20 de outubro de 2009

Sou filha de pais severos e pouco afetivos, portanto bronca, pegação no pé, críticas e etc. nada conseguem no sentido de me motivar. Você escuta tanto e tanto que com o tempo, elas começam a entrar por um ouvido e sair pelo outro. Você cria resistência em todos os sentidos da palavra.

Quando alguém quiser me motivar, melhor adotar a tática de me dar recompensa, falar coisas bacanas, propor fazer coisas juntos.

Adoro a "dieta" da Silvia Popovick para emagrecer, por exemplo, onde o marido - médico endocrinologista, vejam só - a cada vez que ela tinha vontade de sair da dieta, a beijava até a vontade passar. Fala sério, tem método melhor?

13 de outubro de 2009

Fim de semana e feriado quieta em casa, por conta de dor de dente, mas nem quero comentar o assunto. Vale mais dizer que tive um domingo maravilhoso com a sobrinha mais velha e a prima, no meu quarto, ouvindo música brega - antigas e atuais - e rindo até chorar e doer a barriga quando ela perguntou sobre um senhor que viu na foto: "nossa, ele não tem um olho"? E eu seriamente respondo: "Ele morreu; agora não tem é mais nada". Sabe aquelas merdas que você só se dá conta que falou depois que falou? Pois. E todas passamos mal de tanto que rir, não do morto, mas da forma como foi dito, of course.

Sei que vai parecer coisa de tia coruja, e embora ela já tenha me pedido para que eu escrevesse aqui para ela, e nem precisava ser só no dia do seu aniversário - que está bem próximo, inclusive - tenho a dizer que escrevo só porque a Mariana, sobrinha em questão, é uma guria que me enche de orgulho por poder participar da sua vida e ver que aquele bebê chorão, que resistia em dormir, virou um mulherão e isso levando-se em conta o fato de ainda ser uma adolescente, imagina o que ainda não virá pela frente.

Ela não é perfeitinha, mas é linda, linda mesmo, por dentro e por fora. Capaz de lutar pelos seus sonhos e enfrentar seus maiores temores - e ela tem muitos - para não se ver aprisionada, pois o que mais quer nessa vida é ser livre e expandir-se. Conhecer, ver e aprender tudo o que puder. É irritadinha, mas se não fosse não seria uma Sermoud misturadinha com as Prado. O que a salva é o sangue dos Araújo, amém!

É uma sensação estranha essa da gente carregar no colo quem hoje senta na cama e troca confidências de adulto, mas é deliciosa também. E sei que sentirei a mesma emoção quando eu estiver com 80 anos, e ela com 58, e sentadas numa cama rirmos da mesma forma de coisas absolutamente bobas e inúteis. Não somos apegadas, mas ela sabe que pode contar comigo, sempre.

E que sempre serei sincera e direi o que ela precisa ouvir e não apenas o que quer ouvir, como quando me chamou no MSN para dizer que estava com uma super gripe e, conversando, lembrei que ela fazia parte do grupo de risco por trabalhar em Hotel, e que ainda não havia ido ao Hospital, o que insisti que fizesse o mais rápido possível. Ela: "Tia, te contei porque queria que você me acalmasse e não para que me colocasse mais medo". Eu: "tem horas que a única coisa que nos acalma, é fazer o que precisa ser feito Mary. O resto é conversa fiada". Ah! Não, não era a "Suína", mas mesmo assime la não pode vir à festa do meu aniversário esse ano.

A Mary é Kakaína. Um dia foi palmeirense roxa, daquelas que ganhou o uniforme e levou bem uns dias para querer usar outra roupa, quando criança. Porém uma vez ela viu o Kaká em campo e virou bandeira. Hoje diz que é São Paulina, mas o coração bate mesmo é pelo Kaká, jogue ele onde jogar. Aliás, o único e grande defeito dela é esse: não ser mais palmeirense.

Não é gay, mas afirma que casaria fácil com a Carla Bruni se essa a quisesse. E quem é que vai dizer que ela não tem bom gosto?

Tem uma boca linda, mas ainda não aprendeu a usá-la para beijar os rapazes dos quais gosta, deixa a timidez atrapalhar, vejam só vocês. Mas em sendo minha sobrinha, como diria minha prima Ana Maria, tenho fé que ela desencantará e ai, o amor vai sorrir para ela, pois ela bem o merece.

A primeira vez que tivemos um contato maior foi quando veio passar um feriado aqui em casa e nem a Luciana ou a Fabiana estavam. Era com elas que ela tinha maior convivência até então. Me olhou desconfiada quando viu que eu seria a única responsável por alegrar o fim-de-semana dela, aquela tia que fazia a comida e dizia se podia ou não fazer isso ou aquilo. Mas na hora de dormir, quando puxei a música tema do fim de semana "tudo azul, todo mundo blue", por conta da iluminação do quarto da outra tia, ela desanuviou e riu até não poder mais. Sim, foi um fim de semana pra lá de gostoso.

A situação mais cômica que nos aconteceu foi quando estávamos as duas deitadas na sala fazendo um relaxamento, já no sétimo estágio de profundidade, e o celular dela toca quase nos matando do coração, tamanho o susto. Se fôssemos gatos, teriam nos encontrado, horas depois, grudadas ao teto pelas unhas.

Não conheço o amor de mãe, mas sei que meu amor por ela é imenso, intenso e pode muito, muito mesmo e que sou muito feliz por tê-la por perto, pois para mim viver é isso: compartilhar e transformar momentos comuns em mágicos ao lado de quem se ama.

Amo você Maricota Maria Carlota do meu coração!!!

8 de outubro de 2009

"SOBRE ESCREVER: Às vezes tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que, ao escrever, eu me dou as mais... inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconsciente, eu antes não sabia que sabia".

Clarice Lispector

5 de outubro de 2009

E já disse que tô achando as novas temporadas de House, Fringe e Supernatural do car**** de tão boas? Rapaz, quando você acha que vem mais do mesmo, os roteiristas sabem como te surpreender e criar histórias e desenlaçes ainda mais emocioantes!

Agora quero ver o que farão em Brothers e Sisters com a Kitty; leucemia para curá-la da chatice e criar empatia com o público que a tem rejeitado, será?
Depois de um longo e tenebroso inverno - leia-se: TPM assassina - eis-me de volta ao blog.

Para mim esse espaço sempre foi, primordialmente, um lugar de reflexão, algo que a TPM não permite... rs... Brincadeira fora, fato é que nos últimos dias tomei ciência de uma coisa de suma importância e que vem modificando profundamente minha maneira de encarar minhas relações.

Que eu já vivi minimamente metade da minha vida é fato, uma vez que terei muuuuuuuuuita sorte se morrer aos 84 anos, ou depois disso. Nunca fui a rainha da paciência, mas agora que ela está ainda menor. Não acho que devo perder meu tempo com bobagens, com gente que adora armar uma confusão e com pessoas que não se assumem, não tomam uma posição na vida, os eternos políticos e "em cima do muro". Nada contra se a pessoa quer e gosta de ser assim, bom pra ela, porém essas pessoas precisam dos outros pra fazerem confusão né? E eu estou fora. Fora porque a vida é curta, curtíssima e passa numa velocidade incrível. E quando a gente se dá conta, passou mais tempo administrando pessoas não tão legais assim, e engolindo sapos indevidos, do que sendo feliz propriamente dito, o que deve ser nosso objetivo primeiro.

Por muitas vezes, e por muitos anos, deixei as coisas "passarem" fingindo que nada aconteceu. As escondi embaixo do tapete, segui rindo e brincando com quem havia me machucado em nome de um afeto, de uma educação e da polidez, mas é fato: essas pessoas nunca entendem esse gesto como uma gentileza, uma segunda chance e oportunidade de reescrever aquela história com um outro final. Sequer se dão conta do quão desagradável possa ser com aquele jeito tão seu e do qual ninguém reclama, só porque, culturalmente, entendemos que educação é deixar os grosseiros e encrenqueiros serem quem são enquanto nós, os auto-nomeados corretos, nos policiamos a cada gesto... Não queremos nos igualar e somos hipócritas profissionais.

Aos 42 anos também quero liberdade de ser o que sou e de viver longe de gente assim. Mesmo porque a tolerância que eu aplicava com essas pessoas nunca funcionou de fato: bastava uma rusga, um tropeço numa palavra mal colocada e o lixo escondido desabava sobre a minha cabeça trazendo no bojo mágoas e ressentimentos profundos. E eu não quero esses sentimentos, não combinam com a minha essência, nem me fazem bem.

É como bem disse um amigo esse final de semana, quando mudamos, pessoas e experiências que antes cabiam, deixam de caber, pois nenhuma relação vale um desgaste constante. E não quero perder muito tempo do tempo que ainda me sobra colocando coisas embaixo do tapete por que uns e outros acham que não é preciso evoluir e criar postura.

Algumas pessoas vão culpar meu envolvimento com a Lei da Atração, por essa "intolerância", porém não é não. Acredito que chegaria à mesma conclusão em ela, ela apenas adiantou o percurso, me fazendo ver determinadas coisas com mais clareza.

P.s: Brunno, este post não se aplica a você. Nosso caso é outro.