparente ou concretamente, o que o outro faz nos atinge; eu também vivo com pessoas cujo jeito de ser diferem do meu. Porém tenho percebido que à medida em que deixo de me importar com o outro, aceito que ele é daquele jeito e não vai mudar e crio habilidades de contornar aquilo, ele vai saindo de dentro de mim e eu vou saindo daquela situação. Não adianta sair de casa, morar sozinho, se você leva dentro de si todas as relações conturbadas e tudo o que elas ocasionam em você.

Tenho prestado muita atenção no Gasparetto quando ele bate - e insiste - na tecla que isso só acontece quando a gente é atingível. Ou seja, quando aqui dentro damos ao outro, e ao que ele faz, uma importância grande demais. E por que fazemos isso? Por orgulho. Porque queremos cuidar da imagem que o outro faz da gente. Queremos que o outro não tenha nada para falar de ruim a nosso respeito; queremos seu amor e sua admiração incondicional, mas adivinha? Ele nos ama e nos admira, e mesmo assim ainda é cheio de críticas sobre nós. Pode até não falar, mas a gente vê no olho da pessoa. Parece macumba! Mas “né” não; é só questão de foco e sintonia. Tudo aquilo no que você se concentra, você traz para sua vida. Mais: o outro está é refletindo a forma como nos tratamos. “A vida te trata como você se trata”. Pense nisso; você tem todo um discurso de que se ama e se aprova, mas quantas críticas faz a si mesmo no dia? Quantas coisas fez de um jeito e depois achou que deveria ter feito diferente não porque não gostou do resultado, mas porque viu ou alguém disse algo sobre que não foi aquilo que você desejava que tivessem dito? Nem dá pra contar né? E podem ser pequenas críticas que nos fazemos e que por isso achemos que não têm muita importância, mas de criticazinha em criticazinha se mina uma autoconfiança e se escraviza uma alma.

Tenho praticado, mas só consegui mesmo há mais ou menos um mês e meio passar a maior parte do tempo nos aspectos positivos, pois a mente - viciada em reclamar e criticar - sempre volta aos assuntos que ela adora.

E o que faço quando me pego pensando? Paro e digo: “não, eu não vou focar nisso” e volto o pensamento para algo produtivo, geralmente pensar em algo que me deixe feliz. Até hoje em dia me pego pensando em coisas que não quero e a reação é sempre dizer à minha mente "sério que você tá achando que eu vou gastar meu tempo precioso com essa bobagem"? E parto para pensar em coisas que realmente me trarão realização. É um trabalho diário e constante - lembra do vigiai da bíblia? Pois! - como na meditação, mas com o passar dos dias percebo que vem ficando mais fácil.

Porém com isso da mente voltar para velhas histórias comecei a, insistentemente, pensar em perdão. Porque só volta por eu estar apegada àquela idéia, conceito e, geralmente, por não ter perdoado o que - evento - ou quem - pessoa - que, na minha concepção, criou aquele pensamento indesejado né? Lembrei também que a Louise Hay, num programa da Ophra afirmou que quando algo não flui na nossa vida, seja em qual aspecto dela for, é porque existe algo ali a ser perdoado. Sim, não perdoar estagna as energias. E foi a vez da Catherine Ponder, no Capítulo 3 do “Leis dinâmicas para a prosperidade”, falando da Lei do Vácuo, me lembrar que o perdão cria um espaço mental para que novos estados possam surgir e atrair a prosperidade. É como se Deus precisasse de espaço para ocupar o lugar que sempre foi dele dentro de nós, mas que nós enchemos com tranqueiras como críticas e negativismo.

É, muitas vezes o lugar de Deus, do novo, da mudança, da renovação que tanto ansiamos viver está ocupado por todas as críticas, ressentimentos e mágoas que carregamos em relação a nós mesmos, às pessoas e às situações. Então, se queremos o novo, precisamos abrir espaço em nós e o faremos através da prática do perdão. Assim sendo, borá lá perdoar. Mas como?

Ah! Mas sobre o perdão eu falarei logo ali adiante...

Fato é que a conclusão deste texto é: parece não funcionar, pois as pessoas esperam que alguns minutos de pensamento promissor anule as milhares de horas de pensamento e sentimentos negativos e não é assim. Ou você se dedica a criar um ambiente interno promissor, ou sua vida continuar na mesma. Criou o ambiente interno promissor, começou a ver a vida de forma criativa e com novas cores, ela começa a mudar e de forma beeeem legal e interessante. Faça o teste.


Beijo e bom fim de semana a todos!