31 de dezembro de 2007

Eu, por mim mesma, não posso reclamar de 2007. Nesse ano mais conquistei, ou reconquistei, construi - do que destrui - ou perdi, e isso por ser um ano 9 que costuma se caracterizar pelos finais de ciclos, términos. Pelo sair das nossas vidas das coisas que não nos faz bem. De botar a casa em ordem e até de trazer de volta o que nunca deveria ter ido. Por isso um ano de términos e reconciliações.

E eu o termino com um sorriso no rosto e o coração quentinho cheio da "presença" e do carinho de pessoas que para mim são TUDO e das quais estive separada o ano passado, ou ao longo de muitos anos... Bom demais saber que o amor verdadeiro vence tudo, MESMO!

2008 é um ano 1. Ano de recomeços, de construções, de lançar bases, de lançar sementes objetivando conquistas que começam nele, mas vão se efetivar mesmo ali na frente. Conquistas que deverão fazer parte da nossa vida por um bom período de tempo.

Porém sei que 2007 foi um péssimo ano para algumas pessoas que amo profundamente e por elas eu também desejo que ele acabe logo e que, apesar de nada acontecer de efetivo, amanhã encaremos a vida com mais esperança nesse futuro que já começou.

Que 2008 seja o ANO das lágrimas de alegria e dos sonhos realizados!

27 de dezembro de 2007

26 de dezembro de 2007

O Natal foi tranqüilo. Muita alegria, festa, cantoria e risadas como é sempre que nos reunimos na família.

Ah! E teve também comida boa que, aliás, foi feita 90% por mim. Isso foi meio triste de constatar lá pelas 21:00 horas da véspera, quando finalmente subi para tomar um banho e me arrumar: minha mãe já não é 50% da mulher que era há um ano atrás. Me assusta um tanto, porém acho que é o declínio natural. O x é que ele não avisa, sabe? Simplesmente se instala e causa um desconforto que dá vontade de chorar quando se pensa... Mas passou e agora vamos administrando.

O legal desse Natal é que teve também a presença de quem me ama - de longe ou de perto - sob a forma de telefonas e torpedos. Porque amar é isso né? Arrumar um tempo para se fazer presente, mesmo quando parece impossível.

19 de dezembro de 2007

Para reflexão:

* Você nunca mais deu oportunidade a ninguém de chegar perto. Aliás, chegar perto de você, de verdade, nunca foi muito fácil. Você baixa a guarda pra poucos, para bem poucos mesmo.

** Você sempre priorizou e valorizou a amizade. Mesmo na relação, ou se é primordialmente amigo, ou não se é nada.

17 de dezembro de 2007

Depois desse final de semana uma coisa é fato: aboli da minha vida as grandes festas. Assim: promovidas por mim.

Percebi que não vale mesmo a pena você passar o tempo todo se desculpando por não ter dado atenção à todo mundo como você gostaria...

16 de dezembro de 2007

Algumas coisas me acalmam e me devolvem à realidade do que de verdade importa: tomar um bom banho e deixar a água lavar os pensamentos que não deveriam estar aqui... Os sentimentos que se confundem no peito; esfregar a pele com o creme de limão e ao sentir o cheiro invadir as narinas lembrar que é exatamente esse o meu tom: agridoce.

Nem sempre sou quem quero ser. Nem sempre sou quem sou. Mas sempre sou eu em quem sou.

Existem coisas que não vou entender nunca, mesmo depois de muitas e muitas vidas. A mentira despropositada é uma delas... Mentir para angariar sentimentos que na verdade você não acredita merecer, pois se acreditasse não mentiria para obtê-los... Mentiras que roubam...

E, no entanto, uma coisa é fato: nunca mais nada doeu em mim como se o coração tivesse partido. Sabe aquela dor que dá vontade de arrancá-lo do peito com as mãos e o atirar longe? Essa. Nunca mais. E não sei se é por que fiquei mais forte ou se porque desiludi de vez...

13 de dezembro de 2007

"Um mar de gente"...

É isso que me faz pensar aquele mundaréu de pessoas na 25 de Março.

Poderia ser um passeio pitoresco e tinha tudo para ser por conta daquela efusiva mistura de gente. Mas no fim acaba sendo mesmo é deprimente. É triste ver os ambulantes trabalharem em absoluto sobressalto por conta do RAPA. Em questão de meia hora eles montam e desmontam suas barraquinhas de papelão no mínimo cinco vezes. E é exatamente observando essa situação que se cria a consciência de que para os filhos deste solo essa Pátria não é mãe gentil... O que fica é a sensação de que no Brasil se trama a morte da população no congresso e câmaras.

A pessoa não pode trabalhar porque não existe emprego e nem vou entrar no mérito do por que falta emprego, pois a lista de motivos correlacionados é longa e eu passaria dias escrevendo. Resumo o que quero dizer dizendo apenas que o Brasil é o país do "não pode". O cara não pode roubar por que, óbvio, é crime. Mendigar também o é, então não pode igual. Fabricar e vender produtos piratas? Crime irrefutável! Pode não! Terra para plantar e colher não tem... Então me diz: esse povo vai viver do quê? Como vai colocar comida no estômago se nada pode? Não pode ser honesto e nem pode ser bandido. Existir é que não pode e mesmo assim teimamos...

Teimamos e fazemos graça e damos risada, mesmo que não saibamos como conseguimos. Porém eles, eles que lá trabalham e lá fazem seu espetáculo a cada dia, para eles eu tiro o meu chapéu. E são absolutamente versáteis! Quando cheguei não chovia e então proliferavam as banquinhas de tudo que você imaginar: bijuterias, roupas, bonés, óculos de sol, enfeites de natal, pano de prato, bolsa, maquilagem, controle remoto,comida e bebidas. Quando sai do lugar onde almocei chovia e a única coisa que se via sendo vendido pelos ambulantes eram guarda-chuvas e capas de chuva. Juro que parecia que tinham mudado o lugar, nada lembrava o que acontecia antes da chuva.

E o povo que vai à 25 é outro espetáculo a parte. O lugar que almoçamos era pequenininho, uma casa árabe mesmo, tradicionalíssima no pedaço, e cara pra dedéu para quem acostumou pagar uma esfiha R$0,80 - lá é R$ 2,20. Porém é um lugar pequeno, o que nos "obrigou" a dividir mesa com um casal que chegou depois e no qual a moça, constatou o rapaz quando perguntou: "cadê a sacola?", já na primeira loja, esqueceu de retirar os pacotes o que obrigou o namorado a voltar lá para ver se ainda encontrava, enquanto ela se consumia em ansiedade. Começamos a conversar, já que minha irmã é imbatível no quesito simpatia, como nunca vi igual. Quando o namorado voltou trazendo triunfante as compras, ela ficou tão contente que resolveu convencê-lo a provarem o tal do Arak, aguardente árabe feita de anis. Rapaz, o troço devia ser MUITO ruim e virou motivo de risada o resto da refeição, socializando absolutamente todas as mesas em volta, enquanto a gente ria das caretas e impressões dos dois, que passaram a incentivar todos a provarem do copo deles para ver se se livravam da bebida mais depressa. Foi um almoço agradabilíssimo, mesmo que doído no bolso.

E, no entanto, nem isso ajudou a tirar esse travo amargo da alma e que me deixou entristecida o resto do dia... Fiquei pensando que se eu pudesse pedir algo de verdade para ganhar nesse Natal, eu pediria que o Brasil fosse um país para todos.

12 de dezembro de 2007

Hoje fiz algo que achei que nunca mais fosse fazer nessa vida: me benzi.

Quando eu era criança benzedeiras eram uma coisa comum e resolviam uma série de problemas, principalmente infantis. Era coisa de gente simples e "incultas" que não tendo como pagar médicos desenvolviam essa sensibilidade e, mexendo com energias sutis, influenciavam o físico.

Há anos não ouvia falar das rezadeiras e hoje descubro que no meu grupo tem uma e das boas. Ah! Mas num teve dúvida né? Lá fui eu lépida e faceira me benzer, pois acredito demais nos benefícios dessa emanação energética que hoje se traduzem em trabalhos como o Heike, Joorei e passes, vejam só vocês...

Ô bichinho engraçado esse ser humano.
Pô São Pedro! Justo no dia do pic-nic com as minhas borboletas lá do CRI tu me manda essa chuva?

Pisou hein?

Pisou!

11 de dezembro de 2007

Tá, mas se eu fosse mesmo decorar esses cômodos para viver neles, minha casa seria mais ou menos assim:





É, eu fico com o meu banheiro verde, sonho de consumo, sabe como é? Ainda terei um!
Meu banheiro colorido, mas numa só cor:

10 de dezembro de 2007

Minha cozinha colorida:

Meu quarto colorido (pero no mucho):

Minha sala colorida:

E a pessoa vai no site da Coral escolher as tintas para pintar a casa e se depara com esse simulador de ambientes que permite com que você decore o ambiente e teste absolutamnte TODAS as combinações de cores... Tem noção que depois disso eu num faço mais nada? Sorte que eu já tinha feito todas as obrigações do dia. É, mais ou menos, estão faltando os textos para quarta-feira - final de ano do grupo de Conversas e Memórias - mas disso ainda dou conta hoje...

Eu sou adepta de paredes brancas, mas num site de tintas, usar branco é quase um crime né? Então me acabei nas cores e a minha casa seria assim se eu fosse adepta delas:

Minha sala de Jantar:

9 de dezembro de 2007

Estava ali fazendo uns acertos em elementos da minha vida on-line, quando me ocorreu uma conversa que tive há meses com amigos tão ativos no meio virtual quanto eu. O assunto começou quando falamos da morbidade dos perfis de pessoas que já morreram, mas que permanecem "ativos" no Orkut recebendo visitas e mensagens - até de desconhecidos - muitas vezes, pelo fato de ninguém ter acesso à senha para poder encerrar a conta. É, a pessoa morre e tudo dela fica ali à disposição de quem quiser, pois apenas ela tinha as senhas e, geralmente, todas memorizadas de cabeça, já que a primeira regra quando se trata de senhas é: não as escreva em papéis, não as diga nunca a ninguém. Pois. E como tudo nessa vida, isso também tem um lado ruim que é justamente quando você fica impedido de acessar suas contas, por doença ou morte, e a coisa fica ali, ad-eternum, podendo até causar sofrimento aos familiares.

A Beth na época inclusive disse que essa já é uma discussão que rola há tempos em alguns grupos, e que o que a maioria dos usuários tem feito é dar suas senhas a alguém de muita confiança, para que esta pessoa se incumba de pôr fim à sua vida virtual caso algo aconteça com você. É mais ou menos como eleger um "tutor" e fazer um testamento dizendo o que quer que ele faça, caso você não possa mais ter controle sobre esse aspecto da sua vida. "Engraçado" como a internet trouxe novas necessidades e cuidados para a nossa vida, além de prazeres e possibilidades, não é mesmo?

Hoje elegi o meu "guardião" e nem sei o que ele vai achar disso, pois nem estava on-line a hora que fiz isso, mas sendo alguém que já tinha boa parte das minhas senhas o que fiz foi passar as que faltavam e deixar um recado dizendo: se algo me acontecer, ponha fim em tudo ou administre, caso eu passe por um impedimento temporário.

E por falar em morte, estou indo ali no velório e enterro do pai de um querido amigo....

7 de dezembro de 2007

Aqui em casa se fizesse uma competição para ver qual é o mais doido acho que ia ser páreo duro.

Minha irmã ontem quase me mata de rir na hora da janta com as loucuras dela por chocolate. Tenham noção: ela sempre, sempre tem chocolate. Quer comer um e não tem? Peça pra minha irmã! Ela entra no próprio quarto e sai de lá com os chocolates mais inusitados da face da terra.

Ontem ela contou que ainda tem o ovo de Páscoa que ganhou esse ano e eu nem sei porque me surpreendi, pois desde criança é assim: ela guarda o ovo dela e come o da gente. Tanto que depois que meu pai sacou isso, passou a dar-lhe o maior ovo na Páscoa. Não ele não era injusto. É que ai, lá por Outubro, começo de Novembro, um dia ele dizia à mesa: "nós ainda temos um ovo de Páscoa nessa casa"... O que fazia minha irmã emburrar na hora e eu e meu irmão sairmos numa caça louca pelo tal ovo que sempre, sempre era descoberto, por mais que a cada ano ela tentassse aprimorar o esconderijo. Voltávamos vitoriosos com o imenso ovo na mãos e este era partilhado com toda a família. Era a forma do meu pai ensiná-la que aquilo não valia a pena, mas acho que não rolou não.

Conversa vai, conversa vem, lógico que eu e meu irmão tentamos os mais variados tipos de suborno para ela pegar o ovo ontem, nem tanto pra comer, mas para vê-la abrir mão dele, porém não rolou. Ela decidiu que só vai comer esse ovo quando ganhar outro no ano que vem; pode?

6 de dezembro de 2007

E o que não faz um dia de molho pra curar a gripe hein? Hoje foi uma verdadeira "teclorragia"...

Tá, eu sei: devia fazer isso mais vezes, mas...
Ah! E nem contei como foi o reencontro com o "grande amor da minha vida" da adolescência né?

Tudo de bom!

Ele continua igualzinho, só com direito a uns cabelos grisalhos - o charme dos homens aos 40. E a amizade é algo mesmo eterno. Daquela que se traduz num abraço carinhoso e num “eu te amo, de verdade” dito na despedida e na frente da esposa que, por sinal, desabrochou e de uma menina tímida se transformou numa mulher adorável!

Nos reveremos todos em breve, muito breve...
O que me lembra do quanto as pessoas têm deturpado demais o conceito de privacidade. Queria saber quem foi que determinou que só porque você se interessa sobre um determinado assunto que este passa a ser do seu direito. Vejo as pessoas cometendo toda sorte de indiscrição e invasão de privacidade só porque querem e acham que têm o direito de saber aquilo que compete à vida alheia.

E daí que você quer saber, já notou, ou até está suspeitando de algo? Se é sobre a minha vida eu falo quando e com quem bem entender. E se você insiste é um problema de total, completa e irrestrita falta de educação sua. Você até pode estar imbuído dos melhores sentimentos e intenções, porém é aquilo né? Deles “o inferno está cheio”! Sou eu e apenas eu quem decido com quem quero compartilhar a minha privacidade, os meus segredos, pensamentos e sentimentos, não você. Uso-me por exemplo, mas é claro que isso é aplicado à vida de qualquer pessoa, celebridade ou não.

As pessoas precisam recobrar a noção de limite, de espaço alheio e de privacidade. Precisam fazer das suas vidas mais prazerosas para que deixem de se preocupar com o verde da grama do vizinho, que parece sempre mais interessante, até mesmo quando está amarelada. Quem é feliz com a própria existência não tem tempo de cuidar da vida alheia e não, não adianta você bradar que é feliz se está o tempo todo se interessando pelo que acontece com as outras pessoas.

Atitudes valem mais do que mil palavras, digitadas ou ditas.
Ainda sobre as novas regras nos casamentos, contou-me mamãe que agora os “buffets” haviam mudado algumas coisas: nas mesas dos convidados já vem disposto um pratinho com os doces do casamento para o povo largar em paz a mesa de doces e do bolo. Também contou que no fim da festa para evitar que se carregue os doces nas bolsas, passou-se a deixar caixinhas que podem ser montadas com os doces da sua preferência e levadas para casa.

Quanto às caixinhas, nada mais sensato. Afinal se o serviço e a comida da festa foram satisfatórios vocês está mesmo sem conseguir comer um sequer daqueles docinhos e é por isso que muitas vezes sai das festas carregando-os na mão mesmo.

No entanto, isso do pratinho com os doces nas mesas no começo da festa é praticamente institucionalizar a falta de educação, não é não? Lembro de que desde muito criança, embora meus olhos brilhassem de cobiça, a mesa do bolo não era mexida até o momento certo e ninguém morreu por esperar não. Até mesmo quando a espera implicava em ficar vendo serem tiradas aquelas centenas de fotografias...

É, o imediatismo ganhou mesmo proporções e ninguém pode esperar por nada, vai avançando sobre o território alheio e tomando posso sobre tudo o que lhe apetece...
Pegando o gancho do casamento, minha mãe, a pretexto do da semana passada, me contou as novas regras da etiqueta: vestidos longos estão fora de moda! É, ela viu na TV. Pois.

Exceção feita a umas 10 mulheres, todas as outras cerca de 220 estavam absolutamente lindas em seus vestidos, mas completamente out, eu inclusa.

Moda é um troço engraçado né? E quem já assistiu O Diabo Veste Prada em algum momento se pega pensando em como pode uma dúzia de pessoas ditarem o que vestirão milhões pelo planeta. A coisa é toda muito louca!!

Por isso prefiro ter o meu próprio estilo que inclui usar vestido longo até pra ir fazer compras no supermercado. Claro que ai num modelito leve e bem arejado, condizente com o ambiente. É como eu disse para uma amiga: quem tem o corpo e as pernas dela mostra. Quem tem como eu: esconde! Mas não precisa fazê-lo de forma com que perca a elegância.
Semana passada tive o casamento da amiga querida de adolescência que eu não via há cerca de 20 anos.

Ela estava linda! Linda, linda, linda! Pensou numa noiva linda? Era ela!

Na festa maravilhosa que se seguiu, enquanto a via com aquele sorrisão que só ela tem, lembrei que sou o que poderíamos chamar de sua madrinha de beijo... Pois é. Ela é quatro anos mais nova que eu e quando resolveu dar o primeiro beijo me ligou para saber como fazer. É há 20 anos atrás a gente conseguia chegar aos 14 anos sem ter beijado ainda... Lembro que passamos dias envolvidas em longas conversas ao telefone, pois uma das coisas que mais nos apavora é o cara perceber que a gente nunca beijou além do risco de não beijarmos bem... Que agonia! Lógico que rolou muito treino na mão e na boca da garrafa, porque é assim que uma mulher ensina outra a beijar, pensaram o quê?

E isso fez lembrar do meu primeiro beijo que deve ter sido mais cedo que o dela, com uns doze anos e nasceu do inconformismo dos meus primos com o fato de eu ainda não ter beijado. Meu primo convocou o amigo, minha prima me deu as dicas e o bendito aconteceu com hora marcada e dois personagens que mais pareciam trabalhadores se livrando de uma tarefa ingrata com os chefes escondidos: uma trás da cortina e outro embaixo do sofá... Pode uma coisa dessa?

Mas acho que o melhor beijo que ganhei nessa vida, não em performance, mas por ter sido uma completa surpresa, foi o que me roubaram numa escada... Estava no cabeleireiro para fazer luzes quando entra um homem que achei lindo! Quando ele me olhou vi que se interessou tanto quanto eu, porém brochei quando vi a aliança na mão esquerda dele. Casado nem rolava né? Pois. Mas ele nem ai com a alinaça no próprio dedo. Chegou perto e na conversa entre eu, ele e minha cabeleireira, descobrimos que ambos éramos clientes do salão há mais de 5 anos e, no entanto, nunca havíamos nos cruzado por lá. Para ter idéia do quanto se falou, ele ficou em pé ao lado da minha cadeira o tempo todinho que se levou para puxar os fios do reflexo na touca, passar o descolorante e este fazer o efeito – sim, isso foi há muuuuuuuuuuuuuuuuuitos anos atrás! – só indo embora quando fui para o lavatório. Quando ele saiu minha cabeleireira disse: “acho que alguém caiu de quatro por você”... E eu claro que disse que nada a ver, que ele tinha ficado pela conversa boa, pois éramos divertidas e que Deus me livrasse né? Ele era casado!

Cortei o cabelo, fiz escova, mão e pé - algo que comumente faço eu mesma, mas que naquele dia me deu vontade de fazer lá. Paguei, me despedi e quando faço a curva para descer as escadas, já que o salão ficava em cima de um auto-elétrico, quem está sentado na escada esperando? O cabra! Pense ai num susto! Foi o que eu levei! E quando perguntei: “O que você tá fazendo aqui sentado”? O cabra levantou dizendo: “te esperando pra fazer isso”, me encostou na parede e me tascou o maior beijo. Rapaz! Eu perdi até o rumo... Nem consegui empurrar, pois sequer lembrei que o cara era casado mais e sai de lá com as pernas completamente bambas... Tem noção? rs...

E ai, e você? Me conte como foi o seu primeiro beijo ou o seu beijo mais surpeendente?
Lembrei de algo que aconteceu por esses dias e foi uma benção, pois me libertou de um sofrimento antigo. E por isso quero agora contar o que é, principalmente por que esse tipo de relato pode vir a ajudar alguém que passou pela mesma situação e sofre em segredo do mesmo modo que sofri por muitos anos: estava eu contando a alguém a história do abuso que sofri na infância quando ouvi do lado de lá: "Ah! Mas então era um garoto apaixonado..." Na hora consegui disfarçar o choque que foi ouvir aquilo. Choque porque absolutamente verdadeiro. Aquele guri me perseguiu anos, sem tentar nada sexual novamente, apenas me impedindo de brincar com outros meninos. E fez isso justamente por ser apaixonado por mim. Era um menino de 16 anos apaixonado por uma menina graúda de 6 anos. Um guri que perdeu o pé no dia em que teve uma oportunidade de ficar a sós com ela, apenas isso.

Sempre que pensava nesse assunto sentia um desconforto dentro de mim. Não era raiva, não era pena. Era como se algo simplesmente me tivesse sido roubado. E isso porque nunca consegui entender as motivações dele. Eu tinha, até mesmo pelo fato dele me vigiar constantemente, um enorme desconforto na presença dele, sempre. Lembro de, no dia que nos mudamos de lá, estar sentada na calçada e chorando por dois motivos: de tristeza por estar perdendo o que conhecia por lar e amigos desde que me entendia por gente, e de alegria porque finalmente ia ficar livre daquele olhar. A primeira coisa que fiz ao mudar-me foi esquecer tudo aquilo por mais de 10 anos.

Assim: a raiva e o desejo de que jamais me submetessem novamente àquela situação foram reais e continuaram a agir no meu corpo fazendo com que me escondesse de qualquer “olhar” de desejo. Mas a contrapartida era que, e até mesmo por não ter sido uma violência sexual e eu ter tido a curiosidade no começo e o prazer da descoberta, nunca tive dificuldade em atrair os homens com o meu jeito. Se com o corpo eu dizia: “não!”, com as atitudes sempre dizia: “venha”!

Lembrando agora, uma vez me confrontaram com o fato de que atuo para ser desejada sim. E isso é verdade mesmo. Porém a ressalva fica em que na minha fantasia sou eu quem escolho quem quero seduzir e não os homens que escolhem me seduzir. Percebem a sutileza do controle em ação?

E agora o que mudou é que não preciso dizer mais não, pois se não sei lidar muito bem com a imposição do desejo pela força - mesmo que subentendida - sei lidar com o amor. E assim o que me foi roubado, me foi restituído. E me libertou, pois aconteceu comigo na prática o que Freud chamou de resignificar o trauma.

Freud postula que nenhuma situação em si é traumática, só passando a sê-lo quando a pessoa recorda o acontecido - mesmo que segundos depois - e revivendo a situação a significa simbolicamente enquanto tal. E é justamente por isso que a terapia, a psicanálise é capaz de "curar", justamente por levar a pessoa a reviver o trauma e a resignificá-lo, só que agora de uma forma mais funcional.
Tatuagem

De repente teus lábios surgiram diante dos meus.
Aproximando-se...
Aproximaram-se.
Tocaram-me suavemente num roçar singelo e despretensioso.
Senti a curva do teu lábio inferior por entre os meus...
Não resisti a um mordisco.
Sua umidade me lambeu o centro da boca pedindo passagem.
Me abri.
Penetrou-me de uma só vez com insuspeita suavidade.
Floco de neve a descongelar...
Amoleceu e tornou úmido tudo em mim.
Transformou resistência em entrega,
E tatuou no céu da minha boca:
Serenidade.

5 de dezembro de 2007

Ah! Antes que eu me esqueça! De novo meu amigo Otávio fez um blog, só que neste ao contrário do outro ele fala mesmo é da sua vida cotidiana, como num diário.

Fiz uma crítica inicial e até achei que ele tinha ficado chateado comigo, mas que nada! Não é que ele acatou todas as minhas sugestões? O blog agora está redondinho e prontinho para ser degustado.
Resolvi mudar a cara do Blog, ou seria a minha cara no blog? Hum... (aqui caberia aquele emoticon pensativo do MSN... rs...) Enfim, mudar para uma imagem mais condizente com o meu estado de espírito atual.

Gosto muito dessa foto, pois apesar de todos acharem e - eu reconhecer - que ficou sexy, na hora em que a fiz eu estava era sentindo uma baita raiva do Brunno. Esse olhar é de vontade de esganar... rs...

É, ele tem o dom de me deixar sexy!

;o)

2 de dezembro de 2007

Outra coisa interessante de se observar é o quanto algumas pessoas são fúteis e medem o mundo pela própria futilidade.

Há por ai um número significativo de pessoas para as quais apenas os perfeitos merecem ser amados. Não, não, não, não, não!!! Não é nada disso! Os pobres, feios, gordos, tortos, magérrimos e portadores de deficiência física ou mental podem amar sim, claro que podem! O que eles não podem é ousar se interessarem pelos bonitos e perfeitos. Ah! Não né? Ai é demais! É muita falta de noção a pessoa não ser esteticamente perfeita e querer fisgar quem é. Onde vamos parar com essa miscigenação da beleza?

Mulher é muito disso né? Na maioria das vezes acha que homens só se interessam, ou deveriam interessar, pela beleza e ai quando vê aquele cabra maravilhoso grudado no que ela considera uma baranga, fica passada. Se revolta e não consegue entender. Como diria uma terapeuta minha: “quem pensa com cabeça de mulher, jamais vai entender cabeça de homem”.

E citando um outro terapeuta meu, dizia o Cristiano – homem da categoria lindíssimo por sinal - que “beleza serve pra atrair, para fazer o cara olhar. Para provocar desejo? Nem sempre. E com certeza nunca será ela que irá manter a relação, pois até de beleza se enjoa”. Da mesma forma que se você ficar olhando o feio cotidianamente encontrará nele encantos, a beleza se torna lugar comum com o costume.

Tem outras coisas que chamam a atenção de um homem. Coisas que eu, do lugar de mulher, não consigo entender, mas sei que existem e respeito. Certa “pimenta” no jeito de falar, uma certa malícia na forma como ela leva o copo à boca ou abocanha um alimento. Certo gingado quando caminha, mesmo que pra ir à igreja... Também sempre tem algo no olhar, na voz, ou na forma de sorrir que pode prender um homem. Coisas que as mulheres têm como vulgares os encanta; principalmente porque homem saudável gosta de santa é na igreja. E não, não confundam um quê de vulgaridade com a coisa em si. Aqui o que vale é a insinuação de que ela, mesmo se portando como uma dama no convívio social, será uma puta na cama com ele.

E não se engane: um quê de inocência, outro de ingenuidade, fragilidades disfarçadas - ou não -, inteligência, bom-humor, crises de choro, de riso e de ciúmes, TPM, implicâncias e até as chatices fazem parte do pacote que encanta o homem. O x é a dosagem - ou a falta dela - de algumas coisas por parte da mulher. Tudo que é demais espanta, até ser legal.

Um culote a mais aqui, uma celulite ali, aquela gordurinha boa de apertar na hora do arrocho ou uma dobra inesperada quando ela senta podem, ao contrário do que muita mulher imagina, ao invés de afugentar o homem, aproximá-lo. Principalmente porque mulheres que não são tão preocupadas com a perfeição estética costumam ser mais companheiras na hora da diversão: topam uma cervejinha com os amigos, um churrasco no domingo, um dogão na volta da balada, uma ou mais pizzas aos sábados, ou uma partida de futebol no estádio em dia de clássico.

Porém é preciso deixar claro que não estou falando de mulheres desleixadas. Não ser obsessivamente preocupada com a perfeição física não implica em não cuidar-se. Só quer dizer que você faz isso por amor-próprio, prazer e não vaidade.

Então é preciso ter ciência que o que qualifica uma mulher para outra, não necessariamente a qualifica para um homem, embora existam, sim, aqueles que são mais exigentes que mulheres. E, no entanto, é interessante observar que geralmente são estes homens e mulheres que passam a vida praticamente sozinhos, relacionando-se esparsamente aqui e ali, já que como já diz Caetano: “de perto ninguém é perfeito”. Nada como a proximidade para acabar com toda e qualquer perfeição inclusive dos que se acham perfeitos, mesmo porque sejamos sinceros: não há nada mais chato do que a tal da perfeição.

1 de dezembro de 2007

Ando sumida, eu sei. É que andei meio assustada com "gente". Ou melhor, com um determinado tipo de "gente"; aquele que para ter algum valor precisa destruir quem à sua volta sobressai por natureza.

Passei cinco anos da minha vida convivendo com uma pessoa assim. Alguém que vivia falando mal de tudo e de todos; só apontando os defeitos alheios, só fazendo críticas. Tudo tinha milhões de senões. Quando alguém se aproximava ou era alto demais, ou criminosamente magro; ou excessivamente baixo, ou gordo em demasia; ou muito branco, ou não suficientemente preto; ou primordialmente burro, ou acintosamente inteligente; ou arrogantemente prepotente, ou muito sem noção. Enfim, todas as pessoas tinham algum defeito que as descartavam para serem qualificadas como "suficientemente boas" para se conviver.

E eu não conseguia entender aquilo... Até que um dia entendi. Entendi que a pessoa ao fazer isso se sente tão inferior a qualquer outro indivíduo que desqualificá-lo é tido como uma maneira de qualificar-se a priori; não apenas aos próprios olhos, mas também ao olhar alheio. Identificar e denunciar defeitos rapidamente são tentativas de nublar as qualidades, jogar o foco sobre o que é ruim, e assim impedir o surgimento do afeto. Ao mesmo tempo em que a pessoa faz isso, ela tem toda uma narrativa do quanto é valorosa, batalhadora, decidida, arrojada e etc. É, é exatamente o jogo inverso quando se trata dela: ressaltando ou inventando qualidades ela acha que garante o seu afeto.

Mas não pense que você, por ser amigo, está imune não. Verá seus defeitos serem enumerados mil e duzentos milhões de vezes por dia, mas com a ressalva de que - apesar deles - você é querida, porque a pessoa é, acima de tudo, benevolente e então você pode privar do seu magnífico convívio. Haja auto-estima pra sair imune a isso viu?

Depois de um tempo que percebi isso, ainda permaneci do lado da pessoa, pois com a minha mania de salvar os outros (tô me livrando disso viu gente?) achei que se eu desse bastante amor e ressaltasse as qualidades que a pessoa verdadeiramente tinha, ela iria parar com aquilo, pois iria adquirir uma auto-estima verdadeira. Doce ilusão. Aí percebi que com esse tipo de gente não tem jeito sabe? Elas só fazem ficar mais infladas. E quando vi que não tinha mesmo jeito eu fiz me afastar, cortar relações mesmo, simplesmente porque não dá pra passar a vida sendo menosprezada.

Porém viver isso foi bom, uma vez que me deixou com um faro afiadíssimo para esse tipo de gente. É, porque não pense que isso que contei acima é feito de forma descarada não, porque não é. É tudo muito sutil. Tudo dito com muita delicadeza, com muito jeito de bondade. É verdade: você jura que a pessoa é suuuuuuuuuuper bacana, que é AMIGA e, no entanto, você passa a se sentir constantemente incomodada com algo que não sabe identificar bem o que é... Até que um dia descobre.

E esse texto é só pra dizer que sei que tem gente assim me rondando de novo, só que agora sou imune.